Simone Tebet admite que a crise vai detonar a economia em 2027

Em 2027, seja quem for o próximo presidente, não governa com esse arcabouço  fiscal, diz Tebet | Exame

Por que só agora Simone Tebet resolveu dizer a verdade?

Carlos Andreazza
Estadão

Como se observadora externa chegada de repente ao Brasil, Simone Tebet, ministra do Planejamento, disse que o próximo presidente não conseguirá governar o país com o arcabouço fiscal de Haddad. É uma admissão. Foi em entrevista à Globonews. Está correta.

Ninguém que quisesse controlar – para valer – o ritmo do endividamento brasileiro teria sucesso, se balizado por regra natimorta. Lula nunca quis, daí por que o presunto do morto muito louco boiaria animado até aqui. Quem embarcou na conversa da solidez do bicho navegou em (ou deu navegação a) uma canoa explicitamente furada.

APENAS FACHADA – O arcabouço fiscal, inviável desde a largada, serviria de fachada para a livre derrama da PEC da Transição – marco fundador do governo inflacionário. Poderia ser PEC da Gastança, mãe do voo de galinha de nossa economia a partir de 2023, protegida-minimizada pela propaganda de uma regra fiscal garantidora incondicional do disparar das despesas.

Simone Tebet confessa que o governo empurra a bomba para depois da eleição: “Chegou o momento em que, em 27, seja quem for o próximo presidente da República, não governa com esse arcabouço fiscal, com essas regras fiscais, sem gerar inflação, dívida e detonar a economia”.

Uau! É confissão de que o puxadinho nomeado arcabouço fiscal – que ela classificava como “equilibrado” – consiste em fantasia para que a galinha do voo engane por águia até 2026.

É BOM EXPLICAR – “Chegou o momento” – isso pega o cronista. “Chegou o momento.” Por quê? (Havia quanto chegara?) Qual a causa para o efeito? A ação deliberada do governo, pai do alimento caro. O governo, gastador irresponsável, que investiu nos artifícios das expansões fiscais e parafiscais e da inundação de créditos estatais – e que ora dobra a aposta nos estímulos ao consumo.

Pega demais o cronista também a advertência de que será impossível governar assim, “com essas regras fiscais”, “sem gerar inflação” – uma projeção (um alerta!) de risco para o futuro. É o que se chama de delay.

O governo plantador inflacionário que colhe inflação já – e que não para de semeá-la – nos alarmando sobre a inflação do porvir a partir da desqualificação da regra fiscal que ele próprio criara. Uau!

NOVA CHANCE – Tem mais: “Então, nós temos uma janela de oportunidade que não é agora. É em novembro e dezembro de 2026. Seja o presidente Lula o candidato e reeleito, seja outro candidato eleito, de fazer o fiscal, cortar gastos, cortar o supérfluo, fazer uma política num arcabouço mais vigoroso, que não mate o paciente, obviamente.”

O que tem matado o paciente é a inflação, de cujo espalhamento o governo é patrono. Na janela de oportunidade de 2022, Lula optou por desfazer do fiscal e ir de PEC da Transição, a ser rebatida pelo advento publicitário desse mesmo arcabouço fiscal que a ministra considera débil, ou menos vigoroso. A conta – o discurso – não fecha.

15 thoughts on “Simone Tebet admite que a crise vai detonar a economia em 2027

  1. Cadê a Autoridade Climática, seu Lula?

    COP30 arrisca virar um palanque do trumpismo
    Autoridade Climática foi prometida há 6 meses

    Na semana passada completaram-se seis meses do dia em que Lula prometeu, em Manaus, criar a Autoridade Climática. Faltam oito para a reunião da COP-30, em Belém.

    Até hoje não foi escolhido o coordenador das negociações com empresas. Até aí, coisa de governo travado.

    Para piorar, a COP-30 arrisca ser transformada num palanque do trumpismo e de uma charanga de países seus aliados.

    Ao final da reunião, os Estados Unidos formalizarão sua saída do Acordo de Paris. Num cenário de pesadelo, pode-se imaginar Donald Trump, ou mesmo o secretário de Estado, Marco Rubio, descendo em Belém para açoitar a COP.

    Fonte: O Globo, Política, 16/03/2025 03h30 Por Elio Gaspari

  2. Supermercados enfrentam falta de mão de obra em 8 cargos, diz estudo

    Escassez de trabalhadores representa quase 70% da força de trabalho nos estabelecimentos

    Os supermercados no Brasil vêm enfrentando dificuldade para preencher 8 de 10 ocupações que correspondem a quase 70% da força de trabalho nestes estabelecimentos. O levantamento foi realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens) a pedido do Estadão e divulgado na 3ª feira (11.mar.2025).

    (…)

    Poder360, 14.mar.2025 – 14h00 Por Fernando Rodrigues, editor

    https://www.poder360.com.br/poder-economia/supermercados-enfrentam-falta-de-mao-de-obra-em-8-cargos-diz-estudo/

    É conversa mole.

    Não há “falta de mão de obra” nem “escassez de trabalhadores”.

    O que há de fato é o pagamento de salários aviltantes no setor, cujos valores baixíssimos específica a matéria.

    Salários miseráveis que às vezes não dão nem para pagar a roupa e o calçado gastos e tarifas de transporte do mês.

    Acorda, Brasil!

    • Sim, caro Panorama!

      A continuar o desemprego baixo, vão ter que começar a valorizar salários kkk

      É esse o objetivo da reforma trabalhista do ex-presidente Temer, MDB-SP … Pena que até agora os sindicalistas não entenderam.

      Abraços.

    • “Chegou o momento em que, em 2027, seja quem for o próximo presidente da República, não governa com esse arcabouço fiscal, com essas regras fiscais, sem gerar inflação, dívida e detonar a economia”, declarou Tebet em entrevista à Globo News na quarta, 12

    • Com as regras fiscais impostas pelo Congresso, como o Perse e outras isenções, além dos aumentos de gastos, é claro que qualquer plano tende a não ser suficiente. Aí, como sempre, quem é tungado?

  3. Caro CN … Bom dia!

    Desemprego ocasiona inflação?

    Ou a inflação é decorrente de pegarem a remuneração dos trabalhadores para impedir a distribuição de renda?

    Ainda bem que o governo Lula está tendo coragem de enfrentar os poderosos com o zero na taxação da importação.

    Certamente que a Tebet vai mudar de posição quando a inflação recuar, né???

    Saudações amigáveis do chegamais.

  4. Supermercados enfrentam falta de mão de obra em 8 cargos, diz estudo

    Escassez de trabalhadores representa quase 70% da força de trabalho nos estabelecimentos

    Os supermercados no Brasil vêm enfrentando dificuldade para preencher 8 de 10 ocupações que correspondem a quase 70% da força de trabalho nestes estabelecimentos. O levantamento foi realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens) a pedido do Estadão e divulgado na 3ª feira (11.mar.2025)
    .
    (…)
    Poder360, 14.mar.2025 – 14h00 Por Fernando Rodrigues, editor

    https://www.poder360.com.br/poder-economia/supermercados-enfrentam-falta-de-mao-de-obra-em-8-cargos-diz-estudo/

    É conversa mole.

    Não há “falta de mão de obra” nem “escassez de trabalhadores”.

    O que há de fato é o pagamento de salários aviltantes no setor, cujos valores baixíssimos (conforme específica a matéria) afugenta trabalhadores eventualmente interessados, que se sujeitam ao desemprego a aceitar empregos com remuneração desprezível.

    Salários miseráveis que às vezes não dão nem para pagar a roupa e o calçado gastos e tarifas de transporte do mês.

    Acorda, Brasil!

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