Paulo Peres
Poemas & Canções
O jornalista, tabelião, advogado, político, romancista, cronista, pintor, ensaísta e poeta paulista Paulo Menotti Del Picchia (1892-1988) mostra o seu total conhecimento sobre o amor e o sofrimento que pode acarretar quando se desfaz. São coisas nem a “Piedosa Mentira” pode esconder.
PIEDOSA MENTIRA
Menotti De Picchia
Ontem na tarde loura e de aquarela,
alguém me perguntou: “Como vai ela?
Como vai teu amor?” – Eu respondi:
“Não sei. Uma mulher passou na minha vida,
mas não lembro…”. E nessa hora comovida,
como nunca lembrava-me de ti!
E menti por pudor… A mágoa que alvoroça
nosso peito é tão santa, tão pura, tão nossa
que se esconde aos demais.
E se uma voz indaga contristada:
“Estás sofrendo?” – “Não, não tenho nada…”
E é quando a gente sofre mais…
1) Boa poesia do Menoti… licença…
2) “Seu Metaléxico
Economiopia
Desenvolvimentir
Patriotário
Suicidadãos”
(José Paulo Paes, Poesia Completa, 2008,pág190, Cia das Letras).
Acho que estou ficando insensível a esse tipo de
autocomiseração e exageração do natural.
Tarde é tarde, colorida pela refraçaõ da luz nas partículas superiores da atmosfera ou cinzenta pela presença de nuvens espessas.
As vezes um arco-íris a enfeita momentaneamente pela decomposição da luz em um espectro contínuo de cores. Mas em qualquer forma uma tarde é apenas uma tarde!
E nao precisa ser “tarde loura de aquarela” só para rimar com “Como vai ela”!
Ah, Juca Mulato!