Hamilton Ferrari
Poder360
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o deficit primário das contas públicas já seria de R$ 130 bilhões em 2023 sob o governo Jair Bolsonaro (PL). Ele defendeu que o rombo “é o que vai acontecer” neste ano, podendo ser também de R$ 130 bilhões.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2023 previa um saldo negativo de R$ 63,7 bilhões nas contas. Além disso, “mais de R$ 60 bilhões” seriam somados pela promessa de campanha eleitoral de aumentar o valor do Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família.
HOUVE CALOTE – Haddad realizou um café da manhã de fim de ano com jornalistas na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília. O ministro disse que herdou um problema fiscal e citou que houve “calote” de Bolsonaro, assim como houve no governo Fernando Collor, segundo Haddad.
“Várias rubricas no Orçamento [de 2023] de despesas contratadas estavam descobertas, como o Bolsa Família”, disse. “A lei foi encaminhada em 31 de agosto de 2022. Ao transcorrer o processo eleitoral, os dois candidatos que foram para o segundo turno se comprometeram com o Bolsa Família nos patamares conhecidos”, completou.
Haddad declarou que também não havia recursos também para a Previdência Social. Segundo ele, não é uma acusação ou reclamação, mas “um dado real, concreto da realidade”.
R$ 130 BILHÕES – Haddad disse que o deficit de R$ 130 bilhões é o que “vai acontecer”. Posteriormente, citou que será de R$ 130 bilhões ou R$ 140 bilhões. Segundo o ministro, o saldo negativo inclui o pagamento de R$ 16,3 bilhões para Estados e municípios, frutos de ação do STF (Supremo Tribunal Federal). Afirmou que o governo teve que compensar em 2023 com a menor alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis em 2022.
Ele não considerou na conta de resultado primário o pagamento dos precatórios, que será um desembolso de R$ 93 bilhões em dívidas julgadas no judiciário. Afirmou que a medida corrige um “calote” dado pelo governo anterior.
“É muito desagradável um país com a dimensão, importância e economia do Brasil não pagar uma dívida ordenada pelo Judiciário transitada em julgada e indiscutível”, lamentou Haddad.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Tradução simultânea: sem fazer escândalo, como é de seu estilo, Haddad está dizendo que Collor e Bolsonaro fizeram contabilidades criativas ou maquiadas, o que é verdade. Infelizmente, nenhum repórter presente ao evento se preocupou em perguntar se Haddad também não se lembra das contas do próprio Lula e de Dilma Rousseff, que redundaram nas pedaladas que a derrubaram do poder, sem deixar saudades. Recordar é viver, e os jornalistas precisam se dedicar a essas comparações com o passado, para melhor imaginar o futuro.(C.N.)
Certíssimo, CN!
Erraram mas não foram eu.
Demência seletiva típica dos fiéis do experimento soviético.