Esta vitória de Trump é fedorenta e a imprensa parece ser ainda pior

Trump exige a responsável da Geórgia que encontre votos para reverter as presidenciais dos EUA - Américas - Jornal de Negócios

Trump está sempre acusando ou ameaçando alguém

Luiz Felipe Pondé
Folha

Fosse eu um iniciante, pensaria coisas do tipo “espero que a bolha da imprensa e dos intelectuais tenha aprendido a lição com essa segunda vitória de Trump”. Mas, como não sou iniciante, sei que não servirá para nada. Continuaremos passando ridículo.

A verdade é que todos da imprensa estavam babando na saia da Kamala. A primeira mulher negra que chegaria ao poder nos Estados Unidos. Trump, um criminoso condenado, nazista, devorador de criancinhas. Condenado por condenado, o Brasil também tem um presidente condenado. A Justiça é a casa da casuística.

RETROCESSO – A verdade é que a bolha inteligente —jornalistas, acadêmicos, artistas, editores, livreiros, escritores e similares— tem passado por um claro processo de regressão cognitiva e epistêmica, em linguagem dos mortais, regressão da capacidade de pensar, conhecer e entender o mundo. Trocando em miúdos: opor a perfeita ao bandido é coisa de criança.

Mas não vai adiantar nada. Se em quatro anos o atual vice de Trump, J.D. Vance, concorrer —jovem promissor no partido republicano, por isso Trump o escolheu como vice, pensando no futuro— a bolha inteligente vai procurar adjetivos infantis para descrever o jovem satanás.

Afinal, qual o problema de agir como adulto regredido hoje? O problema nuclear é que produz desinformação. Aliás, palavra da moda, que faz o atual governo Lula e seus parceiros quererem instaurar a censura no país com esse “mimimi” de regulação das redes.

DESINFORMAÇÃO – A mentira é o manual do departamento de comunicação de todo governo, a mídia profissional sempre manipulou conteúdos. Quer dizer que só o povo não pode mentir? Bonito, né? As redes democratizaram a mentira, ela está, agora, ao alcance de todos. PL das fake news é PL da censura, sim.

Voltemos à desinformação gerada pela regressão cognitiva e epistêmica da bolha inteligente com relação à recente eleição Kamala versus Trump.

Uma questão assaz importante é que o mesmo tipo de regressão citada acima acometeu a mesma bolha quando teve que lidar com a vitória de Bolsonaro em 2018, e com as recentes eleições municipais em que a esquerda perdeu de lavada.

BEM DO MUNDO – O dano que nos causa a bolha da inteligência em ambos os casos é que, em vez de nos oferecer informação com reflexão sobre o mundo, ela oferece seu pânico, sua inapetência analítica, travestida de preocupação com o “bem do mundo”. A direita populista cresce no mundo. O que é isso?

Primeiro, tomaria cuidado com o adjetivo “populista” no caso. O que é fazer toda uma campanha da Kamala em cima do seu belo sorriso —uma bela mulher, sem dúvida— se não uma forma de marketing populista?

Conhecida por suas posições extremadas no Partido Democrata, sem nenhuma grande realização pública ou participação significativa no debate político, com medo de dar ruim, a ideia dos profissionais de marketing foi mantê-la calada sorrindo e falando banalidades.

LULA POPULISTA – Enfim, Lula é um populista clássico de esquerda da América Latina. O adjetivo “populista” hoje não segura muita água, como dizem os americanos —não uso o termo “estadunidense” porque é muito ridículo.

A bolha inteligente não quer ver que a esquerda se perdeu na sua obsessão identitária, fazendo as pessoas engolirem goela a baixo sua pregação, que elas detestam porque está longe de suas próprias agonias.

Gente comum quer emprego, dane-se os estrangeiros, não quer ser assaltado ou morto na rua, dane-se o discurso dos direitos humanos dos bandidos, quer meninos casando com meninas. Você acha um absurdo? Pois bem, ninguém tá nem aí para você. Isso é o que está acontecendo. Não se trata de preconceito, a priori, mas de outras prioridades.

DE SACO CHEIO – Bom, para a esquerda identitária, só vale a arte dos afrodescendentes, ou a que evoca a santidade LGBTQIA+ e dos indígenas, ou a que reafirma a perfeição das mulheres vítimas dos homens desde a pré-história.

Trocando em miúdos: o povo, que não tem tempo para essas coisas —como tem a moçada da esquerda atual, fetiche do capitalismo, coisa de riquinhos e riquinhas—, já se encheu. Motivo dos votos na direita? Simples: saco cheio.

A bolha inteligente insiste em achar que essas pessoas que continuam votando em “criaturas horrorosas, oh! Meu Deus” não atingiram a maioridade kantiana —não introjetaram a lei universal da razão prática. Difícil, né? Portanto, precisam ser tuteladas pelos santos da esquerda. Ou simplesmente não prestam. A esquerda ficou burra e alienada da realidade. Acha-se saudável, magra, sustentável. A direita é tóxica quando respira, gorda, fede. Essa bolha tem nojo do povo.

11 thoughts on “Esta vitória de Trump é fedorenta e a imprensa parece ser ainda pior

  1. Diante do boato da compra da CNN por Elon Musk, ouso sugerir a solucionadora aquisição do complexo da Taurus e da CBC entre outras internacionais para moralizar a produção e o comercio de armas e munições, em nível mundial, adaptando-as à inserção de chips em seus projéteis então encomendados sob tal tecnologia idemtificadora e pessoais do portador, através de solicitação liberadora conjunta através da comercial e órgãos fiscalizadores, extinguindo contrabando, compra e tráfico ilegais, conforme:
    https://www.facebook.com/share/p/8txkxU9DLF5W5Dj4/

  2. Miguel Reale Jr. diz que ‘sequestro’ do Orçamento pelo Congresso revela País em ‘podridão’

    O jurista Miguel Reale Jr. fez duras críticas ao que chamou de “sequestro” do Orçamento do País pelo Legislativo por meio das emendas parlamentares.

    Para o ex-ministro da Justiça, o Brasil vive um momento de “podridão”, em que o interesse público deu lugar ao interesse particular de deputados e senadores.

    “O Legislativo pôs a mão no Orçamento. “Estamos vivendo uma podridão vendo o dinheiro indo para o ralo, vendo ações que priorizam atendimento pessoal de parlamentares. Acabou o interesse público, este é o quadro.”

    Professor titular sênior da Faculdade de Direito da USP, Reale Jr. citou os diferentes tipos de emendas parlamentares criados nos últimos anos, como as de relator, as emendas de comissão e de bancada, e as emendas pix. “O Legislativo tomou conta, (…) prevalece e faz com que o Executivo se submeta.”

    “Para um deputado, interessa dar dinheiro para determinado reduto eleitoral para cavar votos para a reeleição.

    O Orçamento deixou de ser instrumento de ação política e administrativa do Executivo para ser dividido com o Legislativo, que passa a pôr a mão no Orçamento e destinar verbas (…) sem um planejamento administrativo.”

    Para o jurista, as eleições municipais de 2024 são a prova de como as emendas foram efetivas em privilegiar o aspecto eleitoral dos parlamentares. “(…) Visam atender interesses dos deputados, visando exclusivamente a cevar seu eleitorado.

    Prova disso é que, na última eleição, 91% dos prefeitos que receberam dinheiro de emendas foram reeleitos.”

    Fonte: O Estado de S. Paulo, Política, 05/11/2024 | 18h13 Por Matheus Lara

  3. Artigo de ponde perfeito.
    .
    Não sou filosofo nem jornalista e muito longe do politicamente, correto mas tenho insistido na arrogância da esquerda e sua historica visão “fora da casinha” em relaçao ao que o brasileiro comum pensa, quer e precisa.

    Sua arrogância se reflete na permanente cabeça de avestruz que impossibilita qualquer analise e consequentes ações sérias na direcao de entender o mundo a sua volta e buscar renovar seu discurso e prática.

    Foge da realidade como o diabo da cruz e vem a velha baba de quiabo de sempre. O enrolation dogmático que estoura o recipiente de qualquer um nao fanatizado ou cooptado.

    Parabéns, Pondé, preoare se que o resto das forcas dos bem intencionadas não será usado para mudar, mas para aniquila-lo.

  4. Mas diz aí, ô filosofo, onde essa “esquerda indenitária” está enfiando goela abaixo da população suas pautas? Obrigando meninos a se casar com meninos como você disse? Cite exemplos disso.

    Por outro lado o que eu vejo sim é essa direitinha tosca e escrota sem nada a apresentar usando pautas religiosas de pastores charlatões e disseminando fake news como banheiro unissex, virar uma Venezuela (já viramos segundo o prazo estabelecido pelo paulo Guedes), comer cachorro, dividir sua casa com sem teto, mamadeira de carne e outras baboseiras para incutir medo na população e assim ganhar o apoio deles, já que não tem nenhum projeto para apresentar a eles.

  5. Trump, um criminoso condenado, nazista, devorador de criancinhas. Condenado por condenado, o Brasil também tem um presidente condenado. A Justiça é a casa da casuística.

    Que paulada na cabeça da comunistalhada maldita..

    Esse pegou em cheio a miriam lixão, ops, errei, leitão….

    Canalhada hipocrita …

    HA!HA!HA!Ha

  6. A conferir.

    Será que Trump vai cumprir o que falou?

    Repórter: “De volta aos americanos e sua sociedade: parece que Trump apostou numa emoção, a de que o país deveria se concentrar mais em si mesmo, nos americanos, não no mundo inteiro. Isso vai resultar em mudanças no papel que os EUA vão desempenhar na ordem global, e na própria ordem, em si?

    Fukuyama: “Vai mudar. Vai mudar tudo. Trump não gosta de aliados, não quer ter que apoiar aliados. Ele não gosta da Ucrânia, acho que vai conseguir um acordo de paz com [presidente da Rússia Vladimir] Putin à custa dela. Vai ser um precedente péssimo para o resto da Europa. No Extremo Oriente, não está claro que ele vá se dispor a defender os aliados dos EUA contra a China
    Então, esses riscos políticos em que estamos entrando agora são realmente de grande porte, e não só no setor de segurança. Afinal, ele quer impor uma tarifa aduaneira de 20% contra todos os outros países. E isso resultará numa depressão econômica global, pois vamos estar de volta ao tipo de situação dos anos 1930, depois que foi aprovada a lei de taxação Smoot-Hawley.”,

    Repórter: “Os principais tópicos da campanha presidencial foram as restrições à imigração e às importações, a economia e o acesso ao aborto. Tudo indica que os americanos estão se desviando dos valores liberais, em direção a posturas mais conservadoras, fechando o país e a sociedade. Isso é um movimento? Vai durar muito tempo?

    Fukuyama: “Muito difícil dizer. O fato de Trump ter vencido duas eleições, apesar de tudo o que todo mundo sabe sobre ele, indica que há uma insatisfação real com o estado dos EUA. Não acho que as medidas políticas dele vão funcionar, acho que vão gerar inflação, recessão econômica, mais desemprego.

    Então pode ser que daqui a quatro anos todo mundo vá ver que foi um grande erro reelegê-lo, e nesse caso as consequências de longo prazo serão muito diferentes. Mas no momento, eu simplesmente não considero um bom sinal que tantos americanos estejam dispostos a votar em alguém que é tão profundamente lesado.”

    Entrevista com Francis Fukuyama

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