Braga Netto mandou pedir dinheiro ao PL para financiar os “kids pretos”

Os kids pretos

Foram os “kid pretos” que comandaram o vandalismo

Malu Gaspar
O Globo

Entre as muitas mensagens captadas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex ajudante-de-ordens de Jair Bolsonaro, uma em específico está sendo tratada como pista relevante para ajudar a rastrear os financiadores dos atos golpistas do 8 de janeiro.

É o diálogo em que Cid oferece ao major Rafael Martins de Oliveira auxílio de R$ 100 mil para ajudar a bancar a ida de um “pessoal” para Brasília para manifestações bolsonaristas.

“KIDS PRETOS” – As próprias mensagens indicam que o “pessoal” era um grupo de kids pretos, como são chamados os integrantes da tropa de elite do Exército, formada para atuar em missões confidenciais de alto risco e em operações de guerrilha urbana, insurgência e movimentos de resistência. O apelido de kid preto tem a ver com a cor do gorro usado por esses militares.

O que não está escrito na mensagem, mas Cid esclareceu em seu último depoimento, foi que ele recorreu a Braga Netto para conseguir o dinheiro – e o general mandou que procurassem o PL para pedir recursos.

A informação fez com que a PF voltasse a mira para Braga Netto e o partido, onde ele mantinha uma sala e uma equipe, atuando como responsável pela logística e na montagem de palanques regionais para o bolsonarismo.

A PEÇA-CHAVE – Para a PF, Braga Netto é o personagem mais importante para elucidar se e como o grupo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro organizou e fomentou os ataques golpistas de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, quando o plano de dar um golpe de Estado antes da posse de Lula fracassou.

Parte do trabalho envolve descobrir quem pagou a viagem dos “kids pretos” para Brasília, já que a PF acredita que esses oficiais formados nas forças especiais do Exército orientaram a ação dos invasores.

De acordo com fontes ligadas à apuração, imagens das câmeras de segurança da Esplanada e depoimentos dos vândalos que estavam no meio do tumulto naquele dia indicam que havia “kids pretos” em vários pontos estratégicos da Praça dos Três Poderes.

NO COMPUTADOR – As mensagens captadas pela PF no celular de Mauro Cid também indicam que os auxiliares de Bolsonaro contavam com os “kis pretos” para a organização de atos, disseminação de fake news e a própria organização da trama golpista.

Vários delas estão no computador de Braga Netto apreendido na sede do PL. É nesse aparelho que a PF está vasculhando que os investigadores esperam encontrar provas de que o general que já foi ministro da Defesa e da Casa Civil e depois virou vice na chapa pela reeleição em 2022 também coordenava a captação de recursos para o golpe.

As mensagens captadas no celular de Cid mostram que entre novembro e dezembro, quando as discussões sobre a decretação de um golpe de Estado foram feitas no Palácio do Planalto, ele e dois egressos das Forças Especiais, entre eles o major Rafael Martins de Oliveira e o coronel Bernardo Romão Correa Neto, fizeram reuniões com kid pretos em salões de festas de edifícios residenciais na Asa Sul de Brasília onde moram militares que integravam o governo Bolsonaro.

REUNIÃO NA ASA SUL – Uma delas, em 12 de novembro, aconteceu na mesma quadra onde morava Braga Netto, na Asa Sul de Brasília. A PF sustenta que o major Rafael era o “interlocutor” de Cid na coordenação de diversas estratégias adotadas pelos investigados para execução do golpe de Estado.

Nas mensagens, ele pede orientação sobre os locais onde manifestantes devem se concentrar e pede dinheiro para custear a viagem do “pessoal” com “hotel”, “alimentação” e “material”, condensados num documento intitulado “Copa 2022”.

Saber como, quando e por quem esse dinheiro foi distribuído é tarefa prioritária para os investigadores para avançar na apuração dos responsáveis pelo 8 de janeiro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Malu Gaspar está dando show, mostrando que a PF já “comprou” a tese da Tribuna da Internet, de que o verdadeiro líder do golpe era Braga Netto. Aliás, o Exército também “comprou” esta tese e se prepara para tomar a patente de Braga Netto, para declará-lo “morto” e pagar pensão à sua mulher. Ou seja, Braga Netto morreu e não sabe. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)

Almirante Garnier pode desmentir e incriminar Freire Gomes e Baptista Jr.

Almirante Almir Garnier Santos/ Voz do Brasil | Agência Brasil

Almir Garnier queria conhecer os depoimentos anteriores

Eliane Cantanhêde
Estadão

Há um alívio nas Forças Armadas com a separação entre o joio golpista e o trigo legalista, depois que o general Freire Gomes e o brigadeiro Baptista Jr., ex-comandantes do Exército e da FAB, confirmaram a tentativa de golpe e que o então presidente Jair Bolsonaro a liderava pessoalmente. A nova preocupação, agora, é com um novo depoimento do almirante Almir Garnier, o único dos três comandantes que apoiou e disse a Bolsonaro que poria “as tropas da Marinha” na aventura.

Na primeira reunião ministerial do ano, nesta segunda-feira, o presidente Lula disse que o Brasil correu o “sério risco” de um golpe e chamou o antecessor de “covardão”.

SENSAÇÃO DE ALÍVIO – Já o ministro da Defesa, José Múcio, entrou mudo e saiu calado da reunião, mas depois não escondeu que ele próprio está aliviado com os depoimentos do general e do brigadeiro à PF:

“Agora a suspeição tem nome, saiu do CNPJ (Forças Armadas) para os CPFs (os militares golpistas)”. Traduzindo: não se generaliza mais, não se fala mais em “golpe militar”, nem que “os militares” são golpistas, mas sim que havia militares envolvidos e os comandantes do Exército e da FAB agiram para evitar o golpe.

A torcida na Defesa e nos quartéis generais é que a Polícia Federal não aceite a oferta de um novo depoimento de Garnier, que é investigado, enquanto Freire Gomes e Baptista Jr. são apenas testemunhas, e decidiu ficar calado quando chamado a depor da primeira vez.

UMA NOVA VERSÃO – Perdeu o “timing”, dizem no meio militar, onde o temor é que, ressentido, com raiva, Garnier tente desmentir e incriminar o general e o brigadeiro, que deram versões semelhantes à PF e se sentirem liberados para contar tudo depois de saber que o general Braga Neto “quebrou o espírito de corpo militar”, ao xingá-los aos palavrões e atiçar as redes sociais até contra suas famílias.

Nas Forças também já foi assimilado que mais um general está para sofrer operação de busca e apreensão, o agora deputado Eduardo Pazzuelo, ex-ministro da Saúde e adepto de que “um (Bolsonaro) manda, e outro (ele próprio) obedece”.

E ainda há suspense sobre haver ou não novos oficiais envolvidos, já que a PF tem uma espécie de força-tarefa para fazer a perícia de celulares e computadores apreendidos com os investigados.

31 DE MARÇO – E estamos às vésperas do 31 de março, dia do golpe de 1964, que durou vinte anos e entrou para a história como o regime das torturas, mortes, desaparecimentos e fechamento das instituições.

Dessa vez, o problema do ministro Múcio e dos atuais comandantes não está “do lado de cá”, dos quarteis, mas “de lá”, dos civis, principalmente petistas e até o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, que criticam a posição de Lula, ponderada e adequada, de desautorizar qualquer tipo de comemoração ou de condenação.

Há “previsão zero” de bolsões militares da ativa se manifestando pró golpe de 64, só o de sempre: os clubes da reserva, ou “do pijama”, que sempre fazem uma espuma daqui ou dali e não dá em nada.

LENHA NA FOGUEIRA – Se há risco, parece vir de bolsonaristas a favor de 64 e da própria esquerda e de setores mais radicais do PT, que não abrem mão de gritar contra a ditadura militar. Lula, Múcio e os comandantes sabem que não é hora de jogar lenha na fogueira. E o “lado de lá”?

Há também a intenção de tocar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proíbe a militares disputarem mandatos políticos e depois voltarem à caserna caso derrotados. O líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT), que já foi ministro da Defesa, terá reuniões exatamente para discutir ajustes no texto original e traçar um cronograma de votação.

Uma voz contrária à PEC é do senador Hamilton Mourão, general da reserva e ex-vice presidente de Bolsonaro, mas, nas Forças Armadas, o veto parece ser bastante consensual. Ou bem o camarada é militar, ou bem é político. O que não dá é para atravessar a rua, de lá para cá, voltar cheio de minhocas na cabeça e contaminar os quartéis com a política. Principalmente agora, depois do “sério risco”, como diz Lula, de um real golpe contra a democracia.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Garnier tem direito de depor e de apresentar ampla defesa. A qualquer momeento pode dizer que Freire Gomes e Batista Jr. eram a favor do golpe e depois refluíram, por pressão dos respectivos Altos Comandos. Mas isso não mudará nada, pois a tese da desistência voluntária livra Gomes e Baptista, porque o golpe na chegou a ocorrer. (C.N.)

Governo Biden enfim defende que Netanyahu seja afastado em Israel

US Senate leader Chuck Schumer calls for new Israel elections amid Gaza war  | Israel War on Gaza News | Al Jazeera

Schumer, líder da maioria, pede novas eleições em Israel

Dorrit Harazim
O Globo

Na semana passada houve júbilo no grupo de terráqueos que há 47 anos acompanha a odisseia das naves gêmeas Voyager 1 e 2. Consideradas tesouro nacional pelos americanos, elas são as duas “criaturas” mais paparicadas e estimadas da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa). Só que, desde novembro último, criador e criatura deixaram de falar a mesma língua.

Em vez de transmitir dados por meio da linguagem binária com que fora programada, a Voyager 1 passou a emitir apenas um ruído contínuo, indecifrável, semelhante ao sinal de ocupado de um telefone comum.

DE REPENTE… – O enguiço durou quatro longos meses e parecia prenunciar um tristonho réquiem. Na tarde de quarta-feira, porém, sem avisar, a nave se fez viva, pareceu querer restabelecer o diálogo com os humanos. A partir de alguma localização interestelar, emitiu um sinal que percorreu 22 horas e meia até chegar aos computadores da Nasa, e esse fragmento de linguagem conseguiu ser parcialmente decodificado.

Para uma das veteranas do projeto, que acabara de se formar em 1977 quando a primeira sonda foi lançada, o sinal recebido na semana passada lhe deu alegria só comparável ao restabelecimento de um batimento cardíaco.

As Voyagers 1 e 2 foram os primeiros objetos fabricados pelo ser humano a trafegar mais de 20 bilhões de quilômetros até alcançar o espaço interestelar.

AO INFINITO – É uma odisseia sem fim: da Terra ao sistema solar exterior, de lá rumo ao infinito desconhecido. Uma das missões da primeira nave consistiu em explorar um fenômeno que só ocorre uma vez a cada 175 anos — o alinhamento espacial de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Sua nave gêmea, enquanto isso, enviava dados sobre os planetas glaciais gigantes. Encerrada essa fase, deixaram a esfera dos planetas conhecidos, saíram da zona de influência solar e seguiram rotas diferentes na escuridão espacial.

Aos poucos, inexoravelmente, as naves haverão de se distanciar ainda mais de nós — o tempo de leitura desta coluna equivale a 16 mil quilômetros a mais percorridos pela Voyager 1 no espaço sideral. Por fim, as gêmeas outrora tagarelas, pelas quais os integrantes do programa desenvolveram apego quase existencial, haverão de se calar para sempre. Permanecerão apenas na nossa memória.

FORA DA ROTA – Assim como as sondas, também nós, bípedes, enferrujamos e envelhecemos, nos desgarramos da rota que nos foi designada. Por vezes, perdemos o comando da linguagem e os códigos de entendimento mínimo. Tome-se o exemplo do impasse em Gaza.

A solução é gritante, para além da fúria terrorista desencadeada pelo Hamas no 7 de Outubro e do morticínio indiscriminado de civis encurralados, ordenado por Benjamin Netanyahu. A solução é a mesma de quatro guerras anteriores. Portanto é conhecida, nem sequer necessita de alterações profundas.

Tampouco é um planeta novo à espera de ser descoberto, já está tudo mapeado. Aguarda apenas uma concertação de líderes dispostos a pagar uma dívida histórica com todo um povo: a criação de um Estado Palestino soberano, determinado a reconhecer e a conviver com o vizinho Israel.

CONTRA NETANYAHU – Três dias atrás, em Washington, o veteraníssimo líder do Partido Democrata no Senado, Chuck Schumer, apoiador histórico da causa israelense, abalou o statu quo ao afirmar que Israel deveria convocar eleições para abrir novos caminhos — leia-se, para derrotar Netanyahu nas urnas.

Vale mencionar que Schumer, antes de fazer discurso tão radical, submeteu-o à apreciação do presidente Joe Biden. (A última vez em que um presidente dos Estados Unidos se deu ao direito de derrubar um governante indigesto foi no Iraque de 2003 — e terminou péssimo.)

No mesmo dia, em artigo para o New York Times, o colunista Thomas Friedman alertou que a situação atual de Israel se torna “radioativa”.

DIZ FRIEDMAN – “Israel tem um primeiro-ministro que aparentemente prefere ver Gaza transformada numa Somália em mãos de senhores da guerra” — escreveu ele — a deixá-la em mãos de alguma autoridade palestina.

Quem deve decidir quanto a liderança de Netanyahu é problemática são os próprios israelenses, por óbvio. Da mesma forma, cabe às esclerosadas lideranças palestinas abandonar o conforto em que se encastelaram.

Se desse horror todo não emergir uma solução capaz de abrigar os dois povos, é porque estamos mais distantes da civilização do que a Voyager 1 está da Terra.

Quando militares revelam urdiduras do golpe, cai a tese de perseguição política

Charge do Céllus (Arquivo Google)

Dora Kramer
Folha

O avanço das investigações, o que vai sendo revelado pouco a pouco sobre as preparações golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos mostra muita coisa. Também já torna possível que pessoas presentes na avenida Paulista em 25 de fevereiro, para corroborar a tese da injustiça, considerem a hipótese de terem sido enganadas.

Não digo os fanáticos nem os adeptos da ruptura institucional, mas aqueles que por alguma razão acreditavam que Bolsonaro fosse vítima de narrativa oposicionista.

SEM PERSEGUIÇÃO – Os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica à Polícia Federal não permitem que se fale em perseguição política.

O general Freire Gomes e o brigadeiro Baptista Júnior foram escolhidos pelo então presidente por serem afinados com ele. Substituiu militares dados como simpatizantes da esquerda, os chamados “melancias”, no intuito de aliar procedimentos.

Portanto, não sendo políticos de profissão, a motivação deles para dizer o que disseram à PF guardou relação apenas com os compromissos de elogio à verdade e à fidelidade aos preceitos inerentes às prerrogativas das fardas estreladas.

AÇÃO GOLPISTA – Dos relatos se depreende a evidência de que houve mesmo uma tentativa de cooptar o estamento militar para uma ação golpista tanto antes quanto depois das eleições de 2022.

Ficamos sabendo que, no final daquele ano, Bolsonaro não estava doente nem deprimido em função da derrota, como se dizia no entorno dele. Estava mesmo é conspirando para tentar achar um jeito de anular o resultado das eleições e continuar no poder.

Não conseguiu porque não teve apoio. E aqui conta a atitude legalista de militares, mas conta também a falta de anuência do Congresso, a firmeza do Supremo Tribunal Federal, o repúdio internacional e o gosto da maioria da sociedade pelo Estado de Direito. A democracia resistiu, a verdade vem sendo posta e, dando tudo certo, não absolverá seus detratores.

Bolsonaro é  indiciado por falsificar certificado da vacina contra a Covid

Fabio Wajngarten e Jair Bolsonaro

Fabio Wajngarten reclama do vazamento dessa notícia

Deu em O Globo

Um dos advogados de Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, criticou a divulgação nesta terça-feira de que o ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação. Pelas redes sociais, Wajngarten se queixou do que considerou um vazamento e classificou o fato como lamentável.

“Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, escreveu Wajngarten.

OUTROS INDICIADOS – Além de Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) também foram indiciados pelos mesmos crimes. As investigações se referem a suposta fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19.

De acordo a PF, o inquérito visava esclarecer se teriam sido forjados dados do certificado de vacinação de parentes do ex-presidente, como de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos.

As investigações da PF apontaram também que os documentos de imunização no aplicativo ConecteSUS foram emitidos a partir de computadores do Palácio do Planalto. Os downloads foram feitos dias antes e na própria data da viagem de Bolsonaro a Orlando, na Flórida, para onde foi antes mesmo do fim de seu mandato.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É bobagem reclamar. Foi infantilidade e ignorância Bolsonaro não tomar vacina e impedir que a filha o fizesse. (C.N.)

Foco da Polícia Federal se volta para Braga Neto como arquiteto do golpe

C*gão', 'traidor da pátria': Braga Netto atacou militares que rejeitaram  plano golpista; veja prints

Quem comandava o golpe? Bolsonaro ou Braga Netto?

Deu no Cafezinho

Em uma nova fase das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que culminou na invasão aos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro do ano passado, a Polícia Federal (PF) direciona sua atenção ao general Walter Braga Neto.

Segundo informações da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, enquanto o papel de Jair Bolsonaro já parece delineado para os investigadores, é Braga Neto quem agora emerge como figura central nas apurações sobre a coordenação e financiamento dos ataques.

NOVAS INFORMAÇÕES – Detalhes revelados pelos ex-comandantes da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, e do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, contribuíram para aprofundar o entendimento dos eventos que levaram à crise de 8 de janeiro.

A participação de Braga Neto, que foi vice na chapa de Bolsonaro nas eleições, ganha contornos de especial interesse para os investigadores, em especial seu envolvimento na mobilização e possível financiamento das ações desestabilizadoras.

Uma troca de mensagens entre Braga Neto e um assessor de Bolsonaro, datada de 27 de dezembro de 2022, indica que ainda havia esforços sendo feitos para impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

MAIOR ENVOLVIMENTO – Essa e outras evidências levam a PF a considerar a possibilidade de Braga Neto estar envolvido não apenas na articulação das ações de 8 de janeiro, mas também na coordenação de milícias digitais e na captação de recursos para o movimento.

Elementos relacionados a essas questões estão sendo transferidos para um inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), focado nas milícias digitais e suas atividades subversivas.

A investigação se aprofunda com a análise de materiais apreendidos, incluindo informações do computador de Braga Neto na sede do Partido Liberal (PL), buscando consolidar a rede de conexões e financiadores por trás dos atos que desafiaram a democracia brasileira.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Muito interessante a matéria do Cafezinho, enviada por José Guilherme Schossland. O mais curioso é que pensei (?) que essa informação de que Braga Netto é o verdadeiro líder do golpe tivesse saído aqui na Tribuna da Internet, mas parece que é da autoria de colunista de O Globo. Na verdade, notícia é igual a passarinho. Depois que é liberada, ela voa e não tem mais dono. (C.N.)

A absurda precarização da rede federal de hospitais do Rio de Janeiro

Materiais vencidos custaram mais de R$ 20 milhões

Pedro do Coutto

A reportagem exibida no último domingo no Fantástico, na TV Globo, sobre a situação de calamidade em que se encontram os hospitais federais no Rio de Janeiro revela a necessidade de uma revisão permanente na situação das unidades de Saúde, pois o que foi demonstrado é inacreditável, consequência da irresponsabilidade  e da omissão de setores responsáveis pela manutenção de equipamentos que salvam vidas humanas.

O Fantástico teve acesso com exclusividade aos seis hospitais da rede federal do Rio de Janeiro e constatou uma série de precariedades estruturais, materiais médicos vencidos e milhares de pacientes esperando por atendimento. Por trás desse cenário, uma longa lista de denúncias sobre loteamento nesses hospitais.

DISPUTA – Há décadas, cargos cobiçados na direção das unidades são disputados por grupos políticos, que indicam nomes para funções sem o devido critério técnico. Em muitos casos, esses apadrinhados estão sendo investigados por denúncias sobre ineficiência, negligência e corrupção.

Impressionante o enorme problema que vem se estendendo há muito tempo e que agora a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem pela frente. A situação calamitosa nos hospitais exibidos, vale repetir, vem de um processo lento e gradual. São descalabros em série envolvendo vidas e que faz lembrar que a situação exibida não é um fato isolado, pois pode estar atingindo vários outros setores da administração pública federal.

A ministra garantiu ainda que não haverá qualquer tipo de influência na gestão dessas unidades. “Hoje, não há grupo político dono desses hospitais, do ponto de vista da sua gestão. Isso posso dizer com toda a clareza”. O Tribunal de Contas da União, que fiscaliza as atividades dos hospitais federais no Rio de Janeiro, vai acompanhar de perto a mudança na gestão das unidades.  “A má gestão desses hospitais é crônica, eu posso te dizer que ela é crônica, por isso vamos avaliar. Deve ter muita gente incomodada, mas é necessário dar esse passo”, disse Vital do Rêgo, ministro do TCU.

NA FILA – Referências no atendimento de alta complexidade, os hospitais federais do Rio realizam procedimentos como tratamentos de câncer, cardiologia e transplantes. Para 2024, o orçamento passa de R$ 862 milhões. Ainda assim, mais de 18 mil pacientes aguardam algum tipo de procedimento cirúrgico. Em muitos setores dos hospitais, os aparelhos médicos estão quebrados e caixas de materiais vencidos ou danificados — como utensílios cirúrgicos e próteses ortopédicas, cujo valor passa dos R$ 20 milhões.

É preciso montar equipes permanentes capazes de fiscalizar e apontar a real situação dos serviços voltados para a população, sobretudo a de menor rendimento. Nas condições verificadas, o panorama revelou condições calamitosas, e isso precisa ser revisto e combatido com a máxima urgência. É preciso que novas normas sejam traçadas na atual administração, determinando ações efetivas e de máximo rigor em suas apurações.

“Tive, sim, outro grande amor antes do teu, tive sim”, cantava o genial Cartola

Itaú Cultural celebra centenário do samba com exposição sobre Cartola |  Agência Brasil

Cartola e Don Zica, o grande amor do sambista

Paulo Peres
Poemas & Canções

O cantor e compositor carioca Angenor de Oliveira (1908-1980), mais conhecido como Cartola, considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, na letra de “Tive Sim”, expõe que teve um grande amor, mas não tem como compará-lo ao atual. Esse samba foi gravado por Luiz Melodia no CD Estação Melodia, em 2009, pela Biscoito Fino.

TIVE, SIM
Cartola

Tive, sim
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz

Nosso lar,
Em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou

Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar

Manifestantes vão às ruas de Cuba contra apagões e falta de alimentos

Protestos em Cuba: as centenas de pessoas ainda detidas após um mês | Mundo  | G1

Em Cuba, a Polícia costuma prender os manifestantes

Deu na Folha

Centenas de pessoas protestaram em Santiago, segunda maior cidade de Cuba, neste domingo (17), contra apagões que assolam o país desde o começo de março. A população protesta também contra a escassez de alimentos na ilha.

Os manifestantes tomaram as ruas com gritos de “energia e comida”, de acordo com vídeos publicados nas redes sociais. Os apagões colocam em risco alimentos congelados, aumentando as tensões no país.

CRISE AGUDA – Cuba entrou numa crise econômica quase sem precedentes desde a pandemia com uma enorme escassez de alimentos, combustível e medicamentos. Esse cenário provocou um êxodo recorde de mais de 400 mil pessoas para os Estados Unidos.

Segundo um homem que pediu para não ser identificado, a primeira secretária do Partido Comunista em Santiago, Beatriz Johnson Urrutia, seguiu para o local dos protestos.

Ela disse que os manifestantes tinham sido respeitosos e ouvido atentamente as explicações do governo sobre a escassez de alimentos e eletricidade. Vídeos nas redes sociais sugerem que a manifestação foi pacífica.

CULPA DOS EUA – Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, usou as redes sociais para dizer que está disposto a atender os pedidos da população. Ele afirmou, porém, que supostos terroristas americanos estavam usando os atos para promover desordem. “Os inimigos da revolução tentam aproveitar o contexto para fins desestabilizadores”, afirmou ele no X, antigo Twitter.

A embaixada dos Estados Unidos em Cuba pediu que o governo respeite os direitos dos manifestantes.

O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodriguez, criticou os comentários, atribuindo a situação econômica crítica de Cuba ao embargo comercial e às sanções dos EUA.

DESORDEM SOCIAL – “O Governo dos EUA, especialmente a sua embaixada em Cuba, deve abster-se de interferir nos assuntos internos do país e incitar a desordem social”, disse Rodriguez no X.

Desde o início de março, Cuba enfrenta uma nova série de cortes de energia devido às obras de manutenção na central termelétrica Antonio Güiteras, a mais importante da ilha e localizada na província de Matanzas.

No fim de semana, o problema foi agravado pela escassez de combustível no país, necessário para abastecer as outras termelétricas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A ditadura cubana caminha para seu final. Quando a fome emerge, todos os argumentos contrários submergem. Não adianta culpar os americanos. É claro que o boicote afeta a economia. Mas quem fracassou mesmo foi a revolução popular, pois tornou o país inviável. A queda do castrismo é só uma questão de tempo. (C.N.)

Na reta final, Braga Netto decidiu trair Bolsonaro e assumir sozinho o golpe?

Tribuna da Internet | Quatro dias antes de Lula tomar posse, Braga Netto ainda acreditava no golpe

Charge do Moisés Mendes (Arquivo Google)

Carlos Newton

A discussão sobre o golpe de estado já se tornou até bizantina, como se dizia antigamente. Todos já sabem que houve a conspiração, conhecem quem dela participou e faltam poucas dúvidas a serem dirimidas. Uma delas é a seguinte: 1) Na reta final, o general Braga Netto traiu Bolsonaro e assumiu sozinho o golpe, para assumir o poder? 2) Ou o ainda presidente Jair Bolsonaro ficou encagaçado, abandonou a nave felliniana e viajou para os Estados Unidos, dia 30 de dezembro, deixando a bomba nas mãos de Braga Netto?

Poucos personagens sabem as respostas a essas indagações. Mas a evolução do inquérito acabará revelando tudo, porque agora Bolsonaro e Braga Netto não podem mais deixar de depor, pois o ministro Alexandre de Moraes quebrou o sigilo dos depoimentos. Se alegarem o direito ao silêncio, estarão reforçando as acusações que lhes fazem.

NÃO SERÃO PRESOS – No artigo de ontem, já explicamos que não há a menos possibilidade de Bolsonaro e Braga Netto serem presos preventivamente, apesar da enorme pressão da imprensa petista, que cobra diariamente a decretação. Já é corriqueiro falar em “depois que Bolsonaro for preso…”, mas não existe a motivação exigida em lei, pois até o passaporte do ex-presidente já foi apreendido.

Quanto às acusações, na mídia há todo tipo de justificativa para a imediata condenação do ex-presidente. Já sugeriram até mesmo “o conjunto da obra”, mas essa circunstância não consta em lei.

Também já mostramos aqui na Tribuna da Internet que no Direito Universal não existe crime de planejamento. Ou seja, é preciso haver a execução, para caracterizar a tentativa, no caso de o crime não se concretizar.

EXISTEM EXCEÇÕES – Como toda regra tem exceção, no Brasil e em outros países que combatem o terrorismo é proibido possuir e transportar explosivos (Lei nº 10.826/03). Da mesma maneira, é proibido ter instrumento para falsificar a moeda (art. 288 do Código Penal). Somente nestes dois casos não é preciso tentar executar o crime, para ser processado.

São as únicas exceções. Não é punível nem mesmo o crime de associação criminosa (formação de quadrilha) se não houver a execução.  Este crime (art. 291, do CP) é mera circunstância agravante do crime executado.

É difícil entender essa doutrina jurídica, sobretudo quando os argumentos vêm eivados de paixão. Mas o fato concreto é que o Direito Penal não admite a punição de atos meramente preparatórios à execução de um crime, pois se trata de violação ao princípio da lesividade”.

DIZIA RUY BARBOSA – Os adversários de Bolsonaro urram de ódio, não entendem que é preciso respeitar todas as leis. Como ensinou Ruy Barbosa, quando apoiou uma legislação que protegia a facção contrária, “a lei que protege meu inimigo é a lei que irá me proteger no futuro, quando houver alternância no poder”.

No processo a ser aberto contra Bolsonaro, a grande discussão será justamente sobre esse tema. O Supremo terá de decidir se mantém a jurisprudência atual, determinando que atos preparatórios de crime não podem ser punidos, ou se fará nova “interpretação”, para puni-los pelo “domínio do fato”, arguido no julgamento do Mensalão.

Quanto a Bolsonaro ser preso, nenhuma chance na lei, a não ser que o Supremo…

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P.S. 1
Amanhã vamos voltar ao assunto, debatendo a punibilidade na fase de planejamento, que o Direito Romano denomina de “iter criminis”, expressão que significa “caminho do crime”, em tradução livre.   

P.S. 2Enfim, é preciso discutir o golpe que não houve pelo ponto de vista exclusivamente jurídico, sem ódios nem paixões. (C.N.).

Terceiro governo Lula é como os de Dilma: quanto mais intervenção, melhor

dedemontalvao: Banco Central de Dilma fez experiência de reduzir rápido os  juros e se deu muito mal

Charge do JCaesar (Veja)

Vera Rosa
Estadão

A crise provocada pela divergência em torno da distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras vai além das aparências e reflete a divisão no governo e no PT pelos rumos do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Em conversas reservadas, até aliados do Palácio do Planalto mostram preocupação e há quem compare o governo Lula 3 ao da ex-presidente Dilma Rousseff por causa do intervencionismo na economia.

Em mais um capítulo do “estica e puxa” no Planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se posicionou ao lado do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em defesa do pagamento de remuneração extra aos acionistas da Petrobras. Mas quem ganhou a guerra, ao menos até agora, foram os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).

PLANO DE INVESTIMENTOS – A dupla convenceu Lula da necessidade de retenção de R$ 43 bilhões para não comprometer o plano de investimentos da empresa, que é de US$ 102 bilhões até 2028. Sob a orientação do presidente, conselheiros da Petrobras ligados ao governo votaram contra a distribuição desses dividendos adicionais, enquanto os do setor privado foram a favor. Prates se absteve.

“Eu não tinha nenhum ‘tensiômetro’ para medir a tensão ali”, ironizou Costa nesta terça-feira, 12, ao ser questionado sobre o nível de estremecimento entre Haddad, Silveira e Prates durante a reunião com Lula, realizada na véspera.

Não é segredo para ninguém que Silveira e Prates não se entendem há tempos, assim como Haddad e Costa não se bicam. O titular da Fazenda tem o apoio do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mas é alvo de críticas de seu próprio partido, o PT.

DÉFICIT ZERO – A cúpula petista não concorda com a meta de déficit zero neste ano, sob o argumento de que, mais cedo ou mais tarde, isso levará a um gigantesco bloqueio de gastos, nem com a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Em dezembro do ano passado, o PT aprovou uma resolução na qual batizou a atual política econômica como “austericídio fiscal”.

Haddad, porém, disse a Lula que manter o objetivo fiscal até a apresentação do primeiro relatório, em março, era fundamental para evitar desconfiança e rombo ainda maior nas contas públicas. O presidente cedeu, mas tem ouvido cada vez mais vozes intervencionistas. Além disso, vira e mexe lança mão do discurso de ataque ao mercado. Desde segunda-feira, por exemplo, tem se referido a essa “entidade” como “dinossauro voraz” e “rinoceronte”.

Na prática, sem contar com os homens fortes de seu primeiro mandato, em 2003, Lula 3 se parece cada vez mais com a gestão de Dilma. O petista, no entanto, tem mais jogo de cintura política do que sua afilhada. Ao menos nessa temporada, é difícil que o MDB velho de guerra precise lhe entregar um bambolê, como fez com a então presidente.

Ex-chefe da FAB rebate Ciro Nogueira e diz que senador ‘agride as instituições’

TB C. Baptista Junior (Brasil): "O KC-390 é o presente e o futuro da  aviação militar brasileira"

Baptista Jpunior se diz decepcionando com esse tipo de político

Mariana Muniz
O Globo

O ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, reagiu nesta segunda-feira às acusações feitas pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro, de que ele teria mentido em depoimento à Polícia Federal.

Sem citar Baptista Júnior, Nogueira escreveu nas redes sociais: “Quer dizer que agora um chefe, dois chefes (?) de Forças Militares testemunham um golpe de estado e não fizeram nada?”.

O brigadeiro falou à PF, entre outras coisas, que o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, teria ameaçado o ex-presidente de prisão: “Depois de o Presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então Comandante do Exército, General Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República”, diz trecho do depoimento do antigo chefe da Aeronáutica.

DIZ O BRIGADEIRO – Em publicação feita nas redes sociais, Baptista Júnior disse que as falas de Ciro Nogueira têm finalidade eleitoral e agridem as Forças Armadas.

“Ao tentar apoio para as eleições de 2026, o senador @ciro_nogueira agride a instituição militar e demonstra desconhecer a lei brasileira, que estabelece que a continência militar é devida às autoridades, não às pessoas”, disse, acrescentando:

“Não há vergonha em se cumprir a lei, independente dos governos de turno, que há muito se merecem e se retroalimentam. A honra está na alma e nos exemplos, não no terno, na farda ou no pijama. Se é este o exemplo de um presidente de partido, pouca esperança resta na política”.

Confirmado! “Melancias” são indigestas para golpistas e melhoram a democracia

O presidente da República, Jair Bolsonaro  ao lado dos comandantes das Forças (da esq. para dir.), general Freire Gomes, almirante Almir Garnier e brigadeiro Carlos Baptista Júnior. Garnier teria sido o único a concordar com golpe

Bolsonaro nomeou “comandantes melancias” e se deu mal

Eliane Cantanhêde
Estadão

Além de deliciosa, suculenta e refrescante, a ciência política acaba de descobrir outras propriedades da melancia: indigesta para candidatos a ditadores, é capaz de impedir golpes de Estado e faz bem à democracia. Acusados de “melancias” pelos golpistas, oficiais de altas patentes não cederam às “ordens”, pressões e constrangimentos do então comandante-em-chefe das Forças Armadas e, assim, frustraram a decretação de estado de defesa e anulação da posse do presidente legitimamente eleito.

Se a melancia é verde por fora e vermelha por dentro, nenhum dos oficiais legalistas é e nem seria “vermelho” ou comunista. Isso não é só ridículo, é mais uma farsa, uma fake news grosseira para manipular mentes e corações vazios e suscetíveis a mitos, messias, salvadores da Pátria. Aqueles oficiais foram apenas o que 100% de militares deveriam ser: legalistas, batendo continência à Constituição e aos poderes constituídos.

COMEÇOU ANTES – O foco da Polícia Federal, sob coordenação do ministro do STF Alexandre de Moraes, é na fase aguda do atentado à democracia, quando foram redigidas e discutidas as minutas do golpe e do pronunciamento em que o então presidente Jair Bolsonaro anunciaria o estado de defesa, o fechamento do TSE, a prisão de Moraes e a anulação das eleições e da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O golpe, porém, começou muito antes.

Nunca é demais, nem será, lembrar que Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Aeronáutica, brigadeiro Bermudez, e da Marinha, almirante Ilques Barbosa, que fizeram um risco no chão: daqui, não passaremos.

Ou seja, não seriam usados para aventuras delirantes de um presidente golpista. Assim emergiram na Defesa os generais Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira. Para quê? Para fazer o jogo sujo. Hoje, estão ambos no fundo do poço, ao lado do general Augusto Heleno e do almirante Almir Garnier – o único comandante a aderir e colocar tropas à disposição do golpe.

MILITARES DE VERDADE – As investigações da PF entraram na sua fase final com os depoimentos dos ex-comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da FAB, brigadeiro Baptista Junior, que confirmaram o papel decisivo do então presidente da República no golpe e estão a anos luz de serem esquerdistas, comunistas ou qualquer bobagem assim.

Muito menos “cagões”, como o general foi chamado por Braga Netto, um dos expoentes do golpe bolsonarista, que se alinhava a tipos como Ailton Barros, expulso do Exército, para jogar blogueiros suspeitos contra os “quatro estrelas” antigolpe.

Esse ataque de Braga Neto rompe com a velha cultura de camaradagem da caserna e serviu como carta branca para que Freire Gomes e Baptista Junior, sem constrangimentos, contassem o que sabiam, em detalhes, aos delegados da PF.

TROFÉU A BRAGA NETTO – Na sexta-feira, dia em que as íntegras dos depoimentos foram liberadas, os legalistas do Exército comemoraram, irônicos: Moraes e a PF deveriam dar um troféu ao Braga Netto…

O cronograma das investigações foi discutido entre o ministro Moraes e os delegados responsáveis na PF antes da divulgação dos depoimentos e está assim: nesta semana, será concluído o inquérito dos atestados falsos de vacina; em abril ou maio, o da tentativa de embolsar e vender joias que seriam do Estado no exterior e, por fim, o fecho de ouro, o do golpe de Estado, tramado e liderado por Jair Bolsonaro, que embola os mesmos personagens e cenários. A previsão é até o final de julho, antes do semestre eleitoral, mas depende ainda de detalhes que não são apenas detalhes.

Um deles é a lenta e trabalhosa perícia em celulares, computadores e laptops dos investigados, para preencher lacunas, confirmar ou corrigir dias, locais e nomes e, eventualmente, acrescentar novas informações e participantes do golpe.

OUTROS NÚCLEOS – Há, ainda, outros núcleos dos quais pouco se fala, mas é importantíssimo apurar: o das polícias e dos CACs, onde havia golpistas infiltrados para legalizar armas. Essa linha de investigação segue a agenda de Bolsonaro no poder, consumida em motociatas, reuniões nas Forças Armadas, festinhas nas PMs dos Estados e armamento da população civil, via CACs.

Aliás, os depoimentos liberados pelo STF na sexta-feira trazem à luz novos envolvidos, que logo serão ouvidos pela PF. O general Eduardo Pazzuelo, que não foi só o pior ministro da Saúde da história, e civis como a deputada Carla Zambelli, já chamada de “vivandeira de quartel” (como o ex-presidente Castello Branco chamava civis que atiçavam os militares para golpes), o ex-advogado-geral da União, Bruno Bianco (que, a favor dele, foi um dos que atestou a segurança das urnas eletrônicas) e o jurista Ives Gandra, um dos maiores do País, apontado como uma espécie de conselheiro para as minutas discutidas por Bolsonaro com os comandantes militares.

PODE SER CONDENADO – Bolsonaro sabe que está indefensável e, além de inelegível até 2030, pode ser condenado por tentativa de golpe, atentado violento contra o Estado Democrático de Direito e organização criminosa, o que pode chegar a 30 anos de prisão e de suspensão de direitos políticos. Assim, usa e abusa do que lhe resta: multidões. Isso pode incendiar o País.

E Lula? Acerta ao ficar calado e também ao se informar. Na sexta-feira, participava de eventos oficiais no Rio Grande do Sul, com o diretor geral da PF, Andrei Passos Rodrigues.

Dirão que conversaram sobre “amenidades”. Acredite quem quiser.

Após cair nas pesquisas, Lula sobe tom e pressiona os ministros por resultados

Presidente celebra conquistas de 2023 na abertura de reunião ministerial — Planalto

Lula reclamou dos ministros cobrou resultados palpáveis

Marianna Holanda, Idiana Tomazelli e Catia Seabra
Folha

O presidente Lula (PT) aumentou a pressão por mais entregas do governo com impacto econômico, após pesquisas de opinião indicarem queda em sua popularidade. O discurso da busca por “melhorar a vida das pessoas”, com ganhos no emprego, na renda e na qualidade de vida, tem sido a tônica do terceiro mandato do petista, mas os apelos ganharam novos contornos diante da avaliação de que resultados positivos em indicadores econômicos, como o PIB no ano passado, ainda não se reverteram em maior otimismo entre parte dos brasileiros.

O presidente comandou às 9h30 desta segunda-feira (18) a primeira reunião ministerial do ano, com todos os integrantes do primeiro escalão do governo. A expectativa é a de que Lula repasse as cobranças por resultados, seguindo o tom que já vem sendo adotado tanto em reuniões privadas quanto publicamente.

ELEIÇÕES À VISTA – A proximidade com as eleições municipais também eleva a temperatura das discussões. Ainda que o pleito não seja o gatilho principal para o anúncio de novas medidas pelo Palácio do Planalto, há o temor de que a sensação de mal-estar não se dissipe a tempo e impacte negativamente na hora de os eleitores irem às urnas.

A disputa nos municípios neste ano é considerada importante para garantir eventual reeleição de Lula ou a eleição de um sucessor ungido pelo petista em 2026.

Auxiliares palacianos dizem que a meta é melhorar a avaliação nas pesquisas ao longo do ano, chegando a cerca de 50% de ótimo ou bom. Para atingir esse objetivo, governistas consideram central fazer a percepção de melhora na economia chegar na ponta.

EXIGÊNCIAS DE LULA – As cobranças de Lula passam por medidas para reduzir o preço dos alimentos, ampliar o crédito para a parcela mais pobre da população, fomentar a compra da casa própria pela classe média e impulsionar investimentos.

Um dos exemplos mais recentes da preocupação com medidas econômicas foi a discussão do preço dos alimentos com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda).

Após um resultado benigno em 2023, os alimentos começaram 2024 pesando no bolso dos consumidores. A alta acumulada de 2,34% nesses artigos entre janeiro e fevereiro foi um dos principais fatores por trás da variação acumulada de 1,25% no IPCA. O governo acredita ser este um ponto de atenção, principalmente diante da necessidade de ampliar a aceitação do governo entre as mulheres, incluindo as evangélicas.

COBRANÇA PÚBLICA – Após o encontro, os ministros disseram esperar redução nos preços até abril e fizeram uma cobrança pública para que os atacadistas repassem os preços mais baixos.

“Teremos uma estratégia para direcionar o crescimento da produção, para que ocorra perto dos centros consumidores. E estamos atentos também. Se essas medidas estruturantes, se os preços não abaixarem, nós podemos tomar outras medidas governamentais que serão estudadas pela equipe econômica”, disse Fávaro a jornalistas no Planalto.

O presidente também cobrou dos bancos públicos mais rapidez na agenda do crédito e expansão dos empréstimos para pequenas empresas e para a população mais pobre.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Sonhar ainda não é proibido, mas reduzir preços por pressão de ministros é providência que sempre dá errado. O mais apropriado seria fazer estoques reguladores, mas isso não funciona com perecíveis, que só obedecem às leis do mercado. (C.N.)

Musk faz previsão sombria para Ucrânia, porque seus cidadãos ‘morrem por nada’

Musk emite un lúgubre pronóstico sobre Ucrania

Musk é consciente e se preocupa com o que vai pelo mundo

Deu no RT

A Ucrânia corre o risco de perder mais cidadãos e mais território se continuar a recusar as negociações de paz, alertou o CEO da Tesla e da Space X, Elon Musk.

“Quanto mais tempo não houver paz, pior será para o povo da Ucrânia: mais pessoas morrerão e mais terras serão perdidas”, escreveu o proprietário do X (antigo Twitter)  na sua conta nas redes sociais.

MORRER À TOA – O popular magnata sul-africano-americano também opinou que os ucranianos são “enviados para morrer nas trincheiras por nada ”.

Musk expressa periodicamente as suas opiniões sobre o conflito ucraniano, criticando o Ocidente por continuar a apoiar militarmente Kiev, em vez de optar por meios diplomáticos de resolução do conflito.

Na mesma linha, há uma semana condenou os métodos de recrutamento forçado utilizados pelo governo da Ucrânia.

CRÍTICAS AO BRASIL – Elon Musk também tem feito críticas ao Brasil. Disse que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de condenar Wellington Luiz Firmino a 17 anos de prisão pela invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes no 8 de Janeiro é “excessiva”. O réu foi julgado pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

“A menos que falte alguma coisa aqui, a punição é muito superior ao crime”, declarou Musk em seu perfil no X. Ele respondeu à publicação de um usuário que afirmou que Wellington foi condenado “por subir ao topo de um prédio do governo para filmar o massivo protesto pró-Bolsonaro”.

Wellington fez vídeos de si próprio em cima da torre do Congresso Nacional durante o 8 de janeiro de 2023. A defesa alegou que réu entrou no prédio para “fazer turismo”. No entanto, o relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes, declarou que ele “adotou intensa postura de comemoração pela ‘tomada’ do prédio”.

(Matéria enviada por José Guilherme Schossland)

Prisão de Bolsonaro levaria Michelle a disputar Presidência, dizem aliados

Michelle Bolsonaro participa de ato na Avenida Paulista em defesa de Jair Bolsonaro (PL)

Michelle tomou gosto e sabe como unir política e religião

Fábio Zanini e Danielle Brant
Folha

A perspectiva eleitoral mais provável para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, segundo aliados, é disputar o Senado pelo Distrito Federal em 2026. Há, no entanto, um cenário em que isso pode mudar, diz um ex-ministro de Jair Bolsonaro: caso o ex-presidente seja preso até a eleição.

Nessa hipótese, Michelle se tornará imediatamente a candidata natural da direita para a Presidência, adotando como discurso a defesa do legado e da inocência do marido.

A ex-primeira-dama é considerada uma potencial puxadora de votos, e vem empolgando dirigentes do PL após participação em atos como o realizado na avenida Paulista em 25 de fevereiro. Seria o nome ideal para levar adiante as bandeiras conservadoras.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO fato é que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro está se preparando e intervém cada vez mais na política de seu partido, o PL. Em São Paulo, a comentarista política Zoe Martínez é a esperança de votos da sigla para a Câmara dos Vereadores de São Paulo. Michelle aposta suas fichas em Martínez e acredita que ela conseguirá levar uma bancada de vereadores alinhados à direita. Com 24 anos, nascida em Cuba e formada em direito, Zoe Martínez ganhou destaque no cenário nacional por comentários na emissora Jovem Pan. A filiação dela ao PL ocorreu no ano passado, por convite da ex-primeira-dama. Zoe Martínez se naturalizou brasileira em 2018 e, entre 2019 e 2020, trabalhou como assessora parlamentar no gabinete da deputada federal Bia Kicis (PL-DF). Desde 2023, trabalha com o 2º vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). (C.N.)

Tarcísio supera atritos com a direita e reforça apoio eleitoral para 2026

Tarcísio enfrenta crise com bolsonarismo e terá que ''provar que é de  direita'', diz jornal

Tarcísio sabe que o apoio de Bolsonaro é fundamental

Artur Rodrigues
Folha

O primeiro ano do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi marcado por tensão com o bolsonarismo. Eleito com o apoio de Jair Bolsonaro (PL), ele irritou os seguidores do ex-presidente e até o próprio por uma postura considerada moderada demais e por acenos vistos como à esquerda.

Agora o governador parece enfim ter superado as desconfianças, ao menos por ora. Com isso, vai se cacifando como um principal herdeiro de Bolsonaro, que está inelegível, e aparece como o mais cotado para a disputa presidencial de 2026 no campo da direita.

Os agrados a esse grupo vão da presença em ato de Bolsonaro na avenida Paulista à declaração de que não está “nem aí” para as denúncias de abusos cometidos pela Polícia Militar no litoral de São Paulo.

REUNIÃO COM SALLES – O último capítulo dessa aproximação consistiu no encontro na última segunda-feira (11) entre Tarcísio e o deputado federal e ex-ministro Ricardo Salles (PL), com quem manteve divergências.

O parlamentar era visto pelos bolsonaristas como a primeira opção neste ano como candidato do campo à Prefeitura de São Paulo, mas Tarcísio preferiu o apoio à reeleição de Ricardo Nunes (MDB).

Após o encontro, Salles afirmou que a questão eleitoral está pacificada com a indicação do vice de Nunes por Bolsonaro —no caso, o ex-chefe da Rota coronel Mello Araújo, que ainda não foi confirmado na chapa.

QUESTÃO DE ESTILO – “Eu acho que a direita entendeu que cada um tem o seu estilo e isso não desqualifica a liderança do Tarcísio na direita”, disse Salles, ressaltando que o papel do governador no Executivo é diferente do dos legisladores.

“Ele ocupa talvez o cargo mais importante da direita brasileira. E tem todas as credenciais de ser candidato ao que quiser ser.”

A declaração do deputado acontece em contexto no qual Tarcísio deve migrar ao PL, a pedido de Bolsonaro, que vê o governador como seu possível sucessor em 2026. O discurso no governo, porém, segue o de que o governador será candidato à reeleição em São Paulo.

DIREITA UNIDA – O encontro com o deputado foi mediado pelo deputado estadual Lucas Bove (PL), bolsonarista próximo ao ex-presidente e um dos mais influentes membros do grupo na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). A legenda da foto postada foi “direita unida”.

União é algo que nem sempre existiu na bancada de direita na Alesp ao longo do último ano, devido a tensões com o governo paulista por assuntos que vão de acenos vistos como à esquerda, como a sanção do feriado da Consciência Negra no estado, à falta de espaço no governo. Eles chegaram a formar um bloco que prometia agir com independência em relação a Tarcísio.

“Do lado dos bolsonaristas, houve uma compreensão de que o Tarcísio é mais moderado, isso não quer dizer que ele não é de direita e não defende as mesmas pautas que a gente”, diz Bove.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Está corretíssima a postura de Tarcísio de Freitas. Primeiro, unir a direita e a extrema-direita; depois, buscar apoio do centro e da esquerda moderada. Com isso, vai pavimentando o caminho para disputar a Presidência. (C.N.)

Ciro Nogueira ataca Freire Gomes, que ameaçou prender Bolsonaro 

Ciro Nogueira recebeu pastor lobista do MEC fora da agenda, diz site –  CartaExpressa – CartaCapital

Ciro Nogueira parte para o ataque a Freire Gomes

Luísa Marzullo
O Globo

O senador e ex-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), criticou nesta segunda-feira o general Freire Gomes que, segundo depoimento do brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica Baptista Júnior à Polícia Federal. teria ameaçado o ex-presidente Jair Bolsonaro de prisão, caso avançasse com a tentativa de golpe de estado. Em pronunciamento nas redes sociais, o aliado do ex-mandatário questionou a postura dos dois integrantes das Forças Armadas de não terem denunciado a suposta trama golpista.

— O General da ativa mais importante do país na ocasião que ouviu uma ameaça grave à Democracia é o mesmo que agora bate no ex-Comandante em Chefe que perdeu as eleições da mesma forma que bateria continência para o mesmo Comandante em Chefe, caso ele tivesse sido reeleito? — questionou o senador.

ATAQUE AO GENERAL – Em seguida, Ciro Nogueira chamou Freire Gomes de “criminoso inconteste”.

“Está absolutamente provado que há um criminoso inconteste. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o “golpe” ou o caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido” — disse.

Por fim, o senador afirmou que o general teria apoio da sociedade brasileira caso tivesse denunciado a trama golpista em dezembro de 2022 e ironizou as denúncias. “Borrar-se agora porque não pode fazer as continências que faria é uma vergonha inominável. Todos os militares têm o dever de honrar sua farda. Alguns deveriam ter ainda mais compromisso em honrar seus pijamas”.

DEPOIMENTOS – Na última sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo de parte dos depoimentos que compõem a investigação da trama do golpe, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em seus esclarecimentos, Baptista Júnior afirmou que Freire Gomes teria ameaçado o ex-presidente de prisão: “Depois de o Presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então Comandante do Exército, General Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República”, diz trecho do depoimento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, o general estava apoiando o golpe, caso houvesse fraude eleitoral. Como não se conseguiu provar a fraude, ele tirou o corpo fora. Apenas isso. (C.N.)

Prisão preventiva de Bolsonaro é mais do que necessária, alega Maierovitch

Wálter Maierovitch sobre indicação Daniel Silveira à CCJ: “É uma  contradição”

Maierovitch alega que é preciso garantir a lei e a ordem

Deu no UOL

Na opinião de Wálter Maierovitch, desembargador aposentado e comentarista da CBN e do UOL, a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é mais do que necessária para que possa haver a garantia da ordem pública.

“Eu estou vendo só do aspecto jurídico, [mas] acho que ele continua a tentar esse golpe, ele não parou. Talvez o que o Moraes fez ao mostrar tudo isso foi que o Bolsonaro continua atentando, agitando, perturbando, tirando a tranquilidade não só do governo, mas de todos nós. Veja o que ele fez na Paulista, veja como continuam as redes sociais”, disse Maierovitch no programa UOL News.

EXISTE MOTIVO –  No entender do comentarista, já existe justificativa para ser decretada a prisão preventiva. “Por quê? Ora, por ele ainda estar com essa terceira fase conjecturando, executando essa terceira fase golpista, acho que diante desses depoimentos todos, agora existe motivo para a prisão preventiva do Bolsonaro”.

E o argumento seria a garantia da ordem pública. “Desde que ele saiu, ele não parou de agitar e de tumultuar, tentando de toda forma e cooptar políticos, governadores. Veja a mudança de repente do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

TERCEIRA FASE – Wálter Maierovitch diz que Bolsonaro agora está em sua terceira fase golpista. “Ele não parou desde que deixou a Presidência… Tem todo um componente, de novo, de chamada dos bolsonaristas, de políticos. Ele não parou. A prisão preventiva é mais do que necessária nesse momento e à luz dos documentos que vieram, para a garantia da ordem pública.

O colunista do UOL disse que Bolsonaro começou com uma minuta de estado de sítio, percebeu que precisaria da aprovação do Congresso Nacional, o estado de sítio é uma solicitação ao Congresso. “Ele mudou para aquilo que ele poderia fazer de ofício por ato dele, então entrou em estado de defesa. E falou em instabilidade institucional”, assinalou Maierovitch, dizendo que Bolsonaro não desistiu do golpe.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Notem que Maierovitch, com sua experiência de juiz e desembargador, conhece profundamente a lei e por isso não a citou em momento algum. Seus argumentos são apenas políticos, nada têm de jurídicos. A meu ver, Bolsonaro não vale uma moeda de três dólares. Mas é exagero e mentira dizer que ele está planejando golpe, está pregando golpe. A meu ver, está apenas fazendo política e trabalhando para o PL, que lhe paga R$ 41 mil mensais e exige serviço. Conforme tenho defendido aqui, não há uma só lei que motive a prisão preventiva de Bolsonaro, antes de processo e julgamento. Quanto à Avenida Paulista, citada por Maierovitch, foram reunidas centenas de milhares de pessoas, sem que a ordem pública tivesse sido quebrada, o que é mais um argumento contra a prisão de Bolsonaro. (C.N.)

Lava Jato forneceu ao país um cenário de corrupção e deve ser avaliada de forma ampla

Charge do ZéDassilva (nsctotal.com.br)

Pedro do Coutto

Numa entrevista ao jornal Estado de S. Paulo de domingo, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, colocou em discussão aspectos da atual atuação da Corte Supremo sobre a Operação Lava Jato, acentuando que o STF ajudou a enterrar a Lava Jato.

“O que eu acho é que houve uma concepção equivocada por parte do Supremo. Só não houve a mesma concepção quanto ao Mensalão porque foi o Supremo quem julgou, aí evidentemente o tribunal ficaria muito mal na fotografia se viesse a declarar vícios na investigação e no próprio processo-crime.”

ANULAÇÃO – A questão não se reveste apenas de um lado, pois não há dúvida de que a operação Lava Jato forneceu ao país um cenário de corrupção então existente. Mas o fato é que o STF, meses depois dos julgamentos de Moro, envolvendo inclusive o atual presidente da República, anulou as condenações impostas a Lula, definindo como parciais os julgamentos do foro de Curitiba.

Entretanto, é preciso distinguir os efeitos da operação à época. A Lava Jato, repito, foi importante no país e seus exageros no julgamento não invalidam o aspecto principal da questão que se encontra no combate à corrupção. Tanto assim que várias empresas firmaram acordos de leniência, logo ficando evidente o reconhecimento de ilegalidades cometidas pelas organizações. Essa questão é impossível de ser ignorada.

SUSPENSÃO – Em entrevista ao Estadão, o ministro aposentado conta também que não vê com bons olhos a decisão de Dias Toffoli que suspendeu o pagamento das parcelas dos acordos de leniência firmados pela J&F e pela Odebrecht na Lava Jato.

“O grande problema é que nós passamos a ter, não pronunciamentos de órgão único, que seria o Supremo reunido em plenário, mas a visão individual de cada qual. Hoje a insegurança grassa, o que é péssimo. E mais do que isso: grassa o descrédito da instituição.”

O processo da Lava Jato, apesar de alguns percalços, funcionou como medida preventiva para evitar novos excessos, não só através dos julgamento de responsáveis, mas também como uma forma de confissão, pois a leniência decorre da aceitação da acusação, ainda que as empresas envolvidas agora tenham voltado às suas atividades. O importante agora é distinguir todo o processo que envolveu a Lava Jato e não apenas um lado da questão.