Carlos Andreazza
Estadão
Guilherme Boulos sai menor das urnas. Teve o apoio do PT e muita grana para campanha. Colheu a mesma votação de 2020. O teto da rejeição se lhe impôs. Parece limitação incontornável – comunica a incompetência.
Foram quatro anos e nenhum programa para minimizar a imagem negativa, sendo estarrecedor haver quem supusesse que algo positivo poderia ser extraído da submissão desesperada à sabatina com Marçal.
TREMENDA SOLIDÃO – Boulos sai também sozinho. A lavação de roupa suja petista, processo delirante, já atribui o revés ao que seria escolha errada de candidato; como se o PT contasse, em seu deserto de renovação, com opção paulistana competitiva; e como se o partido não tivesse se lançado a enfrentar o prefeito da tragédia em Porto Alegre com a única candidata que o faria menos rejeitado. Sebastião Melo venceu no Sul.
Ricardo Nunes, em São Paulo. Seu papel doravante sendo o de amarrar o MDB ao plano de Tarcísio de Freitas e lhe garantir espaços à acomodação de aliados. O prefeito reeleito foi corpo para um projeto-piloto. Que reuniu o conjunto heterogêneo de jogadores de que o governador precisará em 26.
Estavam lá o bolsonarismo, a direita Valdemar – aquela, oportunista e ilegítima, que paga casa e salário ao mito – e o PSD de Kassab, líder de um bloco de centro que, lendo o ritmo das marés, ora pende à direita e é financiado pelo fundo eleitoral paralelo em que se constituíram as emendas parlamentares. Grupo de equilíbrio precário.
TUDO AMARRADO – O “líder maior” Tarcísio – definição de Nunes – é subordinado ao líder maior inelegível, Bolsonaro, de quem precisa tanto quanto de Kassab. Gestão difícil. Não à toa acarinha frequentemente o bolsonarismo.
Foi o que fez, urnas ainda abertas, ao instrumentalizar a condição de governador para divulgar – sem apresentar provas – o que seria “salve” do PCC pela candidatura de Boulos.
Barbaridades assim podem não ser suficientes. Porque há desconfianças, no bolsonarismo, sobre o bolsonarista Tarcísio, que estaria mais para direita Valdemar. E precisará também de sorte. Para que não lhe apareça um desafiante à moda Marçal, agente que denuncia a associação a Kassab, afrouxa o controle da família Bolsonaro sobre o rebanho e faz se insinuar um bolsonarismo sem Bolsonaro.
DIREITA VALDEMAR – Bolsonaro não foi vencedor agora em 2024. Ou seja, as vitórias do ex-presidente estariam contidas no êxito da direita Valdemar.
Bolsonaro está contido na direita Valdemar. O bolsonarismo, desconfortável com isso. O sangue da inelegibilidade do mito está na água e os nikolas farejam.
Bolsonaro reage aos ensaios de autonomia demarcando território e se apregoando como o candidato da direita em 26. Candidato que não será. Candidato – candidatos – que haverá.
‘É preciso ser ruim demais para não ser reeleito’
‘Se Bolsonaro conseguiu o feito inédito de não ser reeleito, com a caneta na mão e gastando tubos de dinheiro, nunca mais se elegerá para presidente.’
O TSE pode revogar a declaração de inelegibilidade dele, que ele não volta mais. Esquece.
E ele sabe disso, tanto que deverá sair candidato a deputado federal ou a senador.
Acorda, Brasil!
Começou as notícias plantadas na imprensa marrom.
FAKE NEWS
Onde é citado o filho” indicado” ? Na “urna” do TSE ?
“O que a manada mais odeia não é apenas o pensamento diferente — é a coragem de quem ousa pensar por si, de quem ousa ser livre. Não é a opinião que fere, mas a audácia de ser singular, algo que o rebanho não compreende, tampouco consegue alcançar.”
“Arthur Schopenhauer, filósofo alemão, chegou a esta verdade há 185 anos.”
Doravante ao sabor das ideologias o diversionismo vai comandar o cangaço.
Amanhã vou lá hoje, peidaram mas não foram eu.
A tal mídia que Pulitzer se referia é essa aí ó.
Quando eu vejo tantos cidadãos, aparentemente esclarecidos, discutindo essa política que aí está, dá vontade de sentar e escrever muito, mas para que? eles sabem que é tempo perdido, mas é um passatempo…mas não consigo deixar de me repetir e narrar uma experiência passada…quem sabe, um experto pode aproveitá-la:
Meu despertar para a política real
Isto não é ficção, isto é uma estorinha real e pessoal.
Eram os primeiros dos anos setenta, quando, na minha condição de representante comercial visitando um comerciante em Anápolis, assisti a entrada de um fazendeiro da região que foi logo cumprimentado pelo proprietário, como vai seu Zeca e os meninos?
Oi Paulo! Tá tudo bem, os garotos, você sabe, o Pedro, depois que se formou, casou e vai levando com muito trabalho, plantões no hospital e um horário puxado na clínica que está tocando com um colega, medicina não é brincadeira.
O André acabou engenharia e está trabalhando na Mendes Junior, estão fazendo uma ponte lá perto de Ceres, coitado, dormindo em barracas, mas é assim mesmo, o começo é duro.
Já, o Beto, esse se deu bem, foi mexer com política, já é vereador, sabe aquela fazenda grande perto da nossa? ele a comprou, semana que vem ele vai a Barretos comprar umas matrizes PO e um touro premiado, o Beto acertou a mão, ele está rico.
Foi lá, naquela conversa, que eu perdi a virgindade ingênua sobre sobre a nobreza na política e adquiri o necessário cinismo para navegar incólume entre as ondas de hipocrisia e demagogia características da atividade.
Um Velho na Janela
Enviado por Um Velho na Janela em 26/10/2021
Senhores Carlos Newton e Jorge Bejá , permitam-me fazer uma analogia entre os bicheiros do RJ antigos que nunca se permitiram entrarem no ramo do ” tráfico de drogas e de armas ” e os políticos brasileiros , ora pergunto essa velha ramagem de bicheiros são consideradas o que no atual modismo sociológico ” conservadores , modernista , liberal , reformador ou retrógrados ou o escambau , uma vez que os atuais bicheiros e políticos vivem se digladiando-se e matando-se .