Pedro do Coutto
A vitória de Donald Trump nas urnas para a Presidência dos Estados Unidos constitui sem dúvida um avanço do conservadorismo e uma estagnação em matéria de distribuição de renda e avanço da remuneração do trabalho humano. Além desses aspectos, que se refletem intensamente no Brasil, a presença de Trump na Casa Branca poderá criar condições concretas para uma anistia de crimes políticos por aqui, o que poderá habilitar o ex-presidente Jair Bolsonaro.
São consequências de fatos políticos que têm que ser examinados com isenção, percepção dos resultados ideológicos e lógicos dos efeitos que as eleições americanas poderão produzir. A vitória de Donald Trump surpreendeu não só pela sua amplitude, mas também pelo fato de ter o presidente Lula da Silva se manifestado por Kamala Harris.
COP29 – Um fato importante que também estará em pauta após a vitória de Trump refere-se à 29ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29) que se inicia na próxima segunda-feira, em Baku (Azerbaijão) sob a sombra do novo governo nos Estados Unidos. O pessimismo gerado pela notícia deixa ainda mais distante o principal objetivo da cúpula, que é o de chegar a uma nova meta de financiamento para os países em desenvolvimento conseguirem enfrentar e se adaptar à crise climática.
Durante a campanha, Trump prometeu não apenas que voltaria a retirar o país do Acordo de Paris sobre o Clima, como também sairia do organismo da ONU que promove essas negociações internacionais, a UNFCCC, e não cumpriria outros tratados ambientais. Assim, até os repasses americanos para o Fundo Amazônia podem estar ameaçados.
IMPACTO – Com Trump no poder haverá um impacto muito grande nas negociações, pois os Estados Unidos são os maiores poluidores históricos do planeta, são os que mais devem nesta conta do clima e são também os que mais podem fazer nesta questão climática. Esta não é a primeira vez que a eleição americana joga um balde de água fria sobre a Cúpula do Clima.
A COP 22 de Marrakesh, no Marrocos, aconteceu logo depois da primeira vitória do bilionário, no pleito de 2016. O panorama internacional, portanto, foi alterado, e exigirá muitas negociações para que ações previstas possam ser efetivadas.
Com a volta do molusco, o arraso voltou de novo. São deficits um atrás do outro, quer de novo enfiar as mãos nos fundos de pensão, dinheiro a rodo para artistas, volta de novo a ter relações com empresários corruptos.
Lula não estaria se esfarelando?
Juros estratosféricos e subindo! Inflação acima da meta e subindo! Preços, taxas e tarifas absurdos e aumentando, inclusive e principalmente, os ‘administrados’ pelo governo Lula, que – no momento – parece desgovernado e sem rumo.
E como fazer frente ao iminente e avassalador avanço da extrema-direita nacional e internacional?
Só restaria mesmo o Moraes – goste-se ou não – que enfrenta, processa, prende, tornezeléra, inelegibilíza, retém passaporte e que poderá ainda enjaular outros, inclusive o ex.
De resto, tem mais nada, (o que é que tem?) a não ser o já enfadonho e infrutífero blá blá blá do ainda presidente.
Acredito que quando se fala em ” conservadorismo ” , muitos sequer sabem do que se trata , uma vez que muitos de seus arautos , estão atolados até o pescoço em todo tipo de ” falcatruas ” além de crimes de lesa-pátria , portanto o tal conservadorismo nada tem a ver com :
Filosófico, ideológico , político , sociológico , mas sim manter a tal impunidade de seu autores .
Bom dia.
Rubens Paiva, engenheiro, era deputado federal. Apoiava o presidente João Goulart. Os órgãos de informação da Ditadura , por alguma coisa que ele fez, decidiram prender o deputado, tirado a força da sua casa na frente da família e seu corpo sumiu. Foi torturado, não aguentou a brutalidade dos carrascos e morreu.
Rubens Paiva e Stuart Angel foram torturados, como tantos outros que resistiram ao governo autoritário. Eunice também foi presa por 24 horas e uma filha de Rubens, de 14 anos também.
Era isso, que eu temia, quando o cheiro de Golpe no final de 2022, estava iminente. Acho que seria ainda mais violento do que a Ditadura de 1964.
A República Velha, chamada de República dos Governadores durou de 1889 até 1930. Quase 40 anos. Foi o estopim da Revolução de 30.
Estamos vivenciando uma nova República Velha, a República dos Parlamentares, que controlam o Orçamento, as Emendas Parlamentares, encurralam o Executivo e ameaçam o Judiciário.
Esse é o germe de uma Nova Revolução ( período autoritário) em andamento. A tentativa fracassou, mas o dispositivo militar continua intacto, a espera de uma nova oportunidade.
Eles tentaram no segundo governo Vargas, no governo Juscelino e deram o cheque mate no governo João Goulart.
Pois é, caro Roberto, e ainda a gente tem que aguentar de donos da verdade posando de eruditos, elegias ao Governo Militar, se teve seus presidentes afastados de escândalos patrimonialistas (menos Costa e Silva), nunca poderão falar em ausência de corrupção nas FFAA.
Prefiro parar por aqui, mas deixo informado que fui permissionário do Exercito em 73 e privei do relacionamento de alguns generais e oficiais honrados, António Bandeira, Breno Fortes, Viana Moog, Rodrigo Otávio Jordão, Lício Maciel, Geraldo Navarro, etc. e aprendi como a banda toca.
Prezado Roberto,
O Regime de 1964 era formado por pessoas da competência de Hélio Beltrão, Jaime Lerner, Octávio Bulhões, Roberto Campos….
No meio deste time, existiam estes covardes torturadores que o sistema ( Geisel vs Ednardo) demorou muito para reagir.
Vc tem toda razão; ditadura ; nem com Jesus Cristo no comando.
Foi um erro grave o manifesto do Lula em favor da Kamela, do mesmo partido que espionou seu governo e ainda apoiou o golpe que trouxe de volta a direita suja entreguista na figura do vigarista do Temer.
Dito isso, não sei se a vitória do trumposo vai ser esse filme de terror todo, ou melhor, não sei se vai significar alguma diferença em relação a esse atual governo. No campo do financiamento das intervenções militares mundo afora creio até que foi melhor esse resultado.
E por fim, vou decepcionar os direitinhas tupiniquins daqui, mas nos EUA não existe esquerda, é direita x direita e fim.
*É RIDÍCULO TER SAUDADES DO GOVERNO MILITAR.*
Como alguém, em sã consciência, pode ter saudades de um governo que tinha, apenas, *12 ministérios?* Prova, inequívoca, que o país não era bem administrado.
Como confiar em *presidentes que morreram pobres?* Um homem que ocupa o cargo máximo de uma nação, sem fazer fortuna, prova que não sabe aproveitar oportunidades, nem gerir o patrimônio próprio. Um incapaz.
Como ser saudoso de uma época de ditadura, onde todos os cidadãos tinham direito ao livre acesso às armas de fogo? E pior, a repressão era tão violenta que, mesmo armados, os cidadãos não se matavam. Isso demonstra o medo da população contra aquele governo bárbaro.
Como respeitar um regime que criou o *INSS, o PIS, o PASEP, regulamentou o 13º,* instituiu a correção monetária, criou o *Banco Nacional da Habitação, o FUNRURAL,* construiu mais de 4 milhões de moradias e abriu 13 milhões de vagas de emprego?
Melhor nem falar de infraestrutura. Em 21 anos, conseguiram, apenas, *asfaltar 43.000Km de estradas,* construir 4 portos, reformar outros 20, instalar as maiores hidrelétricas do mundo, decuplicar a produção da Petrobrás, criar a *Embratel e a Telebras,* implementar dois polos petroquímicos, entre outras coisinhas sem importância.
A educação era ridícula. Pegaram o país com *100 mil estudantes secundaristas* e transformaram em *1.3 milhões.* Criaram o *Mobral, o CESEC, a CNPQ e o programa de Merenda Escolar*.
Nestes vergonhosos anos de chumbo, onde o PIB cresceu *14%, as exportações* saltaram de *1.5 para 37 bilhões,* atingimos a *7ª economia economia mundial* e nos tornamos o *2º maior produtor de navios do planeta.* Uma catástrofe!!
Realmente, durante essa página negra da história nacional, pelo visto, apenas os presídios funcionavam. Esses, sim, um exemplo. Neles entraram *terroristas, assassinos, assaltantes, guerrilheiros, seqüestradores, e saíram deputados, ministros, governadores e, até, dois presidentes.* Isso que é recuperação. 🤔
Ta fazendo o que?
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PS. Pior de tudo: Acabaram com as viagens mundiais gratuitas dos jornalistas, bem como com a isenção do IR.
Adendos, em: Stephen Kanitz
A História Não Contada de 1964.
Por que intelectuais, jornalistas, historiadores, professores e escritores tem tanto ódio dos militares brasileiros?
A razão jamais divulgada, até hoje, é essa.
Uma semana depois de assumirem o governo, os militares patrocinaram uma emenda constitucional que se tornaria o maior erro deles.
Promoveram a emenda constitucional número 9 de 22 Julho de 1964, e logo aprovada 81 dias depois.
Essa emenda passou a obrigar todo jornalista, escritor e professor deste país a pagarem imposto de renda, algo que nenhum destes faziam desde 1934.
Pasmem.
Este é um dos segredos mais bem guardado pelos nossos professores de história, a ponto de nem os novos militares, jornalistas, professores de história e escritores de hoje sabem o que ocorreu de fato.
Além de serem isentos do IR, jornalistas tinham financiamento imobiliário grátis, vôos de avião grátis, viviam como reis.
Nenhum livro de história, nenhum jornalista de esquerda jamais irá lhes lembrar que o Artigo 113, 36 da Constituição de 1934 e repetido no artigo 203 da constituição de 1946, rezava o seguinte.
203 .“Nenhum imposto gravará diretamente a profissão de escritor, jornalista ou professor.”
Por 30 anos foi uma farra, algumas faculdades vendiam diplomas de jornalista “até arcebispo era jornalista.”
Por 30 anos esse favoritismo classista era um nó na garganta de nossos médicos, enfermeiras, bombeiros, polícias e militares, que se sacrificavam pelos outros sem reconhecimento.
Que mérito especiais tinham esses privilegiados, além a de poderem chantagear governos, que muitos faziam.
Especialmente os privilegiados de esquerda, pois o Imposto de Renda é o imposto que por definição distribui a renda dos mais ricos para os mais pobres.
Hipocrisia intelectual maior não há.
Até a família Mesquita entrou na justiça pleiteando a isenção dos lucros do Estadão, alegando que os lucros advinham de suas profissões de jornalistas.
Só que com esta medida os militares de 1964 antagonizaram, em menos de dois meses de poder, toda a elite intelectual deste país.
Antagonizaram aqueles que até hoje fazem o coração e as mentes dos jovens.
“Grande parte dos jornalistas que tiveram suas crônicas coletadas para este livro, Alceu de Amoroso Lima, Antônio Callado, Carlos Drummond de Andrade, Carlos Heitor Cony, Edmundo Moniz, Newton Rodrigues, Otto Lara Resende, Otto Maria Carpeaux, entre outros, foram aqueles que logo se arrependeram do apoio dado ao golpe.”
Essa gente apoiou a luta pela democracia, ela só se tornou golpe depois da PEC que tirou seus privilégios classista.
“Jornalistas apoiaram o regime, mas antes dele fazer aniversário de um ano, já eram adversários do regime que ajudaram a instalar”, continua Alzira Alves.
Só por que mexeram no bolso dos jornalistas e historiadores, dos intelectuais a professores, numa medida justa, democrática, e que combateu a má distribuição da renda, que esses canalhas incentivavam.
Se os militares fossem de fato de direita, como jornalistas, professores de história e escritores não pararam de divulgar, eles teriam feito o contrário.
Eles se incluíram nesta lista classista.
Mas foram éticos e não o fizeram.
Jornalistas também não pagavam imposto predial1, imposto de transmissão1, imposto complementar2, isenção em viagens de navio, transporte gratuito ou com desconto nas estradas de ferro da União, 50% de desconto no valor das passagens aéreas e nas casas de diversões.
Devido a estas isenções na compra de casa própria, a maioria dos jornalistas tinha pesadas dívidas, e a queda de 15% nos seus salários causou sérios problemas financeiros e familiares.
Some-se a inflação galopante que se seguiu, o baixo crescimento do PIB, e levaria uns 10 a 15 anos para esses jornalistas, escritores e professores recuperarem o padrão de vida que tinham antes.
O “golpe” que os militares causaram foi esse.
Contra os intelectuais e não contra a nação.”
A insignificância de Lula no contexto mundial
Dois números a expressam isso à perfeição: a participação do Brasil no comércio mundial gira em torno de 1%; a bolsa brasileira representa apenas 0,5% da carteira de investimentos do mundo.
E a renda per capita no país, que é o que interessa de verdade, é menos de U$ 10 mil.
A opinião e o apoio de Lula não significam nada em lugar nenhum do planeta, a não ser a criação de problemas para o país, nas situações em que a opinião e o apoio não deveriam ser dados ou são dados a coisa que não presta.
O Brasil é, no máximo, um enorme mau exemplo. É por isso que Lula e Jair Bolsonaro podem torcer abertamente para quem quiserem na eleição americana.
Fonte: Metrópoles, Opinião, 04/11/2024 11:22 Por Mario Sabino