Você pode até não gostar de Macron, porém a Europa estaria pior sem ele

Brigitte Macron é atacada por ser mais velha que o marido

Com apoio de Brigitte, Macron tenta renovar seu governo

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Se você quiser, dá para sustentar que nada mudou na mais recente eleição do Parlamento Europeu. A centro-direita aumentou seu já confortável poder e deve manter a coalizão com a centro-esquerda e com os liberais, embora estes tenham perdido espaço. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, provavelmente continuará no cargo.

Na França e na Alemanha, os dois maiores países do grupo, a direita nacionalista teve um desempenho muito forte. Isso levou Macron a dissolver a Assembleia Nacional francesa e anunciar eleições antecipadas. O eleitor francês votou nos nacionalistas para o Parlamento Europeu apenas como protesto ou realmente os quer no poder em casa também? Em breve saberemos.

EM DOIS TURNOS – A eleição francesa é em dois turnos, o que favorece partidos centristas como o de Macron. Então é provável que ele mantenha a maioria do Parlamento. E, novamente, poderemos dizer que nada está mudando.

Ou podemos parar de tapar o sol com a peneira e reconhecer que, entre perdas e ganhos, o nacionalismo está passo a passo colocando em risco a própria continuidade da União Europeia. Se Macron tiver calculado mal e sair das eleições como um presidente manco de um país cujo Parlamento foi entregue à oposição, então, esse risco será incontornável.

Macron é, dos líderes europeus, o grande defensor de uma visão comum para o continente. E a Europa está precisando desse tipo de visão. Mesmo que siga como o continente símbolo de qualidade de vida, dos índices de bem-estar, e do equilíbrio entre lazer e trabalho, é difícil não vê-la como decadente.

EM DECADÊNCIA – População envelhecendo e, logo mais, em queda; PIB que há tempos foi deixado para trás por EUA e China; ausência de novas grandes empresas que inovem no mundo.

O continente depende de líderes como ele para formar uma frente militar determinada a se opor a Putin; liderar a discussão para combater o aquecimento global; e se modernizar para fazer frente ao dinamismo econômico de EUA e China.

O fim da UE, ao contrário, não só não ajudaria em nada disso como também colocaria em risco algo que hoje parece um fato natural, tão óbvio que nem merece nossa atenção: a paz na Europa. Não esperamos que França, Alemanha, Itália e companhia peguem em armas uns contra os outros. Parece até absurdo, surrealista. E, no entanto, era a coisa mais normal do mundo até 1945.

IMIGRAÇÃO PREOCUPA – Há muito de desinformação e má-fé na ascensão da direita nacionalista. Mas ela se aproveita de falhas reais do sistema. Tanto a esquerda quanto a direita mainstream deixaram de lado preocupações reais dos eleitores.

A entrada maciça de imigrantes e refugiados da África e do Oriente Médio traz sim uma série de questões culturais e de segurança pública —impensável décadas atrás—, e o cidadão não é de forma alguma “nazista” apenas por se preocupar com isso, por querer menos imigrantes e por exigir medidas duras no combate ao crime.

Se os problemas que importam para milhões de pessoas não podem sequer ser reconhecidos pelas forças democráticas e institucionais, então é claro que serão abraçados por movimentos populistas que não estão nem aí para democracia e direitos humanos.

ENGAJAMENTO – Ou a Europa encontra motivos para um engajamento confiante com o mundo ou ficará mais fragmentada e mais fechada até que sua própria estrutura de bem-estar social desmorone.

Sim, a União Europeia está em risco e, com ela, muito do que marcou os últimos 80 anos nas relações internacionais: a esperança de que a humanidade pode se unir para enfrentar problemas em comum.

Por enquanto, nada muda, mas o mundo está se transformando.

14 thoughts on “Você pode até não gostar de Macron, porém a Europa estaria pior sem ele

  1. Quáaaa
    Entonces a Europa vai ser destruída se sair das unhas da esquerda?
    Chego a conclusão que a Nova Ordem Mundial deve agradecer aos cataclismos e a esquerda no quesito redução populacional.
    Os vetores ocupados nessa missão foram gente do tipo do Mao Tse Tung, Pol Pot, Stalin, Fidel e outros carniceiros menos famosos ou produtivos.
    E Macron é o cara?
    Haja Capistrano de Abreu.

  2. A CONFEDERAÇÃO EUROPEIA COM O EURO FOI UM AVANÇO para a Europa que assim conseguiu relativa independência dos EUA e do dólar, no colo do qual voltou a sentar-se envolvido pela escalada de Tio Sam usando a Ucrânia como bucha de canhão para destruir a Rússia e, por conseguinte, quiçá, a Europa toda. O fato é que, infelizmente, a Europa parou no rótulo, não foi adiante, não se aprofundou, não se distanciou o suficiente dos EUA e nem se integrou de fato, e nem de direito, à moda unidos porém independentes, como propõe ao Brasil, há 34 anos, a Revolução Pacífica do Leão, com o megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, a nova via política extraordinária, que mostra com todas as letras o novo caminho para o possível novo Brasil de verdade, confederativo, com democracia direta e meritocracia, a nova política de verdade, com Deus na Causa, porque evoluir é preciso e, sobretudo, porque, em sã consciência, ninguém aguenta mais o continuísmo da mesmice, deficitário, da república 171 do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, com as suas bravatas, sofismas, golpes, ditaduras e estelionatos eleitorais. Sim, não obstante tudo, com ele$, o mundo continua se transformando, para pior, cada vez mais, a cada novo golpe, ditadura ou estelionato eleitoral dos me$mo$, infeliz e desgraçadamente, com os psicopatas loucos por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, se apropriando de tudo e todos, cada vez mais, para os quais não existe mais gente no mundo mas apenas consumidores e pagadores de impostos. Cá, entre nós, a Europa nunca foi grande coisa, caso tivesse sido os nossos bisavós, avós, pais e mães, desesperançados com o velho mundo, não teriam imigrado pra o Brasil em busca da construção de um possível Novo Mundo, pelo qual lutaram a vida todas, porém sem vê-lo acontecer, tarefa que cabe a nós seus descendentes até em tributo a eles e, sobretudo, para que a tarefa do descortino no possível novo mundo na reste pela metade, à moda troço empacado dentro de intestino preso que consegue expelir apenas metade para fora com a outra metade fugindo da luz igual o diabo foge da cruz, carente de um purgante forte que a coloque para fora e, com isso, o alívio geral do ambiente… http://www.tribunadainternet.com.br/2024/06/14/voce-pode-ate-nao-gostar-de-macron-porem-a-europa-estaria-pior-sem-ele/#respond

  3. Na Alemanha, as pautas comuns que unem a direita e esquerda populistas (extremas) são: – contra o acolhimento de refugiados, – contra a proteção climática, – contra a globalização, – contra o envio de armas à Ucrânia (defendendo uma saída diplomática do conflito), – contra o sistema de governança atual (o que atrai a classe média).

    A esquerda populista na Alemanha teve mais votos que a esquerda tradicional e mais que o partido liberal democrático, ficando em terceiro lugar, atrás do partido conservador e do da ultra direita.

    As pautas acima são nacionalistas, acima de qualquer coisa e em quase todos os países repercute bem entre a maioria.

    São pautas parecidas com as do antigo fascismo.

    Para mim, um fascismo leve, independente se é bom ao mundo é a ideologia que mais seduz a maioria da população.

    • A “liga”, em:
      “Confirmado o Vínculo Tenebroso Entre Prescott Bush (Avô do Presidente George W. Bush) com o Partido Nazista Antes e Durante a Segunda Guerra Mundial”
      “Prescott Bush foi um financista de Wall Street que esteve envolvido em operações de financiamento para a reconstrução da indústria alemã no período entre as duas guerras mundiais. Ele também esteve envolvido na tentativa de um golpe militar contra o presidente Roosevelt em 1934; o objetivo era estabelecer um regime fascista nos EUA como forma de sair da Grande Depressão. Mas por que deveríamos estar surpresos, se Prescott Bush e Adolf Hitler eram membros de “Irmandades da Morte”? As ramificações são enormes!
      https://www.espada.eti.br/n2224.asp

    • Origem “usos”, em:
      “O Plano Demoníaco de Albert Pike Para a Implementação da Nova Ordem Mundial.”
      “Albert Pike foi o Grande Comandante da Maçonaria norte-americana de 1859-1891. Durante seu mandato, teve uma visão de como a Nova Ordem Mundial poderia ser estabelecida. O Plano previa três guerras mundiais. A Primeira e a Segunda Guerra Mundial ocorreram exatamente conforme previsto. O Plano prevê que o Anticristo surgirá a partir da fumaça, poeira e destruição causada por uma Terceira Guerra Mundial, que será travada entre árabes e israelenses. Essa guerra agora está iminente!!”

  4. Joel Pinheiro da Fonseca (Folha) , omitiu o fato e a principal causa do aumento do fluxo migratório e entrada maciça de imigrantes e refugiados da África e do Oriente Médio na Europa , pois foram os próprios países Europeus causadores desse fluxo migratório , ao se alinharem aos USA , para invadirem e destruírem os países dos respectivos povos envolvidos nesse ciclo migratório forçado , trazendo como consequência tamanho conflitos culturais e de segurança pública , aos países que contribuíram para essa tragédia, portanto os povos dos países Europeus incomodados com esse ciclo migratório, deveriam impedir que seus respectivos governos invadam e destruam outros países , matando e mutilando seus respectivos povos , como virou moda no mundo , pois com toda certeza esse ciclo migratório forçado , reduzirá significativamente .

  5. Eleição em parlamento europeu, voto em cédula de papel, urna convencional e contagem manual. Eita povinho atrasado, esse povinho europeu. Tem muito o que aprender com o tee$$eé brasileiro.

    Urnas, cédulas e contagem dos votos utilizados de maneira surpreendente na eleição do Parlamento Europeu
    https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/59341/urnas-cedulas-e-contagem-dos-votos-utilizados-de-maneira-surpreendente-na-eleicao-do-parlamento-europeu

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