COP28 indica que o governo Lula não cansa de fracassar nas relações internacionais

COP28: Brasil recebe antiprêmio Fóssil do Dia - 04/12/2023 - Ambiente -  Folha

Brasil recebeu prêmio Fóssil do Dia por entrar na Opep

Joel Pinheiro da Fonseca
Folha

Parabéns ao governo Lula pelo prêmio “Fóssil do Dia”, pela decisão de entrar na Opep+ no meio da COP28, cujo objetivo é combater as mudanças climáticas! O prêmio é, evidentemente, uma brincadeira feita pela Climate Action Network para apontar países que dão mau exemplo no esforço de combater as emissões de CO2 ao longo dos dias do evento.

Mudança climática é coisa séria. 2023 tem sido um ano de calor e eventos climáticos extremos por todo o Brasil, de secas no Norte e enchentes no Sul causando mortes e destruição. A perda também é econômica. Em 2022, agricultores e pecuaristas perderam R$ 85 bilhões devido a condições climáticas (levantamento da Confederação Nacional dos Municípios).

FONTE DE RECEITA – Já adianto que não tenho nada contra extrair petróleo: não é pelo lado da oferta que combateremos o uso de combustíveis fósseis. Se o Brasil parasse de extrair petróleo, a demanda global seria suprida por outros. O efeito estufa continuaria, e o Brasil teria perdido uma fonte de receita.

O combate ao aquecimento global tem que vir pelo lado da demanda: fazendo motores de combustíveis fósseis mais eficientes (e, portanto, consumindo menos) e, principalmente, tornando o uso de combustíveis fósseis menos vantajoso do que o de alternativas limpas — como solar, etanol, etc.

Tampouco é algo ruim ter um assento na Opep. Algum poder de influência nas decisões da produção de petróleo mundial é melhor do que nenhum. O que temos de questionar, além do timing, são as prioridades do nosso governo no plano global.

LÍDER AMBIENTAL – O Brasil tem tudo para ser a liderança global na temática ambiental: temos a maior reserva de água doce do mundo; nossa matriz energética, baseada principalmente em hidrelétricas, já emite pouco CO2. Tem em seu território a maior parte da Amazônia, nosso maior e inestimável patrimônio ambiental.

Basta conter o desmatamento e, se possível, restaurar a floresta que já estará fazendo um serviço importante a si e ao mundo, pelo qual pode e deve cobrar, como já vem acontecendo —em escala tímida— via Fundo Amazônia.

O mundo (democrático e capitalista) agora não quer produzir apenas onde é mais barato. Critérios ambientais e de estabilidade política falarão cada vez mais alto. O Brasil está muito bem posicionado para ser um polo atrativo de investimentos e de comércio, se fizer sua lição de casa ambiental e econômica (reforma tributária) e abrir a economia. Meio ambiente, democracia e comércio caminham juntos, ao menos por enquanto.

OS OLHOS BRILHAM – Apesar da pressão interna, o Ministério do Meio Ambiente vem apresentando alguns bons resultados e passando a mensagem correta ao mundo. E, no entanto, a julgar pelo próprio Lula, Alexandre Silveira e Celso Amorim, parece que vivemos nos anos 70: os olhos brilham é com petróleo, protecionismo industrial e geopolítica da Guerra Fria.

Até hoje, os royalties do petróleo falharam em trazer desenvolvimento humano aos municípios agraciados. O desejo de proteger nossa indústria pode ser mais uma peça no já bem possível fracasso do acordo União Europeia-Mercosul; Lula quer privilegiar empresas brasileiras nas compras governamentais. Nas mãos de agricultores franceses e industriais brasileiros, ficaremos todos mais pobres.

Estamos repetindo a velha estratégia do protecionismo nacionalista que já falhou no nosso passado e continuará falhando, condenando nossa indústria à ineficiência e o Brasil ao escanteio global. Acordos econômicos são descartados em nome de uma sonhada projeção geopolítica. Enquanto isso, como anda nossa brilhante intermediação do diálogo entre Rússia e Ucrânia? Será que algum dia cansaremos de fracassar?

4 thoughts on “COP28 indica que o governo Lula não cansa de fracassar nas relações internacionais

  1. ALÔ! ALÔ! BISPO MACEDO! RESPONDA COM TODA SINCERIDADE! POR QUE JEOVÁ E JESUS CRISTO NÃO CONSEGUEM APLACAR A IRA DE ISRAEL APÓS 3500 anos? O QUE ACONTECEU COM A TERRA DO LEITE E DO MEL? Bispo Macedo, qual dia, mês, ano os judeus foram escravizados? Quando foram libertos? Data, mês e ano? Qual era o Faraó? Seus familiares? Seu clero? Sua corte? O Livro Sagrado mais importante do mundo, que ainda governa nações como o Brasil de Bolsonaro e de Micheque, e os Estados Unidos de Donald Trump, deve ter essas respostas históricas e jornalísticas. Aliás, Bispo, o jornalismo brasileiro é religioso, o Estado brasileiro é religioso, a República é muito cristã-bíblica-judaica, os partidos nazistas e comunistas são religiosos! Temos uma grande bancada evangélica! E também de advogados do diabo cristãos! Sabe porque estou lhe perguntando isso, Bispo Macedo da Universal, é que os cientistas sabem tudo com detalhes sobre os primeiros grandes impérios da Humanidade, como os da Acádia de Zarcão, de 5000 anos atrás! Está tudo escrito em tábuas de argila e ainda existem dezenas de milhares que deverão ser traduzidas pela inteligência artificial já que faltam cientistas para fazê-lo! Todavia, Bispo, os cientistas não conseguem sequer uma informação exata, clara, transparente, confirmada sobre a Bíblia Sagrada do Judaísmo cristão, a qual rege monarquias, impérios, repúblicas por milhares de anos! Que continua interferindo em assuntos de Estado do século XXI, não permitindo que assuntos vitais sejam solucionados pelo método científico. Afinal, Bispo, este mundo atual é uma criação da Ciência, e são os cientistas quem têm capacidade de solucioná-los! Vocês, Bispo, não solucionaram problema algum por mais de 3500 anos! Sabe, Bispo Macedo, nas milhares de tábuas de argila da Mesopotâmia temos até descrições exatas de cometas e eclipses; temos os plágios da Bíblia, como as odisseias de Gilgamesh, o Dilúvio original! Sabe, Bispo Macedo, a tua Bíblia não sabia nem mesmo que a Terra é redonda! Bispo Macedo, responda, quantos milhares de representantes tua Igreja tem possuído no Estado e na República do Brasil nesses 40 anos de Diretas-Já, nessa República do caos, das tragédias, da anarquia, da corrupção, da incompetência, da impunidade, da criminalidade ampla, geral e irrestrita? LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA.

  2. Confesso que me sinto deprimido com um artigo desses.

    Quer dizer que o Brasil crescerá abrindo sua economia? Exportando produtos primários e importando manufaturados?

    O saldo de conta corrente que já é deficitário crescerá ainda mais. Os países cada vez mais protecionistas e sujeito pedindo para abrir nossa economia.

    Será que o cara entende um pouco de economia ou é um entreguista convicto?

    Ainda acha que o Brasil tem que abrir mão de explorar petróleo, enquanto outros, como os EUA extraem cada vez mais óleo de xisto, processo muito mais danoso ao meio ambiente?

    E a França, com uma desculpa esfarrapada para ser contra o acordo Mercosul e Europa?

    O Brasil deveria aceitar o convite da Opep, ainda mais se traz vantagens e está bastante tranquilo, pois faz muito com pela preservação do meio ambiente.
    É aquela história, os países que poluem, esperam que os outros façam sua parte e de graça ou desembolsando uma parte ínfima.

    E uns caem nessa ladainha.

  3. O combustível fóssil ainda vai durar muitos anos até que se encontre suficientemente o combustível não fóssil para substituir ou outra energia para gerar rotação e fazer veículos, barcas, navios, aviões etc, se movimentar.
    Entretanto, se a gasolina e o óleo diesel não forem mais necessários, o petróleo continuará sendo ouro negro, isto porque, do petróleo sai uma infinidade de produtos, alguns de grande importância, como óleo de motor, lubrificantes, plásticos de todo tipo, etc etc… basta o articulista olhar em sua casa ou no seu automóvel e verá a quantidade de produtos do petróleo que serão difíceis de substituir.
    Dizer que o petróleo não será mais necessário daqui a algumas décadas é uma falácia. Esse é o motivo da luta de todos os países por petróleo.
    A Petrobrás invés de usar o lucro só para pagar dividendos aos acionistas, como vinha de acordo com a lei das estatais, deve usar a maior parte do lucro para investir no desenvolvimento da empresa e consequentemente o do Brasil.

  4. Ao menos quatro dos membros da OPEP que mais produzem petróleo (Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait, Guinea Equatorial) constam entre os 15 países de menor intensidade de carbono em sua produção – ou seja – os países da OPEP se encontram estrategicamente posicionados caso o óleo de baixo carbono seja premiado/incentivado e o de alto carbono seja sobretaxado/desincentivado. Ao contrário do que parece numa primeira análise rasa, a onda verde é vantajosa para os produtores da OPEP, de baixa emissão, em um mundo que continuará dependente do óleo, sobretudo para os combustíveis pesados (Diesel), lubrificantes, fluidos refrigerantes, plásticos e moléculas extensas. Eventualmente os consumidores que exigirem baixas emissões pagarão mais caro pelos óleos mais limpos, e se tornarão mais dependentes, e não menos, do Árabe Leve.
    A Arábia saudita é o destaque dos destaques, tendo uma emissão de CO2 por barril de menos da metade da média mundial, ficando atrás apenas da insignificante Dinamarca em termos de “óleo mais verde pra produzir”. O levantamento foi publicado na renomada revista Science em 2018, sob o título “Global carbon intensity of
    crude oil production”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *