Lula ridiculariza Trump: “Tem político que vive de bravata”, diz

“Quem tem de cuidar de Gaza são palestinos”, diz Lula em crítica a TrumpGabriela Boechat e João Rosada
CNN , Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (5) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é o tipo de mandatário que “vive de bravata” e que isso não deve ser uma preocupação do Brasil. “Tem um tipo de político que vive de bravata. O presidente Trump fez a campanha dele assim”, disse.

O presidente deu a declaração ao comentar a ameaça de Trump em taxar membros do Brics com tarifas de 100%. O republicano afirmou que vai adotar a medida caso o bloco continue buscando uma alternativa ao dólar.

MOEDA PRÓPRIA – “É importante que a gente não tenha preocupação com as bravatas do Trump. Que a gente discuta o que é importante para nós, o que é importante para o mundo”, disse em entrevista a rádios mineiras nesta manhã.

De acordo com Lula, o bloco dos Brics tem direito de ter moeda própria para comércio. Para ele, nenhum país, não importa o quão importante seja, pode “brigar com todo mundo o tempo todo”.

“Os Brics significam quase metade da população mundial, significa quase metade do comércio exterior desse mundo, e temos o direito de discutir uma forma de comercialização que a gente não dependa só do dólar. Não foi o mundo que decidiu, não foi a ONU, que o dólar seria a moeda. Foram os Estados Unidos”, disse.

PAUTA DOS BRICS – Uma alternativa ao dólar para trocas comerciais foi pauta dos encontros do Brics nos últimos anos. Em janeiro, Trump disse que exigiria compromisso dos países integrantes do bloco e ameaçou aumentar as tarifas.

“Vamos exigir um compromisso desses países aparentemente hostis de que eles não criarão uma nova moeda nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, caso contrário, eles enfrentarão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos EUA”, escreveu Trump.

Nesta quarta-feira, Lula também desafiou Trump ao dizer que quem tem de recuperar a Faixa de Gaza são os Palestinos. A declaração é uma crítica ao presidente dos Estados Unidos, que afirmou nesta semana que seu país irá participar da reconstrução de Gaza.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula tenta transformar Trump numa bandeira política de sua campanha. É claro que Trump não permitirá ser peitado por Lula e sua retaliação pode prejudicar os brasileiros, como um todo. (C.N.)

Novo comando do Congresso firmou compromisso de não mudar nada

O Congresso que é a Cara do Brasil: cúmplice da corrupção - O que é notícia em Sergipe

Charge do Clayton (O Povo/CE)

Dora Kramer
Folha

A escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado, neste sábado (1º), contraria a regra de que eleição não se ganha de véspera. Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) consolidaram suas vitórias muito antes disso. O deputado Motta esteve desde sempre no radar como reserva técnica de Arthur Lira (PP-AL), enquanto ele exercia o poder do jogo de cena da indecisão versus expectativa entre três ou quatro companheiros de centrão.

O senador Alcolumbre cedeu a cadeira para Rodrigo Pacheco (PSD-MG), há quatro anos, já na perspectiva de uma volta certa sem contestações significativas ao nome daquele que havia chegado à presidência como novato em 2019 já derrotando o veterano Renan Calheiros (MDB-AL).

ELEIÇÃO ANTECIPADA – Pode haver um ou outro protesto sobre a concentração de comando, manobras regimentais indevidas, mas se o resultado for diferente do previsto será algo tão surpreendente quanto a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) em 2005.

Desta vez, porém, não há risco no horizonte. Lá, o que hoje chamamos de centrão atuou no espaço aberto por uma barbeiragem do PT de competir com dois candidatos, ambos sem apoio suficiente na Casa. Aqui, o partido rendeu-se às evidências e entrou na composição.

Há uma frente ampla de fato, formada a partir de um acordo cujos termos falam mais a respeito de interesses internos que de conexão com a sociedade.

AMPLO ACORDO – Descontadas referências vagas a esforços “por um Brasil melhor”, a tônica dos compromissos é sindicalista. No topo da agenda, a preservação do poder sobre o Orçamento no manejo das emendas.

Há promessas para a administração de pautas divergentes entre direita e esquerda, deve haver alguma distensão nas relações com Executivo e Judiciário, mas o grande consenso firmado é em torno da manutenção das coisas como estão.

Fosse para mudar a dinâmica poderosa e autorreferida do Congresso, Hugo Motta e Davi Alcolumbre não estariam sendo ungidos às presidências da Câmara e do Senado num clima de confraternização fundado na certeza de que o Parlamento seguirá no controle da situação.

Jogo na Guerra Fria era outro e Trump põe todos no colo da China

Trump vs Xi: US relations with China under threat as 2018 EGO BATTLE begins  | World | News | Express.co.uk

Trump não tem controle e Jinping é controlado demais

Elio Gaspari
O Globo

Donald Trump entrou na Casa Branca com a cabeça no fim do século 19. Naquele tempo o vigor da economia americana contrapunha-se a uma Europa dividida e a uma América Latina sonolenta. Se os Estados Unidos tinham rivais, depois de 1914 eles resolveram brigar com duas guerras. Em 1945, terminada a briga, a economia americana era, disparada, a mais forte do mundo. Do outro lado estava a falecida União Soviética. Veio a Guerra Fria e ela desmoronou.

Agora, em poucas semanas o presidente americano ameaçou a Europa, encrencou com os dois vizinhos e com a China, a segunda economia do mundo.

SEM PACIÊNCIA – Falta ao trumpismo a percepção de um lugar comum: a paciência chinesa. No final do século 19, o Império do Meio estava em franca decadência e ao final da Segunda Guerra, em 1945, era uma nação conflagrada pela guerra civil. Hoje, a situação é outra, misturando protecionismo e expansionismo, Trump joga uma parte do mundo no colo da China.

No dia de sua posse, Trump teve um sinal de que a famosa “destruição criadora” do capitalismo está num país teoricamente socialista. Na verdade, trata-se de uma ditadura de partido único, economicamente capitalista. Trump reclama porque consórcios chineses mandam no canal do Panamá, mas isso só acontece porque as empresas americanas deixaram de competir.

SEM BRIGAS – Foi-se o tempo em que a China treinava guerrilheiros. De 1964 a 1968, cerca de 40 militantes do Partido Comunista do Brasil receberam treinamento militar em Pequim e pelo menos dez morreram na guerrilha do Araguaia.

Naquele tempo, a China e a União Soviética competiam com os Estados Unidos ideologicamente. Hoje a competição é exclusivamente econômica.

A visão de mundo do trumpismo quer ser expansionista e, ao mesmo tempo, isolacionista. O sonho dos Anos Dourados, que ficaram no passado, é hoje uma contradição em si mesma e a China se beneficia disso.

INVESTIMENTOS – Ela investe na infraestrutura pelo mundo afora, ocupando o espaço dos Estados Unidos. Além disso, se os chineses fazem carros numa fábrica que foi da Ford, o problema é da Ford e, portanto, da indústria americana.

Para ficar no caso panamenho, são os chineses que constroem a ponte sobre o canal, coisa de US$ 1,3 bilhão. Os americanos sequer competiram.

No dia em que Trump encrencou com a Colômbia, o embaixador chinês em Bogotá disse que as relações entre os dois países estavam em “seu melhor momento”. Aí está a vulnerabilidade do surto trumpista: onde ele encrenca, lá entra o chinês.

MÁQUINA CHINESA – O trumpismo tem algo de subversivo em relação aos valores seculares da democracia americana, enquanto o governo chinês prossegue na tradição milenar de seus imperadores.

Às vezes essa tradição leva a desastres, com fome e até mesmo casos de antropofagia. Mas, há décadas, nem mesmo Donald Trump é capaz de achar que a máquina chinesa anda para trás.

O presidente americano tem um gosto pela bravata e esse é mais um problema. O Império do Meio tem horror a estridências. A ideia de impor tarifas ao México e ao Canadá para suspendê-las temporariamente dias depois é coisa que a China jamais fez, nem durante seus momentos de delírio. Afinal, seus governantes não precisam cultivar diariamente o público interno.

Um poema bem-humorado de João Cabral  sobre como pontuar a vida

Bola de futebol... é um utensílio... João Cabral de Melo Neto - PensadorPaulo Peres
Poemas & Canções

O diplomata e poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999), no poema “Questão de Pontuação”, afirma que o homem que pontuar a sua vida é aceito por todos, mas ele só discorda do ponto final.

QUESTÃO DE PONTUAÇÃO
João Cabral de Melo Neto

Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida: 
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);
viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia); 
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):
o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal: 
que use, na frase que ele vive, 
o inevitável ponto final.

Lula ironiza a anistia: “Os golpistas sabem que eles não são inocentes”

Ex-presidente Lula (PT) concede entrevista exclusiva à Itatiaia - Rádio Itatiaia

Lula dá entrevista à repórter da Rádio Itatiaia, de Minas

João Rosa
da CNN

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou os pedidos de anistia aos réus pelos atos de 8 de Janeiro. Segundo o presidente, “quando as pessoas não foram condenadas e estão pedindo anistia, é porque as pessoas estão se condenando”.

“Nem terminou o processo e as pessoas já querem anistia. Ou seja, elas não acreditam que são inocentes. Elas deveriam acreditar que são inocentes e não ficar pedindo anistia antes de o juiz determinar qual será a punição ou se haverá punição” afirmou Lula, durante entrevista a rádios mineiras.

PROJETO DE LEI – Deputados de oposição ao governo tentam articular a votação de um projeto de lei, que tem, como objetivo, conceder perdão às pessoas investigadas por participarem dos atos de 8 de janeiro de 2023.

Em entrevista à CNN, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que ainda não há uma decisão tomada sobre pautar esse projeto.

“Nós vamos procurar tratar esse assunto com muito cuidado, não há uma decisão tomada sobre pautar ou não pautar, nós vamos ouvir esses partidos”, afirmou.

COBRAR O APOIO – Em conversas anteriores com a CNN, integrantes da oposição já sinalizaram que irão cobrar apoio do novo presidente da Casa para avançar na proposta.

O tema divide a Câmara. Enquanto a base aliada do governo quer barrar o avanço do texto, a oposição quer a aprovação do projeto com mudanças, para que o perdão se estenda ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ele retome os direitos políticos e a elegibilidade.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A votação é simples, sem quórum privilegiado, o que aumenta as chances de aprovação. Comprem pipocas, porque a novela será longa. (C.N.)

Confrontos de Trump no cenário externo refletem sua imprevisibilidade

O maior eleitor de Lula é Bolsonaro, responsável por interditar a direita

El informe que acusa a Bolsonaro de crimen contra la Humanidad llega a la  Fiscalía | Internacional

Estratégia errada de Bolsonaro está favorecendo Lula

Fabiano Lana
Estadão

Estava escrito nas estrelas. Mesmo com queda expressiva na popularidade, o presidente Lula segue líder em qualquer cenário para as eleições presidenciais de 2026, como mostra o levantamento da Genial/Quaest. E por W.O. Seu principal oponente neste momento é um cantor popular milionário com certo envolvimento com os sites de apostas.

Políticos mais tradicionais, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), ou de Goiás, Ronaldo Caiado (União), seguem desconhecidos da maioria da população.

EFEITO BOLSONARO – Neste momento o maior responsável por esse cenário que favorece Lula é Jair Bolsonaro, na sua insistência vã em não abrir caminho para ninguém (talvez sua esposa ou seu filho).

Um dos clichês da política, e verdadeiro, no caso, é que eleição presidencial é uma corrida de longa distância. Mesmo em tempos de redes e comunicação rápida, os potenciais candidatos precisam se apresentar por anos para a população.

Saberem se posicionar nos momentos corretos, não se omitirem em acontecimentos que movem mentes e corações. Tentar se manter na crista da onda. Mas governadores muitas vezes não conseguem agir assim pelo fato de dependerem da boa-vontade do governo federal para manterem seus Estados administrativamente viáveis.

VÁRIOS EXEMPLOS – Os casos são muitos. Tome-se o caso do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que quando presidente do PSDB mal se pronunciava. Ser governador é uma amarra de força que obriga ao sujeito ser algo discreto. Podemos falar também de Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.

No Parlamento, a situação é diferente. Jair Bolsonaro, por décadas, falou o que quis, chocou, ultrajou, até que um dia descobriu que, por uma série de circunstâncias, a sociedade não queria construir nada, só queria destruir. Foi eleito por vestir o figurino desejado do momento.

O deputado Nikolas Ferreira e mesmo o “ex-coach” Pablo Marçal hoje têm essa mesma liberdade de ação, de poderem agir como antipolíticos.

AUTOCONTENÇÃO – Mas a necessidade de autocontenção é apenas a primeira dificuldade dos governadores de partidos de centro ou centro-direita que querem substituir Lula. A verdade é que parece não haver nenhum movimento de âmbito para ungi-los.

Como houve, por exemplo, com Dilma Rousseff desde que ela tomou posse como ministra da Casa Civil. Em 2007 Lula já andava com “a mãe do PAC” pelo Brasil a fora numa estratégia que tinha certa coordenação do marqueteiro João Santana.

Nessas circunstâncias, Bolsonaro hoje se comporta como um menino que foi expulso do jogo por falta perigosa, mas levou a bola para a casa. Deixa claro que a partida só é válida se estiver presente. Ironicamente, tática parecida com a do ex-presidente Lula, que só escolheu o então ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, às vésperas da eleição. O resultado sabemos: Bolsonaro eleito.

INTERESSES MESQUINHOS – A postura do ex-presidente Bolsonaro mostra que muito além da sua intenção de “derrotar a esquerda” ou, digamos, “o comunismo” é na verdade movido pelos interesses pessoais mais mesquinhos do pequeno poder para ele próprio. É nisso que Lula, com baixa aprovação, irá apostar.

A eleição ainda está longe de ocorrer. Se a gente vê a pesquisa como um filme podemos até ver uma subida rápida de Tarcísio frente uma queda de Lula. A posição de Gusttavo Lima mostra que parte da sociedade pode dar seu voto a qualquer um que se posicione como o anti-Lula, de maneira a torná-lo bastante competitivo.

Mas, por culpa de Bolsonaro, essa possibilidade segue paralisada e Lula poderá agradecer ao seu maior oponente caso se sagre vitorioso em 2026.

Piada do Ano! Gusttavo Lima pensa (?) que poderá ser presidente

Gusttavo Lima - Um Sonho Louco (Voz e Violão)

Um dos grandes sucessos do cantor é “Um Sonho Louco”

Carlos Newton

A democracia tem dessas coisas. Qualquer um pode sonhar em virar presidente da República, basta ser eleitor, ter mais de 35 anos e estar na posse de seus direitos políticos. O cantor mineiro Gusttavo Lima tem exatamente essa idade e rompeu o Ano Novo cheio de esperanças.

É um sertanejo vencedor. Ficou milionário à custa do próprio esforço, a ponto de gastar 25 milhões de reais para comprar o iate Lady Laura IV, de Roberto Carlos. Lima é um rei Midas do showbiz, tudo o que faz dá certo.

SERÁ CANDIDATO? – Entediado com o sucesso excessivo, o cantor passou o réveillon pensando em entrar na política. No dia 2 de janeiro, contatou a repórter Lilian Tahan, do portal Metrópoles, e anunciou que será candidato a presidente da República.

A notícia explodiu em todo o país, Lima passou a ser mais um protagonista da política brasileira. E o sucesso não demorou nada. Exatamente um mês depois da entrevista, o cantor já aparece gravando um vídeo para agradecer pelos índices de mais de dez pontos percentuais alcançados em diversos cenários na pesquisa Genial/Quaest para presidente.

O cenário principal apontou Gusttavo Lima como o principal nome da direita no segundo turno, Segundo a pesquisa, Lula teria 41% e Gusttavo Lima 35%. 

DIZ O CANDIDATO – “O Brasil tem jeito. Não vamos desistir do Brasil”, afirmou o cantor, em vídeo publicado nas redes sociais, acrescentando que “só Deus pode parar um sonho”.

Bem, não faltará partido para filiar o cantor sertanejo, mas suas chances são mínimas. Na chamada pesquisa espontânea, a mais precisa, em que o entrevistador indaga simplesmente “em quem você vai votar?”, sem citar nomes, Lula tem 9% e Bolsonaro, 6%. Gusttavo Lima nem chega a pontuar…

Assim, o cantor precisa pensar (?) com calma se deve ou não entrar na política. Aliás, se soubesse como é chato e cansativo fazer política, jamais teria desafinado desse jeito.

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P.S. – Como sempre lembramos aqui na Tribuna da Internet, sonhar não é proibido nem paga imposto… Além disso, Gusttavo Lima não perderá nada na política, apenas as ilusões. (C.N.)

“Sem maioria, governo não pode ser tão proativo”, afirma Rodrigo Maia

Rodrigo Maia: Problema do governo é não ter uma coalizão com o Congresso |  WW - YouTubeJulliana Lopes e Clarissa Oliveira
da CNN

Para o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a eleição de novas mesas diretoras do Legislativo ainda não garantem vida fácil ao governo Lula nos próximos anos.

Em participação no CNN Entrevistas, Maia disse acreditar que, sem votos suficientes para uma articulação de peso, o Executivo pode continuar sofrendo com resultados não satisfatórios após votações de projetos de interesse da gestão petista.

TER MAIORIA – “O governo precisa dizer para a sociedade: eu quero ou não ter um uma maioria. Então, se não quer ter maioria, não pode ser tão proativo no Legislativo. Tem que ser menos proativo no Legislativo, porque senão toda tramitação vai ter um custo maior para o governo. Porque, se eu não sou da base do governo, eu vou dizer: o que interessa ao meu eleitor para eu votar essa matéria? Vou votar com o governo, ou vou votar contra?”, afirmou o ex-deputado.

A avaliação considera as últimas discussões sobre o Orçamento Público. Nos últimos meses de 2024, impasses sobre os pagamentos de emendas parlamentares travaram as votações da Lei Orçamentária Anual e a análise acabou empurrada para 2025.

Nos últimos 20 anos, o atraso ocorreu apenas três vezes: em 2013, 2015 e durante a pandemia de Covid-19, em 2021.

GOVERNABILIDADE – Segundo Rodrigo Maia, sem maioria no parlamento, restaria a Lula o controle do orçamento para garantir governabilidade.

Para o ex-presidente da Câmara, no entanto, o Executivo tem mostrado pouca influência sobre os debates em torno da distribuição de despesas e, consequentemente, sobre a capacidade de investimentos no país.

“O governo já está entrando no terceiro ano do mandato, e até agora ele não disse o que ele pensa do orçamento. Para mim é muito mais uma disputa sobre quem manda no orçamento para entregar para o parlamento. No fundo, o que eu acho que o governo quer é se apropriar desse poder, negociar com esse poder a maioria, sem precisar mexer no governo”, completou.

MINISTÉRIO – Com a experiência de uma presidência longa a frente da Câmara, Maia também ponderou o resultado de uma possível troca de cadeiras na Esplanada dos Ministérios neste ano.

E destacou os desafios na relação com novo presidente do Senado.

“Acho que a relação do Davi [Alcolumbre] depende muito de como como é que o presidente Lula vai querer organizar isso e o que ele tem a dizer sobre uma política de finanças públicas melhor estruturada e com uma lei mais moderna que o Brasil tem hoje”, afirmou o ex-deputado.

Piada do Ano! Além de imigrantes, Trump quer expulsar presos americanos

Trump é uma pessoa nefasta na política internacional

Jamil Chade
do UOL

O presidente Donald Trump anunciou que quer fechar acordos com governos estrangeiros para que recebam americanos que tenham cometido “sérios crimes”. A ideia é de que esses países possam abrigar esses cidadãos dos EUA em suas prisões, em troca de recursos do governo americano.

Em declarações nesta terça-feira, ele insistiu que enviar para fora dos EUA essas pessoas custaria menos que mantê-los nas prisões do país. “Não queremos essas pessoas”, disse.

TRABALHANDO NISSO – De acordo com Trump “muitos países” já se ofereceram para receber esses criminosos americanos. Mas ele admite que não sabe se existe uma possibilidade legal para que isso seja feito. “Estamos trabalhando sobre isso”, contou.” Se tivermos a autorização legal, queremos fazer isso”, explicou.

O presidente citou o caso de um homem que empurrou outro ao trilho de um metrô. “São pessoas doentes”, disse. “Temos criminosos, pessoas péssimas”, afirmou Trump. “Se conseguimos tirar de nosso país, seria um aviso aos demais”, explicou o presidente.

Trump citou sua ofensiva contra os imigrantes. “Mas temos pessoas tão ruins como eles. Eu ficaria muito feliz se conseguimos tirá-los daqui”, disse.

NOVOS CRIMES – Chamando esses americanos de “animais”, Trump justificou que muitos deles, ao sair da prisão, cometem novos crimes. “Não queremos essas pessoas em nosso país. Uma pessoa dessas nunca vai ser boa”, completou.

Sua declaração ocorre um dia depois que o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ofereceu seu país como local de destino de pessoas deportadas pelo governo de Trump. A proposta foi anunciada nesta segunda-feira e, segundo o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, o país centro-americano se ofereceu para receber dos EUA imigrantes de qualquer nacionalidade e mesmo criminosos americanos.

Segundo Rubio, Bukele “concordou com um acordo migratório sem precedentes e mais extraordinário de todo o mundo”.

PRESOS AMERICANOS – “Ele também se ofereceu para fazer o mesmo com criminosos perigosos atualmente sob custódia e cumprindo pena nos Estados Unidos, embora sejam cidadãos americanos ou residentes legais”, disse o americano.

Bukele é acusado por organizações internacionais e entidades de direitos humanos de adotar uma violenta repressão em seu país, sob a justificativa de atacar a criminalidade. A oposição denuncia a proposta.

Manuel Flores, secretário-geral do partido Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, criticou a iniciativa e alertou que isso sinalizaria que a região é o “quintal de Washington para despejar o lixo”.

REPRESSÃO EXAGERADA – A política de repressão de Bukele causou polêmica no país nos últimos anos. Em fevereiro de 2023, ele anunciou a transferência dos primeiros 2.000 prisioneiros para a “maior prisão das Américas”, o “Centro de Confinamiento del Terrorismo”.

A abertura dessa “megacárcel” (mega prisão) foi apenas uma das medidas adotadas por Bukele, que conduz uma suposta guerra contra organizações criminosas que operam no país.

Dados da própria polícia salvadorenha estimam que um em cada seis indivíduos presos é inocente. Os cidadãos são incentivados a denunciar suspeitos de “terrorismo” por meio de uma linha direta, permitindo que denunciem seus vizinhos simplesmente por terem vinganças pessoais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Mais conversa fiada de Trump, o novo dono do mundo. Todas as maluquices dele serão imediatamente suspensas pela Justiça Federal americana, como aconteceu com o decreto dos filhos de imigrantes. Trump não tem cultura, educação e qualquer noção de solidariedade e tolerância. Acaba de proibir os
Estados Unidos de integrar o Conselho de Direitos Humanos da ONU. É uma figura nefasta, como diria Gilberto Gil. (C.N.)

STF impõe o Brasil na era da pedra lascada, criando um país sem leis claras

Sessão plenária do Supremo Tribunal Federal

Supremo mantém o país em clima de insegurança jurídica

J.R. Guzzo
Estadão

O Brasil se transformou ao longo dos últimos anos num país sem lei. Há todo um imenso fingimento, como nunca houve antes nos porões mais escuros da hipocrisia nacional, para fazer de conta que não é assim – a religião oficial, ao contrário, exige que o cidadão acredite que estamos em plena democracia.

Mas é exatamente assim. O Brasil tem lei para algumas coisas e, com certeza, não tem lei para outras. Se tem e não tem ao mesmo tempo, ou se tem para uns e não tem para outros, então não tem lei nenhuma.

CULPA DO SUPREMO – O responsável direto por essa descida da ordem jurídica brasileira à idade da pedra lascada é o Supremo Tribunal Federal (STF).

Tem, para isso, parceria fechada com o governo Lula e com as gangues partidárias que mandam no Congresso Nacional, mas a atuação “delitiva”, como eles gostam de dizer no seu léxico pedante, provinciano e geralmente boçal, é do STF.

A natureza do chicote, como diz Machado de Assis, depende de quem segura o cabo. No Brasil de hoje, é o STF – e, aí todo mundo se coloca na obrigação de fingir que os ministros usam a chibata para salvar a democracia nacional. Chicotada da Justiça não se discute, certo? Se leva. É onde estamos.

UM CÂNCER LEGAL – O ministro Alexandre de Moraes, por exemplo, está provando mais uma vez que a lei não existe no Brasil. Mas ele faz isso o tempo todo, não faz? Qual é o problema, agora?

O problema é que a repetição serial e intransigente de atos ilegais não os torna legais – por decurso de prazo, digamos, ou por alguma modalidade de jurisprudência reversa.

A delegacia de polícia montada por ele no STF, e o seu inquérito perpétuo, secreto e universal contra inimigos políticos do regime, são um câncer legal – e não há câncer que melhore com o passar do tempo.

SOB SIGILO – O ministro, em sua última produção como Exterminador-Geral das Leis e dos Direitos Civis no Brasil, e sob o mais absoluto silêncio das classes culturais civilizadas, proibiu que as redes publiquem postagens da revista digital Timeline, editada pelo jornalista Luís Ernesto Lacombe e Allan dos Santos, que desde 2021 está nos Estados Unidos — onde pediu asilo político e aguarda resposta do governo americano — para não ser preso por Moraes.

Tanto faz o que se ache ou não se ache de um e do outro. O fato é que a decisão é um monumento à ilegalidade. Os atingidos não foram informados de qual ilícito são acusados. Não foram intimados legalmente. Foram punidos com a exclusão do perfil sem a observação de qualquer processo legal, sem direito de defesa e sem sentença judicial.

Ou seja: foram punidos direta e mecanicamente, sem julgamento. Não há nenhuma democracia séria no mundo que admita uma coisa dessas. O silêncio, aqui, não é uma opção. É uma forma de mentira.

Lupi diz que Ciro Gomes não disputará eleição, mas continua no PDT

ciro gomes no flow podcast

Ciro Gomes continuará atuando como dirigente do PDT

Paulo Cappelli e Petrônio Viana
Metrópoles

Presidente nacional do PDT, o ministro da Previdência Carlos Lupi afirma que Ciro Gomes (PDT), três vezes candidato à Presidência da República, não tem mais planos de disputar qualquer eleição. O ex-governador do Ceará, no entanto, vai permanecer no cenário político como “franco atirador”.

Lupi também disse que “não faria” uma campanha centrada nas críticas a Lula, como Ciro fez no último pleito de 2022, associando o petista a casos de corrupção.

LULA FOI ABSOLVIDO – “Eu não faria. Eu acho que você tem que fazer a crítica sempre em cima dos projetos, das ideias. Ele [Ciro Gomes] faz, às vezes, com muita contundência isso. E você faz porque é democrático. Agora, quando atinge a pessoa… Lula já foi absolvido, inocentado no Supremo, não tem mais que discutir isso. Foi o STF, Supremo Tribunal Federal, que deu a liberdade ao Lula. Eu vou discutir o quê? Então, não se acredita na Justiça? A Justiça serve para isso. A gente questiona, a gente recorre. Decidiu, todos nós temos que aceitar”, disse o presidente do PDT.

De acordo com Lupi, Ciro seguirá como dirigente do PDT e continuará exercendo sua influência por meio de suas manifestações públicas.

SEM CANDIDATURA – “Ele diz que não tem mais projeto político-eleitoral. Em todas as conversas com ele, ele me falou: ‘Olha, eu já fui três vezes e não quero mais esse cenário’. Eu estou me guiando pela palavra dele”, contou o ministro.

“Ele não [saiu] da política, saiu da política eleitoral. Continua militante, é dirigente do partido, dá sua opinião, às vezes com radicalismo, que é um direito dele. Eu penso diferente. Mas vai ser sempre um homem… ele é um livre franco-atirador”, afirmou.

Lula já entendeu que será muito difícil sua reeleição em 2026

Lula antecipa 2026 e quebra uma regra básica da política

Dora Kramer
Folha

É raro, senão inédito, que um presidente da República abra oficialmente a temporada da sucessão ou reeleição com dois anos de mandato pela frente. Reza o manual que isso antecipa o “fim” da gestão em curso, alimenta disputas internas, dá mais espaço para a oposição atuar sem ser acusada de só querer atrapalhar o governo devido a interesses de palanque e deixa à vontade os governistas de ocasião que por conveniência ainda não tenham explicitado a intenção de, adiante, pular do barco.

Além disso, para um governo que tem atraído desconfiança, essa antecipação estimula suspeitas bastante fundadas de que não se possa esperar nos próximos dois anos quaisquer ações de caráter impopular, a despeito de serem necessárias.

PELA INTUIÇÃO? – Luiz Inácio da Silva (PT), como temos visto neste terceiro mandato, anda menos disposto a seguir os ditames da cartilha política tradicional. Portanto, pode ser que sua celebrada intuição fina o tenha aconselhado a agir diferente. A motivação por ora não está clara.

O que lhe disse o anjo da guarda vamos conseguir desvendar ao longo do andar da carruagem, mas é possível fazer alguma suposição a partir da declaração feita na mesma reunião ministerial em que deu a largada para 2026.

Aventou ali a hipótese de não concorrer à reeleição devido a problemas de saúde ou ao imponderável. A decisão, disse, está “nas mãos de Deus”. Conhecendo a avaliação de Lula a respeito de si, sabemos a quem ele se refere quando alude ao divino.

JOGADA ANTIGA – Nessa perspectiva, talvez esteja repetindo o jogo feito em outras ocasiões em que disseminava dúvida sobre se disputaria a próxima eleição a fim de alimentar no PT, temeroso da derrota, a unidade em torno dele e desestimular outras candidaturas no partido.

Na atual conjuntura e na condição de presidente, ele corre o risco de jogar com cartas descartadas do baralho pela passagem do tempo e mudança nas circunstâncias, pois Lula, o PT, a oposição e os anseios dos brasileiros não são mais os mesmos.

Diante disso, a intuição pode não bastar.

Trump pode ser mais perigoso aos Estados Unidos do que a própria China

EUA: relembre os passos que levaram Trump de volta à Casa Branca | Metrópoles

Trump precisa entender que na vida tudo tem limites

Janio de Freitas
Poder360

O pasmo do mundo com o projeto de Trump para as relações internacionais dos Estados Unidos tem olhado para as decorrentes atribulações nacionais e regionais. Mas as decorrências para os próprios Estados Unidos, as internas não menos que as externas, podem ser ainda mais transformadoras que o pesadelo trumpista.

As pretensões de Trump abrem frentes demais, com diferenças demais entre elas. E níveis altos de complexidade e risco. Projeto, portanto, de difícil condução. É o que começa a evidenciar-se já no seu início, com as primeiras repatriações de imigrantes ilegais.

CASO DA COLÔMBIA – A proibição, pelo presidente Gustavo Petro, de pouso do avião militar norte-americano com repatriados colombianos, por certo não era uma das respostas previstas por Trump.

Trump castigou a Colômbia com sobretaxa de 25%, Depois, fez o mesmo com México e Canadá, com 25%, mas pegou mais leve com a China, aumentando apenas 10%.

Canadá devolveu a taxação de 25% para os produtos americanos e a China recorreu à Organização Mundial do Comércio. Os europeus não são de perder negócios por causa de aliados. E a Índia procura portas de entrada mais largas na América Latina.

USO DE IMPOSTOS – As linhas de comércio e volume da produção mundial tornam a tática punitiva dos impostos, eixo de vários planos de Trump, um corrosivo para o emprego e o comércio exterior dos norte-americanos. Para tanto, basta que os países alvejados tenham a dignidade de dar respostas à altura.

Uma crítica bastante difundida na Europa acusa o projeto Maga (sigla de “Faça a América grandiosa outra vez”) de “fundar-se em relação de força” para servir ao “desejo geopolítico de Trump: ruptura com o Velho Mundo”.

É do próprio presidente francês o lançamento das palavras vassalagem e vassalização sobre as relações dos governos europeus com o norte-americano. Elon Musk, sempre, ilustra a tensão.

AMEAÇA À OTAN – O intuito da Comissão Europeia de punir Musk, como foi aqui, levou o vice de Trump, J.D. Vance, a uma advertência mais do que audaciosa: “Se a União Europeia tocar em um fio de cabelo das empresas de Elon Musk, os Estados Unidos se retirarão da Otan”, a aliança militar EUA-UE. Rebaixou a Otan, a União Europeia e a esperança de um convívio razoável.

A pretendida anexação da Groenlândia, o aumento das contribuições para a Otan, a saída norte-americana de entidades e de acordos com a União Europeia e outros, são riscos numerosos de rupturas.

Os europeus, na definição usada por Trump, são “passageiros clandestinos dos gastos dos Estados Unidos com a defesa do Ocidente”. Acusação que também aplica aos “gastos com acordos benéficos aos outros”.

CONTRA A OTAN – A Otan, como a União Europeia, é uma das ojerizas sinalizadas por Trump desde seu primeiro mandato. Seus três principais circunstantes, Elon Musk, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o vice têm igual visão. E o mesmo conhecimento de que a Otan é uma aliança muito mais sensível do que parece.

Dentre outros fatores, por sujeitar cada integrante à eventualidade de políticas, e mesmo riscos bélicos, alheios à sua visão e de interesse dos Estados Unidos.

Nenhum dos integrantes está feliz com a Otan. Essa unidade, caríssima, mantém-se graças, sobretudo, a Putin, cujo saudosismo soviético o impede de políticas inteligentes e divisionistas na Europa.

RACHAR A OTAN – Trump, sim, é capaz de rachar a Otan. Pelos mesmos ímpetos que podem levar, caso avance na retomada do Canal do Panamá, como prometeu, a um bloco de latino-americanos insubordinados. Hoje teriam, além das próprias condições, apoios no mundo para sustentar o fim da tutela forçada.

Trump é capaz de fazer aos Estados Unidos o que a paranoia norte-americana teme que a China faça.

O argumento de defesa de Bastos Tigre é politicamente incorreto hoje em dia

Tribuna da Internet | Bastos Tigre se defende da acusação de uma mulher que  ele teria difamadoPaulo Peres
Poemas & Canções

O publicitário, bibliotecário, humorista, jornalista, compositor e poeta pernambucano Manoel Bastos Tigre (1882-1957) no soneto “Argumento de Defesa” ao ser acusado de caluniar uma senhora, apresenta o seu melhor argumento de defesa, embora preconceituoso, ou seja,  ele sempre achou-a feia demais para não ser honesta.

ARGUMENTO DE DEFESA
Bastos Tigre

Disse alguém, por maldade ou por intriga,
que eu de Vossa Excelência mal dissera:
que tinha amantes, que era “fácil”, que era
da virtude doméstica, inimiga.

Maldito seja o cérebro que gera
infâmias tais que, em cólera, maldigo!
Se eu disser tal, que tenha por castigo
o beijo de uma sogra ou de outra fera!

Ponho a mão espalmada na consciência
e ela, senhora, impávida, protesta
contra essa intriga da maledicência!

Indague a amigos meus: qualquer atesta
que eu acho e sempre achei Vossa Excelência
feia demais para não ser honesta…

Taxas aduaneiras de Trump estão detonando uma guerra comercial

Trump avança com tarifas e encara inflação no horizonte

Pedro do Coutto

A vitória de Donald Trump nas eleições, desde o início, já causava uma preocupação progressiva por parte de diversos países, entre os quais o Canadá, o México e até a China. Agora, examinados os últimos passos do presidente americano, verifica-se que, de fato, Trump declarou uma guerra comercial com uma alta taxação a esses países. A União Europeia também afirmou que reagirá com firmeza se for atingida por tais ações.

Trump cumpriu a ameaça feita na campanha para as presidenciais e decidiu avançar com a imposição de taxas aduaneiras de 25% ao México e Canadá e um adicional de 10% nos produtos importados da China. Todos sofrerão um impacto econômico negativo e um agravamento da inflação.  

SEM LIMITES – O mundo está vivendo uma tempestade onde não se observa limites, pois a reação dos países à investida americana vai se fazer sentir no comércio internacional, atingindo por igual uma série de países, e indiretamente o Brasil, isso porque a inflação dos EUA que está se delineando poderá ser repassada aos diversos agentes com os quais o país mantém relações comerciais. Logo, o Brasil, está nessa fila que poderá ser alvo dos reflexos tarifários americanos.

Pequim reagiu com rigor, elevando as importações americanas em 15% e vai apresentar queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) pelos 10% de taxas aduaneiras que Donald Trump decidiu impor aos produtos chineses importados. As justificativas do presidente norte-americano variam.

Donald Trump queixa-se de que o Canadá deixa a droga fentanil entrar nos Estados Unidos, o que mata milhares de pessoas todos os anos. Com a presidente mexicana houve um acordo a aplicação das tarifas ficam suspensas durante o mês, enquanto há conversações técnicas. A União Europeia ameaça reagir com firmeza se for atingida pela guerra comercial instaurada por Trump.

CONFUSÃO – O presidente Donald Trump falou em guerra comercial. O termo é muito forte, e pode criar uma grande confusão nos preços dos produtos e nas taxações do comércio internacional que integram esse movimento deflagrado.

O fato é que Trump está declarando um confronto tarifário, o que vai conduzir o mundo a uma situação de absoluto desconserto. Afinal, não se sabe quais produtos serão objetos da nova tarifação, e que tipo de reações estão por vir. Trump é um homem que acredita que não pode ser contido. Ele vive em função do confronto e da inflexibilidade. O mundo assim inicia o mês de fevereiro envolto por desafios e ameaças comerciais.

China reage a Trump e cria tarifa de 15% sobre produtos dos EUA

Bonecos matriosca de Xi Jinping e Donald Trump; governo chinês anunciou hoje medida de retaliação aos tributos impostos pelos EUA sobre produtos chineses. Foto: Dmitri Lovetsky/AP

A guerra econômica está declarada entre China e EUA

Deu no Estadão

O Ministério do Comércio da China informou nesta terça-feira, 4, que irá implementar tarifas de repressão contra os Estados Unidos em algumas importações do país. O governo disse que implementará tarifa de 15% sobre produtos de carvão e gás natural liquefeito, bem como uma tarifa de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros de grande cilindrada. As medidas passam a valer a partir do dia 10 de fevereiro.

“O aumento unilateral de tarifas dos EUA viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio”, afirmou o órgão chinês em sua declaração. “Não é apenas inútil para resolver seus próprios problemas, mas também prejudica a cooperação econômica e comercial normal entre a China e os EUA.” A tarifa de 10% imposta pelo presidente Donald Trump à China entrou em vigor nesta terça-feira.

GOOGLE NA MIRA – Minutos após o anúncio das novas taxas, a Administração Estatal de Regulamentação de Mercado da China informou que está investigando o Google por suspeita de violação de leis antimonopólio do país.

Os chineses também adicionaram o grupo de moda norte-americano PVH (proprietário de marcas como Tommy Hilfiger e Calvin Klein) e o gigante da biotecnologia Illumina a uma lista de “entidades não confiáveis”.

A decisão “protegerá a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento em conformidade com as leis pertinentes”, afirmou o Ministério do Comércio em comunicado. “As duas entidades violam os princípios normais das transações de mercado, perturbam as transações normais com as empresas chinesas e tomam medidas discriminatórias contra as empresas chinesas”, acrescentou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enfim, o jogo realmente começou. Trump encontrou um adversário de peso que respondeu com firmeza. Agora, o placar é de 15% a 10%, em favor da China. E os analistas precisam calcular o que isso significa para o comércio mundial. Espera-se que Lula continue calado e não diga nenhuma bobagem. (C.N.)

Com Alcolumbre, o Centrão coloca a faca no pescoço do governo Lula

Davi Alcolumbre é eleito Presidente do Senado com 73 votos - Diário do  Sudoeste

Alcolumbre, festejadíssimo por Randolfe, líder do PT

Sérgio Perez

Com Davi Alcolumbre (União-AP) voltando à presidência do Congresso, o Centrão realmente coloca a faca no pescoço do governo. Pagou, levou; não pagou, está perdido. E não adiantará nada o esforço do ministro Flávio Dino tentando barrar o escárnio via Supremo. O Congresso dará sempre um jeito e cada votação terá um preço.

Na verdade, a administração federal virou balcão de negócios. A Codevasf, estatal que cuidava do desenvolvimento da região do vale do São Francisco, conseguiu ampliar ardilosamente a geografia, até fazer o Velho Chico chegar ao Amapá, vejam a que ponto chega a desfaçatez dessa gente.

PETROBRAS NA MIRA – Só no escândalo do parente do drputado baiano Elmar Nascimento (União) a mutreta da Codevasf envolveu mais de um bilhão. com b de bola. Isso mesmo.

Com Alcolumbre na presidência do Congresso, a Petrobras entra na mira para obter licença de pesquisa e extração de petróleo no litoral do Amapá. O governo será pressionado para autorizar logo a operação.

O Brasil precisa desesperadamente de novos campos de petróleo, mas a exploração da margem equatorial poderia começar pelo Rio Grande do Norte, mas o preferido é o Amapá de Alcolumbre.

TUDO DOMINADO – Na situação a que chegou a política brasileira, o Sul e o Sudeste estão dominados no Parlamento. Como resolver essas distorções?

Uma das medidas deveria ser a reforma do sistema representativo, com a adoção do modelo “um homem, um voto”, com os cidadãos tendo o mesmo poder de voto, sem o atual privilégio dos Estados com menos habitantes.

Nesse esquema, devemos defender o voto distrital puro, com “recall” para substituir o parlamentar que não esteja cumprindo suas promessas de campanha. Do jeito que está, o parlamentar não representa ninguém além dele mesmo, pois não há instrumentos de cobrança.

Acredite se quiser! Eleição de 2026 será mesmo entre Lula e Bolsonaro

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Carlos Newton

Por incrível que pareça, as correntes políticas da polarização insistem em canalizar entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro a disputa da eleição de 2026.  A repetição do confronto somente será evitada caso algum dos contendores tenha problemas de saúde, com agravamento de suas comorbidades, como se diz atualmente.

Lula vai estar com 81 anos nesta campanha eleitoral, na condição de mais idoso governante de país democrático, já com data de validade vencida e graves problemas de saúde. Se Lula não for candidato, o PT perde e se extingue, por decomposição espontânea, e Lula quer evitar esse vexame.

BOLSONARO – O principal adversário é Bolsonaro, dez anos mais novo e que chegará à eleição com 71 anos. Mas também está com a validade vencida, devido aos graves problemas de saúde.

A facada de Adélio Bispo, em 2018, não conseguiu matá-lo, mas roubou sua higidez. A tela implantada no abdômen salvou a vida de Bolsonaro, mas já houve várias recidivas, parece ser um problema que terá pelo resto da vida.

Enriquecido pelos R$ 17,2 milhões que os admiradores depositaram em sua conta por Fix, calcula-se que a fortuna de Bolsonaro já atinja mais de R$ 45 milhões, incluindo o patrimônio imobiliário, declarado à Receita em preço de compra. Mesmo assim, ele não desiste da política.

LULA FAVORITO – Pesquisa eleitoral realizada pela Genial/Quaest mostra que o cantor Gusttavo Lima surge como o nome mais competitivo contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um cenário que reúne diversos outros nomes da direita.

A pesquisa incluiu nomes como o do presidente Lula (PT), o de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e atualmente inelegível, e de governadores de destaque como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), e Ronaldo Caiado (GO), além de outras figuras do cenário político, como Pablo Marçal e Fernando Haddad, atual ministro da Economia.

A pesquisa parece ser Piada do Ano, porque o povo brasileiro é gozador, sacaneia até pesquisa eleitoral. Tudo indica que o candidato mais forte contra Lula é mesmo Bolsonaro.

FALTA A ANISTIA – Para concorrer à eleição, Bolsonaro precisa que o Congresso aprove a anistia, com benefício estendido a políticos de oposição punidos pela Justiça Eleitoral.

Com apoio de Lula e do PT, essa aprovação fica garantida, e Lula tem convicção absoluta que pode sair vitorioso com maior facilidade se Bolsonaro concorrer.

Assim, se Lula mandar o PT votar a anistia, dizendo que não tem medo de perder para Bolsonaro e quer enfrentá-lo, o projeto terá aceitação mais que garantida no Congresso.

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P.S. –
Detalhe importante: as Forças Armadas torcem desesperadamente para que a anistia seja aprovada. Mas isso é assunto para outro artigo. (C.N.)

OAB desafia o Supremo e exige restabelecimento da sustentação oral

 (crédito: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

Simonetti colocou os ministros do STF no seu devido lugar

Rayssa Motta
Estadão

Diante dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na cerimônia de abertura do Ano Judiciário, o criminalista Beto Simonetti, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), criticou os julgamentos virtuais, que aceitam apenas sustentações orais gravadas. “Respeitando quem pensa o contrário, vídeo gravado não é sustentação oral”, disparou o dirigente da OAB.

Na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, rejeitou um pedido da OAB para reconsiderar a regulamentação dos julgamentos na modalidade virtual.

DESAGRADO GERAL – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que administra o Poder Judiciário, e também é dirigido por Barroso, aprovou diretrizes nacionais sobre o tema que desagradaram os advogados.

Ao negar o apelo da OAB, Barroso justificou que, no “atual cenário de judicialização exacerbada”, é “materialmente impossível dar conta” da fila de processos apenas com os julgamentos em tempo real.

O presidente da OAB aproveitou o espaço na cerimônia, que reuniu as mais altas autoridades de Brasília, para protestar.

DEMOCRACIA EM RISCO – Beto Simonetti afirmou que silenciar a advocacia enfraquece a própria democracia. “A depender do seu uso e de sua regulamentação, a tecnologia pode ampliar a injustiça e violar a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal”, criticou.

Os julgamentos virtuais são assíncronos, ou seja, ao contrário das sessões presenciais e por videoconferência, eles não ocorrem em tempo real. Também não há debate entre os magistrados.

A sessão fica aberta para receber os votos ao longo de uma semana e cada juiz registra seu posicionamento no sistema digital quando achar mais conveniente.

SEM CONTRADITÓRIO – Advogados reclamam que a defesa fica limitada no plenário virtual e que, em algumas modalidades de processos, como ações criminais, o prejuízo é maior. As sustentações orais – momento em que a defesa expõe seus argumentos – são gravadas e enviadas em arquivo de vídeo, ou seja, os advogados não têm a chance de fazer a argumentação diante dos julgadores.

“A oralidade é a marca dos sistemas de Justiça garantias. O direito à palavra é instrumento indispensável ao exercício da defesa plena. A palavra dita é complementar ao escrito”, disse Simonetti.

DEVIDO PROCESSO – Disse Beto Simonetti sobre julgamentos virtuais: “A depender do seu uso e de sua regulamentação, a tecnologia pode ampliar a injustiça e violar a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal”.

O presidente da OAB prometeu buscar “todos os meios legais para assegurar que a advocacia continue exercendo seu papel sem restrições”.

Ao longo dos últimos três anos, Simonetti procurou STF e o CNJ para tentar costurar um acordo em torno do tema, sem sucesso. A OAB decidiu levar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para proibir expressamente a limitação das sustentações orais e para anular julgamentos se a prerrogativa for desrespeitada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A OAB está coberta de razão. A falsa modernidade do Supremo está destruindo o chamado devido processo legal, sem o qual não existe Direito nem muito menos Justiça. Mas o Supremo, do alto de sua empáfia, não sabe mais o que significa a palavra contraditório. (C.N.)