Felipe de Paula
Estadão
O Partido Social Democrático (PSD), legenda que elegeu o maior número de prefeitos no pleito municipal, avançou principalmente sobre redutos consolidados do União Brasil, MDB e PSDB, de acordo com levantamento do Estadão. A análise levou em consideração as fusões e incorporações partidárias, além dos resultados das eleições municipais desde 2000.
Entre as 887 prefeituras conquistadas pelo PSD (segundo o resultado divulgado oficialmente pelo TSE), 236 eram gerenciadas há 12 anos ou mais por um dos três partidos. Proporcionalmente, 26,61% dos prefeitos vencedores pelo PSD em 2024 elegeram-se em municípios tradicionais do MDB, PSDB e União Brasil (neste caso, considera-se também DEM e PSL, partidos que formaram o União Brasil por meio de uma fusão em 2021).
PSDB EM BAIXA – O maior prejudicado entre as siglas foi o PSDB, que teve 102 redutos capturados, principalmente no interior de São Paulo, região histórica de atuação tucana. A “desidratação” partidária para a legenda de Gilberto Kassab, entretanto, começou já após a eleição de 2020, quando prefeitos eleitos pelo PSDB migraram para o PSD visando disputar a reeleição com mais chances de vencer.
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que essa movimentação entre as duas siglas minou a atuação do partido em São Paulo, mas sua avaliação do pleito ainda é positiva.
DIZ PERILLO – “Nós saímos muito mal das eleições de 2022. Perdemos o governo de São Paulo depois de 28 anos, sete mandatos consecutivos. E, consequentemente, logo em 2023, perdemos quase todos os nossos prefeitos. Em 2020 nós elegemos 174 prefeitos em São Paulo e ficamos com 23. Com isso, reduzimos muito o número de prefeitos no PSDB. Em todo o Brasil, foram eleitos 525 em 2020 e agora sobraram 296,” afirmou Marconi.
Essa estratégia de migração partidária utilizada pelo PSD é uma das técnicas mais efetivas de expansão eleitoral, segundo a coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada (Lappcom), Mayra Goulart.
A pesquisadora acrescenta que, para este ano, o PSD priorizou candidaturas mais plurais, que pudessem abarcar grande parte do eleitorado da centro-direita e centro-esquerda.
SEM RESTRIÇÕES – “O PSD montou nominatas com bastante maleabilidade, com pessoas de diferentes perfis ideológicos. Então é um partido que tem como estratégia a maximização eleitoral nos diferentes territórios do Brasil,” explica Mayra.
O MDB, partido que desde a redemocratização liderou em número de prefeituras, viu a maior parte dos redutos serem absorvidos pelo PSD no Paraná e em Santa Catarina. No total, o MDB perdeu 88 municípios para o partido de Kassab, sendo que 63 estão nas regiões Sul e Sudeste do país.
A queda de braço entre PSD e MDB pelo maior número de prefeituras é uma “verdadeira competição”, segundo o cientista político e coordenador do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), Vinicius Alves.
DISPUTA DIRETA – Segundo o pesquisador, o MDB divide espaço na arena municipal com outros partidos de centro há alguns anos, e essa tendência de embate direto entre as grandes legendas vem crescendo nas últimas eleições.
Por outro lado, o pesquisador ressalta que os emedebistas ainda preservam uma competitividade significativa no plano nacional. Por mais que o MDB tenha perdido o posto de sigla com maior número de prefeituras, o partido cresceu em relação ao pleito de 2020, quando elegeu 793 prefeitos em todo o País.
Neste ano, o MDB angariou mais 63 prefeituras, chegando a 856 municípios —e venceu no voto popular em São Paulo pela primeira vez.
KASSAB FESTEJA – Presidente do PSD, Gilberto Kassab festejou o saldo da sigla nas eleições deste ano: “Este é um partido que nunca teve crise”.
Em entrevista ao Estadão logo após o primeiro turno, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, revelou o desejo de lançar o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), como candidato à Presidência da República em 2026.
“Se nós tivermos um candidato, é o Ratinho. Nenhuma decisão, mas o que eu posso afirmar é que se a gente tiver, será ele. A não ser que ele não queira”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Lembrando que Kassab também é secretário de Governo de São Paulo na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), ele tem uma estratégia de só apoiar quem vai vencer. Na dúvida, não apoia ninguém e espera a eleição. Por enquanto, Tarcísio tem mais chances do que Ratinho, caso Bolsonaro não seja anistiado e continue inelegível. Vamos aguardar. (C.N.)
Pensando como o dono do partido da boquinha concluo que o Ratinho não tem chance, não porque o governador paulsita vá deixar de ser reeleito no estado mais importante do país, mas seguindo a lógica do dono do partido, ele só aposta em cavalo vencedor. E quem será este cavalo vencedor, o Ratinho com certeza não é, muito menos o Tarcísio, quem será o cara, ou a cara? Só em 2026 vamos saber a resposta.
Kassab, o Empresário do Ano!!!