Demétrio Magnoli
Folha
Viradas de ano são intervalos dedicados a mensagens aspiracionais utópicas. Ninguém as leva a sério, inclusive seus autores. Previsivelmente, este 2025 começou com o chamado, dirigido aos políticos, pelo fim da polarização. A súplica não será atendida —mas, de qualquer forma, erra o alvo.
O discurso polarizador tornou-se estratégia política: um cálculo frio sobre ganhos eleitorais. Não é de agora. “Nós contra eles” forma uma gramática da política populista desde o século 19. O PT a exercita há décadas –e chegou ao poder nas suas asas.
ATÉ O ÁPICE – Bolsonaro e os seus conduziram a polarização até um ápice, na tentativa de preparar a ruptura da ordem democrática. Nenhum dos campos rivais desistirá da ferramenta, ao menos enquanto ela produzir os resultados almejados.
O ponto relevante é outro: a contaminação das relações sociais pela polarização que percola da superfície partidária. Ilustração didática: os comentários de leitores à notícia sobre as ameaças de um policial contra a jornalista Natuza Nery num supermercado paulistano.
Há, claro, uma maioria que, constatando o óbvio, solicita a punição do agressor. Contudo, refletindo uma doença social, sobram os praticantes de fuzilamentos simbólicos.
MUITOS EXAGEROS – Na defesa do policial delinquente, emergem expressões como “ratos vermelhos” e “ratos corruptos”, versão bolsonarista do “gusanos” castrista. Um valente chega a escrever que, diante de um jornalista da Globo, faria “o mesmo que esse policial”.
Em linha similar, mas simulando condenar a agressão, alguns opinam que, na condição de figura pública, a jornalista fica “sujeita a esse tipo de importunação”.
O “outro lado”, digamos assim, sai-se melhor –mas nem tanto. Dele, emana o mais clássico chavão, “nazifascismo”, aplicado genericamente a rivais políticos de Lula. Hitler, nada menos.
PENSADOR PROFUNDO – No auge do delírio, saudoso do “controle social da mídia”, um pensador profundo declara que “a Folha de S.Paulo é culpada por isso” pois “alimenta a direita” e “sempre foi neonazista”.
De acordo com um clichê, a sociedade brasileira nunca foi tão “politizada”. De fato, é o contrário. A febre de proclamações políticas obtusas que escorrem pelas redes sociais e contaminam as conversas cotidianas, no bar ou à mesa de jantar, evidencia o fenômeno da despolitização social.
Hannah Arendt percebeu que um traço singular do totalitarismo encontra-se na colonização das instituições sociais e da vida privada pela política.
LEMA BIPOLAR – “Tudo é político!” –o lema compartilhado por extremistas de direita e esquerda, pregadores religiosos e militantes identitários foi inventado pelos regimes consagrados ao extermínio radical da divergência política.
O sistema democrático caracteriza-se, em tempos normais, pela segregação da política aos processos eleitorais e às manifestações reivindicatórias. As pessoas esperam que o governo administre as coisas, fugindo à tentação de administrar as mentes. Votam, às vezes protestam nas ruas. Fora disso, querem que os políticos as deixem em paz, com seus amigos e afetos, seus hobbies e suas diversões.
Nosso problema não é a polarização do discurso dos políticos, mas a esmagadora polarização social. Ou, dito de outro modo, a despolitização radical do discurso político das pessoas comuns. Tempos anormais. Feliz 2025.
O maior culpado é a turma do pt, em especial o molusco que sempre fala nós contra eles, precisamos extirpá-los
Não é não, isso é frutou de uma elite brasileira que lucra muito com essa divisão no país. Veja como o Centrão aumentou sua bancada nas últimas 4 eleições. Isso vai muito além de roubo e corrupção, existe um forte incentivo para manter e aumentar a ruptura nacional, um país divido é um país fraco. Enquanto se discute pauta LGBT, se Bolsonaro é mais ladrão que Lula ou se Lula é mais ladrão que Bolsonaro (são todos excremento do mesmo saco), o desenvolvimento e a riqueza nacional vai para o buraco.
E a quem o Centrão apoia? O Centrão não só apoia o Lula como ajudou a elegê-lo. Quando alguém fala na “elite” brasileira já está polarizando mas, se formos ver, a famosa “elite” brasileira é formada em sua maioria por petistas; funcionários públicos do alto e médio escalão, professores universitários, funcionários das estatais e muitos mais. Em todos os tipos de atividades econômicas existem as “elites” petistas.
Concordo
Centrão apoia ele mesmo.
Elite são meia duzia de gatos pingados como Black Rock, Rockefeller e etc… Aqui no Brasil temos Itau e etc… chamamos de Faria Lima.
Não existe qualquer mudança no ambito economico/político no Brasil sem aval da Faria Lima e dos EUA.
Perfeito, sem correções!
Em resposta a Claudio
Falar de poralização?
‘Presidente eleito’ da Venezuela ignora Lula e deixa Brasil vergonhosamente de fora de suas viagens
O Presidente eleito da Venezuela, Gonzáles Urrutia, opositor de Maduro e que retornou da Europa, não perderá seu tempo com Lula, evitando o petista em seus contatos na América.
Em busca de apoio, Gonzáles se reúne, no continente, com os líderes Milei, na Argentina, Lacalle Pou, no Uruguai, Joe Biden, nos EUA, José Raúl Mulino, no Panamá, e Luis Abinader, na República Dominicana. E deixa o Brasil de fora.
A razão de González rejeitar o país é por causa de Lula ‘passar pano’ para o ditador Maduro, o qual tem como modelo presidencial.
Acorda, Brasil!
Falar de polarização?
‘Presidente eleito’ da Venezuela ignora Lula e deixa Brasil vergonhosamente de fora de suas viagens
O Presidente eleito da Venezuela, Gonzáles Urrutia, opositor de Maduro e que retornou da Europa, não perderá seu tempo com Lula, evitando o petista em seus contatos na América.
Em busca de apoio, Gonzáles se reúne, no continente, com os líderes Milei, na Argentina, Lacalle Pou, no Uruguai, Joe Biden, nos EUA, José Raúl Mulino, no Panamá, e Luis Abinader, na República Dominicana. E deixa o Brasil de fora.
A razão de González rejeitar o país é por causa de Lula ‘passar pano’ para o ditador Maduro, o qual tem como modelo presidencial.
A rejeição de González ao Brasil compromete ainda mais a já precária imagem internacional do país.
Acorda, Brasil!
Se conseguirmos isolar-nos por uns minutos da malfadada polarização e usar-nos as reservas de inteligência, sobriedade e bom senso, com certeza concordaremos que embora o “nós contra eles” seja, indiscutivelmente, ferramenta eleitoral e política, malandra e maciçamente divulgada e utilizada pelo Lula e seu PT, não tem muito a ver com a dimensão, toxidade e risco social hoje alcançado pela praga.
Essa verdadeira ameaça à estabilidade cívica e democrática foi potencializada a partir do fenômeno Bolsonaro, um militar fascista, terrorista, político corrupto e mentiroso, miliciano cumplice do Escritório do Crime, que conseguiu com a velha fórmula do fascismo, Deus, Pátria e Família, doutrinar e radicalizar uma enorme maioria do povo brasileiro, num fenómeno de comunicação e dominação que até hoje não foi cientificamente explicado sem ofender a inteligência, a cognitividade e o caráter dos cidadãos.
Que o novo futebol, capturado pelo genial Tostão, sirva de inspiração para o advento da nova política de verdade, antissistema vencido, até porque não existe salvação para o Brasil, válvula de escape nenhuma, se não colocarmos os nossos melhores craques (cérebros) em campo, na seara política, ou seja, as melhores, mais qualificadas, mais preparadas, mais instruídas e mais evoluídas cabeças, sob a égide de um novo sistema político, que mostre ao país e ao mundo que é possível sim, termos políticos idealistas no comando, capazes de fazer a bagaça funcionar a contento,, os melhores possíveis, a preço de servidor público comum, como propõe a democracia direta, com meritocracia, com alternância no poder garantida, com alta e intensa performance democrática, com abertura democrática total, no bojo da Revolução Pacífica do Leão, que mostra o novo caminho para o possível e necessário Brasil de verdade, porque evoluir é preciso… http://www.tribunadainternet.com.br/2025/01/05/grandes-craques-costumam-se-adaptar-a-novas-funcoes-e-esquemas/#comments
A partir de quando disseram que Deus era ópio do povo e depois que Ele estava morto, qualquer afirmativa sobre o tema peca na origem e é externar um viés ideológico.
O fundamentalismo ideológico considera que à noite todos os gatos são pardos, exceto os seus.
O fato é que o Brasil, na seara política, ama o debate do nada por coisa nenhuma, em termos de mudanças de verdade, sérias, estruturais e profundas, ama jogar conversa fora, até como manobras diversionistas para desviar a atenção sobre os fatos gravíssimos que envolve questão de solução de continuidade que envolve a nação brasileira, discussões nas quais os rolandos leros da imprensa e da política deitam e rolam enchendo linguiça à vontade, linguiça de blá-blá-blá, gogó e trololó continuísta da mesmice vazio sem nada, nadica de nada de borogodó, digo, de projeto novo e alternativo de política e de nação, que mostre o novo caminho para o novo Brasil de verdade, no sentido da solução do país, da política e da vida do conjunto da população, papo sério e cabeça este do qual os partidos e a imprensa partidária estão fugindo igual o diabo fogo da cruz… http://www.tribunadainternet.com.br/2025/01/06/a-polarizacao-extrapola-e-ja-se-tornou-uma-grave-doenca-social/#comments
Sabe, Senhor Leão, eu me sinto até mal concordando e apoiando seu comentário, porque os pensamentos ali expressos não eram para ser novidades aplaudíveis, porque numa realidade como a nossa e num ambiente inteligente e lógico teriam que ser o pão nosso de cada dia, mas de qualquer jeito eu lhe admiro pela sua perseverança onde eu já desisti faz tempo, quando ideias, projetos e planos de mudança por mim formulados e relatados nesta TI, não mereceram nem réplica, com medo de se comprometerem com coisas sérias.