Eliane Cantanhêde
Estadão
No apagar das luzes do seu governo e da sua carreira política, o democrata Joe Biden telefona para o presidente Lula avisando que vem ao Rio para a Cúpula dos Brics. Do outro lado, pronto para assumir mais um mandato e interferir nos rumos do mundo, o republicano Donald Trump dá de ombros para Lula e convida o ex-presidente Jair Bolsonaro para a posse.
Tem algo errado. Biden é passado e Trump, goste-se ou não dele, é o futuro.
AGENDA DE BIDEN – Excluído da eleição e responsabilizado pela derrota democrata, Biden vem ao Brasil pela primeira vez, aproveita para uma reunião bilateral com Lula, um pulo em Manaus para, enfim, formalizar a adesão dos EUA à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, bandeira de Lula. E daí? Daí, nada. Trump terá poder para desfazer tudo.
Enquanto Biden liga para Lula, Trump conversa é com Bolsonaro e Milei. Além de convidar Bolsonaro, ele deixa no ar que não vai atender a ligação de Lula nem convidá-lo para a posse. E mais: o primeiro presidente estrangeiro que pretende receber é Javier Milei. Pela importância dele e da Argentina? Ou para espicaçar Lula, do principal País da América do Sul e, sob vários ângulos, da América Latina?
MAIS ACIDEZ – A manifestação de Lula a favor de Kamala Harris, em nome da democracia e às vésperas da eleição, pode ter dado uma pitada a mais de acidez nas relações entre Lula e Trump, mas, com ou sem essa pitada, estava claro, e precificado, que a convivência dos dois já tinha irremediavelmente azedado. O aliado de Trump no Brasil é Bolsonaro, ponto.
É bastante improvável que o ex-presidente consiga autorização do Supremo e o passaporte de volta para ir à posse de Trump, mas isso é o de menos.
O importante, sob o ponto de vista político, diplomático e de marketing, é que ele foi o escolhido e seu filho Eduardo, deputado federal, certamente estará lá, ao lado de Milei, sinalizando os principais parceiros do futuro presidente dos EUA na região.
TUDO ERRADO – Lula vai fechando a primeira metade do governo com derrota da esquerda e do PT nas eleições municipais, vitória de Trump na maior potência mundial, popularidade nada emocionante, sérios impasses com um Congresso dominado pela direita e falta de consenso da cúpula econômica com o comando petista e a área social para o corte de gastos.
É nesse clima e com o dólar disparando, que a inflação ultrapassou a meta e se soma à insegurança fiscal e às incertezas internacionais para pressionar a escalada dos juros. E sem um saco de pancada tão conveniente como Roberto Campos Neto para Lula se livrar de suas culpas. Se não sabia que um terceiro mandato seria essa pedreira, ele agora tem dimensão do risco de concorrer a um quarto mandato e perder?
Sem nada para fazer (só coçando), Biden vem visitar índios brasileiros
Joe Biden virá ao Brasil para a reunião do G-20 e esticará a viagem passando por Manaus, numa visita simbólica à Amazônia. Pois (…) nada terá mesmo a fazer até janeiro, quando passará o cargo a Donald Trump.
Em quatro anos, Biden não conseguiu avançar um só projeto original nas suas relações com o Brasil, muito menos com a Amazônia. No ocaso, virá ao Rio e passará por Manaus, com direito a fotografias na floresta e na companhia de lideranças indígenas.
Biden esteve no Brasil há dez anos, como vice de Obama, com uma agenda vazia, típica do cargo que ocupava.
Fonte: O Globo, Opinião, 10/11/2024 03h30 Por Elio Gaspari
Caras-de-pau, Lula e Mariha devem ‘bater canequinha’, para ver se Biden libera dinheiro para o meio ambiente, que ambos não preservam como deveriam, e para o combate aos incêndios que grassam pelo país, chegando até a Brasília, na cara dos dois, que ficam falando abobrinha..
A manifestação de Lula a favor de Kamala Harris, em nome da democracia e às vésperas da eleição, pode ter dado uma pitada a mais de acidez nas relações entre Lula e Trump, mas, com ou sem essa pitada, estava claro, e precificado, que a convivência dos dois já tinha irremediavelmente azedado
Mentira. Foram os adjetivos com que o larápio pé-de-cana brindou o escolhido pelo povo norte-americano. Parece que o eleitor de lá não escolhe o presidente pela quantidade de “bolsas” que ele distribuirá. Nem pela quantidade de bandidos que serão soltos.
Aliás, quem foi o “fake influencer” que afirmou que presidente norte-americano não convida pessoas para sua posse ?
Peguei no Diário do Poder
Novos americanófilos
Após eleger só 12% dos prefeitos, a esquerda brasileira abandona o negacionismo da derrota alegando que a direita é que perdeu. Acabou no Irajá, aplaudindo Kamala Harris como focas amestradas. Que fase…
Pergunta na lógica
O Brasil deve se preparar para o êxodo de americanos fugindo da “ditadura Trump” e em busca da “proteção da CLT”?
Lula fica sem palco internacional
Com eleição de Donald Trump, G20 e COP30 perdem importância e presidente brasileiro não terá chance de protagonizar (com queria) no cenário global.
A eleição de Trump tira de Lula os 2 principais palcos internacionais do seu mandato.
O G20, nos dias 18 e 19 deste mês, já está esvaziado pela eleição americana. O que quer que os chefes de governo decidam no Rio não significa nada sem o OK do futuro presidente dos EUA. E Trump já ressaltou seu desprezo por esse tipo de acordo multilateral.
Quanto à COP30, no ano que vem, Trump já retirou os EUA dos acordos ambientais uma vez e fatalmente fará isso de novo. Sem a presença da maior nação industrial, os eventuais compromissos que poderão ser extraídos em Belém (PA) serão apenas cartas de intenção.
Ambição. Nesse mandato, Lula queria mais. Queria ser um protagonista mundial. Ganhar o Prêmio Nobel da Paz… Mas só no gogó.
Lula diminuiu de tamanho com a sua postura já de início, ao dizer asneiras sobre os conflitos entre Rússia e Ucrânia e Hamas e Israel, e ter se colocado como fiador das promessas ‘democráticas’ do ditador Nicolás Maduro.
O fato é que o governo Lula não está preparado para um novo governo Trump.
E o presidente Lula corre riscos de virar um alvo dos EUA, perder o holofote global e ser esquecido.
Fonte: Poder360, Opinião, 8.nov.2024 (sexta-feira) – 5h58 Por Thomas Traumann
Será que o corte de gastos da União não poderia começar disciplinando as mordomias, salários e penduricalhos salariais das castas do executivo, judiciário e legislativo?