André Marsiglia
Poder360
O turbilhão nacional não para: prisões preventivas de generais para evitar atrapalhar investigações que já acabaram, ministros do STF que são vítimas e juízes do mesmo caso, redes sociais que são reguladas para, em seguida, o governo pedir exclusão de críticas a suas políticas públicas, a Justiça eleitoral criando mais políticos de direita inelegíveis do que formigas em doce de coco, pessoas com medo de falar, congressistas sem imunidade parlamentar.
Se há quem duvide ter sido tentado um golpe no país há dois anos, nenhuma dúvida há de que, neste momento, as autoridades do Estado empreendem contra seus adversários políticos um violento contragolpe, no qual o Direito foi cooptado como instrumento político de caça a adversários de quem está no poder.
É MUITO PIOR – Se golpe é ruim, contragolpe é pior. Caso tenha se desejado um golpe no governo passado, uma coisa é certa: não foi adiante.
Já o contragolpe atual do Estado está a pleno vapor, destruindo a institucionalidade do país: juiz se tornou rei, Suprema Corte se fez governo, governo virou aliado de rei, Congresso foi para o calabouço e o Direito e a Constituição se tornaram nada.
Ao ensinar Constituição nas universidades, sinto-me constrangido, envergonhado, tanto quanto se eu fosse o guia de uma excursão de adultos pelos parques fictícios da Disney.
CONTRAGOLPE AMEAÇADOR – É preciso ser muito tolo, cego ou ingênuo para acreditar que o contragolpe do Estado vai assegurar a democracia, tornar viável a pacificação de que o país tanto precisa.
Teremos autoridades tão ingênuas a ponto de não enxergar que não haverá país se esquerda e direita não se aceitarem mutuamente, se juízes não voltarem a julgar, se governos não voltarem a se preocupar com governança? Duvido muito.
Acredito mais que a esquerda tema que a direita seja a única capaz de viver de votos em um país pacificado. Afinal, a melhor proposta da esquerda hoje para se eleger é convencer as pessoas a ter medo da direita.
PACIFICAR É PRECISO – Se houver uma pacificação política do país, é claro que os juízes não terão chance de se de ser tão poderosos e influentes politicamente em um país acalmado.
A pacificação não interessa a quem exerce hoje o poder no país, por isso, o contragolpe do Estado é muito mais perverso. E, como está corroendo por dentro das entranhas das instituições, como está rasgando o direito e a Constituição, talvez seja o golpe mais perigoso, o golpe definitivo, o verdadeiro golpe, o golpe sem volta.
Por favor, não use a disfunção politica causada pelo populismo, oportunismo e espoliação do sistema corrupto vigente é alimentado pelo lulopetismo, para justificar um infame plano de golpe de estado, assassinato.e ditadura.
Não vão faltar os cegos que pensam que existiu um golpe em 2022 e não viram o golpe dado com a soltura do maior corrupto brasileiro e se negam a ver o golpe que está sendo dado agora. Nem está sendo dado pois já foi dado.
O golpe de mestre foi dado pelo fachin quando esquartejou a Lava Jato e abriu a porta da cadeia pro molusco