“STF resistirá a ímpetos autoritários”, diz Barroso, sem citar Trump

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso

Uma das preocupações de Barroso é a nova ordem mundial

José Marques
Folha

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (13) que a corte resistirá a “qualquer ímpeto autoritário que venha de qualquer lugar do mundo”.

Ele fez a afirmação enquanto listava o que seriam suas principais preocupações, em palestra no Fórum Brasil do Lide, realizado em Brasília.

NOVA ORDEM – Uma delas, disse, é uma “nova ordem internacional em que há risco para o multilateralismo, em que há risco de vir uma nova onda autoritária”. “Nós precisamos resistir”, afirmou ainda.

Embora não tenha feito referência nominal ao político norte-americano, o discurso acontece depois da eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Ao ser questionado por outros participantes da mesa se via alguma nova ameaça autoritária para o Brasil, o presidente do Supremo afirmou que, por aqui, “nós contivemos”.

AMEAÇA SUPERADA – “É uma ameaça felizmente superada no Brasil, e existe a maior normalidade institucional para o país e uma relação boa entre os Poderes”, afirmou.

“O Brasil vive uma normalidade institucional com as divergências naturais de uma vida democrática. Pensamento único só existe em ditadura.”

Como mostrou a Folha, logo após a eleição de Trump, ministros do STF afirmaram reservadamente que a volta do republicano à Casa Branca não terá efeito no Judiciário em relação às condenações de inelegibilidade impostas a Jair Bolsonaro (PL) nem sobre investigações já avançadas, como a que trata da trama golpista que culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

PRESSÃO POLÍTICA – Apesar disso, magistrados dizem avaliar que pode crescer a pressão política para que o ex-presidente tenha a inelegibilidade revertida via perdão dado pelo Congresso Nacional —movimento que, caso concretizado, ainda passaria por sanção ou veto do presidente Lula (PT) e que provavelmente seria contestado na Justiça, sendo desta forma levado ao STF.

No evento desta quarta, Barroso ainda listou, como suas preocupações, as mudanças climáticas, a segurança jurídica, a educação básica e o que chama de “volta à civilidade”.

Segundo ele, as pessoas precisam “voltar a sentar na mesma mesa sem desqualificar um ao outro”.

ORÇAMENTO – Também mencionou as emendas parlamentares e disse que os três Poderes estão fazendo um esforço para “tentar dar um pouco mais de racionalidade, rastreabilidade, controlabilidade ao Orçamento público”.

“O volume de emendas individuais, emendas de comissão e emendas de bancada, a maior parte impositiva, alcança um percentual que é superior à média praticada em todos os países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]”, afirmou o presidente do Supremo Tribunal Federal.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Barroso se sente o máximo, superpoderoso. No dia em que o Capitólio impedir seu ingresso no país, talvez a ficha caia e ele acorde para a realidade. Por enquanto, ele parece viver num mundo panglossiano, diria Cândido, o Otimista. (C.N.)

14 thoughts on ““STF resistirá a ímpetos autoritários”, diz Barroso, sem citar Trump

    • Brasil não tem que comungar com determinação de país algum. EUA, como sempre se achando o dono das cocadas pretas e brancas. Ainda tem imbecis que aplaudem.

  1. Eles seetem a opinar sobretudo e esquecem de ser simplesmente Juízes do supremo com muitos processos pendentes de seus julgamentos. Talvez não tenham apetite para essa função que deveria ser discreta na forma e com resultados resultados para a nação.
    Vivem para os holofotes.

  2. Tá certo Barroso. O dia que o STF se submeter a pressões externas será o fim da picada..A volta do Brasil colônia.

    E alguns “brasileiros” torcem para o adversário.

    Que tempos.

  3. Pronunciamento digno de virar um clássico para a esquerda, uma Barrozíada. (Camões)
    Do chulo ao erudito, é a formiga querendo ter catarro, quer ser o herói da epopeia.
    Se Tio Sam cancelar seus vistos e/ou impedir a entrada de toda turma do STF, toda empáfia se anula.
    E pensar que a Petrobrás teve que pagar multa por ter trambicado as ações vendida lá, e que aqui os vendilhões estão sendo inocentados e até desencarcerados…
    Desafiar os gringos não é muito salutar.

  4. O STF continuará resistindo trocar a defesa da corrupção pela defesa da constituição. Continuará confundindo a bunda da paraibana com a banda de Paraibuna.

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