Moraes recebe documento que o obriga a enfim soltar ex-assessor de Bolsonaro

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Moraes cometeu vários erros e manteve uma prisão ilegal

Paolla Serra
O Globo

A operadora de telefonia Tim encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a geolocalização de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mostrando que ele esteve no Paraná e em Brasília, no final de 2022. Martins tenta provar ao magistrado que não viajou a bordo do avião do governo brasileiro, burlando o sistema migratório dos Estados Unidos, nesse mesmo período.

O documento foi juntado na tarde desta quarta-feira ao inquérito em que Martins é investigado. O ex-assessor de Assuntos Internacionais foi preso preventivamente pela Polícia Federal, em 8 de fevereiro deste ano, durante a deflagração da Operação Tempus Veritatis, que apurava uma suposta organização criminosa que teria atuado para manter Bolsonaro no poder por meio de uma tentativa de golpe Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

MINUTA DO GOLPE – A trama, segundo o inquérito, teria envolvido a entrega da minuta e a preparação para realizar um golpe de Estado “com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em ambiente politicamente sensível”.

De acordo com o relato da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Martins elaborou uma suposta minuta golpista após o resultado das eleições em 2022 que previa a prisão de Moraes e uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com informações levantadas pela PF, o ex-assessor esteve no Alvorada nos dias 18 de novembro e 16, 20 e 21 de dezembro de 2022.

No pedido de prisão encaminhado pela PF a Moraes, os investigadores apontam que Martins viajou “sem realizar o procedimento de saída com o passaporte em território nacional” para “se furtar da aplicação da lei penal”.

MARTINS NEGA – Desde que o mandado foi cumprido na casa de sua namorada, em Ponta Grossa, no Paraná, ele nega que tenha deixado o Brasil e que tenha atuado para elaborar uma minuta golpista.

O ex-assessor já enviou a Moraes faturas do cartão de crédito com despesas em aplicativos no Brasil, como Uber e iFood, além de passaporte, certidão do órgão encarregado pela segurança nas fronteiras americanas. No mês passado, ele apresentou novas certidões em que contesta um comprovante obtido pela PF junto ao site do U.S. Customsand Border Protection (CBP) — que atesta sua entrada em Orlando em 30 de dezembro de 2022.

“A Polícia Federal poderia ter requerido acesso à lista oficial e definitiva de passageiros do vôo diretamente na Presidência da República, mas preferiu ficar com um rascunho de suposta lista, um documento extra-oficial (pois encontrado apenas nos aparelhos eletrônicos do delator Mauro Cid, e não corroborado pelos órgãos pertinentes, pelos arquivos oficiais ou pelos canais próprios), meramente rascunhado, editável, o que é pior ainda, pois poderia ter sido editada pelo próprio delator – e foi com base nisso, nessa prova imprestável, que a Polícia Federal, demonstrando toda a sua diligência, requereu a prisão do peticionante, a qual foi aceita e já dura quatro meses”, afirmou a defesa do ex-assessor.

COMPROVAÇÃO – Na petição, o advogado Sebastião Coelho relatou que o documento formalmente emitido pelo órgão de proteção de fronteiras do governo americano atesta que Martins entrou no país pela última vez em setembro de 2022.

Na ocasião, ele estaria acompanhando Bolsonaro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

A admissão teria acontecido para a classe de visto G-2, fornecido a “representantes do governo viajando temporariamente para participar de reuniões em organizações internacionais”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, o ministro Moraes errou feio e repetidamente, em especial porque preferiu acreditar em acusação leviana da Polícia Federal, ao invés de se submeter às múltiplas provas apresentadas. Agora, Moraes vai ter de soltar Filipe Martins, depois de deixá-lo preso ilegalmente por cinco meses, o que evidencia a existência de uma ditadura do Judiciário, pois os ministros do Supremo se comportam como se estivessem acima da lei. É lamentável. (C.N.)

7 thoughts on “Moraes recebe documento que o obriga a enfim soltar ex-assessor de Bolsonaro

  1. A Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) foi a polícia política portuguesa entre 1945 e 1969, responsável pela repressão de todas as formas de oposição ao regime político do Estado Novo. Para além das funções de polícia política, a sua atividade abrangia igualmente o serviço de estrangeiros e de fronteiras, assim como, era também mobilizada no contexto de querelas familiares ou afetivas ou para intervir em problemas no local de trabalho.

    Após a Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1974, esta organização foi extinta e vários dos seus elementos foram presos. E durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), pelo menos dois deles estavam há dois anos assim sem nunca terem sido julgados.

    Mais de 1.500 detenções de elementos e informadores da PIDE/DGS ocorreram entre 25 de Abril e Outubro de 1975. No final de 1976, iniciaram-se os julgamentos em Tribunal Militar, tendo os juízes usado de extrema benevolência.

    No pedido de prisão encaminhado pela PF a Moraes, os investigadores apontam que Martins viajou “sem realizar o procedimento de saída com o passaporte em território nacional” para “se furtar da aplicação da lei penal”

    A PF age exatamente como a PIDE, vergonhosamente!

    • Globo desbanca Record e, sob Lula, volta a liderar verbas de publicidade do governo

      Em pouco mais de seis meses do terceiro mandato do petista, veículos de mídia da Globo receberam ao menos R$ 54,4 milhões em propagandas

      Dá-lhe, Corrupção…..

      Bora, Coroné, acaba logo com essa quadrilha de bandidos.

  2. e continua batendo no Ladrão…

    Ciro Gomes.

    Os notórios irmãos Batista, enrolados até o gogó em vários episódios de corrupção no Brasil de Michel Temer a Luiz Inácio, estão de volta com tudo! Conseguiram de Camilo Santana autorização para abrirem uma universidade e agora conseguiram de Lula uma criminosa medida provisória (vai devolver, não, Rodrigo Pacheco?) para espetar nas costas do povo brasileiro mais uma enorme negociata. Agora e de novo é no setor elétrico.

    Vejam como a corrupção no governo está perdendo o pudor totalmente. Viram a esculhambação da importação de arroz, né? Pois bem, esta é muito pior: desde julho de 2023, 12 usinas termelétricas na Amazônia estavam oferecidas pelo governo para vendê-las. Ninguém se interessou porque era um péssimo negócio. Razão: a principal cliente destas usinas é a Amazonas Energia, que está quebrada e devendo os tubos na praça.

    Só com as tais térmicas a dívida vencida é de mais de R$ 9 BILHÕES. Esta dívida sobe R$ 150 milhões por mês, segundo reportagem do O GLOBO assinada pela jornalista Malu Gaspar. De repente, não mais do que de repente, os corruptores da JBS resolveram comprar!

    Estranho, né não? Se você tomar conhecimento do que aconteceu, vai entender a negociata monstruosa que marca a entrada dos vendedores de carne no setor elétrico brasileiro: a empresa Âmbar Energia dos irmãos Batista.

    Poucos dias depois da estranha compra do grande mico pelos Batista, Lula baixa uma medida provisória repassando para a conta de luz de todos os brasileiros os tais 150 milhões de reais por mês, estatizando o prejuízo e fazendo o mal negócio virar um bom negócio pros Batista mandando a conta para os brasileiros.

    Achando pouco, Lula determina pela mesma medida provisória que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) resolva em 60 dias o problema da falida Amazonas energia. Pela lei, o que Lula estava obrigado a fazer era cassar a concessão da Amazonas Energia e assumir a gestão da empresa inclusive com seus débitos.

    Lula passa por cima da lei e arma o arremate maior da grande negociata: autoriza na mesma MP a “flexibilização” das regras para que uma empresa privada assuma a concessionaria falida.

    Quando se lê o contrato de compra das termelétricas pelos irmãos Batista, a esculhambação se revela em seu todo: se a Âmbar comprar a Amazonas Energia, Lula permite que os Batista transformem a enorme dívida de R$ 9 BILHÕES – pasmem – em participação acionária na ELETROBRAS. É muita esculhambação, gente querida!

    — Compartilho com vocês mais um trecho da newsletter O Brasil Desvendado. Leia a reflexão completa de todos os assuntos debatidos nesta semana: http://cirogomes.com.br

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