Lula talvez não seja candidato em 2026, e não há quem possa substituí-lo

Visita de assessores, cobranças a ministros e caminhada cautelosa: como tem sido a rotina de Lula no Alvorada

Lula quis ser o “primeiro e único”, e ficou sem substituto

Merval Pereira
O Globo

O presidente Lula demonstrou mais uma vez que é maior que o PT e que tem visão política mais realista do que aqueles que o cercam, acostumados a viver à sua sombra, resignados a depender dele para ganhar eleições.

Ao chamar a atenção de seus ministros e principais assessores para a necessidade de montar um esquema que possibilite a vitória em 2026 sem que necessariamente seja ele o candidato do partido, Lula colocou na mesa problemas difíceis de resolver a curto prazo, muito por causa dele mesmo.

PRIMEIRO E ÚNICO – Líder personalista que passou a vida bloqueando a renovação partidária por não querer ninguém a fazer-lhe sombra, Lula chega agora à beira dos 80 anos constatando que talvez não possa concorrer à reeleição, olha para o lado e não vê quem possa substituí-lo eleitoralmente.

Foi ele a lembrar que, além da idade avançada, os imprevistos acontecem, como o defeito no avião presidencial, que teve de sobrevoar o aeroporto por cinco horas para poder fazer um pouso de emergência, ou a queda no banheiro que quase lhe tirou a vida, na descrição dramática que fez na reunião ministerial.

Interessante lembrar que, quando outros escreveram ou especularam sobre essa hipótese, foram acusados de etarismo, bolsonarismo e outros ismos. Quando Lula fala, é o quê?

SEM LIDERANÇAS – Os substitutos “naturais” do partido não parecem ter vigor eleitoral: ministros Rui Costa, da Casa Civil; Camilo Santana, da Educação; ou Fernando Haddad, da Fazenda. Este último — o mais conhecido popularmente por já ter vencido uma eleição para prefeito de São Paulo e ter substituído Lula na disputa presidencial de 2018 — só terá êxito se a economia for bem.

Apesar de dois anos de sucesso, com crescimento do PIB e taxa de desemprego nos níveis mais baixos, o futuro não parece promissor devido ao desequilíbrio das contas públicas, que resulta em inflação em alta e falta de credibilidade nas ações do governo.

Se Haddad conseguir superar os problemas, seria ele o “candidato natural”. Os outros dois, ao contrário, não teriam a menor chance.

EFEITO DILMA – Teremos de ver quem substituirá Haddad em caso de crise, sabendo que uma “nova matriz econômica” levou Dilma Rousseff à Presidência, mas também criou as condições para a tremenda crise que implodiu seu governo.

Falando nisso, uma situação diferente está à frente de Lula, que já não tem força política para eleger quem quiser.

“A mulher de Lula” foi eleita sem que ninguém soubesse quem era, nem mesmo Lula. Ele achava que poderia reassumir o cargo depois do primeiro mandato dela. Hoje, se Lula não for o candidato, não há certeza de que poderá carregar um candidato sem luz própria à vitória.

SEM SUBSTITUTO – E nenhum dos possíveis candidatos tem luz própria, a não ser Haddad, se der certo a economia. Ou Camilo Santana, se em 2025 e 2026 conseguir fazer mais do que fez pela educação nos primeiros dois anos de seu mandato.

O mesmo problema enfrenta seu adversário mais direto, o ex-presidente Bolsonaro. Com uma vantagem sobre Lula, Bolsonaro continua um cabo eleitoral forte, enquanto Lula carrega o peso de ser o incumbente, sobre quem recaem todas as culpas do governo quando este está desgastado.

Na eleição anterior, era Bolsonaro o incumbente, e Lula beneficiou-se dessa situação para falar do passado como se tivesse sido real e pudesse ser repetido.

IMAGENS DO PASSADO – Agora, na tentativa de recuperar a popularidade que já teve, Lula começa a nova etapa de propaganda oficial relembrando imagens do passado, como se elas pudessem se repetir no presente.

A advertência de Lula a seus ministros e assessores demonstra que o futuro não está garantido para o PT, e o partido terá de aprender a negociar apoios para ter competitividade para disputar a Presidência em 2026.

Esses apoios ficarão mais escassos se ficar claro que Lula não poderá disputar a eleição, por qualquer motivo que seja.

14 thoughts on “Lula talvez não seja candidato em 2026, e não há quem possa substituí-lo

  1. Quando se é estrupício, se é estrupício

    Além de ‘atacá-los ferozmente’, Trump humilha ao máximo pobres brasileiros imigrantes ao deportá-los indignamente algemados e com pés acorrentados.

    E não se vê nenhuma manifestação, contra toda essa humilhação, da parte de Bolsonaro, que sempre se disse próximo do presidente americano, mas parece não estar nem aí com a vida e o destino de pobres trabalhadores.

    E o internacionalmente irrelevante Lula aproveita-se da situação humilhante para fazer a demagogia de sempre. Pobres brasileiros.

    ACORDA, BRASIL!

    • Bolsonaro não quer saber de pobre não, Panorama.
      Jamais brigará com Trump, por causa de ninguém.
      Ele não chorou pelos mais de 600 mil brasileiros mortos em consequência da COVID, então porque iria chorar e lamentar os 88 imigrantes algemados e acorrentados que Trump expulsou dos EUA.
      Ele,no Minto, não dá uma palavra, não deu e nem dará. A Michele também, não está nem aí para o drama dos imigrantes.

  2. Dizem que é lenda, será que não imitará Calígula que indicou seu cavalo como senador. Esse cara já se comparou a Jesus e Deus, para ele é insubstituível, pode ser que indique um asno como seu verdadeiro candidato a presidência

  3. Lula talvez não seja candidato em 2026, e não há quem possa substituí-lo por que Lula e o PT não selecionou e preparou seus possíveis substitutos.

  4. Mesmo porque, com todos os caixas vazios como único intere$$e, não haverá motivação, optando por substituto que contábilmente recuperare a economia, par a satisfazer a santa dos próximos “drões”!

  5. Augusto Nardes, ministro do TCU, proibiu o programa Pé de Meia, que visa beneficiar os estudantes pobres.
    Esse personagem, aparece em foto com Bolsonaro, os dois rindo, provavelmente da gente.

    O MAL se junta com o MAL. O maldoso olha as pessoas boas se aproximando e se afasta. Se comportam como os vampiros, com medo da cruz.
    Milionários e racistas, não gostam de negros, empregadas domésticas, jardineiros, pedreiros, índios, gays, lésbicas, trans, idosos pobres, comunistas, esquerdistas, teatro, cinema, filosofia, cultura geral,enfim, nada que possa prejudicar a vida boa que levam.
    Para aliviar a barra deles com o povão, porque precisam dos votos e dos mandatos populares para continuarem mandando nas tetas da nação, mentem dizendo que são tementes a Deus, que preservam a família e que fazem tudo pela pátria.

    Prestem atenção quando eles tropeçam nas palavras:
    ” Quero ser eleito para mudar o nosso país…” Quando falam isso, liberam o inconsciente. Entendem que o país é deles e precisa se moldar aos seus interesses escusos.

  6. PINUS ELIOT é uma essência exótica, que em onde é plantado, nada nasce a sua sombra.
    Assim são algumas “sumidades políticas” que por insegurança, não toleram que qualquer outro possa se criar a sua volta.
    O pior é que a “devoção” passa a vida só a admirar a divindade e não vê o próprio culto a sua personalidade.
    Se acha o “máximo” e não abre flancos a qualquer intrusão.
    Um dos fatores que leva o indivíduo a proceder desta maneira é simplesmente a ignorância, por achar que é, justamente aquilo que não é.
    Sendo assim nada resta a fazer, a não ser relegar o dito cujo ao ostracismo.

  7. Pelo andar a carruagem, Lula tb já está rifado pela globo, patroa do Merval, a exemplo dos seus demais articulistas, comentaristas e entrevistados, por coisa pior que o Lula, como de costume. Na verdade, desde criancinha, “PRESTO ATENÇÃO NO QUE ELES DIZEM, MAS ELE$ NÃO DIZEM NADA”, de novo de verdade na seara política. Foi ai que, em 1985, com 33 anos, idade de Cristo, enquanto jovem advogado, que tb amava os Beatles e os Rolling Stones, mas curtia bastante música nacional, meio que bairrista que brigava e continua brigando, pacificamente, é claro, pela nossa gente, nossas coisas, nossas músicas, nossos artistas, mais ligado nas letras do que nos arranjos musicais, me deparei com “Toda Forma de Poder” (não confundir com toda forma de foder o povo, com aleivosias, que é outra música, chapa-branca, típica do sistema vencido), da Banda Engenheiros do Hawaii, dizendo que prestava atenção no que o sistema dizia mas o sistema da velha política do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, com a imprensa falada, escrita e televisionada a bordo, conservadora do dito-cujo podrão, não dizia nada de novo de verdade, expressando assim a indignação geral da juventude cabeça inclusa no combo da banda consciente do conjunto da sociedade contra o continuísmo da mesmice dos me$mo$, indignação essa que se manifestou nas ruas do pais em junho de 2013, aos gritos de “sem partidos, sem violência, sem fakes, sem golpes, sem ditaduras, sem estelionatos eleitorais, sem corrupção, vocês não nos representam”, mostrando que já àquela época o sistema encontrava-se bastante apodrecido, tipo massa falida, sem perspectivas de futuro alvissareiro, à moda museu de novidades e de verdades que não correspondiam e ainda não correspondem aos fatos com piscinas cheias de ratos, como capturado mais tarde pelo sertanejo Dalvan e o roqueiro Cazuza. Foi, portanto, nesse período fértil da musicalidade nacional que senti um estalo em minha cabeça, tipo eureka, enquanto jovem advogado, que me fez sentir desafiado a dizer aquilo que até então ninguém havia ousado dizer, o possível borogodó político novo e alvissareiro de verdade, realmente diferente de tudo que já estava aí e que já vinha malhado desde antes da passagem dos nossos pais, e que ainda ai está, e continua aí, teimosamente, cheio de encostos, karmas, malignidades e afin$, caminhado aos trancos, barracos e barrancos, de mal a pior, se mexendo dos lados e até para trás, à mercê de toda sorte de charlatões, de direita, esquerda e centro. E foi lá, em 1985, motivado em parte por “Toda Forma de Poder”, que resolvi colocar na prancheta o velho Brasil e a velha política do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, vendedores de plutocracia por democracia, e redesenhá-los, depois de muito estudá-los, é claro, depois de muita luta no front, com conhecimento de causa, até que em 1990, pelo menos na prancheta, eu já tinha pronto o possível Novo Brasil de verdade, confederativo, com projeto próprio, novo e alternativo de política e de nação, antissistema, com Democracia Direta e Meritocracia, a nova política de verdade, extraordinária, com Deus na Causa, iluminado o novo caminho para o possível e necessário novo Brasil de verdade, capaz de resolver satisfatoriamente o país, a política e a vida do conjunto da população, com todos juntos e misturados, unidos porém independentes, com as pessoas certas nos lugares certos, para os próximos 500 anos, porque a libertação da nação se faz necessária e tb porque evoluir é preciso. Portanto, no que dependeu a minha parte, o sonho fluiu às mil maravilhas. Daí em diante, surgiram as pedras do caminho, as montanhas de entulhos, e a pergunta que nunca mais se calou e que ainda não foi respondida: como colocar em prática uma obra dessa magnitude, tão idealista e tão desprendida de interesses pessoais, num país extremamente corrupto, como já disse um certo PGR, numa sociedade dominada por uma elite extremamente delinquente, como já disse um certo ministro do STF, que tem como paixão nacional a mania que virou doença de levar o máximo de vantagem em tudo, o tempo todo, dominada pela loucura por poder, vantagens e privilégios, sem limite$, no seio da qual ama-se caviar, vinho e queijo de graça mesmo sabendo que tudo isso, de graça, na verdade, às custas do sangue, suor, vidas e lágrimas da nação “contribuinte” que paga a conta pra lá de salgada da gastança, da comilança e da impostança imposta pelos me$mo$. E se alguém souber a resposta me diga, por favor, até porque as velhas vias políticas dos me$mo$ imposta ao país há 135 anos, caminhos exauridos que conhecemos e não merecemos, encontram-se congestionadas, tais sejam as urnas, dominada pela ditadura partidária, e as ruas, tb dominadas pelas tais, direita, esquerda e centro, à paisana e fardadas, todas de rabo preso com o continuísmo da mesmice do sistema apodrecido, do qual se alimentam iguais as lombrigas se alimentam da merda, daí o país coberto de titica dos pés à cabeça, com as banda$ suja$ visíveis em todos os segmentos sociais, com a cidadania do bem completamente sitiada, vigiada, intimidada em todos os rincões e até no nosso ecossistema e entornos de nossas casas por toda espécie e sorte de paus mandados, quadrilheiros, organizações criminosas e bandidos de estimação… https://www.facebook.com/albione.jesus/videos/2646155122173979

  8. Esses migrantes saíram do inferno chamado Brasil , para irem para o céu EUA , que ironicamente os ” escorraçou expulsando-os do céu EUA , de volta ao inferno Brasil e agora reclamam por maus tratos celestiais norte – americanos .

  9. Pois é Roberto, quando nos anos 70, a Economia era administrada pela ditadura de 1.964 ( que com todos os seus pecados de sangue, administrou o país melhor do que os eleitos), os brasileiros não precisavam se lançar nos EUA para achar trabalho.

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