O vento que lava tudo, até o vento, na poesia criativa de Carlos Nejar

Livro Crônicas de um Imortal ou Invento para não Chorar Carlos Nejar -  Livros de Ciências Humanas e Sociais - Magazine Luiza

Carlos Nejar, grande poeta gaúcho

Paulo Peres
Poemas & Canções

O crítico literário, tradutor, ficcionista e poeta gaúcho Luís Carlos Verzoni Nejar, membro da Academia Brasileira de Letras, viu o vento lavar as pedras, as noites e as águas no poema “Pedra-Vento’, inclusive, o vento lavou até o vento, mas ficaram as palavras.

PEDRA-VENTO
Carlos Nejar

O vento lavou as pedras,
mas ficaram as palavras.

O vento lavou as pedras
com sabor de madrugada.

O vento lavou as noites,
mas ficaram as estrelas.

O vento lavou a noite
com água límpida e mansa.
Mas não lavou a salsugem.

O vento lavou as águas,
mas não lavou a inocência
que amadurece nas águas.

O vento lavou o vento.

2 thoughts on “O vento que lava tudo, até o vento, na poesia criativa de Carlos Nejar

  1. Memória de um instante
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    Raios riscaram o céu
    O vento soprou sem rumo
    Estrondos ecoaram distante
    Parecia até o fim do mundo!

    Mas do céu só caiu chuva
    Forte, abundante, ligeira
    Que tirou do barro sêco
    Um cheiro gostoso de poeira

    Ao fim, restou uma brisa fraca
    O sol no horizonte distante
    Nuvens por toda parte esparsas
    E a memória de um instante

    (Sapo de Toga)

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