Prefeito de Maceió e governador ainda não discutiram a tragédia da Braskem

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, e o governador de Alagoas, Paulo Dantas, são adversários na política local

Prefeito e governador são inimigos e não se falam

Bernardo Mello
O Globo

Adversários na política alagoana, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), e o governador Paulo Dantas (MDB) não estabeleceram contato desde o alerta de risco de colapso de uma mina da Braskem, que completou uma semana nesta quarta-feira. Interlocutores de ambos os lados creditam a falta de comunicação às divergências recentes entre ambos envolvendo indenizações da mineradora, além da rivalidade entre seus respectivos padrinhos políticos — o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), aliado de Caldas, e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), correligionário de Dantas.

Na última quinta-feira, ao lado de Lira, o prefeito de Maceió afirmou que havia tentado falar naquela manhã com o governador, mas foi “informado que eles estava em trânsito”. O Globo apurou com assessores de Dantas e de Caldas que o prefeito pediu o número do celular de uso direto do governador.

NÃO SE FALARAM – As versões divergem a partir daí. Segundo interlocutores do prefeito, ele fez mais de uma ligação, sem sucesso; já o governador afirmou a aliados que o telefonema de Caldas “nunca chegou”.

Procurada, a assessoria de imprensa de Dantas informou que o governador, embora não esteja em contato direto com Caldas, orientou órgãos da administração estadual a colaborarem com a prefeitura, e que não houve “nenhuma negativa ou dificuldade imposta pelo governo”. Já a assessoria de imprensa do prefeito de Maceió afirmou que Caldas “ainda deseja estabelecer esse contato” com o governador de Alagoas.

A guerra fria entre prefeito e governador ocorre em meio a um acirramento das relações entre Lira e Renan, que têm um histórico de atritos envolvendo a Braskem. O senador, aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pressiona o governo a apoiar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar responsabilidades da empresa pelo afundamento do solo em Alagoas. O PP, de Lira, é um dos partidos que resiste à instalação do colegiado.

ACORDO COM BRASKEM – No início deste ano, o prefeito de Maceió firmou um acordo com a Braskem, elogiado por Lira, para que o município receba R$ 1,7 bilhão em indenizações até o fim de 2024. A negociação foi criticada por Dantas e por Renan, que questionam desde o valor acertado até o fato de o governo estadual não ter participado das tratativas.

Na visão de aliados de Lira, o grupo dos Calheiros tenta desestabilizar a gestão de Caldas de olho na eleição de 2024, quando o prefeito concorrerá à reeleição. Com a verba da Braskem, Caldas já anunciou a municipalização de um hospital privado por R$ 266 milhões.

No último domingo, o prefeito cobrou publicamente o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) a apresentar as licenças ambientais das minas de sal-gema da Braskem, e disse haver um “monopólio de informações” por parte da administração estadual.

Já interlocutores de Caldas avaliam que a recusa do governador em estabelecer contato seria parte de uma estratégia para transferir à prefeitura toda a responsabilidade pelo afundamento do solo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O acordo com a Braskem é uma indecência. Paga os prejuízos dos moradores, mas a empresa fica dono de cinco bairros que serão valorizadíssimos quando a mineração foi desativada ou modernizada e não representar mais riscos aos moradores. É o que se chama de enriquecimento mais do que ilícito. Aliás, não se poderia esperar outra coisa da Odebrecht… O que rolou de propina faz inveja à Lava Jato. (C.N.)

3 thoughts on “Prefeito de Maceió e governador ainda não discutiram a tragédia da Braskem

  1. A Branken se livrará de processos judiciaias,que seram assumidos pela PETROBRAS,embora tenha como sócia a NOVONOR,e com isso assumirá a parte podre da empresa e entregara a preço de BANANA a NOVONOR,quê para surpresa de ninguem nada mais é que a o nome novo adotado pela empresa do “AMIGO” de Lula: a ODEBRECH. Mais um ROUBO que o Brasil terá de pagar as contas A ODEBRECH lesará mais uma vez o Brasil com a ajuda de Lula. Esse País só irá mudar quando esse CANCEROSSO MORRER.

  2. Senhor Carlos Newton , não seria o caso de se promover uma intervenção federal no Estado de Alagoas , afastando tanto o governador , quanto o prefeito da capital Maceió, em prol da população local , uma vez que as diferenças pessoais de Governador x Prefeito estão se sobrepondo aos interesses do povo local e impedindo uma solução para a questão Sal-gema .

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