Juízes carrascos, advogados malabaristas e o batom na estátua: “Perdeu, mané”

Perdeu, mané | Brasil 247

Charge do Nando Motta (Brasil 247)

André Marsiglia
Poder360

Toda convicção, por mais cega que seja, fica constrangida, quando seu exercício implica algum ato cruel e desumano. Carrascos, soldados e juízes não estão livres de lembrarem que habitam uma pele humana, quando se enxergam refletidos nos olhos de suas vítimas.

Há quem lute contra esse sentimento se tornando ainda mais feroz, há quem recue e há quem hesite. São os três sentimentos que se experimentam quando vivemos um desses momentos epifânicos e raros em que o ser humano é chamado a pensar, corrigir-se, sair do automático e estar presente em sua vida.

CASO DO BATOM  – Na última semana, uma cabeleireira que manchou de batom uma estátua, e esteve na Praça dos Três Poderes junto a uma multidão, recebeu dois votos de condenação a 14 anos de prisão.

O crime de que é acusada chamamos no Direito de “crime impossível”, porque obviamente ela e aquelas pessoas todas não tinham a menor condição de tomar o poder, ainda que assim o desejassem.

Basta não ser um completo idiota para saber que aquelas pessoas foram usadas, seja por quem realmente queria um golpe – teoria encampada pela PGR e que refuto e descredibilizo, por falta de provas –, seja por quem quer condenar a cúpula do bolsonarismo, usando o 8 de Janeiro como o ato executivo exigido pela lei para punir Bolsonaro por tentativa de golpe, extirpando do tabuleiro político de 2026 o bolsonarismo. 

VENCER POR W.O. – Como o PT não consegue mais vencer no drible, precisa ganhar por W.O.; como não consegue mais vencer o adversário no voto, precisa tirar do adversário a possibilidade de que seja votado.

Por isso também a adesão de tantos setores e espectros de esquerda ao que vem fazendo o STF nos últimos anos no Brasil. 

Quanto mais fraco o PT, quanto mais fora do jogo Lula, mais forte a esquerda deseja o Supremo Tribunal Federal, único capaz de enfrentar o bolsonarismo, antes que ele chegue às urnas para ser votado.

FORAM USADOS – Seja como for, os réus do 8 de Janeiro foram usados, ou para Bolsonaro dar um golpe ou para golpear o bolsonarismo. E em uma ou outra hipótese – e, não há outra plausível – a cabeleireira não pode ser condenada por tentativa de golpe. 

Os juízes do Supremo Tribunal Federal parecem ser do time dos que num momento epifânico reforçam sua crueldade, tornando-se ainda mais violentos. São os juízes carrascos.

Já a classe de advogados, que se diz garantista, mas que é mais esquerdista que garantista, hesitou e criou uma tese rocambolesca, um malabarismo ridículo, estampando manchetes com a afirmação de que a cabeleireira tentou dar golpe, mas a pena foi excessiva. 

OUTRA HIPÓTESE – Ora, se ela quis dar golpe, não houve excesso, pois a pena para o crime é mesmo essa.

 E se ela tentou dar golpe, e a condenação a 14 anos é excessivo, como não se criticam as decisões a respeito dos demais réus, condenados pela mesma razão a penas ainda maiores? São os advogados malabaristas…

E você, quem você é nessa história? 

12 thoughts on “Juízes carrascos, advogados malabaristas e o batom na estátua: “Perdeu, mané”

  1. Tenho lembrando de bandeiras, músicas, palavras de ordem que bradávammos na época da Ditadura.

    Na primeira noite eles se aproximam
    e roubam uma flor
    do nosso jardim.
    E não dizemos nada.
    Na Segunda noite, já não se escondem:
    pisam as flores,
    matam nosso cão,
    e não dizemos nada.
    Até que um dia,
    o mais frágil deles
    entra sozinho em nossa casa,
    rouba-nos a luz, e,
    conhecendo nosso medo,
    arranca-nos a voz da garganta.
    E já não podemos dizer nada.

    Eduardo Alves da Costa

  2. A propósito, as esmolas da Velha República Tardia é pra que os miseráveis, famélicos aceitem, como cordeiros, suas desigualdades sociais, intelectuais, econômicas, psíquicas, educacionais, políticas.

    São pagas pra deixarem encroadas suas gigantescas potencialidades humanas, e, logo, para que não revoltem e se contentaem com as migalhas que caem dos faustos banquetes das elites estatais, políticas, intelectuais e econômicas.

    São os tais “programas sociais”.

  3. Uma simples pergunta diz tudo sobre o 8 de dezembro: Por que desaparecem as imagens de 181 câmaras de monitoramento das 185 existentes e só as quatro que não mostravam os petistas infiltrados permaneceram incólumes? Tem que ser muito idiota ou um completo bandido para acreditar que 8 de janeiro foi um golpe de estado.

    • Sobre os idiotas.
      Devemos a Karl Marx o fantástico despertar dos idiotas.
      O idiota por conveniência não enxerga o General G. Dias dando garrafas de água mineral aos invasores.
      Eu divido os idiotas do Marx em dois tipos, o idiota simples por deficiência intelectual e o idiota por conveniência, esse é o do pior tipo, ele está amplamente encastelado nas elites da esquerda, o PT é um exemplo que usa os dois tipos, os deficientes e os espertalhões.
      A característica do idiota simples é que ele funciona no modo automático servindo de manada, nunca ouviu falar do marxismo leninismo.
      Hehehe

  4. O feitiço contra o feiticeiro.
    Na rede estão dando conta que as próximas manifestações públicas o setor feminino irá levar um batom e exibi-lo como protesto.
    As redes sociais vão deitar e rolar.
    Isto é, se o STF não transformar os batons em artefatos de guerra e de alta letalidade.
    O porte de batom será vigiado pela Polícia Federal, os portadores flagrados serão enquadrados por crime hediondo e pegarão até trina anos de cadeia.

  5. MÉTODO SOCRÁTICO. ” E você, quem você é nessa história? ” Taí uma boa pergunta cuja resposta, certamente, nos remete a uma outra pergunta mais ampla e mais profunda que não quer calar há 135 anos e que há 35 anos encontrou a resposta ideal que é a seguinte: diante do impasse histórico o que fazer com o Brasil, doravante, de modo a tirá-lo do labirinto em que se encontra e torná-lo melhor para todos e todas, ou seja, levantar-se, sacudir a poeira e dar a volta por cima, como nos ensina a exitosa toada interpretada pelo saudoso Noite Ilustrada há mais de 50 anos, que me dei ao trabalho de respondê-la por completo há cerca de 35 anos com a elaboração da Revolução Pacífica do Leão, com projeto próprio, novo e alternativo de política e de nação, que mostra o novo caminho para o necessário novo Brasil de verdade, confederativo, com Democracia Direta, Meritocracia e Deus na Causa, que se propõe a resolver o país, a política, a polarização, a guerra tribal primitiva, permanente e insana por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, a vida e a convivência pacífica do conjunto da população para os próximos 500 anos, projetando o Brasil como a nova vanguarda democrática do inevitável novo mundo civilizado, para o bem da Humanidade, e que, por conseguinte, desafia a rede globo, o militarismo, o partidarismo, o capital velhaco e o establishment dominante e demais conservadores do continuísmo da mesmice a apresentarem já, tendo em vista 2026, proposta melhor, mais ampla e mais evoluída, ou renderem-se, pacificamente, à mega solução, via evolução, representada pela RPL-PNBC-DD-ME, pela redenção do país, da política e da vida do conjunto da população. Simples assim. Pão pão, queijo queijo. Pronto, falei e tenho dito. É exatamente o que deveríamos ter feito no lugar das loucuras golpistas de 1889, de 1930 (paga com a vida de GV, ao fim e ao cabo), de 1964, e que desta feita não podemos mais perder a nova oportunidade de passarmos a república do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, que, aliás, transpira decadência terminal por todos os seus poros… E isso é o que eu sei, porque muito lutei no front e muito estudei, meticulosamente, desde criancinha, antes de propor a mega solução, via evolução, para o nosso Brasilzão e a nossa população. http://www.tribunadainternet.com.br/2025/03/30/juizes-carrascos-advogados-malabaristas-e-o-batom-na-estatua-perdeu-mane/#comments

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