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Frei Gilson faz lives de madrugada que atraem os fieis
Karina Ferreira
Estadão
Nos últimos dias, o líder católico conservador frei Gilson virou objeto de mais uma “batalha” na internet entre bolsonaristas e governistas. Enquanto lideranças da direita categorizam publicações críticas ao frade como uma ação anticristã de esquerdistas, apoiadores do governo Lula dizem que o sacerdote e cantor quer fazer os fiéis cultuarem o ex-presidente Jair Bolsonaro em vez de Cristo.
Por motivos estratégicos ou religiosos, evangélicos e católicos se uniram para defender o frade, que acumula milhões de seguidores nas redes sociais. Para especialistas ouvidos pelo Estadão, o que aglutina os dois grupos na defesa de frei Gilson não é a figura em si, mas a pauta conservadora que ele prega.
DIZ BOLSONARO – O ex-presidente Jair Bolsonaro fez publicações no dia 9 sobre o sacerdote. Em uma delas, disse que católico “se apresenta como um fenômeno em oração, juntando milhões pela palavra do Criador” e por isso “vem sendo atacado pela esquerda”.
A campanha contra o religioso começou no dia anterior à postagem de Bolsonaro, que amplificou o embate nas redes. Um grupo no Telegram ligado à militância de Lula emitiu um “alerta geral” a seus membros afirmando que o objetivo do padre é o de “promover a extrema direita e pedir votos no bolsonarismo”.
As acusações são baseadas em recortes de vídeos com falas conservadoras de Gilson e pelo fato de ele ser um dos quatro religiosos citados pela Polícia Federal (PF) nas investigações sobre golpe de Estado.
ORAÇÃO AO GOLPE – Segundo o inquérito, o frade não participou da trama golpista, mas recebeu o rascunho de uma “espécie de oração ao golpe” do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, via WhatsApp, que pedia que católicos e evangélicos incluíssem em suas orações os nomes do então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e de outros 16 generais para receberem de Deus “coragem para salvar o Brasil”.
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), católica praticante, publicou um vídeo nesta quinta-feira, 12, defendendo o frade. Tabata afirma que admira o sacerdote, que escuta suas músicas enquanto faz tarefas de casa e que não concorda com a afirmação do religioso, que prega que “a mulher deve ser auxiliar do homem”, mas que isso não apaga as boas atitudes dele.
“Acho que temos que acalmar um pouco os ânimos. Se tem uma coisa que não concordo, é que uma discordância específica, por mais grave que ela seja, seja usada para se apagar e deslegitimar toda a trajetória e todo o bem que a pessoa faz”, disse.
ALIANÇA CONSERVADORA – Segundo Vinicius do Valle, doutor e mestre em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Observatório Evangélico, o principal motivo que faz tanto católicos quanto evangélicos saírem em defesa do frade é o objeto da discussão.
O discurso sobre a mulher como “auxiliar” do homem, por exemplo, se assemelha ao de pastores em cultos evangélicos, diz o cientista político.
“Existe uma aliança entre evangélicos conservadores, que são a maioria dos evangélicos, e católicos conservadores em torno de uma certa agenda que envolve aspectos da disputa moral na sociedade, como, por exemplo, essa questão da desigualdade entre os gêneros, a questão da moralidade em torno do direito da mulher sobre seu próprio corpo, temas como aborto, entre outros”, explicou.
PÚBLICO MAIS AMPLO – A cientista política e diretora do Instituto de Estudos da Religião (Iser) Ana Carolina Evangelista avalia que frei Gilson não aglutina necessariamente católicos e evangélicos, mas sim um público mais amplo, cuja agenda política é conservadora.
“Pela agenda política e a forma como a política tem disputado essas figuras que têm identidade religiosa ou que têm papel num campo religioso, e o conteúdo da fala e das pregações dessas personalidades religiosas, a gente leva esse conteúdo para a política”, disse.
Evangélico, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), saiu em defesa de frei Gilson ainda no dia 9 e publicou um vídeo prestando solidariedade aos católicos. “Começaram diversos ataques. Para quem é cristão, isso é algo natural, ser atacado por seguir a Cristo. Óbvio que por ele ser católico e eu ser evangélico temos nossas divergências teológicas. Mas conheci pessoalmente, é uma pessoa extraordinária”, disse.
JANONES IRONIZA – Já o deputado federal André Janones (Avante-MG), apesar de evangélico, se posicionou considerando que em termos de estratégia política, os ataques da militância governista contra o frade são equivocados. “Não basta ser rejeitado pelos evangélicos, vamos fazer uma cruzada contra os católicos também, aí a gente se elege só com os votos dos ateus em um país em que quase 80% da população é católica ou evangélica. Que tal?”, escreveu o parlamentar, em tom irônico.
O senador Magno Malta (PL-ES), pastor evangélico, também saiu em defesa do religioso, afirmando que os ataques são “um episódio grotesco contra aqueles que defendem a verdade e a vida”. “Frei Gilson, estamos do seu lado, defendendo as mesmas bandeiras e pautas”, disse.
Nesta terça-feira, 11, o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) propôs um projeto de lei para criminalizar ataques contra religiosos em redes sociais, em resposta aos episódios envolvendo o sacerdote católico.
O Frei Gilson é um homem de bem, integro e pregador do evangelho.
Pior são os esquerdistas que seguem um cara sem caráter e da pior espécie
Cadê a liberdade religiosa?
Ser cristão está fora de moda para os ditos progressistas, pois se dizem ateus ou agnósticos. Porém, se por acaso o Gilson não fosse frei mas pai de santo com qualquer pauta essa turma estaria protegendo-o com as pautas ditas progressistas.
Vai entender.
Só tenho uma certeza: se o Gilson fosse um mulá ou ayatollah, estariam de bico fechado. Quem tem c… tem medo, diz o ditado.
O que de fato significa exatamente o tão apregoado conservadorismo ?
Pois acredito que no Brasil , o tal conservadorismo tenha outra vertente que não seja ” ideológico ou filosófico ” .
A propósito…
Áudio da canção “Pastor Trambiqueiro”, de Bezerra da Silva, lançada em 1991, no álbum Partideiro da Pesada, da Sony Music.
https://www.youtube.com/watch?v=zkp2gSevDlg
Se o cara fosse algum bispo de passeata defendendo o progressismo a cantoria seria outra.
Certamente.
Do alto dos meus quase 80 anos, não consigo entender porque tanta devoção ao tal Mito! Que obra o governo dele fez ou deixou para que seja tratado com um ser divino? insubstituível? fez tantas besteiras e teve a sorte de não ter sido preso ou cassado, porque o tal congresso não vale 10 centavos de mel coado…
Mais uma vez a religião mostra sua cara fraticida, será que já não foram suficientes os milhões de vítimas de guerras religiosas através da história? Será que não foram bastantes hereges queimados na fogueira?
Será que essas mentes obtusas, não as dos ignorantes natos, mas as daqueles que se acham eruditos, não entendem que onde predomina a religião não cabe a razão?