Rosana Hessel
Correio Braziliense
Apesar das revisões para cima do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê o Brasil voltando para o grupo das 10 maiores economias do planeta, o volume de serviços no Brasil recuou 0,9% em agosto, desacelerando na comparação a julho, quando cresceu 0,4% frente ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado de agosto na comparação mensal da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) ficou abaixo das expectativas do mercado e deixou um sinal de alerta sobre a fragilidade da recuperação da atividade econômica do país.
70% DO PIB – O setor de serviços é o que mais emprega e tem um peso em torno de 70% no Produto Interno Bruto (PIB).
Conforme os dados do IBGE, dentre os setores pesquisados, quatro das cinco principais atividades recuaram frente ao nível do trimestre terminado em julho: transportes (-0,7%); outros serviços (-0,6%); serviços prestados às famílias (-0,3%); e informação e comunicação (-0,2%), ao passo que os profissionais, administrativos e complementares (0,8%) assinalaram a única expansão.
Na comparação com agosto de 2022, a alta foi de 0,9%, também abaixo das estimativas do mercado, que giravam em torno de 2,8%, e da alta de julho na mesma base de comparação, de 3,6%.
FOI SURPRESA – O economista da CM Capital, Matheus Pizzani, lembrou que a mediana das estimativas do mercado estava em 0,4% para a PMS de agosto. Segundo ele, esse desempenho pior do que o esperado teve a contribuição da queda de quatro dos cinco principais grupos que compõem o indicador, com destaque para os serviços prestados às famílias (-3,8%), impactado pelo forte recuo do subgrupo de alojamento e alimentação (-3,5%).
“O movimento pode ser explicado pela correção do crescimento apresentado pelo grupo nos meses anteriores, bem como a ausência de fatores sazonais que favoreçam sua performance, como os feriados, que tendem a dinamizar o desempenho do grupo e ajudaram a impulsionar os resultados dos meses anteriores”, explicou.
O analista lembrou que esse último ponto ajuda a explicar também a retração de 2,1% sofrida pelo grupo de transportes, armazenagem e correio, influenciado negativamente pela queda de todos os seus componentes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Conforme temos afirmado aqui, parece otimista demais a expectativa do FMI em relação ao crescimento do país neste ano. Já estamos avançando no último trimestre e precisamos dos resultados de setembro para uma visão mais nítida. (C.N.)
Pra quem presta atenção nos dados e não está com a cabeça enfiada na areia, esse resultado não foi nenhuma surpresa.
A economia simplesmente está travando, a única coisa que está crescendo é o gasto do Estado, mas isso não é crescimento, nada está sendo produzido a mais, só “papel” está sendo emitido.
Lula está tentando induzir um crescimento artificial com base no crescimento do gasto do Estado, mas isso claramente não é sustentável, como a história já provou inúmeras vezes.
Vai chegar um ponto em que a conta estará tão alta que restarão três opções, a disparada da inflação, uma recessão brutal, ou a quebra total do Estado, claro que pode acontecer tudo isso ao mesmo tempo.
Lula está levando o Brasil ao desastre, com a ajuda da imprensa amestrada, das classes parasitas do Estado e da alta classe burocrática.
É mais, o FMI já foi um órgão extremamente técnico que nunca se dobrava a choradeira populista de governos perdulários.
Mas até o FMI capitulou e caiu na cantilena progressista e intervencionista, os bilhões despejados na barca furada da Argentina estão aí pra provar.
O FMI passou todo o governo Bolsonaro prevendo o pior é tendo que rever para melhor suas previsões, agora será o contrário…