É bom pensar sobre o que a faixa de Gaza e a situação no Brasil têm em comum?

Ação policial deixa pelo menos 25 mortos e leva pânico à comunidade no Rio de Janeiro

Viver nas comunidades é tão perigoso quanto na faixa de Gaza

Alexandre Garcia
Gazeta do Povo

Enquanto a gente acompanha a guerra na faixa de Gaza, a gente esquece das guerras brasileiras, não é mesmo? Aquela chacina de médicos na Barra da Tijuca. Depois o justiçamento daqueles que se enganaram matando os médicos. E a Amazônia pululando também. O Rio de Janeiro, com territórios liberados, é quase uma faixa de Gaza.

Na Amazônia, agora as forças federais estão tratando mal os brasileiros, para serem aplaudidos no exterior. Jacareacanga, no Pará, está uma penúria. Lá há garimpeiros, mundurucu, droga, álcool, pobreza.

UMA FALSA RESERVA – Veja o que está acontecendo, também no Pará, em São Félix do Xingu, na Terra Indígena Apyterewa. Criaram uma reserva indígena – onde nunca teve indígena – para colocar os que seriam afetados pela inundação da barragem da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Houve uma negociação –  parece que nem ia atingir indígenas – mas criaram uma reserva, assim mesmo.

Só que isso faz meio século. Como os indígenas não foram para lá, tem brasileiro plantando cacau, criando gado. São trabalhadores, humildes, pobres que foram para lá porque não tinham outra forma de sobrevivência. Foram procurar a oportunidade e agora estão sendo escorraçados sem que a situação tivesse transitado em julgado.

Mas isso é para gringo ver. “Olha só como estamos protegendo a floresta”. Mas não estamos protegendo brasileiros humildes e que estão com a razão.

AQUI E EM GAZA – Por que eu estou contando isso? Olha, assim como em Gaza, aqui no Brasil estão tratando de gente que tudo da vida deles está lá. Eles não têm outro lugar para ir. A casa que fizeram, a escola que ergueram para os seus filhos ou a pouca criação de gado, o cacau que plantaram. Só para a gente lembrar.

Enquanto isso, de novo, tem mais um festival no exterior. As nossas autoridades viajaram para o Fórum Esfera Internacional em Paris. Até domingo, consta que vão estar lá o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, o decano do Supremo, o presidente do BNDES, o ministro de Minas e Energia. Todos eles estão indo para o exterior.

Dizem que é uma forma, talvez, de tentar fazer com que os parisienses encontrem brasileiros, ou vice-versa. Esses encontros são feitos também em Nova York, em Portugal e na Itália para discutir o desenvolvimento do Brasil. Só que eu não sei se é o momento de o presidente do Senado ou do Supremo se ausentar do país. Não me parece ser o melhor momento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG– Interessante este artigo do Alexandre Garcia, enviado por Mário Assis Causanilhas, que questiona o marco temporal. Em 1988 não havia indígenas onde existe hoje a falsa reserva. Mas quem se interessa? Quanto a essa mania de discutir o Brasil em viagens grátis para o exterior, é puro complexo de vira-latas. (C.N.)

7 thoughts on “É bom pensar sobre o que a faixa de Gaza e a situação no Brasil têm em comum?

  1. NO BRASIL, no aspecto disputa de poder, o único perigo que ronda o país, há 133 anos, continua sendo o revanchismo da comilança entre os irmãos siameses, simbióticos e autofágicos, apelidados de militarismo e partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, cuja guerra tribal, primitiva, permanente e insana dos me$mo$ por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, já chegou às raias da loucura, infeliz e desgraçadamente. E a alternativa contra os me$mo$, felizmente, é a civilização, representada pela Democracia Direta com Meritocracia, que canta para os me$mo$ a música do Roberto Carlos, comigo, daqui pra frente vocês terão que aprender a ser gente…, porque vocês não sabem, e nunca procuraram saber, que o melhor da vida é amar pra valer, porque quanto a gente ama pra valer o bom é ser feliz e mais nada…

  2. Vão para receber instruções caóticas e baderneiras, para tudo degringolar, como agendada “idéia fixa” determinada aos “para tanto alçados”, pró “Nação 6”!
    “Dendos”, em:
    https://www.espada.eti.br/n2332.asp
    PS
    Se desejou e prontificou-se a ser servil “alçado”, não tem como escapar, obriga-se à cumprir com o coração petrificado!

  3. OS CIDADÃOS INOCENTES DE GAZA ESTÃO NAS MÃOS DE BESTAS SANGUINÁRIAS, MONSTRUOSAS, DO HAMAS, ASSIM COMO OS INOCENTES JUDEUS ESTAVAM NAS MÃOS DAS BESTAS MONSTRUOSAS E SANGUINÁRIAS NAZISTAS! Essa imensa penitenciária de 2 milhões de prisioneiros é controlada externamente por Israel. Ninguém sai, ninguém entra; nada sai nada entra sem a permissão de Israel. Internamente a ‘’penitenciária Gaza’’ é controlada pelos facínoras, psicopatas, bestiais e cruentos do Hamas. No Brasil, as penitenciárias brasileiras são dominadas internamente pelas facções criminosas; o controle externo é do Estado brasileiro! A justificativa de Israel em Gaza é que se deixasse o povo palestino em completa liberdade isto causaria um êxodo, um caos ou crise humanitária internacional de refugiados; da mesma forma os judeus ficaram vagando 40 anos pelo deserto, comendo maná e tomando água de pedra. Quem aceitaria os palestinos de Gaza? Os escorpiões e serpentes do deserto? Os Judeus também estiveram na mesma situação quando Hitler enchia navios com judeus, mas eles retornavam ao ponto de partida! Ninguém no mundo queria os judeus desterrados pelos nazistas! Hoje, 12.10.2023, eu assisti o relato de um jovem professor palestino, morador de São Paulo. Ele relatou que trabalhou em Gaza desde os 12 anos de idade até decidir partir aos seus 20 anos. Economizou 1.500 dólares. Foi parado e detido por soldados israelenses os quais passaram 3 dias caçoando e debochando dele. O jovem palestino cansado, esgotado, ofereceu aos soldados israelenses as economias de sua vida de trabalho, 1.500,00 dólares. Os soldados embolsaram o dinheiro e o expulsaram para longe de Gaza. Ele chegou ao Brasil, trabalhou como professor, sobreviveu. Ele disse que consegui trabalhar e fazer economias porque sempre estudou e se esforçou muito, sempre sonhando em deixar Gaza, mas que 99% dos demais jovens não têm a mesma sorte, as mesmas oportunidades que ele teve (desculpem, não anotei o nome, nem o canal de TV; talvez o canal repita o relato, mais tarde). O ego humano é tão monstruoso que o planeta Terra não um metro sequer de espaço sem que um proprietário se apresente como tal! LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA.

  4. Só quem foi à Paris ou Roma, e ficou hospedado frente à Torre Eifell ou ao Coliseu sabe como é debater os problemas da Gaza brasileira. E ainda às custas do pagador de impostos brasileiro. Mas este é o Brasil que temos, que não merecemos mas de nada adianta dizer que o cara não nos representa, foi escolhido pela maioria de nós, e nada faz para mudar o que está aí, porque estes debates infinitos são do agrado de todos, dos donos do poder. Fica fácil entender o ódio que as pessoas tem do Milei, ele quer o fim da “casta”, a mesma casta que vai discutir os problemas brasileiros bem longe do Brasil.

  5. Viver nas comunidades é tão perigoso quanto na faixa de Gaza

    A população que vivem em comunidades está reféns dos narcoPTraficantes..

    O medo e o silêncio fazem parte do cotidiano..

    È o silêncio pela vida……

    E aquele Plano de Segurança falando e cantado em verso e prosa pelo Ladrão até agora não vingou

    Não se tem noticias de que caminhões carregados com livros subiram os Morros para trocarem por armas dos narcopetralhas…

  6. Tudo que o articulista diz, não tem nada a ver com o governo que está há nove meses no poder. O que acontece no Amazonas, a milícia, e o narcotráfico, foi ficarem mais fortes e mais bem armados e tem ver com o governo Bolsonaro, basta fazer uma recapitulação do que Bolsonaro fez no Amazonas e a flexibilização das armas em que os maiores beneficiados foram as milícias e os traficantes.

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