Reforma ministerial: Lula deve chamar partidos para discutir mudanças

Lula vem sendo aconselhado a montar novo mapa da Esplanada 

Pedro do Coutto

Passada a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado, Lula quer chamar presidentes e líderes de partidos para tratar da reforma ministerial. O presidente vem sendo aconselhado a montar um novo mapa da Esplanada dos Ministérios com base na nova correlação de forças dentro do Congresso Nacional.

A avaliação entregue ao Palácio do Planalto por aliados é de que a atual composição de ministros não garante a aprovação das principais matérias de interesse do governo no Legislativo – porque não contempla, na mesma proporção, os partidos que mais votam com o governo.

DESEJO – Segundo alguns líderes, partidos com um único ministério, como PP e Republicanos, têm votado mais alinhados ao governo que o União Brasil, por exemplo, que tem três ministros. A dúvida, agora, é se Lula vai acatar o principal desejo dos partidos do centro: a escolha de um de seus membros para os ministérios do chamado “núcleo duro”, que atuam diretamente no Palácio do Planalto e lidam com a articulação política.

A ideia é defendida por amigos de Lula como forma de garantir o apoio desse grupo político ao longo de 2025. Em relação a 2026 e à eleição presidencial, não dá para amarrar nada. Tudo vai depender de como o governo vai chegar a esse período: fortalecido ou enfraquecido.

RECONHECIMENTO – A partir do momento que Lula admite que a reforma ministerial é necessária, ele também reconhece tacitamente que há setores no governo que não estão funcionando, a começar pela própria Presidência da República, pois Lula confessou que o governo não está entregando tudo o que prometeu na campanha eleitoral.

Logo, é preciso que ele reveja as suas ações e partir para a divulgação objetiva e honesta do que está acontecendo. Há pessoas que ocupam ministérios só para atender uma cota partidária, uma vez que não apresentam produção nenhuma que possa justificar a presença em cargos governamentais.

Gleisi Hoffmann deve entrar na equipe ministerial, sem dúvida, sobretudo após os elogios de Lula. O presidente deve ter sentido a necessidade de alguém mais combativo.  O que está deixando Lula tranquilo, por enquanto, é a ausência de uma adversário a sua altura na disputa da eleição presidencial em 2026. Caso apareça, Lula deverá se preparar para enfrentá-lo.

5 thoughts on “Reforma ministerial: Lula deve chamar partidos para discutir mudanças

  1. Lula encurralado: parlamentares agem como verdadeiros ‘donos’ do Congresso

    Deputados e senadores não têm mais pudor em afirmar que apoiar o governo Lula no Congresso é uma coisa, outra muito diferente é apoiá-lo eleitoralmente

    Um sinal de que (…) o governo Lula está abalado, é a definição dada por Arthur Lira do que seja o apoio dos partidos a um governo: “apoio para governar é diferente de apoio eleitoral”.

    Os partidos que fazem parte da estrutura governamental atualmente não se consideram necessariamente obrigados a apoiar a candidatura de Lula em 2026.

    Além de deixar no ar que o governo está mal, mostra uma mudança no equilíbrio dos Poderes.

    Os ministérios fazem parte do patrimônio dos partidos que os assumem, ocupá-los não significa que este ou aquele partido está comprometido com os projetos do governo.
    Não há mais pudor em afirmar que apoiar o governo Lula no Congresso é uma coisa, outra muito diferente é apoiá-lo eleitoralmente.

    Fonte: O Globo, Política, 02/02/2025 03h30 Por Merval Pereira

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