Alexandro Martello
g1 — Brasília
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende que o Congresso Nacional regulamente a lei que trata dos “supersalários” no serviço público.
“Uma lei que já foi votada na Câmara, e que está no Senado. Pode disciplinar uma coisa importante de pôr fim a determinados privilégios e significar uma economia robusta para o Estado brasileiro, fora o debate sobre a moralização do serviço público”, declarou Haddad.
OUTRAS AFIRMAÇÕES – A declaração foi dada após reunião com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck, sobre a reforma administrativa.
Ele também citou mudanças nas regras de concursos públicos. O tema tem sido cobrado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que considera a reforma administrativa como sendo o “próximo movimento” a ser feito.
Em 2020, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou uma proposta de reforma administrativa ao Congresso Nacional, mas ainda segue parada no Legislativo.
MUDANÇAS IMPORTANTES – A previsão da equipe econômica do antigo governo Bolsonaro era de uma economia adicional de R$ 300 bilhões em dez anos, se aprovada a reforma enviada ao Legislativo. Entre as mudanças, ela acaba com a estabilidade de parte dos futuros servidores.
Questionado por jornalistas sobre a proposta do governo anterior, o ministro Haddad afirmou que deu o exemplo dos “supersalários” porque é algo que ele “apoiaria discutir”.
“Citei o PL dos concursos, o PL dos supersalários que são iniciativas importantes, que podem ser rapidamente aprovados”, declarou o ministro da Fazenda.
LEI DOS SUPERSALÁRIOS – Em 2021, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que regulamenta os chamados “supersalários” no serviço público, que extrapolam o teto do funcionalismo, estabelecido atualmente em R$ 39.293,32.
O texto retornou ao Senado, onde aguarda definição. O texto em discussão no Congresso define quais pagamentos poderão extrapolar o teto do funcionalismo, entre os quais os auxílios para moradia, alimentação e transporte.
Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que algumas gratificações de natureza remuneratória devem entrar no chamado “abate-teto”. Ficam de fora , ou seja, não são descontados, os chamados jetons (verba dos ministros por participação em conselhos de administração em estatais) ou se as verbas forem de caráter indenizatório (como reembolsos).
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PENDURICALHOS QUE FICAM DE FORA
Saiba outros pagamentos que, pelo projeto, não estariam sujeitos ao teto do funcionalismo
Auxílio-moradia: se não houver imóvel funcional em condições de uso na localidade, se o agente não residir com outra pessoa que ocupe imóvel funcional ou receba auxílio moradia e se o agente não tiver residência no local;
Adicional de férias: se o valor não superar um terço da remuneração, desde que não decorra de um período superior a trinta dias por exercício;
Pagamentos decorrentes de férias não aproveitadas durante a atividade: limitados a trinta dias por exercício, ou após demissão, aposentadoria ou falecimento;
Auxílio-alimentação: até 3% do teto;
Décimo terceiro salário, adicional noturno e serviço extraordinário;
Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço;
Adicional de insalubridade;
Auxílio-creche: para filhos e dependentes de até cinco anos, em valor máximo por dependente de 3% do teto;
Auxílio-transporte: em até 3% do teto;
Indenização decorrente do uso de veículo próprio em serviço: em até 7% do teto;
Ressarcimentos de mensalidade de planos de saúde: até 5% do teto.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma grande conversa fiada, somente encenação. Nem Haddad, nem Lula nem político algum no Brasil tem coragem para enfrentar o crescente problema dos super-salários. Haddad está apenas tirando uma onda, como se dizia antigamente. (C.N.)
Limitar os salários do serviço público a um teto (de todos os poderes), sem exceções à regra, é uma coisa moralizante, com o exemplo vindo de cima. De quebra, poderiam haver reformas no legislativo e no judiciário para diminuir os gastos.
Mas como sempre, a reforma administrativa vai atingir àqueles com menos força.
Esse teto vai valer para a elite do funcionalismo público (legislativo, judiciario e forças armadas)? Pois qualquer reforma vindo desse calhorda do Lira vem com cheiro de maldade no lombo dos servidores com menos privilegios e poder como saúde e educação.
Isso sem falar na intenção de reduzir o numero de servidores públicos concursados para cobrir com cargos comissionados indicados por políticos sem vergonha com esse Lira para alocar sua corja, além de faturar em cima de rachadinha, passagem de avião free, etc.
Rafael Santos, acertou na mosca, assino embaixo.
Mas que coragem você teve de fazer aquilo!!!!!
-Não foi coragem não; foi um misto de desespero com revolta.
Tirar a estabilidade do servidor público concursado, é tirar-lhe a tranquilidade e transforma-lo num servil. Coisas do governo de Bolsonaro.
Além de rever os altos salários e os penduricalhos, criar uma lei que ninguém pode acumular vários salários tem que optar por um.
Se houvesse essa lei, muitos militares não se interessariam em participar do governo do inelegível.