Lula e Trump: a importância do diálogo que reposiciona o Brasil

Lula esvazia narrativa de exclusividade da direita radical

Marcelo Copelli
Revista Fórum

O recente diálogo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado nesta semana, ultrapassa o campo da diplomacia formal. Trata-se de uma iniciativa política marcada por movimentos estratégicos e senso de realidade, que recoloca o Brasil no centro das discussões internacionais e evidencia, ao mesmo tempo, a solidão crescente da extrema direita — tanto em Brasília quanto em Washington.

Mais do que uma simples troca de palavras entre dois chefes de Estado, o encontro mostrou que, na política internacional contemporânea, ideologias rígidas cedem espaço a acordos instrumentais e interesses concretos.

PARCEIRO ESTRATÉGICO – O tom cordial surpreendeu analistas acostumados a vê-los em polos opostos: o presidente dos Estados Unidos, sob pressão por resultados econômicos domésticos e tensões comerciais com a China, identificou no Brasil um parceiro estratégico; Lula, por sua vez, interpretou o momento como uma oportunidade de ampliar o canal de diálogo com Washington sem renunciar à defesa da soberania nacional.

Segundo fontes do Departamento de Estado e da chancelaria brasileira, a pauta incluiu temas como energia, biocombustíveis e reindustrialização, além de uma sinalização sobre a possível revisão de tarifas que afetam produtos brasileiros, como café e aço. Esses tópicos demonstram que o contato não se limitou à retórica: desde o início, houve tentativa de convergir interesses econômicos com impacto direto sobre setores exportadores e cadeias produtivas nacionais.

Politicamente, o efeito imediato é claro. Ao estabelecer um canal direto com Washington, Lula esvazia a narrativa de exclusividade que parte da direita radical buscava manter em torno das relações com os Estados Unidos. Figuras que se apresentavam como pontes privilegiadas — como o deputado Eduardo Bolsonaro — veem seu protagonismo reduzido: a centralidade passa a ser institucional e presidencial, e não mais dependente de canais informais.

PERDA DE LEGITIMIDADE – O bolsonarismo, embora ainda detenha influência em setores do eleitorado e do Congresso, perde, com este episódio, parte de sua legitimidade no plano externo. Convém distinguir ato político de resultado concreto.

A conversão do entendimento diplomático em medidas práticas — como redução tarifária, acordos de cooperação setorial e mecanismos de acompanhamento técnico — dependerá de negociações prolongadas. Nos Estados Unidos, tais decisões enfrentam o crivo do Congresso e a resistência de setores industriais; no Brasil, o desafio será transformar o capital diplomático do diálogo em ganhos tangíveis para a economia.

Para fortalecer a análise pública, será fundamental observar indicadores objetivos: comunicados oficiais com prazos e metas, deliberações sobre tarifas, reações dos mercados e associações setoriais, além de sondagens que avaliem o impacto político interno dessa iniciativa.

TENDÊNCIA GLOBAL – Anne Applebaum, colunista da revista norte-americana The Atlantic, observou que “o novo realismo de Lula ecoa uma tendência global: líderes que compreendem que o poder hoje está na habilidade de conversar com adversários, e não apenas com aliados”. É uma leitura que traduz com precisão o espírito dessa movimentação diplomática — um aceno à política da convergência, mais do que à diplomacia da confrontação.

A aproximação entre Lula e Trump representa um reposicionamento estratégico do Brasil: sinaliza capacidade de interlocução ampla e pragmática, enfraquece o apelo de discursos personalistas e devolve ao país um papel relevante no diálogo global.

Lula, ao reabrir uma via direta com o presidente dos Estados Unidos, envia uma mensagem ao mundo e ao Brasil: o país está de volta à mesa onde se decide o futuro — e, desta vez, sem depender dos extremos que tentaram sequestrar a sua voz.

7 thoughts on “Lula e Trump: a importância do diálogo que reposiciona o Brasil

  1. Moradores do 4º andar. Essa é ótima!!!👍👏👏

    Um prédio de 4 andares foi totalmente destruído pelo fogo; um incêndio terrível.

    Todas as pessoas das 10 famílias de Sem-teto, que haviam invadido o 1º andar, filhos de presidiários que ganham salário reclusao de R$ 1.518,00, faleceram no incêndio.

    No 2º andar, todos os componentes das 12 famílias de retirantes, que viviam dos proventos da “Bolsa Família”, também não escaparam.

    O 3º andar era ocupado por 4 famílias de ex-guerrilheiros, todos beneficiários de ações bem sucedidas contra o Governo, filiados a um partido político influente, com altos cargos em estatais e empresas governamentais, que também faleceram.

    No 4º andar viviam engenheiros, médicos, enfermeiros, psicólogos, advogados, professores, empresários, bancários, vendedores, comerciantes, policiais, e trabalhadores com suas famílias. Todos escaparam.

    Imediatamente o “Presidente da Nação” indignado e toda a sua assessoria mandou instalar um inquérito para que o “Chefe do Corpo de Bombeiros” explicasse a morte dos “queridos companheiros” e por que somente os moradores, do 4º andar haviam escapado.

    O Chefe dos Bombeiros prontamente respondeu:

    – “Todos tinham saído para trabalhar.”

    Essa é top!
    Tem que repassar.
    👏👍👊🙏
    Bora trabalhar nós somos do quarto andar !!!!
    😀😀😀😀

  2. Não há nada mais hipócrita, escrota, pilantra que a Organização Petista.
    Adotam, sem qualquer pudor a bandeira da patriotice roubada do Bolsonarismo e, de lambuza, a do antissemitismo, do nazismo. Isto tudo sob o manto de “defensores da Democracia”.

    Agora, comemoram o “a importância do diálogo que reposiciona o Brasil” com o Trump “nazifascista com outra cara”, sem contar que chamavam o Bananinha (nossa pauta de exportação do agronegócio, idem nazifascista, que, entretanto, é quem segura o bó da Economia), tendo-o como traidor da Pátria, como se a Pátria se confundisse com um bando de tiranetes havidos como operadores da Justiça, do alto de seu Lawfare totalitária baseado na teoria Penal do inimigo.

    Vivendo na sua realidade paralela metafísica esquecem que o Trump “errático” é um negociador por definição e profissão e que seu objetivo não é no âmbito emocional, afetivo, embira cheio de subjetivações em seus elogios de crápula, visa hegemonizar a Nova Ordem Mundial advinda da quarta Revolução Tecnológica. E, não esqueçamos, a opção do pândego Lula é tornar o país plataforma ocidental do Eixo ditatorial, office-boy, não de luxo, da ditadura chinesa e propagandista das demais ditaduras, sejam narcotraficantes, sejam medievais, bárbaras, homofóbicas e misóginas.

    Se pensam que os EUA, e de resto os países desenvolvidos democráticos, permitirão que venezuelizem o Brasil e coloquem nas mãos das ditaduras nosso potencial econômico e geopolítico, estão absolutamente enganados.

    ________________

    Revista Fórum: imprensa marrom regiamente paga com o fruto da extorsão da Sociedade pela Organização Petista, via impostos aviltantes.

    https://crusoe.com.br/diario/os-sites-amigos-de-lula-voltaram-a-receber-do-governo/

  3. Se pensam que ganharam ponto com o “nazifascista com outra cara”, enganam-se redondamente.

    Fonte: DeepSeek

    **Kim Jong Un**
    * Frase de elogio: “Ele é um líder de muito talento. Ameaçou um território americano e cumpriu a ameaça. Isso não é algo que muitas pessoas possam fazer.”
    * O que aconteceu na negociação: As negociações de desnuclearização fracassaram completamente. A Coreia do Norte expandiu seu arsenal nuclear e os EUA mantiveram todas as sanções. Não houve nenhuma concessão real.

    **Vladimir Putin**
    * Frase de elogio: “Ele é forte, é um líder inteligente, um homem muito talentoso.”
    * O que aconteceu na negociação: A administração Trump impôs novas sanções à Rússia, forneceu armas letais à Ucrânia e retirou os EUA de tratados importantes como o INF. Os elogios não evitaram ações concretas contra os interesses russos.

    **Jair Bolsonaro**
    * Frase de elogio: “Estamos alinhados com os Estados Unidos. O Trump é um grande amigo, um mito.”
    * O que aconteceu na negociação: O Brasil não conseguiu um acordo de livre-comércio, nem a isenção de tarifas sobre o aço brasileiro. Os elogios não se traduziram em benefícios comerciais tangíveis.

    **Viktor Orbán**
    * Frase de elogio: “Tenho grande admiração pelo primeiro-ministro da Hungria. Um líder conservador que defende sua pátria.”
    * O que aconteceu na negociação: A relação não resultou em parcerias econômicas ou acordos políticos significativos para o Brasil. Os elogios ficaram restritos à retórica ideológica.

    **Padrão Observado:**
    A estratégia de usar elogios altissonantes mostrou-se repetidamente ineficaz. Em todos os casos, a cortesia e a admiração pessoal declarada não foram capazes de superar divergências de interesses nacionais ou produzir concessões reais nas mesas de negociação. A diplomacia baseada em lisonjas, sem uma proposta de valor concreta, falhou em entregar resultados substantivos.

  4. A lisonja do Trump é aviso do porrete , o Big Stick.
    Roosevelt, fale suavemente mas carregue um bom e grande porrete.
    Não preciso ser nenhum profeta ou oráculo, Trump vai meter o porrete no $talinacio.
    Já tem uma renca com passaporte cancelado.

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