STF cobra Lula por agravamento da mortandade na tribo Yanomami

Atendimento médico na Terra Indígena Yanomami

Governo alardeia melhoras que não chegam às aldeias

Johanns Eller
O Globo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, deu um prazo de dez dias para o governo Luiz Inácio Lula da Silva explicar o agravamento do quadro de emergência sanitária na Terra Indígena Yanomami. Barroso atendeu a um pedido da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que acionou a Corte no último dia 24 denunciando um aumento nos casos de malária, desnutrição infantil e infecções respiratórias agudas.

Com a decisão, tomada nesta quinta-feira (6), o Ministério da Saúde e a Casa Civil terão de se manifestar até o próximo dia 16. A crise dos ianomâmis se arrasta desde o governo Jair Bolsonaro e a pandemia de Covid-19.

EMERGÊNCIA PÚBLICA – Logo após a posse de Lula, em janeiro de 2023, o governo decretou emergência pública na Terra Yanomami e se comprometeu a combater o garimpo ilegal na região, responsável pela poluição dos rios e também por levar doenças contagiosas ao território ianomâmi em Roraima.

Os números indicam que mais da metade da população de 32.012 indígenas padeceu de malária: em 2024 houve 18.310 casos da doença reportados na Terra Yanomami contra 14.450 em 2023. Nove deles morreram da patologia no ano passado, enquanto outros dez faleceram por desnutrição e 22 por infecções respiratórias agudas – condições que, conforme alertou a Apib junto ao STF, são agravadas pela malária.

OUTRAS DOENÇAS – Os casos de infecção respiratória aguda também cresceram 300% no intervalo de um ano: saltaram de 3.113 em 2023 para 11.484 no ano passado. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve no território dos ianomâmis no dia 10 de janeiro.

Após a publicação da reportagem, o Planalto emitiu uma nota na qual destacou que o governo Lula conduziu a “maior operação já realizada pelo Estado na Terra Indígena Yanomami” com o objetivo de “reverter o abandono herdado e garantir a proteção e a recuperação das condições de vida dos povos indígenas”.

A Apib, porém, sustentou na manifestação ao Supremo que a malária, a desnutrição e as infecções respiratórias pioraram a despeito dos números alardeados pelo governo federal e do crédito extraordinário de R$ 1,06 bilhão autorizado pelo Congresso no ano passado para que a gestão Lula enfrentasse a crise dos ianomâmis.

AÇÃO DESARTICULADA – Para a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, o quadro reflete “uma ação desarticulada do governo federal, uma vez que os dados sobre o ‘sucesso’ da operação em Yanomami são completamente destoantes à situação de saúde ali observada, de forma a indicar que inexiste um diálogo interno que gere uma ação estrutural dentro do território”.

A entidade também pediu ao Supremo que a União informasse o número de cestas básicas enviadas à Terra Yanomami e os critérios adotados para a distribuição de fórmulas para o combate à desnutrição infantil, bem como o esclarecimento pelo Tribunal de Contas da União (TCU) se o crédito extraordinário autorizado pelo Congresso foi aplicado de forma eficiente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Um tremendo vexame para Lula e o governo. Eles dizem que amparam os índios e a televisão exibe cenas dantescas, que mais parecem emergir de um campo de concentração. Nem mesmo as cestas básicas chegam à tribo Yanomami, ficam no meio do caminho. Apesar das imagens, a Secom insiste que os índios estão bem tratados. Ou seja, a desfaçatez dessa gente é uma arte, diria Ataulfo Alves. (C.N.)

7 thoughts on “STF cobra Lula por agravamento da mortandade na tribo Yanomami

  1. Isso deve ser fake. Pois segundo ele acabou com a fome no Brsil. A ministra da insaúde, é um exemplo de responsabilidade. Aquela outra ministra do coçar, se dedica 48 horas por dia no cuidado do povo indígena

  2. Bozos preocupados com índios!!!!
    Aleluia!!!!!
    Mas depois da destruição que todos nós assistimos ao vivo e em cores…..
    Só os desprovidos de cérebro acham que tudo pode ser consertado rapidamente.
    Destruir,reconhecemos um bozo por isso,é muito mais fácil que construir.
    Perguntem aos índios quem eles preferem no governo,em quem eles votam.

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