O que Bolsonaro pensa das chances de Michelle disputar a Presidência 

Michelle Bolsonaro afronta 'aliados' e diz que marido será candidato em 2026 | Brasil | EM OFF

Michelle está sempre fazendo campanha e já se acostumou

Malu Gaspar e Rafael Moraes Moura
O Globo

Impedido de disputar eleições até 2030, após ser condenado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jair Bolsonaro tem uma resposta pronta para quem o pergunta em conversas reservadas sobre as chances de a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se candidatar à Presidência da República: “Só deixaria concorrer se fosse minha ex-mulher”.

Foi o que ouviu um interlocutor que conhece Bolsonaro há muitos anos, em um encontro recente. Apesar do tom irônico, o comentário é interpretado como um sinal de que Bolsonaro só aceita retornar ao Palácio do Planalto se ele mesmo for o candidato – e teria ainda mais resistência se fosse para desempenhar um papel secundário numa eventual administração de sua mulher.

TERIA CHANCES – Pesquisas internas nas mãos da cúpula do PL apontam que Michelle seria uma candidata competitiva à Presidência da República. Ela teria como maiores ativos políticos o fato de ser uma “novidade” jamais testada nas urnas – além de carregar o sobrenome do marido, é claro.

Mas também por conta disso, enfrenta uma forte rejeição de parcela do eleitorado que torce o nariz para o retorno do clã ao comando do país.

As mesmas pesquisas internas mostram que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem bom apelo junto ao eleitorado de direita e menos rejeição, o que daria a ele mais chances de vencer uma disputa presidencial da qual Bolsonaro não participasse.

CRISE FAMILIAR – Na opinião de interlocutores de Michelle ouvidos pela equipe da coluna, Bolsonaro até toparia uma eventual candidatura da ex-primeira-dama ao Planalto, mas a resistência viria de outro lugar. “O problema mesmo são os filhos, e não ele”, diz um aliado, em referência à conflituosa relação de Michelle com Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro.

Hoje, o cenário considerado mais provável é Michelle disputar uma cadeira no Senado pelo Distrito Federal para reforçar a bancada bolsonarista na Casa a partir de 2027.

Em entrevista ao site Pleno News publicada na última terça-feira, a própria Michelle afastou a possibilidade de disputar a presidência e voltou a defender a candidatura do marido. “O Jair está mais ativo do que nunca, nós estamos trabalhando para reverter as injustiças que ele vem sofrendo e eu acredito que ele será o nosso próximo presidente”, declarou.

SEM CORRERIA – “Eu afirmei que desconfiava de antecipações exageradas relativas às eleições de 2026. Disse isso por uma razão bem específica: penso que tem alguém – ou “alguéns” – muito interessado em acelerar o processo de apresentação de nomes de prováveis presidenciáveis. Parece até uma tentativa de diminuir a importância do nome do meu marido no cenário político nacional.”

Aliados de Bolsonaro querem emplacar no Senado ao menos um candidato conservador por cada estado, já que são duas vagas em jogo em 2026, quando ⅔ da Casa vai ser renovada. Mas em alguns redutos do bolsonarismo, como Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal, a torcida é para que as duas vagas das disputas regionais fiquem nas mãos de aliados do ex-presidente.

Nesse cenário, aliados de Bolsonaro teriam votos suficientes no Senado para, por exemplo, abrir um processo de impeachment contra integrantes do STF na próxima legislatura – cenário que o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), favorito a assumir a presidência da Casa no ano que vem, diz nos bastidores considerar bastante provável a partir de 2027.

AINDA INELEGÍVEL – Por enquanto, Bolsonaro segue inelegível. Ele foi condenado no TSE por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação, por ter convocado uma reunião com embaixadores para atacar o sistema eleitoral, além de transformar em comício as comemorações do bicentenário da Independência.

Integrantes do TSE ouvidos pela coluna consideram pouco provável que ele consiga reverter a inelegibilidade, ainda que o tribunal seja presidido em 2026 pelo ministro Kassio Nunes Marques, com André Mendonça na vice-presidência – os dois foram indicados por Bolsonaro.

Isso porque a palavra final de uma eventual candidatura de Bolsonaro ficaria nas mãos do Supremo, que a partir de 2025 será presidido por Edson Fachin – e onde Kassio e Mendonça são apenas dois entre 11 ministros.

NA MIRA DA PF – Antes de disputar qualquer cargo nas eleições de 2026, Michelle será confrontada com a conclusão de inquéritos policiais que podem provocar estragos à sua imagem.

Conforme revelou o blog, a ex-primeira-dama deve escapar de um indiciamento no relatório final do inquérito das joias, que será apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) até o final de junho. Os investigadores até agora não reuniram provas de que a ex-primeira-dama sabia, autorizou ou foi conivente com a operação ilegal de venda dos artigos de luxo.

Mas Michelle ainda é alvo de outra investigação, que apura o uso irregular do cartão corporativo da Presidência da República, e no material há extratos e outros documentos que podem complicar a vida dela. Integrantes do PL, porém, minimizam o impacto das investigações para a popularidade do clã Bolsonaro, sob a alegação de que os eventuais indiciamentos já foram “precificados”.

12 thoughts on “O que Bolsonaro pensa das chances de Michelle disputar a Presidência 

  1. Michelle Bolsonaro?

    Meu voto é dela!

    Tem todas as qualificações pra ser uma ótima Presidente.

    VOTE MICHELLE EM 2026!

    Já estou em campanha!

    José Luis

  2. Part Two: não vamos desistir desta grana)


    Governo realizará novo leilão para compra de arroz importado, diz presidente da Conab

    O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou nesta terça (11) que o governo realizará um novo leilão para a compra de arroz importado, mesmo tendo o primeiro anulado por suspeitas de irregularidades.

    O anúncio foi feito no final da manhã pouco depois do governo anular o leilão que comprou 263 mil toneladas ao custo de R$ 1,3 bilhão, mas que foi colocado em dúvida após surgir a suspeita de que três empresas vencedoras não atuam no setor de comércio de grãos.

    De acordo com Pretto, um novo leilão será realizado em uma data ainda a ser definida, mas que terá o procedimento revisto com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU).

    “Nós pretendemos fazer novo leilão, quem sabe em outros modelos para que a gente possa ter as garantias de que vamos contratar as empresas que tenham capacidade técnica e financeira. […] Não tem como a gente depositar esse dinheiro público sem ter a garantia de que esses contratos serão honrados”, disse em uma entrevista coletiva após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    https://www.gazetadopovo.com.br/economia/conab-governo-novo-leilao-compra-arroz-importado/

  3. Hehehe! Noves fora sobra loola. Melhor seria se pudéssemos trazer Biden and Trump, naturalizados e habilitados a disputar a boquinha de Planalto da Pindorama. Quem sabe o real virava dólar e o salarium minimum rendesse uma picanha com cerveja uma vez ao ano.
    Parodiando: “Eita país pachola.”

  4. O ex-ministro da Agricultura no governo de Fernando Collor de Mello, Antônio Cabrera, vê abuso político na decisão do governo Lula de intervir no mercado do arroz e vender o cereal com marca própria, a preço subsidiado, em ano de eleições.

    “Nas últimas eleições se comentava que haveria um rigor maior do TSE, mas eu nunca vi um abuso político como esse. Vender arroz no mercado, embalado pelo governo federal, é uma coisa inacreditável quando estamos às vésperas de uma eleição. Onde está o TSE para dizer que não se pode fazer um negócio desses?”, questiona.

    “Eu diria que um TSE sério daria 24 horas para o governo explicar qual é a razão de se importar, porque a Constituição diz que o governo só pode intervir se faltar o produto no mercado, e isso não ocorre hoje”, diz Cabrera.

    Para o ex-ministro, que é médico veterinário, produtor rural e presidente do Grupo Cabrera, a obstinação do governo Lula de intervir no mercado do arroz é um atestado de que os petistas não aprendem com as lições do passado: “Infelizmente, para esse governo a história é uma professora da qual eles não estão assistindo as aulas”.

    Cabrera, acorda ! Além de o TSE não mexer com “quem é dos nossos”, há mais uma outra intenção aí: atacar o agronegócio. Quem sabe se o MST pode crescer daí em diante ?

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