Elio Gaspari
O Globo/Folha
Protegendo-se no inquérito das joias das Arábias, Jair Bolsonaro resolveu ficar em silêncio. Se ele tivesse adotado essa estratégia durante seus quatro anos de governo em relação à pandemia da Covid e às vacinas, talvez não tivesse perdido a Presidência. Descobriu tarde que ficar calado é o melhor remédio.
Mauro Cid está colaborando com as investigações. Não se conhece o ponto final dessa colaboração, mas se conhece o ponto de partida.
ASSISTIU A TUDO – Convivendo com o ex-capitão, Cid viu como ele fritou um ministro da Defesa e três comandantes militares. Viu também a fritura do general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz e do fiel Gustavo Bebianno.
Pode ter concordado com todas as frituras, mas, desde que começou a história das joias das Arábias, não pode ter deixado de perceber que todas as versões de seu chefe podiam ser desconexas e contraditórias, mas convergiam num aspecto: fosse o que fosse o que havia acontecido, o responsável seria o tenente-coronel Mauro Cid. Era areia demais para o seu caminhão.
Detalhe: o tenente-coronel Mauro Cid e seu chefe, Jair Bolsonaro, encrencaram-se porque um e outro desconheceram as lições de um chefe militar e de um notável ajudante de ordens.
EXEMPLO DE DUTRA – O chefe militar foi o general Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra de 1936 a 1945. Ele precisava recrutar um ajudante de ordens e pediu que a cada dia um candidato o acompanhasse ao sair do ministério.
Veio o primeiro, Dutra disse-lhe que iriam para sua casa, em Ipanema. A certa altura o general disse ao motorista que seguisse em direção à zona norte. O capitão, polidamente, corrigiu-o.
No dia seguinte veio o segundo e a cena repetiu-se. O capitão ficou calado. Dutra nomeou-o.
OUTRO EXEMPLO – Em 1977 o capitão Juarez Marcon, ajudante de ordens do general João Baptista Figueiredo, acompanhava o chefe numa visita à Bahia.
Eles embarcaram num navio da Marinha, o mar estava encapelado e Figueiredo, fardado, conversava na popa. Marcon andou até ele, pediu-lhe o quepe e voltou para onde estava.
Quando lhe perguntaram por que pegou o quepe, ele respondeu: “Porque o navio está jogando muito. Se o general cair n’água, não faltará quem se atire para socorrê-lo. Se cair só o quepe, quem terá que se jogar serei eu”.
Hell de Janeiro.
Aonde vamos parar?
VERGONHA INTERNACIONAL!
José Luis
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://aeroin.net/tripulacao-da-british-e-assaltada-no-rio-de-janeiro-fica-em-estado-de-choque-e-voo-e-atrasado/&ved=2ahUKEwiRv43bjJmBAxWrhJUCHTFfCHcQFnoECA4QAQ&usg=AOvVaw1nRxoILD0dsZvYc64S9KHU
Manda pro Fachin despachar que ele explica, porque no Rio de Janeiro, não se pode tocar em bandido, assaltante e traficante. Com certeza, os britânicos entenderão sem problemas.
Não entendi?
Calma Sr J L.
Os CIEPs do lixo estão funcionando a todo vapor.
1) Bom artigo !
2) Licença… o Presidente Lula viaja hoje para a Índia onde será o Presidente do G20 até o final de 2024…
3) Com todo o respeito… vejo/leio/percebo inveja em muitas críticas ao renomado nordestino…
4) Que ele tem erros todo mundo sabe, pois ninguém é perfeito, mas vejam o que ele está fazendo de bom…
5) A inveja, entre outras é porque um autodidata está ajudando o Brasil a crescer… não sou petista/lulista…
6) Sou filiado ao PSB40 de Alckmin… que também tem erros, mas no momento estamos orando com a Opus Dei pelas melhorias do Brasil…
Bolsonaro está calado porque não tem como se defender, tudo que disser vai depor contra ele.
Ficar calado e empurrar o inquérito com a barriga até que o advogado encontre uma brecha na lei para salva-lo, numa missão impossível.
Esta calado porque não é burro.
Como diz a Bíblia em Eclesiastes, “Há tempo pra tudo. Tempo de falar e tempo de ficar calado.”