Paulo Peres
Poemas & Canções
Atualmente, a maioria dos políticos e das autoridades públicas brasileiras, ironicamente, faz lembrar muito o poema “Quadrilha”, do bacharel em farmácia, funcionário público, escritor, cronista, jornalista e poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), um dos grandes mestres da poesia brasileira. Este poema inspirou uma das mais belas canções de Chico Buarque de Hollanda.
QUADRILHA
Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim
que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e
Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história
FLOR DA IDADE
Chico Buarque
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amorNa hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
Armadilha
A mesa posta de peixe, deixa um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amorVê passarela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava Juca que amava Dora que amava
Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Deram-se a conhecer, quadrilhas que não amam ninguém, que alçam e desalçam(petrolando) à menor negativa de seguimento da agenda!