Vinicius Torres Freire
Folha
Começou o fim do ano. Conversas sobre onde passar o Natal, o que fazer das crianças em férias e aquele prenúncio de aflição com as contas, ainda maiores no começo do ano. Não vi revoadas de aleluias em São Paulo. Estariam confusas, pela sucessão de calorões?
Para aqueles cada vez mais raros que se ocupam de economia, é temporada de revoadas de análises do ano que vem. A gente espera que os erros de estimativa para 2024 sejam moderados e pelo menos úteis. Têm sido estapafúrdios, em especial quanto ao crescimento da economia. Pelas estimativas de fins de ano, erradas desde 2020, o país seria hoje uns 5,5% mais pobre do que já é.
ASSUNTOS ESOTÉRICOS – Crescimento e PIB são assuntos esotéricos e indiferentes para a maioria. Têm deixado de ter interesse para quem presta atenção a debates públicos mais ou menos organizados, a velha ou morta “opinião pública”, hecatombada pelas redes insociáveis.
Nos dois primeiros anos de seu primeiro governo, Lula costumava pedir paciência ao povo, pois logo viria o “milagre do crescimento”. Quem ainda trata de como fazer o país crescer mais? Redistribuir não basta, nem de longe.
O Brasil é pobrinho. Numa lista de uns 180 países, costuma ficar ali pelo 80º lugar em renda média — e ficando para trás. Desde o ano 2000, mesmo excluídos os anos da Grande Recessão, crescemos a 85% da velocidade média do PIB do mundo.
POBRES NO ORÇAMENTO – Em vez de crescimento, fala-se de “colocar os pobres no orçamento”. O orçamento acabou, mesmo tendo havido grande aumento de despesa em 2023 e 2024. É possível, ora necessário, cobrar mais imposto, mas esse extra apenas pagaria a despesa que não é coberta pela receita de impostos e, se vier algo mais, reduziria o endividamento.
A esquerda ou muitos dos que passam por economistas na esquerda acham que aumento sem limite de dívida não é problema. É. Para começar, basta ver as taxas de juros, o custo de o governo tomar dinheiro emprestado.
Nos 12 meses até setembro, o custo da dívida interna esteve em 11,15%. Descontada a inflação (IPCA), quase 6% ao ano. Em setembro, a taxa média de juros dos novos empréstimos foi de 11,93%. Os rentistas se divertem. O país cresce menos do que poderia. Etc. Não, não adianta apenas o Banco Central mexer na Selic.
MENOS JUROS – A queda da Selic pode, porém, ajudar a aliviar a situação na segunda metade de 2024. Entretanto, é preciso saber o que será das taxas de juros de prazo mais longo, que aumentaram desde agosto, quando a Selic começou a cair, por causa de juros americanos e do fracasso esperado das metas fiscais do governo.
Em 2023, o PIB terá crescido principalmente por causa de agropecuária e aumento de transferência de renda (Bolsa Família, outros benefícios sociais). IBGE e Conab estimam que a safra será ainda excepcional, mas menor do que a deste ano —há o risco El Niño. A renda das exportações, grosso modo petróleo, grãos, comidas e ferro, não deve aumentar.
O nível de emprego continua bom, embora não se saiba muito bem o motivo. Difícil que cresça muito em 2024 ou que se possa estimar direito o que vai ser. Pode vir daí algum alívio.
PIB SEM IMPULSO – O déficit federal talvez fique no mesmo nível, o que não oferece impulso para o PIB, estímulo que de resto seria desbastado pelos juros altos, graças também ao déficit e à quase certa desmoralização do plano fiscal.
O mercado de capitais se recupera, mas juros altos e incerteza devem deixar a recuperação do investimento produtivo para a segunda metade de 2024.
Com sorte, sem novos problemas econômicos e políticos no mundo, o país talvez cresça uns 2%, um tico medíocre melhor do que a média pós-Grande Recessão e pré-epidemia, acumulando problemas fiscais e sem meta de crescimento ou desenvolvimento.
Sr. Newton
Por falar em PIB, Los Hermanos vão descendo á ladeira sem freio……
Inflação anual alcança 142,7% na Argentina, a dias do segundo turno presidencial
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/11/inflacao-anual-alcanca-1427-na-argentina-a-dias-do-segundo-turno-presidencial.shtml
Dá-lhe 51…!!
Não sei. Mas se ficou 4 anos com um completo idiota na presidência e um.picareta na Economia e sobreviveu, vai dar certo.
Então… ninguém vai falar sobre isso?
BOMBA: Sob comando de Dino, Ministério da Justiça recebe integrante do Comando Vermelho para reuniões
https://terrabrasilnoticias.com/2023/11/bomba-sob-comando-de-dino-ministerio-da-justica-recebe-integrante-do-comando-vermelho-para-reunioes
Calma…
Hoje a pauta está lotada…
È tanta maracutaia , corrupção, picaretagens, mutretas, esculhambação que algumas noticias ficam para trás….
PS.
Eles (petralhas) tem vários papos cabulosos com o “pessoal” do crime”….
Esse ai é só mais um.
E quando o PIB cresceu, sem que fosse impulsionado pela exportação de produtos primários e de serviços?
Desde os anos 2000? Depois de 1980, qual a média de crescimento do PIB?
Nada, desde que o país continue a arrecadar impostos suficientes para sustentar a farra dos políticos e da magistratura.
De PIB para PIMBA, um chute no trazeiro!
Depois dos governos militares, nossa indústria foi literalmente aniquilada com a abertura dos portos e aeroportos as nações amigas e inimigas.
PS: É até ridículo ficarmos perguntando o que aconteceu.
Caro Jose Pereira Filho, aderimos ao Consenso de Whashington e nos f….
Alberto Dines entrevista o jornalista Hélio Fernandes no Observatório da Imprensa
https://www.youtube.com/watch?v=r2L8h62a5XQ