Nova estratégia do governo Lula é radicalizar no improviso e na gastança

Lula assume governo com o desafio de manter a inflação sob controle |  Charges | O Liberal

Charge do João Bosco (O Liberal)

Carlos Andreazza
Estadão

Lula vai radicalizar. Mais. É o presidente da PEC da Transição. Aquela foi a escolha fundamental. Estava tudo ali. O governo é Luiz Marinho. A rapaziada preferiu acreditar no Haddad fiscalista e tapou os olhos para a condição natimorta do arcabouço fiscal.

O maldito mercado foi generoso com esta gestão. Ainda é, mesmo ante a confirmação de Gleisi Hoffmann, agente radicalizadora que será ministra palaciana, para o cargo de articuladora política.

CRISE DE LEITURA – Lula vai radicalizar. Com o serviço de Haddad, aquele cuja qualidade se mediria pelo que não deixa o presidente fazer. Lula, chefe de uma cozinha que requenta pizza de vinte anos atrás, acredita que seu governo ruim seja bom; e se cerca de quem lhe confirme os vieses. A crise também sendo de leitura do mundo real.

Doravante, diante da impopularidade reafirmada semanalmente, ele radicalizará. Os rejeitados se exaltam. É o que fazem aqueles sem convicção. Sob pressão e sem convicção, sem identidade, sem o pulso do povo, sem propósito. Sem propósito, que não o de se reeleger.

BATENDO CABEÇA – O governo Lula – ser reativo, notável batedor de cabeça – radicalizará no improviso e na gastança. Nas expansões fiscais e parafiscais. É impressionante quantidade de bilhões que propõe por fora do Orçamento. Pé-de-Meia. Auxílio Gás. Plano Safra. Lista a aumentar. Pendure-se. Empurre-se a bomba para 2027.

O homem falou: “não acreditem nessa bobagem da macroeconomia”. Dobra – triplicará – a aposta. Na jorração de dinheiros para forjar bem-estar de curto prazo.

Se contratou e alimenta a inflação com a indução pesada ao consumo (e ao endividamento das famílias) numa economia desinvestida e sem capacidade produtiva, e se a resposta a isso é juro ascendente, desafiará a macroeconomia tentando, aos bilhões, disfarçar-adiar – por puxadinhos de micro – a inevitável desaceleração do crescimento.

COM A INFLAÇÃO – Está lançado na corrida com a inflação – que tolera, com a qual joga – e tome-lhe despejos de créditos estatais e outros estímulos artificiais para sustentar o voo de galinha até 2026. Porque pedalar até o ano eleitoral significará chegar ao terreno do pacto pela reeleição de geral – o Congresso, o status quo, a também pelejar por permanecer. E então, qual Bolsonaro, uma PEC Kamikaze para Lula chamar de sua.

Vai radicalizar. Já radicaliza. Sidônio Palmeira, o marqueteiro de 2022, não se tornou ministro à toa. Veio para radicalizar a exposição do chefe. Os rejeitados serão exaltados. A solução do radical analógico – de colocar um desgastado Lula na TV – é ousada e de efeito duvidoso; certo sendo que custará caro o que se apregoa ali.

Como diria a presidente – ministra – da Petrobras: “Estamos pisando no acelerador”. Estão. Com a nossa grana. De novo. As mesmas ideias. Os mesmos discursos. A mesma Transpetro. Talvez uma Oito Brasil.

9 thoughts on “Nova estratégia do governo Lula é radicalizar no improviso e na gastança

  1. O governo lula:

    – no cadafalso e nomeia a Amante como verdugo;

    – atolando o pais na dívida, apista na esmola;

    – e, o pior, acha que do bafo do Painho verte outo em jarros;

    Só faltaca a dissonância com a Nova Ordem Mundial.

    Carro destrembelhado, acelrram com o freio de mão puxado até o toco.

    Entretanto pode ser provável que o Painho seja reeleito face aos encrodos medievais bolsonaristas.

    Estamos muito mal.

  2. O governo lula:

    – no cadafalso e nomeia a Amante como verdugo;

    – atolando o pais na dívida, aposta na esmola;

    – e, o pior, acha que do bafo do Painho verte ouro em jarros;

    Só faltava a dissonância com a Nova Ordem Mundial.

    Carro destrembelhado, acelera com o freio de mão puxado até o toco.

    Entretanto pode ser provável que o Painho seja reeleito face aos encroados medievais bolsonaristas.

    Estamos muito mal.

  3. A Velha República Tardia não deixou margem de manobra. Governo e STF, sua máquina jurídica, só podem meter a cara no muro de concreto da dura realidade.

    Doidos pra dedéu?

    Maconha estragada?

    Que pacto é este, sem qualquer chance de revisão?

  4. “Ele (Bolsonaro) foi covarde, tramou um golpe, tramou a morte de um presidente, de um vice, de um presidente da Justiça Eleitoral, e quando não conseguiu, meteu o rabo entre as pernas, foi pra Miami e deixou os companheiros dele aqui”, disse Lula.

    “É um querendo se limpar na sujeira do outro”, como costuma dizer Felipe Moura Brasil.

    Fonte: O Antagonista, 07.03.2025 16:48 Por Ricardo Kertzman

  5. O Plano Safra é necessário. A Transpetro contratando serviços aqui, gerando empregos aqui também é algo bom ao país.

    Os incentivos à indústria e à tecnologia aumentaram, o que é acertado (até elogiados pelo país vizinho), mas ainda são pequenos.

    O articulista escreve que o mercado é “generoso” com essa gestão. Bah, tá loko.

    Cada artigo inócuo, só críticas ácidas, sem apontar soluções. Mas é disso que os radicais gostam.

    Por que não há críticas construtivas mais?

    Que tempos.

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