Fraturas da esquerda na base aliada refletem contradições da gestão de Lula

Charge do Fernando (Arquivo Google)

Bruno Boghossian
Folha

Lances políticos recentes deixaram um gosto azedo em diferentes alas da base de Lula na esquerda. Os critérios do presidente para a ocupação do Supremo e o embarque do centrão no governo desenharam fraturas no núcleo de apoio do petista.

Os episódios evidenciaram expectativas frustradas e acentuaram uma disputa por influência. Conflitos dessa natureza são comuns em grupos políticos de qualquer coloração, mas a divergência nítida de prioridades a esta altura expõe algumas particularidades deste mandato.

RACHADURAS NA BASE – A irritação de apoiadores com a nomeação de Cristiano Zanin e com os sinais de que o presidente pode deixar de lado quesitos de gênero e raça na próxima vaga do STF abriu uma das rachaduras. Aqueles que advogam pela indicação de uma mulher negra entraram em choque com aliados que defendem a independência absoluta do petista e reclamam do que seria uma pressão indevida.

No caso da reforma ministerial, a oposição se dá entre setores menos ou mais pragmáticos. Parte dos eleitores avalia que Lula precisou reduzir o espaço da esquerda no governo para montar uma aliança capaz de aprovar uma agenda social alinhada a seus princípios.

Outros entendem que o petista já sacrificou compromissos ideológicos ao se deitar com o centrão de Arthur Lira.

E LULA MUDOU… – Sempre houve divergências na esquerda, mas o quadro indica que a base social de Lula é menos coesa e tem preferências mais diversas do que em seus primeiros governos. Além disso, o petista faz um mandato com latitude mais estreita para atender às demandas de cada grupo.

A composição adversa do Congresso e os efeitos de uma eleição apertada dão tração limitada ao presidente para atropelar resistências conservadoras.

A trajetória do próprio Lula é outra dificuldade. O petista mudou nos últimos anos, mas suas convicções estão um pouco distantes da plataforma de muitos apoiadores. Para completar, tudo indica que ele resolveu permitir a si mesmo uma dose extra de personalismo em seu retorno ao poder após a prisão.

13 thoughts on “Fraturas da esquerda na base aliada refletem contradições da gestão de Lula

  1. Não se pode comparar um contexto político atual com contexto político de anos atrás.
    O sistema, é esse que aí está. O centrão adquiriu através dos anos um poder decisivo para ajudar ou destruir um governo, se o governo não contar com o centrão, não governa. Essa é a triste realidade.

    A demora e discussão de Lula com aliados para fazer a mini reforma ministerial, tem o fator psicológico de valorizar cada ministério que entrega principalmente ao centrão, se na primeira pedida Lula ceder ao centrão, vai mostrar fraqueza.

    Bolsonararo, para fazer a esculhambação e os malfeitos que fez, entregou o orçamento e a governança ao centrão e ficou livre de sofrer o impeachment.
    Bolsonaro foi um presidente decorativo que só tinha o trabalho que através de lives, discursos e motociatas, enaltecer sua figura e criar desconfiança no sistema, insinuando que uma ditadura seria melhor.
    Paulo Guedes acumulou vários ministérios importantes, não administrou, nem tinha condições de de administrar, limitou-se o que a direita queria: venda dos ativos da Petrobrás, venda da Eletrobrás, tudo a preço de banana e tirar direitos dos trabalhadores. Na minha opinião, esses fatos são claros.

  2. O FATO É QUE AS CHANCES DE TRANSFORMAÇÃO DO VELHO BRASIL do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, no novo Brasilzão dos nossos sonhos, a pátria grande, da verdade, da honestidade, da boa-fé, da paz, do amor, da justiça, da mega-solução, via evolução, para os próximos 500 anos, como propõe a Revolução Pacífica do Leão, do presente satisfatório e do futuro alvissareiro para todos e todas, estão destruídas pelo REVANCHISMO DA COMILANÇA, praticado, há 133 anos, entre o militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, via polarização política nefasta, odienta, divisionista do conjunto da sociedade, enquanto sócios-proprietários da república dos me$mo$ que aí está e estão, há 133 anos, dando as cartas e jogando de mão, sem projeto novo e alternativo de política e de nação, à moda cavalo velho que não faz o que tem quer ser feito e nem sai de cima, em constante estado de guerra tribal, primitiva, permanente e insana por dinheiro, poder, vantagens e privilégios, sem limite$, à moda todos os bônus para ele$ e o resto que se dane com os ônus, principalmente o futuro das novas, próximas e futuras gerações. Certa feita apresentei o nosso Mapa da Mina do bem comum do povo brasileiro ao Brizola, in Sampa, numa convenção do PDT, em 1998 (há cerca de 25 anos), salvo engano, homologatória da chapa Lula-Brizola, da qual participei como candidato a dep. estadual, no Hotel Excelsior, entre a Ipiranga com a São João, ali aonde as coisas acontecem, como cantado por Caetano, ou aconteciam, e, num rápido olhar, visionário e rápido no gatilho quer era, com a visão de lince atraída pelo desenho da capa que, por si só explica o megaprojeto inovador inteiro, para que ninguém alegue dificuldade de compreendê-lo, entre outras coisas rápidas, não tão rápidas quanto a memória fotográfica, o raciocínio e as tiradas do Brizola, sem pestanejar, ele me disse o seguinte: ” segure esse potro no piquete, e não deixe que os bandidos do sistema bandido, deturpadores de tudo, roubem ele de vc porque isso aí poderá ser a grande saída para o Brasil lá na frente”. http://www.tribunadainternet.com.br/2023/09/06/leonel-brizola-previu-que-lula-e-o-pt-iriam-se-tornar-a-esquerda-que-a-direita-gosta/

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