Bruna Fantti, Fábio Pescarini e Aléxia Sousa
Folha
A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou nesta quinta-feira (19) 8 das 21 armas que haviam sido desviadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo. O armamento estava no bairro da Gardênia Azul, na zona oeste do Rio, área de atuação uma narcomilícia ligada ao Comando Vermelho.
Foram recolhidas quatro metralhadoras de calibre .50 e quatro fuzis de calibre 7.62 por agentes da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes).
A apreensão foi confirmada também pelo Comando Militar Sudeste em entrevista coletiva nesta quinta.
EXONERAÇÃO – Segundo o órgão, o diretor do Arsenal de Guerra, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, será exonerado do cargo, por determinação do comandante do Exército, general Tomás Paiva. O responsável pela unidade de Barueri estava na função desde março.
“É um episódio inaceitável”, declarou o general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do comando na entrevista desta quinta.
Segundo a Folha mostrou, o Exército havia identificado três militares suspeitos de participar do do furto das armas e a Força investiga se o trio foi cooptado por facções criminosas para o extravio do armamento.
AMPLA INVESTIGAÇÃO – Na entrevista desta quinta, o general afirmou, sem especificar números, que dezenas de militares, entre novatos e oficiais, estão sendo investigados, ao menos por falha administrativa, e que todos os processos da organização militar do local estão sendo revistos.
De acordo com o oficial, militares que tinham encargos de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades. Eles receberam um formulário de apuração de transgressão disciplinar e têm até 72 horas para apresentarem defesa.
Os militares temporários serão expulsos, e os de carreira, submetidos a conselhos de justificação ou disciplina. Possíveis civis envolvidos também poderão ser julgados pela Justiça Militar, por se tratar de um crime dessa competência.
MILITARES ENVOLVIDOS – “O que podemos dizer até agora é que há militares envolvidos nesse desvio e isso está sendo investigado no curso do inquérito civil militar”, disse.
No dia 10 de outubro houve a verificação de que ocorreu a troca de cadeado e a porta possivelmente havia sido forçada. Na entrevista desta quinta, o general leu uma nota, na qual diz há a possibilidade de extravio ter ocorrido no lapso temporal de 5 a 8 de setembro. Depois, entretanto, ao responder uma pergunta, ele afirmou que a última vez que a última conferência oficial no local onde ficam as armas, antes do furto, ocorreu em 6 de setembro.
“No dia 5 foram retirados armamentos e no dia 6 eles voltaram para essa reserva”, afirmou. “Descobriu-se a subtração do armamento em 10 de outubro. Então é nesse lapso temporal, entre o dia 6 de setembro e 10 de outubro, que estamos investigando em que momento ocorreu esse ilícito.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Quando a Polícia quer. ela acha. (C.N.)