Piada do Ano! Wassef diz que comprou Rolex com dinheiro próprio, sem Bolsonaro saber

Nunca vi esse relógio", diz Frederick Wassef sobre Rolex

Wassef é muito criativo e cada dia conta uma estória diferente

Deu na Folha

O advogado Frederick Wassef afirmou nesta terça-feira (15) que comprou nos Estados Unidos, com a intenção de entregar às autoridades do governo brasileiro, um relógio dado de presente ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas ressaltou que a decisão foi pessoal e lícita.

Wassef mudou de tom em relação a declaração dada, por meio de nota, no último fim de semana, quando afirmou que era alvo de mentiras e de uma “campanha de fake news”.

BUSCA E APREENSÃO – O advogado, que defende o ex-presidente, foi um dos alvos de operação de busca e apreensão na última sexta-feira (11) deflagrada para apurar um esquema de venda de joias recebidas no governo anterior.

A PF considera Wassef suspeito de integrar uma “operação resgate” de um relógio de luxo que tinha sido vendido nos Estados Unidos e que, por ordem do TCU (Tribunal de Contas da União), precisaria ser devolvido por Bolsonaro ao governo federal.

“Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos, eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos, em um banco em Miami, e usei do meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente para devolver à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República, e isso inclusive, por decisão do Tribunal de Contas da União”, disse Wassef em entrevista a jornalistas em São Paulo.

QUEM SOLICITOU? – Questionado sobre a motivação para essa compra, ele afirmou: “Eu tomei a decisão de comprar, entendeu? Foi solicitado, comprei e fiz chegar ao Brasil. Agora, se o senhor [jornalista] quiser perguntar detalhamento. ‘Olha, qual voo?, que horas que entrou?, para quem você deu?’ Neste momento eu não vou poder falar. Quem solicitou não foi Jair Bolsonaro. Não foi o coronel [Mauro] Cid.”

No último domingo (13), Wassef divulgou nota dizendo ser “alvo de mentiras” e negou participação em esquema de venda de joias por Bolsonaro e aliados.

“Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda”, disse ele na ocasião.

SOUBE PELA IMPRENSA – Na nota, Wassef diz ainda que só tomou conhecimento da existência das joias no início deste ano pela imprensa, que ligou para Bolsonaro e por ele foi autorizado a fazer uma nota à imprensa sobre o caso.

De acordo com relatório da PF, o Rolex Day-Date tinha sido vendido nos Estados Unidos para a empresa Precision Watches e foi “recuperado” por Wassef no dia 14 de março. O advogado, ainda segundo a polícia, retornou com o bem para o Brasil em 29 de março e, em 2 de abril, o repassou ao tenente-coronel Mauro Cid em São Paulo. O kit de joias completo foi entregue à Caixa Econômica Federal em 4 de abril.

Cid, que está preso desde maio, foi ajudante de ordens de Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
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Começou dizendo que jamais tinha visto o Rolex, depois foi mudando. Aquele nariz grande é marca registrada do genial Gepeto. Significa que Wassef mente mais do que o Pinóquio.  (C.N.)

Com a vigarice das joias, Bolsonaro queria tirar até a última casquinha de seus anos no poder

JCaesar

Charge o J.Caesar (Veja)

Bruno Boghossian
Folha

Perto das 9h da manhã de 30 de dezembro, Mauro Cid fez uma tentativa final de pôr as mãos num conjunto de joias apreendido pela Receita Federal. O auxiliar de Jair Bolsonaro ligou para um servidor do Planalto e pediu um documento que poderia ser usado para liberar o presente do governo saudita. Não conseguiu.

O tenente-coronel tinha pressa. Às 14h02, ele decolaria para a Flórida num avião da FAB ao lado do então presidente. No bagageiro, estavam itens dados a Bolsonaro por autoridades estrangeiras ao longo do mandato e que, segundo a Polícia Federal, seriam vendidos nos EUA. Faltou o kit retido no aeroporto de Guarulhos.

ÚLTIMA CASQUINHA – O desespero da tropa da muamba para liberar as joias sugere que Bolsonaro queria tirar uma última casquinha dos anos no poder. Ninguém precisava de um Rolex no braço para lembrar que, horas depois, o então presidente estaria sem cargo político pela primeira vez em três décadas.

Bolsonaro deixou um rastro de suspeitas sobre seu interesse em transformar dinheiro público em vantagens particulares. Não à toa, ele chegou à Presidência com o fantasma das investigações das rachadinhas, que apuravam o desvio de salários de assessores para abastecer sua família.

O apetite poderia parecer miúdo, como no famoso caso Wal do Açaí. Ela recebia R$ 1.351 por mês da Câmara, mas trabalhava numa loja em Angra dos Reis no horário em que deveria dar expediente para o gabinete de Bolsonaro. Vizinhos diziam que, na verdade, o marido dela fazia serviços na casa do então deputado.

AUXÍLIO-MORADIA – Na mesma época, Bolsonaro embolsava R$ 3.083 por mês de auxílio-moradia, apesar de viver num imóvel próprio em Brasília. Como se o dinheiro fosse dele para fazer o que bem entendesse, disse que aproveitava a verba “pra comer gente”.

Com a vigarice rasteira, o ex-presidente fez da política um negócio. A PF frustrou o esquema das joias, mas Bolsonaro deixou o poder com patrimônio superior a R$ 15 milhões, uma aposentadoria parlamentar de R$ 35 mil, uma reforma como capitão de R$ 12 mil e um salário de R$ 40 mil do PL, além de R$ 17 milhões como prêmio de seus eleitores.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, Bolsonaro não precisava vender nenhuma joia para ficar bem de vida. Mas se deixou levar pela força do hábito. Como Sérgio Cabral confessou em juízo, desviar dinheiro é uma espécie de vício. (C.N.)

Na Argentina, favoritismo da direita com Javier Milei dispara alerta no governo Lula

Javier Milei: o que pode levar a Argentina a eleger um candidato que diz  ser contra todos | Exame

Javier Milei é um anticandidato que diz ser contra todos

Eduardo Gayer
Estadão

A vitória de Javier Milei nas primárias argentina, uma espécie de termômetro da eleição presidencial do país vizinho, acendeu a luz amarela no governo Lula. Nos bastidores, integrantes do Ministério de Relações Exteriores e do Palácio do Planalto desabafam surpresa com o resultado do “Bolsonaro dos hermanos”, nas palavras de uma fonte ouvida pela Coluna.

E temem impacto político relevante para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso Milei seja, de fato, eleito para chefiar um importante aliado do Brasil.

EFEITO DOMINÓ – Um primeiro risco apontado, na visão do governo Lula, é a possibilidade de uma eventual vitória da direita do outro lado da fronteira contaminar o restante da América do Sul. Por enquanto, Milei saiu à frente apenas nas prévias. Os países da região têm um histórico de ondas ideológicas comuns, e a tração da direita no processo eleitoral poderia sinalizar um ciclo difícil para a esquerda no continente.

O segundo risco detectado é a ameaça trazida ao projeto de integração regional do governo Lula, com destaque para o fortalecimento do Mercosul. Javier Milei, que se declara um “anarcocapitalista”, é favorável à extinção do bloco sul-americano.

O terceiro risco é o pior resultado do peronismo nos últimos 12 anos levar o governo de Alberto Fernández a uma espécie de “tudo ou nada”, intensificando os clamores para o Brasil oferecer algum tipo de ajuda econômica que impeça uma derrota acachapante da esquerda local.

VIROU PIADA – O candidato do governo argentino é o ministro da Economia, Sergio Massa, que já virou piada nos bastidores do governo por seus pedidos exagerados de socorro – e com pouco fundamento.

Apesar do prognóstico considerado desafiador para a esquerda, integrantes do governo Lula ouvidos pela Coluna entendem que o resultado da eleição argentina não está dado. Uma possibilidade seria a candidata da direita um pouco mais moderada em relação a Milei, Patricia Bullrich, chegar ao segundo turno e vencer Milei também com os votos conferidos a Massa.

Nas contas de um auxiliar do governo, para o Brasil é melhor ter Patricia Bullrich à frente da Argentina do que Milei.

CÁLCULO POLÍTICO – Desde o início do ano, Lula tem buscado formas de ajudar a Argentina a sair da crise. Por orientação do presidente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, intercedeu pessoalmente à secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, por um alívio do Fundo Monetário Internacional (FMI) às dívidas argentinas. A conversa se deu às margens da cúpula do G7 financeiro, em Niigata, no Japão.

O governo brasileiro ainda negocia no exterior as garantias para uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às empresas brasileiras que exportam à Argentina.

Lula pediu à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), atual presidente do Banco dos Brics, que viabilizasse essas garantias, mas o estatuto da instituição veda ajuda a países de fora do bloco.

CONTAMINAÇÃO – Lula sabe que o tamanho de uma eventual vitória da direita na Argentina pode transbordar para toda a América do Sul.

Com a economia em frangalhos, cenário sempre desfavorável para o governo de plantão, a Argentina vai às urnas um ano antes da eleição municipal brasileira, por vezes um “aperitivo” da disputa presidencial de 2026.

Na leitura do Palácio do Planalto, uma eventual derrota amarga da esquerda na Argentina pode contaminar o 2024 no Brasil. E pode, assim, dificultar ainda mais um hexacampeonato petista em 2026.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como dizia Manuel Bandeira, nosso vizinho aqui no Edifício Zacatecas, “agora só resta tocar um tango argentino”. (C.N.)

Haddad se empolgou em entrevista, falou demais e criou crise com Lira

Lira vai à Justiça para tirar do ar 42 vídeos com denúncias contra ele no  ICL Notícias - Mídia NINJA

Lira de aborreceu, cancelou reunião e Haddad se desculpou

Robson Bonin
Veja

Ao ser informado na tarde desta segunda sobre as declarações de Fernando Haddad a respeito do “poder muito grande” da Câmara dos Deputados, que não pode ser usado “para humilhar o Senado e o Executivo”, Arthur Lira inicialmente não acreditou que elas haviam sido feitas pelo ministro da Fazenda — que vinha sendo o integrante do governo Lula mais elogiado por ele.

“O Rodrigo Pacheco é um senador espetacular, também tem dado uma contribuição enorme e, o Pacheco no caso tem outro perfil, é mais discreto, é mais negociador”, disse Haddad ao jornalista Reinaldo Azevedo e ao advogado Walfrido Warde.

“Quem está valorizando o diálogo com a Câmara também deveria valorizar o diálogo com o Senado que está espetacular e o fato é que estamos conseguindo encontrar caminho. Não está fácil, não pense que está fácil. A Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo”, seguiu o ministro.

REPASSOU O VÍDEO – O presidente da Câmara então recebeu o vídeo da entrevista concedida por Haddad ao podcast Reconversa, e ficou “muito puto” com o que ouviu, nas palavras de um interlocutor. E fez questão de enviá-lo na mesma na mesma hora a um grupo de mensagens que mantém com líderes partidários.

Entre os parlamentares, as reações foram rápidas e igualmente irritadas com as falas de Haddad, que foram tomadas como um ataque à Casa como um todo. Logo, deputados começaram a dizer que não haveria clima para discutir o projeto do arcabouço fiscal nesta segunda, com a participação do ministro. “Cancela a reunião”, pediram líderes, sendo atendidos.

HADDAD SE DESCULPOU – Lira então recebeu o telefonema do ministro, relatado pelo próprio Haddad à imprensa, e pediu que ele fizesse um esclarecimento. Após a conversa, Lira não pretendia, a princípio, fazer nenhuma manifestação pública sobre as declarações de Haddad. Mas mudou de ideia depois de assistir à entrevista do ministro na frente do Ministério da Fazenda. E usou as redes sociais para dar sua resposta, no início da noite:

“Manifestações enviesadas e descontextualizadas não contribuem no processo de diálogo e construção de pontes tão necessários para que o país avance!”, escreveu Lira.

O deputado disse ainda que tem se empenhado para o “diálogo permanente com os líderes partidários e os integrantes da Casa”, a fim de obter maioria em projetos importantes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Que mancada do Haddad, hein? Foi mexer logo com a segunda figura mais importante da República, que já funciona em clima de semipresidencialismo. Em tradução simultânea, não está na hora de cantar de galo. Haddad perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado. (C.N.)

Imprensa amestrada tenta blindar o tenebroso passado de Lula, como se isso fosse possível

EXCLUSIVO: A ADEGA DE LULA EM ATIBAIA | Adega, Atibaia, Vinhos e queijos

Esta é a modesta adega de Lula naquele sítio que não é dele…

Gilberto Clementino

As coisas vão de mal a pior no jornalismo brasileiro. As organizações Globo, por exemplo, publicam 24 horas por dia conteúdos depreciativos em relação ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, e boa parte da imprensa segue em efeito manada.

É sempre bom lembrar a existência de exceções, mas devemos registrar que são poucas. O que mais existe são jornalistas amestrados. Alguns digitando que não se pode ou não se deve comparar Jair Bolsonaro com Lula da Silva, que, antes de se tornar criminoso condenado e presidiário, promoveu uma limpa ao sair dos palácios do Planalto e da Alvorada, mas agora é preciso apagar esse fatos.

ONZE CAMINHÕES – Naquela ocasião, a família Lula precisou de 11 caminhões para transportar, entre outras coisas, milhares de presentes oferecidos à Presidência durante seus oito anos de governo, inclusive foram fretados dois caminhões refrigerados que conduziram milhares de garrafas de vinho e outras bebidas para São Paulo, conforme foi fartamente noticiado pela imprensa.

Agora, os jornalistas destacam à exaustão o caso dos relógios e joias de Bolsonaro, mas não admitem mencionar que o caminho das pedras fora aberto por Lula.

Aliás, registre-se que aquela formidável adega palaciana, que não pertencia a Lula, jamais foi devolvida. Ele somente entregou as peças mais valiosas, joias e obras de arte de ouro, prata, diamantes, pedras preciosas e marfim, mas continua aguardando julgamento do processo que move para recuperar o tesouro de que se apossou.

EXAGEROS DO SUPREMO -E não tem fim a palhaçada jurídica às escâncaras em Brasília, com a mulher do neoministro Cristiano Zanin atuando em 14 casos no Supremo, enquanto a corte discute o fim do impedimento em ações de parentes, segundo estampou em manchete um jornal que ainda preserva sua independência.

Assim, os exageros do Supremo são uma outra desgraça, e todos deveriam estar preocupados. O que essa gente deseja? Até onde são capazes de ir, se nem mesmo querem se dar por impedidos em processos nos quais atuam, embora a previsão ética e legal oriente afastamentos, na busca de lisura e decência, imparcialidade e justiça?

No caso do enfrentamento a Bolsonaro, a hostilidade chegou a tal ponto que, pela primeira vez na História, um presidente da República foi proibido de nomear o diretor-geral da Polícia Federal, porque um ministro do STF concedeu liminar por desvio de finalidade e inobservância dos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público. A imprensa não protestou, mas imaginem se isso tivesse acontecido com Lula…

HÁ RARAS EXCEÇÕES –  O jornalismo brasileiro realmente vai de mal a pior. São raras as exceções que procuram analisar e publicar conteúdos sobre essas inversões de valores. Tudo isso atinge de morte a democracia, que precisa de pesos e contrapesos.

Têm ministros do Supremo que publicaram primorosos livros abordando tudo isso, em que defendem a separação de poderes, independência e harmonia, mas agora são adeptos da linha “esqueçam o que escrevemos no passado, porque o mundo mudou e a realidade hoje é outra”. Agiram bem ao modo de um outro presidente, chamado Fernando Henrique Cardoso, que após ser eleito afirmou: “Esqueçam tudo o que escrevi”.  

Apesar de tudo isso, a imprensa resiste em suas exceções, que precisamos preservar a todo custo.

Imagens mostram na CPMI que a Força Nacional protegeu o ministério de Dino

Grupo de policiais da Força Nacional chega ao Ministério da Justiça no 8 de janeiro

Força Nacional protegeu o ministério e deixou a invasão rolar

Daniel Haidar e Weslley Galzo
Estadão

Agentes da Força Nacional aparecem em meio a policiais militares e seguranças patrimoniais na proteção ao Palácio da Justiça, prédio-sede do ministério comandado por Flávio Dino, durante o avanço da depredação promovida por golpistas a alguns metros dali, nas sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

É o que mostram vídeos obtidos pelo Estadão que foram entregues à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.

GRAVAÇÕES POLÊMICAS – As gravações foram entregues pela Polícia Federal (PF) à CPMI, depois de virarem uma das principais esperanças de bolsonaristas para encontrarem elementos que validem teorias conspiratórias de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria supostamente facilitado a ação dos golpistas no dia 8 de janeiro.

Os vídeos entregues foram feitos por dois equipamentos. Uma das câmeras mostra o interior do Salão Negro do Palácio da Justiça, a entrada principal por onde o público acessa os elevadores, mas longe da entrada privativa do ministro.

Outra câmera mostra a passagem dos golpistas pela Esplanada dos Ministérios, e alguns poucos agentes de segurança postados de prontidão. A CPMI tinha solicitado as imagens de todas as câmeras externas ou internas, até eventuais registros do estacionamento do ministério.

MOVIMENTAÇÃO – No Salão Negro do Palácio é possível ver a movimentação de alguns agentes da Força Nacional a partir das 16h, quando a invasão às sedes dos Três Poderes se encontrava em seu auge.

Em determinado momento, até mesmo policiais militares entraram no Palácio da Justiça e passaram alguns minutos sentados no hall antes de retornar à área externa para conter a multidão. Mas não é possível quantificar, pelas imagens, quantos agentes da Força Nacional estavam à disposição no Ministério da Justiça.

Comandada pelo Ministério da Justiça, a Força Nacional é formada por um efetivo variável de policiais militares emprestados por governos estaduais, mas é uma equipe menor do que a tropa da Polícia Militar do Distrito Federal, que era a responsável no planejamento do Governo do Distrito Federal pela segurança e contenção dos golpistas, que romperam as barreiras da PM e depredaram a Praça dos Três Poderes.

TRÊS BARREIRAS – Enquanto a depredação corria, foram montadas três barreiras com homens da Força Nacional para bloquear tanto a entrada principal do Ministério da Justiça, quanto as passagens laterais que dão acesso ao anexo e ao estacionamento privativo do ministro Dino.

Os agentes ainda chegaram a posicionar viaturas em frente ao Palácio para impedir a aproximação dos golpistas.

Investigadores da Procuradoria-Geral da República trabalham com a estimativa de que quase 4 mil pessoas participaram do quebra-quebra no Planalto, no Congresso e no STF e que a depredação ficou concentrada nesses locais.

OMISSÃO E LENIÊNCIA – Dino havia autorizado o emprego da Força Nacional, no sábado (7/1), caso fosse necessário para conter os protestos.

Depois da destruição promovida pelos golpistas e de o Governo do Distrito Federal ser considerado leniente com os criminosos, o governo Lula fez, antes do fim da tarde de 8 de janeiro, uma intervenção federal na Segurança Pública, que passou o comando da PM e da Polícia Civil para o interventor Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça.

Procurado, o Ministério da Justiça ainda não informou se existem outras imagens além das enviadas para a CPMI.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É um tremendo jogo de empurra, cada um acusa o outro. Mas o fato real é que todos foram culpados – governo do Distrito Federal, Polícia Militar, Gabinete de Segurança Institucional, equipe do Planalto e Exército. Cada um tem sua cota na irresponsabilidade que reinou. (C.N.)

Alívio, ofensa e crítica ao Itamaraty — veja as mensagens trocadas no entorno de Bolsonaro

Fábio Wajngarten diz que Bolsonaro "jamais acessou ConecteSUS"

Mensagens demonstram o envolvimento de Fábio Wajngarten

Mariana Muniz
O Globo

Mensagens trocadas entre o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, e outras pessoas do entorno do ex-presidente, como o ex-assessor Marcelo Câmara e Fabio Wajngarten, trazem expressões de alívio, ofensas e até críticas ao funcionamento do Ministério das Relações Exteriores.

As comunicações foram reveladas em investigação da Polícia Federal (PF) sobre um esquema de venda de bens dados a Bolsonaro durante viagens oficiais.

CITADAS POR MORAES– Na decisão que determinou as medidas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cita diversas destas mensagens que foram obtidas a partir das apurações da PF.

Em um dado momento das trocas de mensagens, Cid fala com Osmar Crivelatti, segundo-tenente que também é assessor pessoal de Bolsonaro, a respeito do envio do chamado “conjunto rosê”, que reúne relógios e joias da joalheria suíça Chopard.

Em diálogo ocorrido na data de 4 de março de 2023, Crivelatti confirma a entrega do “kit”, manda fotos dos artigos de luxo, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro desabafa: “ufa”.

CONJUNTO DE JOIAS – O alívio de Cid, segundo a PF, tem a ver com o traslado do conjunto de joias em ouro rosê, recebido pelo ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, de Nova Iorque para Orlando, nos Estados Unidos. O envio, ainda segundo a investigação, ocorreu no dia seguinte à divulgação pelo jornal O Estado de São Paulo revelando a existência dos kits de joias entregues a Bolsonaro por autoridades estrangeiras.

A expressão “ufa” é usada por Cid ainda em outro momento das mensagens coletadas pela PF, no escopo de conversas envolvendo tratativas para vender um relógio Rolex.

Nesta etapa da “operação” de vendas dos itens de luxo, Cid e Crivelatti se comunicam para falar de uma possível recuperação do item de luxo.

AS MENSAGENS – “Às 13:44, do dia 13/03/2023, MAURO CID encaminha uma mensagem com o pedido: ‘Passa o telefone do Dias’. Mais tarde, às 19:45, MAURO CID pergunta para CRIVELATTI:‘Nada ainda?’. Em seguida, OSMAR CRIVELATTI diz: ‘Já ligo. Disse que vai’. Em tom de alívio, MAURO CID respondeu: ‘Ufa’ e, em seguida afirma: ‘Se eu tiver que intervir avisa’. CRIVELATTI responde: ‘Vai falar com o Sr’.

Já no dia 14/03/2023, MAURO CID novamente pergunta: ‘E ai?’. Em seguida, há o registro de uma chamada, seguida de uma nova mensagem enviada por MAURO CID que foi apagada. Em resposta, OSMAR CRIVELATTI diz: ‘EXCELENTE’”, narram os investigadores.

Durante o diálogo Mauro Cid lamenta ter de recuar de uma venda das joias nos EUA. “Só dá pena pq estamos falando de 120 mil dólares / Hahaaahaahah”.

ASSESSOR ALERTA – Marcelo Câmara responde ao comentário do comparsa dizendo dar pena mesmo, entretanto, alerta: “O problema é depois justificar e para onde foi. De eu informar para a comissão da verdade. Rapidamente vai vazar”.

No dia 22 de fevereiro de 2023, Câmara questiona Mauro Cid sobre ‘material do acervo’, se referindo a devolução do kit rose de ouro, da marca Chopard, que foi encaminhado para leilão. Mauro Cid responde: “vou chicotear”.

Em diálogo de 30 de dezembro de 2022, logo após a chegada de Bolsonaro aos Estados Unidos, Mauro Cid tentou mandar para a casa do pai dele uma mala contendo objetos recebidos pelo ex-presidente pelo governo do Bahrein, uma palmeira e um barco dourados. Ele tenta fazer o deslocamento da cidade de Orlando para Miami por meio de Marcela Magalhães, que teria sido auxiliar da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e indicada para ocupar cargo no consulado do Brasil em Orlando.

Na conversa, Mauro Cid diz: “Marcela, eu vou te pedir um favor. Tem uma mala que eu preciso que vá para Miami. […] Você conseguiria descer com essa mala para mim?”. Diante da negativa de Marcela, o tenente-coronel afirma: “Vocês não têm um motorista para fazer isso…Putz, pessoal do Itamaraty é enroladinho, hein?”

BURRO DEMAIS – Outra mensagem encontrada no telefone de Mauro Cid mostra Wajngarten dizendo que Frederick Wassef, advogado pessoal de Bolsonaro, é “burro demais, contaminado” durante uma conversa sobre a tentativa de reaver joias dadas ao mandatário em viagens oficias e revendidas a uma loja no exterior.

Na conversa, Mauro Cid diz: “Parece que vão cassar a decisão do Augusto Nardi (sic)” e Fabio Wajngarten responde: “Vão mesmo. Por isso era muito melhor a gente se antecipar”. Em seguida, demonstrando contrariedade, diz: “Mas o gênio do câmara + fred contaminam tudo”, se referindo, possivelmente, ao assessores Marcelo Câmara e o advogado Frederick Wassef.

Cid então diz: “tb acho… me disseram que vc iria…”. Já Wajngarten responde: “Era de longe o mais acertado”. O ex-ajudante de ordens então, apesar de saber que Wassef já estava nos Estados Unidos para trazer as joias, disse: “mas Crivelatti falou que vc iria. Liga para o Pr”, se referindo a Bolsonaro.

Wajngarten escreve: “Burro demais. Contaminado” e Cid insiste: Fala direto com o Pr”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A troca de mensagens confirma que Fábio Wajngarten, ex-Secom, também está envolvido no acobertamento da venda das joias, o que seria crime de favorecimento. É muita baixaria, mesmo. (C.N.)  

Cobrado por senadores, enfim Pacheco critica a “invasão de competência” pelo Supremo

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, durante sessão

Pacheco demorou a se posicionar e agora é tarde demais

Lauriberto Pompeu
O Globo

Próximo a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ensaia um movimento sutil de distanciamento do Poder Judiciário. A ação, motivada pela visão de que há uma “invasão de competências”, é calculada de forma a atender senadores que cobram uma postura mais firme, mas sem romper as pontes com a Corte.

O exemplo que mais chamou a atenção ocorreu há duas semanas, quando ele disse em plenário que os posicionamentos do STF sobre porte de drogas e piso da enfermagem são “equívocos graves” e representam intromissões na seara do Legislativo. Há um mês, o parlamentar também não poupou críticas ao ministro Luís Roberto Barroso por discurso sobre derrota do bolsonarismo.

PAUTAS EM FOCO – No Senado, há diversas pautas de interesse do Supremo que estão sem definição, como um projeto que barra supersalários da classe, aprovado pela Câmara e engavetado na Casa vizinha por pressão do Judiciário, e o do quinquênio, que vai na direção contrária e amplia a remuneração da categoria.

Há também uma cobrança da oposição para limitar as competências do STF. Pacheco já disse no começo do ano que pode discutir mandatos para ministros, limitação para pedidos de vistas e decisões monocráticas, mas essas pautas não têm andado.

Aliados do parlamentar avaliam que os discursos dele visam promover um “freio de arrumação” no STF, mas ponderam que as falas não significam uma disposição ao confronto. De acordo com o entorno do presidente do Senado, ele não fazia declarações nesse sentido antes porque considera que a fronteira da “invasão de competência” ainda não havia sido rompida, cenário que, para ele, mudou agora.

REUNIÕES COM MINISTROS – Integrantes do Senado e do STF pontuam, no entanto, que Pacheco foi homenageado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março e tem reuniões particulares de periodicidade mensal com os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, das quais o senador Davi Alcolumbre (União-AP) também participa.

O comportamento de Pacheco é visto como uma maneira de responder à pressão de senadores, principalmente da oposição, e impedir qualquer interpretação que o Senado não tem autonomia frente ao STF. Uma parcela do Congresso também vê na atitude uma maneira de Pacheco buscar protagonismo e atrair os holofotes para si.

O nome dele chegou a ser citado como opção para a vaga que será aberta no STF em outubro, mas como não está entre os favoritos para uma cadeira na Corte, há uma movimentação para renovar o mandato de senador em 2026 ou concorrer ao governo de Minas Gerais.

CLIMA DE INSATISFAÇÃO – O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), avalia que a mudança no comportamento do presidente da Casa se dá em um contexto de insatisfação dentro da Casa:

— Ele vem sendo muito cobrado pela submissão do Parlamento e a volta da normalidade democrática e do equilíbrio e harmonia entre os Poderes, no que tem fracassado. Há um sentimento de que o Senado precisa recuperar o seu tamanho.

Na mesma linha, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) considera que os movimentos do parlamentar ocorrem em resposta a demandas que se intensificaram: “Julgo que ele está respondendo à pressão interna e também externa. Pacheco é um homem cordial, mas fica difícil não se posicionar o tempo todo”.

FIRMAR POSIÇÃO – Fora do bolsonarismo, a atuação também teve repercussão interna positiva. O senador Flávio Arns (PSB-PR) disse em plenário que “independentemente de posição partidária e política”, é necessária uma convergência do Senado para dizer que “quem legisla é o Congresso Nacional”.

Cobranças à parte, aliados dizem que Pacheco seguirá na toada de marcar posição, mas preservando a relação com Judiciário. A expectativa é que o presidente do Senado e ministros do STF conversem nos próximos dias e exponham seus argumentos em torno dos assuntos que foram motivos de controvérsia entre os dois Poderes.

No caso do julgamento das drogas, que deverá ser retomado na quinta-feira, quatro ministros já votaram. O posicionamento mais recente foi de Moraes, que defende que a quantidade de até 60 gramas de maconha ou de seis plantas fêmeas deve ser caracterizada como de uso pessoal. Sobre o piso da enfermagem, a Corte limitou o alcance da aplicação da lei.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Pacheco está muito atrasado em sua obrigação de defender as prerrogativas do Congresso. Permitiu que o Supremo abrisse suas asas e agora está difícil evitar o protagonismo do Judiciário em relação a Legislativo e Executivo. Com diz o velho ditado, quem cala consente. E Pacheco ficou tempo demais calado. (C.N.)

Bolsonaro, encurralado, desiste de convocar manifestações de apoio no 7 de Setembro

Pesquisa: Bolsonaro perde para Lula em honestidade e competência

Bolsonaro acha mais prudente não incentivar os apoiadores

Mônica Bergamo
Folha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discutiu com aliados a possibilidade de convocar manifestações em seu apoio para o 7 de Setembro, quando se comemora a Independência do Brasil.

A ideia foi debatida e diversos prós e contras surgiram. Os que a defendiam disseram acreditar que Bolsonaro sofre uma perseguição política no âmbito da Justiça e também na CPMI do 8 de janeiro. A resposta, portanto, deveria ser política também.

GRANDE MOBILIZAÇÃO -Eles acreditam que Bolsonaro ainda conseguiria colocar milhões de pessoas nas ruas, como fazia quando ocupava a Presidência da República, convocando grandes manifestações justamente nesta data.

A imagem dos apoiadores defendendo o ex-presidente, por essa análise, inibiria as ações contra ele. Nem todos, porém, acreditam que milhões ainda sairiam às ruas por Bolsonaro, ainda mais depois do quebra-quebra e das prisões do 8/1 em Brasília.

Os que se manifestaram contrariamente alertavam para o risco de a convocação parecer uma provocação à Justiça. Além disso, haveria o temor de que radicais, chamados de “malucos”, fizessem quebra-quebras ou atos parecidos com os do 8/1, quando as sedes dos poderes foram invadidas em Brasília.

PALAVRA FINAL – Bolsonaro então deu a palavra final: não quer manifestações nas ruas no dia 7 de Setembro.

De acordo com um interlocutor do presidente, ainda que fossem exitosas, elas não teriam o efeito desejado, de frear as investigações contra ele.

A investigação sobre a venda no exterior de joias dadas de presente a ele deixou o presidente, pela primeira vez em muitos meses, baqueado, na avaliação de mais de um de seus interlocutores.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGBolsonaro tomou uma decisão acertada. Não é hora de agitar as massas. Muito pelo contrário. (C.N.)

Petistas da CPI querem investigar caso das joias e pretendem convocar Wassef e Lourena Cid

Com Delgatti na lista, confira os novos convocados pela CPMI do 8 de Janeiro  – Política – CartaCapital

CPMI do 8 de Janeiro voltará a se reunir nesta terça-feira

Lauriberto Pompeu
O Globo

A base do governo na CPI dos Atos Golpistas articula uma série de convocações para aprofundar as investigações sobre o suposto esquema, alvo de inquérito da Polícia Federal, de venda de joias e outros itens dados a Jair Bolsonaro na condição de presidente da República. Além dos requerimentos para ouvir o depoimento de personagens que estão na mira da PF, há também pedidos de recolhimento dos passaportes do ex-chefe do Executivo e de sua mulher, Michelle Bolsonaro.

Parlamentares querem ver na comissão o general Mauro César Lourena Cid, o tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef. Os três foram alvos de mandados de busca e apreensão na sexta-feira, e a PF investiga o papel de cada um no suposto esquema.

OUTRAS PROPOSTAS – Bolsonaro e Michelle também são alvos de requerimentos para que prestem depoimentos, mas, mesmo na base, há uma avaliação que o assunto não deve ser tratado de forma açodada e que, caso haja acordo para chamá-los, seria algo a ser feito apenas quando a CPI entrar na reta final. Governistas também querem a quebra de sigilo fiscal de Bolsonaro e sua mulher, o que também foi pedido pela PF.

O presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), resiste a apurar o esquema e considera que entrar no assunto seria fazer da comissão um “palco de discussões estranhas” ao 8 de janeiro.

Há depoimentos marcados para esta terça e quinta-feira, mas ainda não existe previsão de votação de requerimentos. Por outro lado, o governo tem maioria no colegiado e faz questão de entrar no assunto.

CONVOCAR WASSEF – O deputado Rubens Júnior (PT-MA) disse que a base do governo vai ter que “construir essas convocações” para superar a discordância de Maia. No requerimento em que pede a convocação de Wassef, o parlamentar afirma que um dos objetivos da CPI é apurar os “instigadores” e a cadeia de acontecimentos que resultou no 8 de janeiro, o que inclui a arrecadação de recursos via negociações de itens de luxo.

No domingo, Wassef afirmou que “nunca vendeu, ofereceu ou teve posse de nenhuma joia, tampouco auxiliou vendas, de forma direta ou indireta”. A PF cita a atuação do advogado na recompra de um Rolex — a existência do item foi revelada, e o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a devolução.

Lourena Cid é pai do tenente-coronel Mauro Cid, que foi chefe da ajudância de ordens da Presidência na gestão de Bolsonaro e já esteve na CPI, mas optou por ficar em silêncio. Depois de o Globo revelar que o ex-assessor tentou vender um Rolex recebido por Bolsonaro, a base do governo começou a pressionar para que ele seja reconvocado, junto com Maria Farani, ex-assessora que auxiliou Cid.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Na sexta-feira, o Exército afirmou que “não compactua com eventuais desvios de conduta de seus integrantes”. Em tradução simultânea, significa “fim de jogo”. (C.N.)

Candidatos do PL a prefeitos de capitais estão orientados a manter distância de Bolsonaro

Charge do Kleber Sales (Correio Braziliense)

Denise Rothenburg
Correio Braziliense

Enquanto o caso das joias não for esclarecido, a ordem nos pré-candidatos a prefeito de capitais do PL e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro é evitar um desfile com o capitão a tiracolo. Até porque qualquer ação ou agenda positiva ficará opaca diante do escândalo. Com o principal cabo eleitoral queimado, a ideia em São Paulo, por exemplo, onde o prefeito Ricardo Nunes é candidato à reeleição, é focar nas ações da prefeitura e nos assuntos que interessam ao dia a dia da população, deixando as questões nacionais na gaveta.

Em tempo: no PL, há ainda a ideia de evitar candidaturas que sejam identificadas demais com o ex-presidente. E se Bolsonaro for preso, o que não está descartado, os filhos devem ficar longe das campanhas municipais.

MITO DESABANDO – O ex-presidente, até aqui, divulgou nota reiterando que nunca desviou presentes recebidos de autoridades estrangeiras e colocando sua movimentação bancária à disposição dos investigadores. Porém, tem muita gente no PL com a certeza de que o estrago político foi feito.

Aliados de Jair Bolsonaro passaram o fim de semana pensando em que discurso fazer depois da sexta-feira de notícias estarrecedoras a respeito da venda ilegal de joias presenteadas ao governo brasileiro. Embora alguns pensassem em defender o capitão, está difícil montar uma narrativa.

Enquanto estava no governo, Bolsonaro sempre queria saber de tudo o que ocorria sob sua gestão. Há quem diga que, do jeito que Bolsonaro era centralizador em relação a tudo o que envolvia sua família e o Planalto, o ajudante de ordens Mauro Cid jamais venderia as joias sem o conhecimento do presidente. As investigações mostrarão se essa impressão está correta.

LULA ANTECIPA DISPUTA – Ao se referir ao deputado Arthur Lira como adversário eleitoral, Lula praticamente tomou lado na eleição de Alagoas. Lulistas estão preocupados. O presidente da República anunciou posição muito cedo, no discurso e no palco errado, durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Lira ainda tem um ano e meio como presidente da Câmara.

Agosto já vai pelo meio e, até aqui, nada de ministérios para o Republicanos e para o PP. O prazo final, avisam os deputados, é esta semana.

Até porque, depois da ajuda que o presidente da Câmara, Arthur Lira, deu ao cancelar a ida do ministro da Casa Civil, Rui Costa, à CPI do MST, não tem mais o que esperar para promover a reforma ministerial.

STF vai aprovar ‘lei da maconha fêmea’ e definir o que é ‘uma pequena quantidade’

Charges: 05/29/15

Charge do Genildo (Arquivo Google)

J.R. Guzzo
Folha

O Supremo Tribunal Federal se prepara para aprovar mais uma lei. Não pode fazer isso, porque a Constituição proíbe – é função exclusiva do Congresso, eleito pelo voto universal dos cidadãos. Mas no Brasil de 2023 há duas Constituições em vigor – a que você conhece ou, se não conhece, pode comprar na internet por até R$ 35. Essa não vale a despesa, porque no fim das contas acaba não servindo para nada.

 A outra, a única que realmente funciona no mundo das realidades, não está à disposição do público em geral. É a Constituição dos onze ministros do STF, que não são eleitos por ninguém mas deram a si próprios o direito de escrever as leis que gostam e apagar as leis que não gostam.

MACONHA LIVRE – Sua criação mais recente é a nova lei que libera a maconha no território nacional – “em pequenas quantidades”, segundo dizem. O placar já está em 4 a 0 a favor.

Não é uma coisinha qualquer, nem a soltura de mais um Sérgio Cabral, ou algo parecido. É uma questão crítica para o País inteiro, com posições que se opõem umas às outras e dividem os brasileiros; não existe a mais remota indicação de que a maioria queira a mesma coisa que os ministros estão querendo.

A única maneira de resolver isso com lógica, justiça e respeito à democracia é deixar a decisão a cargo dos cidadãos deste País, através dos seus representantes eleitos; não há outros que podem decidir por eles.

DIZ O SUPREMO – Onde está escrito que a Suprema Corte de Justiça do Brasil tem de se meter num assunto desses? A justificativa do STF é um assombro. Alegam que há injustiça na prisão de “jovens” que são pegos com um pouquinho de droga. Não se sabe se isso é um problema urgente, diante da pavorosa lista de deformações que o Brasil tem hoje – ou sequer se é um problema.

Mas os ministros acham que há um “vazio legal” no assunto, e por “omissão” do Congresso. É falso. Há uma lei, desde 2006, determinando que quem é pego com doses para uso pessoal não pode ser preso. Não há omissão alguma.

E se houvesse? O Congresso Nacional não tem a obrigação de fazer as leis que o STF quer; se não faz é porque sente que a população não quer que se faça.

UM DELÍRIO TOTAL – É óbvio, também, que a ideia de “combater o tráfico” com a legalização é um delírio. E onde os consumidores vão comprar a droga? Nas Lojas Americanas?

 Vão comprar dos traficantes, e isso só vai aumentar o tráfico – que continua sendo crime hediondo, como diz a lei 11.343.

A Praça da Apoteose, nesta história, é a definição de “pequena quantidade” – até 60 gramas, ou “seis pés de maconha fêmea”. Sério? E como o sujeito vai saber se o fuminho que está puxando é fêmeo ou macho? Se for macho fica ilegal? Insensatez dá nisso.

Wassef mentiu e Polícia Federal exibe um recibo da recompra do Rolex no nome dele

entregue ao TCU

Nome de Wassef aparece em recibo de recompra de Rolex

Valdo Cruz
g1 Brasília

O nome do advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, aparece no recibo da recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos. O item teria sido um presente recebido em viagem oficial no governo Bolsonaro, e vendido ilegalmente no exterior. A Polícia Federal acredita que o recibo é uma “prova contundente” contra o advogado do ex-presidente.

Após a divulgação de novas informações sobre a investigação da venda de joias recebidas em viagens oficiais, Wassef divulgou nota dizendo que está sendo julgado injustamente e garante que não participou de nenhuma operação do tipo, pois tudo seria uma “total armação”.

WASSEF MENTIU – O advogado da família Bolsonaro mentiu ao dar essa declaração, pois não há armação alguma. No caso, ele está sendo investigado pela recompra, e não pela venda do Rolex de Bolsonaro. E as provas contra ele são abundantes.

A PF vai chamar Wassef para depor e vai investigar quem deu o dinheiro para que ele recomprasse o presente dado ao ex-presidente. Além disso, quer saber como ele recebeu os valores, se foi em espécie ou transferência bancária.

Nesta investigação, a PF vai ter a colaboração das autoridades dos Estados Unidos, o que vai facilitar levantar de quanto foi a venda e a recompra, em valor maior, além da forma de pagamento.

IDA AOS EUA – Na verdade, o advogado da família Bolsonaro foi escalado para ir aos Estados Unidos recomprar o Rolex, depois que o Tribunal de Contas da União determinou que o presente fosse devolvido para a União, porque ele não era um bem de natureza personalíssima.

Oficialmente, a equipe de Bolsonaro afirmava que o relógio estava no Brasil e seria devolvido para a União.

Só que os assessores de Bolsonaro ganhavam tempo até que o relógio fosse encontrado e recomprado. No dia em que a operação foi realizada, a equipe do ex-presidente da República comemorou como missão cumprida.

DIZEM WASSEF E BOLSONARO – Confira o que a defesa de Bolsonaro disse após a operação da PF, nesta sexta-feira (11):

“Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito.

O Presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária.”

Agora, a manifestação de Frederick Wassef sobre o caso, no domingo (13): “Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho informar que, mais uma vez, estou sofrendo uma campanha de fake news e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto. Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isso é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGAssim, com seu nome no recibo, Frederick Wassef perde completamente a presunção de inocência e vai ser indiciado, processado e julgado. Mas só pegará cadeia se o processo correr no Supremo. Aqui na filial Brazil, depois da soltura de Lula, a impunidade passou a ser regra para os criminosos da elite, uma vergonha mundial para os brasileiros. Deveríamos adotar o sistema da matriz U.S.A., que pode prender o meliante na hora e sem direito a pagar fiança. (C.N.)

Polícia Federal já teria elementos para indiciar Michelle no inquérito das joias

Marca das joias dadas a Michelle Bolsonaro se envolveu em escândalo na  Europa envolvendo 'mulas' - Folha PE

Jornalistas do g1 garantem que esta notícia é verdadeira

Andréia Sadi e Isabela Camargo
g1 Brasília  

A Polícia Federal já tem elementos suficientes para indiciar Michelle Bolsonaro no caso das joias. Segundo investigadores ouvidos pelo blog, ela será ouvida, mas não há pressa para convocá-la para depor justamente por já ser possível dar andamento ao indiciamento com os elementos existentes.

“Com toda certeza vai ser indiciada. Sem dúvida alguma”, diz um policial federal, sem apontar por quais crimes. A investigação apura ilegalidades como peculato (que é o desvio de recursos públicos) e lavagem de dinheiro.

OPERAÇÃO DAS JOIAS – Na sexta-feira (11), a PF deflagrou uma operação para investigar a suposto desvio de presentes oficiais recebidos pelo governo Bolsonaro. A suspeita é que pessoas ligadas ao ex-presidente da República tenham vendido ilegalmente esses itens, que pertencem à União.

Entre os investigadores, a apuração tem sido comparada a comer mingau quente – pelas beiradas. Na primeira fase da operação, foram alvos: 1) o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel do Exército Mauro Cid; 2) o pai dele, general da reserva do Exército, Mauro Cesar Lorena Cid; 3) o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti; e 4) o advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares em diversos processos na Justiça. A recompra de Rolex tem recibo com nome de Wassef.

QUEBRA DOS SIGILOS – A PF pediu a quebra dos sigilos bancários de Michelle e do ex-presidente. Os dados podem corroborar a suspeita de que ela seja uma das beneficiárias dos eventuais desvios.

Os investigadores aguardam, também, o resultado de diligências que estão sendo feitas pelo FBI, nos Estados Unidos, sobre as vendas dos bens.

O caso tem mexido com o humor do entorno de Bolsonaro. No fim de semana, circulou um mostra Michele e seu maquiador num restaurante reagindo a uma pessoa que questionou a ex-primeira-dama sobre as joias. Provocada, Michelle reage e maquiador joga o conteúdo de um copo com gelo na mulher que tentara constrangê-los.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Para Michelle Bolsonaro ser incriminada, é preciso que esteja recebendo dinheiro proveniente da venda das joias. É a única possibilidade de haver indiciamento. Se isso realmente aconteceu, o crime mais grave é de burrice. (C.N.)

A perseguição a Romeu Zema pela mídia amestrada e o papel dos governadores

ÁUDIO: Zema, governador de MG, dá versão absurda para atos terroristas do  DF | Revista Fórum

Zema apontou um grave erro na representação política

Deu na Gazeta do Povo

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, se viu no centro de um enorme imbróglio nos últimos dias, graças a interpretações no mínimo equivocadas, e no máximo mal-intencionadas, de algumas de suas declarações ao jornal O Estado de S.Paulo, publicadas há 15 dias. Zema se referiu à formalização de um consórcio dos estados das regiões Sul e Sudeste, o Cosud.

“Além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político”, afirmou o mineiro, acrescentando que é preciso “que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos – que é necessário, mas tem um limite – de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada”.

REAÇÃO PETISTA – Como Zema é apontado como um potencial presidenciável da centro-direita para 2026, o petismo e seus aliados no mundo político e na opinião pública trataram de criar a narrativa de um Zema xenófobo (ou até mesmo separatista), adversário dos estados de outras regiões, especialmente o Nordeste.

Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e ex-governador do Maranhão, acusou a “extrema-direita” – já que, no maniqueísmo esquerdista, tudo que não for “esquerda” só pode ser “extrema-direita” – de “fomentar divisões regionais” e chegou a chamar o mineiro de “traidor da pátria”.

João Azevêdo (PSB), governador da Paraíba, adotou a mesma linha e acusou Zema de incentivar “uma guerra entre regiões”, mas, em enorme ironia, a manifestação de Azevêdo foi feita na qualidade de presidente do Consórcio Nordeste, ou seja, de um grupo que funciona exatamente nos mesmos moldes do Cosud.

COOPERAÇÃO NATURAL – Nada mais natural para estados que compartilham de proximidade geográfica e características comuns que busquem cooperação para fortalecer sua economia e incrementar seu peso político

Uma leitura atenta e honesta da entrevista do governador mineiro não permite ver ali o menor traço de xenofobia ou de estímulo à rivalidade entre regiões brasileiras.

 Zema afirmou uma série de fatos: que os políticos de Norte e Nordeste são muito mais propensos a colocar diferenças políticas de lado quando se trata de lutar pelos interesses de suas regiões; que a pobreza, embora seja muito maior em outras regiões brasileiras, também existe no Sul e no Sudeste; que estados com tamanho peso econômico não podem ser relegados ao banco do carona em discussões como a da reforma tributária; e que a distribuição de renda com critérios regionais, importante para o pacto federativo e classificada por Zema como “necessária”, não pode ser usada para esgarçar a Federação. Tudo isso é verdade,

DISTORÇÃO POLÍTICA – Parte do problema apontado por Zema tem origem na distorção em termos de representação política na Câmara dos Deputados. Se o Senado é a “Casa da Federação”, com representação idêntica para cada estado e o Distrito Federal, a Câmara, sendo a “Casa do Povo”, deveria ter seus assentos distribuídos de forma proporcional conforme a população de cada estado, mas não é o que ocorre.

Enquanto os Estados Unidos redistribuem cadeiras na Câmara dos Representantes a cada censo, com estados ganhando ou perdendo deputados, no Brasil a rigidez constitucional, que impede estados de terem menos de oito ou mais de 70 deputados, garante que os estados maiores fiquem subrepresentados, enquanto estados menores são super-representados.

Das cinco unidades da Federação mais populosas do Brasil, quatro ficam nas regiões Sul e Sudeste, as mais prejudicadas por esta distorção.

ISSO NÃO MUDARÁ – É impossível, no entanto, que tenhamos qualquer tipo de redistribuição de assentos parlamentares em um futuro próximo, e esta nem parece ser uma preocupação de Zema. O objetivo do Cosud é principalmente o de garantir que os estados do Sul e do Sudeste sejam tratados, quando se sentam à mesa com os demais, de forma compatível com a sua relevância socioeconômica, sem serem obrigados a perder todas as brigas por estarem em menor número.

O caso da reforma tributária, usado pelo governador mineiro na entrevista, é emblemático, com a pressão para que o Conselho Federativo leve em conta o tamanho de cada estado.

Da mesma forma, Zema reconhece a necessidade de que haja transferência de recursos das regiões mais ricas para as mais pobres, mas alerta para que este processo “não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, pois isso seria um sinal inequívoco de que as políticas para o desenvolvimento das áreas mais pobres estariam fracassando e seria necessário revê-las, em vez de se retirar ainda mais recursos dos estados mais fortes economicamente.

CONSÓRCIOS NATURAIS – Nada mais natural para um governador de estado que se mobilizar pelos interesses daqueles que governa. E nada mais natural para estados que compartilham de proximidade geográfica e características comuns que busquem cooperação para fortalecer sua economia e incrementar seu peso político.

Consórcios estaduais, seja no Nordeste, seja no Sul-Sudeste, têm esse objetivo, e não o de fomentar rixas regionais. “Nunca achamos que os estados do Norte e Nordeste haviam se unido contra os demais estados. Ao contrário: a união deles em torno de pautas de seus interesses serviu de inspiração para que, finalmente, possamos fazer o mesmo”, disse o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), em defesa de Zema.

Demonizar o Sul-Sudeste quando trata de fazer o mesmo que estados de outras regiões, unicamente por razões político-ideológicas: isso, sim, é fomentar rivalidades e impedir o Brasil de caminhar unido.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente editorial enviado por Mário Assis Causanilhas. Mostra que a filial Brazil precisa se ligar nos exemplos de acertos da matriz U.S.A. Quando a filial resolve (?) ser criativa, acontecem essas distorções, que fizeram com que o Centrão se tornasse dono da política nacional. Pense nisso. (C.N.)  

De almirante a general, a operação sobre joias amplia lista de militares envolvidos

Charge do Aroeira (Portal 247)

Deu em O Globo

A operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nesta sexta-feira em investigação sobre suposto esquema de venda de presentes dados ao Estado brasileiro engrossou a lista de militares que ocuparam cargos no governo Jair Bolsonaro e hoje são investigados, totalizando 18. Alvos da ação, o general do Exército Mauro César Lourena Cid, pai do ex -ajudante de ordens Mauro Cid, e o tenente do Exército Osmar Crivelatti, também ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, se juntam a uma lista de 16 acusados, que já incluía o próprio Mauro Cid.

Os crimes apurados vão desde epidemia com resultado de morte à prevaricação (quando um servidor público se omite de tomar providências inerentes ao seu cargo).

TEMPO DE PANDEMIA – Na lista de militares, nove são investigados pela atuação do governo durante a pandemia e tiveram pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Covid. Outros sete estão envolvidos no inquérito das milícias digitais, por ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF), e no caso das joias. Até o momento, ninguém foi condenado. Já Mauro César e Osmar Crivelatti são suspeitos dos crimes de peculato (desvio) e lavagem de dinheiro.

Presente na relação de integrantes da caserna investigados, o ex-ministro de Minas e Energia e Almirante de Esquadra da Marinha Bento Albuquerque é um dos personagens do caso das joias trazidas de forma irregular para o Brasil. Ele tentou entrar no país sem informar à Receita Federal que trazia as peças.

Em depoimento, Albuquerque mudou sua versão inicial do caso e disse que as joias seriam destinadas à União. Ao ser abordado por fiscais na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, porém, o ex-ministro havia dito que eram presentes para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

TENENTE SOEIRO – Ex-assessor de Albuquerque, o tenente da Marinha Marcos Soeiro também depôs. Era ele quem carregava o conjunto de colar, anel, brincos e relógio de diamantes, avaliado em R$ 16,5 milhões.

A PF investiga possível crime de descaminho e peculato. Isso ocorre quando bens entram ou saem do país sem respeitar os trâmites burocráticos e tributários, no primeiro caso. E quando um funcionário público se apropria ou desvia, em favor próprio, de dinheiro ou bem que se encontra em sua posse em razão do cargo, na segunda hipótese.

Já o ex-ajudante de ordens Mauro Cid solicitou voo da FAB para tentar retirar as joias que estavam retidas. Ele é investigado, no entanto, por outros casos, como, por exemplo, no inquérito das milícias digitais, sob relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

FAKE NEWS – Em dezembro do ano passado, a PF concluiu que Cid, junto a Bolsonaro, cometeu crime por divulgar informações falsas sobre Covid-19. A Polícia Federal também chegou a indiciá-lo pela participação no vazamento do inquérito sigiloso sobre o ataque hacker ao TSE. Ele ainda é investigado pela organização da live do dia 29 de julho de 2021, quando Bolsonaro atacou sem provas a segurança das urnas eletrônicas.

Essa live contou com a participação do coronel da reserva Eduardo Gomes da Silva, ex-assessor especial. A difusão de desinformação sobre o sistema eleitoral fez com que ele também passasse a figurar nas investigações de Moraes.

MAIS UM – Outro que está no radar do inquérito das milícias digitais é o sargento da ativa e ex-membro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Ronaldo Ribeiro Travasso. O militar participou de atos golpistas e usou grupos de mensagens para convocar outros militares.

Mas é o Ministério da Saúde a principal fonte de possíveis irregularidades cometidas por membros das Forças Armadas que assumiram cargos no governo. A pasta foi militarizada na gestão do então general da ativa e hoje o deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ). No relatório da CPI da Covid entregue ao Supremo, nove tiveram pedido de indiciamento.

Eduardo Pazuello foi acusado de crimes como de epidemia com resultado morte; emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; comunicação falsa de crime; e crimes contra a humanidade. No ano passado, o militar foi eleito como o segundo deputado federal mais votado do estado do Rio.

No início do primeiro semestre, o ministro Dias Toffoli, do STF, atendeu a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e determinou a extinção de algumas investigações. Em um movimento articulado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), a advocacia do Senado recorreu da decisão. O ministro Gilmar Mendes manteve Pazuello como investigado.

Jair Bolsonaro pedia: “Vai, me chama de corrupto!”, e a Polícia Federal chamou…

Altamiro Borges: Joias de Bolsonaro e bofetada na democracia

Charge do Spacca (Arquivo Google)

Celso Rocha de Barros
Folha

Segundo a Polícia Federal, Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, vendia clandestinamente joias doadas ao Brasil e entregava o dinheiro para o ex-presidente. Nessa movimentação de muamba, Cid teria sido ajudado por seu pai, um general do Exército brasileiro.

Em uma mensagem obtida pela PF, Cid diz que seu pai estava com US$ 25 mil, originários da venda das joias, prontos para serem entregues a Bolsonaro. Cid acrescenta que seria melhor fazer a entrega em mãos, sem passar pelo sistema bancário.

FAZIA PROVOCAÇÕES – Bolsonaro gostava de provocar pedindo: “Vai, me chama de corrupto!”. A Polícia Federal chamou. Se isso tudo for verdade, Jair Bolsonaro é ladrão. Ele vê um negócio que não é dele, pega pra ele, sai correndo.

Ainda segundo a Polícia Federal, Jair colocou toda a estrutura da Presidência para trabalhar para seu esquema. Por exemplo, o pai de Cid, general Mauro Lourena Cid, estava nos Estados Unidos na qualidade de chefe do escritório da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em Miami. Um dos kits de joias roubados teria sido levado por Mauro Cid aos Estados Unidos no avião presidencial, quando Bolsonaro foi à Cúpula das Américas em junho de 2022.

Ou seja: segundo a PF, o presidente da República do Brasil aproveitou que estava indo se encontrar com Joe Biden para contrabandear joias roubadas que seriam entregues a um general brasileiro, para que ele as vendesse em Miami.

REPÚBLICA DE BANANAS – Sinceramente, a menos que o Brasil colonize Marte, não sei se tem como a gente perder a reputação de “república de bananas” depois dessa.

A responsabilidade jurídica me obriga a reconhecer que sempre é possível que Jair não seja ladrão. Talvez os bolsonaristas tenham descoberto uma conspiração comunista e combinado que, sempre que quisessem se referir ao complô sem despertar suspeitas, diriam “Roubamos joia vamo vendê tudo kkk”.

Talvez o general Lourena Cid tenha entendido errado o que queria dizer “promoção de exportações”: Paulo Guedes pode tê-lo tornado um adepto tão fanático do livre-comércio que o general concluiu que o muambeiro é só a vanguarda do neoliberalismo.

SEM SIGILO – E Bolsonaro, que nega tudo, já declarou que disponibilizará seus dados bancários para provar sua inocência nesse caso em que seus supostos cúmplices disseram que o dinheiro seria entregue em mãos.

Na verdade, ser ladrão nem seria o pior defeito de Jair Bolsonaro. Seu golpismo e sua tendência a promover assassinatos em massa durante a pandemia foram incomparavelmente mais nocivos ao Brasil. No fundo, o fato de Jair ter envolvido oficiais das Forças Armadas brasileiras – incluindo um general – em roubo de joias é até pior do que a mutreta em si.

Mesmo assim, a revelação de que Jair é ladrão ajudaria a quebrar o transe em que esteve parte do público brasileiro nos últimos anos.

NÃO ERA CORRUPTO – Quando você mostrava aos bolsonaristas os cálculos de especialistas deixando claro que pelo menos 100 mil pessoas morreram durante a pandemia porque Bolsonaro se recusou a comprar vacinas, ouvia que “pelo menos ele não é corrupto”.

Muita gente tolerou seu golpismo porque achava que os movimentos das instituições para se defenderem de Jair eram jogadas “do sistema” contra um presidente que não roubava.

Talvez agora esse transe acabe.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Não acredito que esse transe acabe. A meu ver, poucos bolsonaristas desistirão dele, porque partem do princípio que Lula e os petistas (Dirceu, Palocci, Vaccari, Delubio, Mantega etc.) são muito piores. Acredito que seja o antipetismo que ainda realimente o bolsonarismo. (C.N.)

Perplexidade e desolação no Exército e a certeza de que vem muito mais por aí

Bastidor: Exército está em choque e vai abandonar Cid, diz general - Estadão

PF agora está periciando o celular do general Lorena Cid

Eliane Cantanhêde
Estadão

O clima no Exército é de perplexidade e desolação diante da avalanche de denúncias contra o tenente-coronel da ativa Mauro Cid e, agora, da confirmação de que o pai dele, general da reserva Mauro Lourena Cid, era parte do esquema de venda de joias no exterior. E vem mais: as revelações do celular do Cid pai, apreendido pela Polícia Federal, e a possível delação do hacker Walter Delgatti Netto, contratado pela deputada Carla Zambelli.

O general Cid foi do Alto Comando do Exército, antes de ir para a reserva e para a Apex em Miami, responsável, vejam só, por importações e exportações.

VIVIA NO QG… – Quando o filho caiu em desgraça, pelos escândalos na condição de ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, ele voltou para Brasília, vivia no QG do Exército e ganhou apoio dos velhos companheiros. Imagine-se o que não há no celular dele!

Se o filho Cid lhe enviava US$ 25 mil para entregar em mãos a Bolsonaro na Flórida, o celular do general deve ter valores, locais, descrição de peças, intermediários… E ele é bem descuidado.

A foto de um estojo de joias, refletindo o próprio rosto no vidro, é de rir e de chorar, uma prova contra ele e uma prova do lado pastelão do esquema – como a palmeira de latão e tudo o que envolve Bolsonaro.

PROVAS NO CELULAR – Há, porém, um outro lado no celular de Lourena Cid. Do que tratava com generais? De Alexandre de Moraes, STF, PF, Lula? E de golpe?

As Forças Armadas abandonam o general e o coronel Cid, mas o general e o coronel não abandonam as Forças Armadas, que pagam caríssimo, não por joias e diamantes, mas pelo deletério efeito Bolsonaro. E vão continuar pagando.

Defesa e Exército dizem que não têm nada a ver com o vigarista Walter Delgatti, contratado pela bolsonarista Carla Zambelli para hackear as urnas eletrônicas. Os de hoje, não. Mas e os de ontem? O que fazia esse hacker com a comissão militar criada por Bolsonaro e instalada na Defesa para desmoralizar as eleições?

TUDO ERRADO – Bolsonaro subjugou e embolou os militares com Delgatti, Zambelli, Wasseff, Aylton Braga, Do Val, Daniel Silveira, falsificadores de atestados, vendedores de vacinas inexistentes, negociantes e advogados sem escrúpulos e golpistas de várias estirpes. Quem, aliás, trouxe o colar de diamantes foi o almirante Bento Albuquerque.

Lula destinou mais verbas do novo PAC para Defesa (R$ 52 bilhões) do que para Educação e Saúde e autorizou a ampliação do acordo nuclear da Marinha com a França.

Ele acertou com José Múcio na Defesa e o general Tomás Paiva no Exército, brigadeiro Marcelo Damasceno na FAB e almirante Marcos Olsen na Marinha. Mas o desafio é gigantesco. A herança de Bolsonaro é, definitivamente, maldita.

Família Bolsonaro completa 72 horas de silêncio nas redes sociais sobre venda das joias

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) em evento em São Paulo

Pai e filhos preferiam se unir num silêncio constrangedor

Matheus Tupina
Folha

Após 72 horas da operação da Polícia Federal contra aliados no caso das joias, Jair Bolsonaro (PL) manteve silêncio em redes sociais sobre o caso das vendas de relógioe e joias, que pela primeira vez expõe digitais do ex-presidente na suspeita de desvio de bens públicos para enriquecimento pessoal.

A postura de discrição, destoante da adotada por ele e seus filhos em assuntos de antes, durante e depois da passagem pelo Palácio do Planalto, se dá depois da Polícia Federal pedir a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro na investigação do caso.

BOM SÁBADO… – O ex-mandatário utilizou as redes sociais no sábado (dia 12) para publicar um vídeo abraçando uma criança, e desejou “bom sábado a todos”, ignorando as diligências de busca e apreensão cumpridas contra seus aliados na sexta-feira (dia 11).

Somente a defesa dele lançou nota, afirmando disponibilizar às autoridades a movimentação bancária de Bolsonaro e ressaltando que ele “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.

Na nota, a defesa argumenta ainda que Bolsonaro “voluntariamente” pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) em março deste ano a entrega de joias recebidas “até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”.

FELIZ DIA DOS PAIS – Na manhã deste domingo, Bolsonaro voltou a fazer uma publicação em redes sociais, mas ignorando o assunto das joias. Ele postou um vídeo com imagens de familiares e uma saudação de Dia Dos Pais. “Um Domingo repleto de momentos inesquecíveis a todos!”, escreveu.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) republicou a nota de defesa do pai, e no sábado, utilizou as redes para criticar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), relançado pelo presidente Lula (PT) no dia em que a operação, chamada de Lucas 12:2, foi deflagrada.

Já o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usaram no sábado as plataformas sociais para criticar o governo petista.  Neste domingo, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, fez uma publicação referente ao tema das joias com a reprodução de um post de uma apoiadora, sem maiores detalhes.

RECOMENDAÇÕES DO TCU – Ainda no domingo, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) continuou sem abordar a venda das joias. Mas publicou um tuíte alegando que seu pai cumpriu “todas as recomendações” do Tribunal de Contas da União .

Na postagem, a primeira da família Bolsonaro sobre o tema após a operação da PF, Carlos não toca no assunto da venda dos relógios e joias. Apenas alega que o entendimento sobre o que é item de “natureza personalíssima ou de consumo direto do presidente” mudou e que, a partir disso, Bolsonaro devolveu os presentes recebidos.

A devolução das joias, no entanto, só se deu após a revelação de que representantes do governo tentaram trazer os presentes de forma ilegal para o Brasil. Em março, depois da repercussão, o plenário do TCU determinou por unanimidade que o ex-titular do Planalto devolvesse os itens.


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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como cantava Lupicinio Rodrigues, “um soluço cortou sua voz, não lhe deixou falar…”. (C.N.)

Generais que pensavam (?) poder controlar o ex-capitão acabaram controlados por ele

General Villas Bôas revela atuação política do Exército que culminou na  eleição de Bolsonaro

Criador e criatura  de um projeto que desonra os militares

Merval Pereira
O Globo

A campanha presidencial de Bolsonaro em 2018, que a princípio parecia um exotismo sem maiores consequências, fazia parte de uma estratégia de militares da ativa e da reserva para a retomada do poder pelo voto. Bolsonaro convenceu esse grupo, que tinha no general Villas Boas, então comandante do Exército, o articulador principal.

O núcleo militar reunia-se em um escritório em Brasília, e dava apoio técnico e estratégico à campanha, sob a articulação do general Augusto Heleno. Esse núcleo militar considerava que Bolsonaro era o único capaz de derrotar o PT, aproveitando que o então ex-presidente Lula estava na prisão.

O MITO VIRALIZOU – Os encontros de Bolsonaro com seus seguidores, em todos os aeroportos em que chegava nas viagens de campanha, viralizaram pouco a pouco na internet, e ações orquestradas com o recrutamento de militares de escalões inferiores transformaram-se em eventos espontâneos. Na aparência a estratégia deu certo, pois Bolsonaro foi eleito, e colocou militares em postos-chave.

Ao agradecer de público ao general Villas Boas, dizendo, com a sutileza que o caracteriza, que jamais revelaria o que conversaram, Bolsonaro deixou explícita a ajuda que recebera do militar, um ícone entre os seus.

“Ele é incontrolável”, disse-me certa vez o próprio general Villas Boas, entre risos, justificando certos comportamentos de Bolsonaro ainda na campanha.

CONTROLE TOTAL – Mas os setores militares que pensavam em controlar o presidente, um capitão de passado questionável, acabaram controlados por ele. Os que não aceitaram esse cabresto do baixo clero, foram sendo demitidos ao longo do tempo.

O vice, general Hamilton Mourão, foi perdendo tração durante o governo, mas tinha mandato pelo voto e acabou tornando-se senador.

Outros militares permaneceram ao lado do presidente: o ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira, o ministro da Secretaria-geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa à reeleição de Bolsonaro.

PERDENDO ALIADOS – Outros importantes apoiadores civis e militares foram sendo desligados desse núcleo duro do governo, por discordarem de decisões do presidente: o ministro Gustavo Bebiano, o general Santos Cruz, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, o general Joaquim da Silva Luna, presidente da Petrobras, o general Rego Barros, assessor de Comunicação, entre outros.

Episódios como esse das joias de Bolsonaro, no qual está envolvido até um general de Exército na reserva, pai do tenente-coronel Mauro Cid, vão piorando a imagem das Forças Armadas, e até o momento as reações oficiais são tíbias, equilibram-se entre o corporativismo e a cautela necessária.

NO GOVERNO ANTERIOR – Quando se noticiou que o hacker estelionatário Walter Delgatti participou da comissão militar do ministério da Defesa que teoricamente auxiliava o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a mando de Bolsonaro, uma nota alegou que os fatos passaram-se “no governo anterior” e estavam sendo analisados.

É terrível imaginar que um presidente da República estivesse metido em esquemas vulgares de venda de presentes oficiais que recebeu. E nem sabemos o que ainda pode ser descoberto.

Políticos ligados a ele também não conseguem tomar uma posição. Uma coisa é ter ideologia, ser de direita, ter ideias conservadoras. Outra, muito diferente, é ser um reles trambiqueiro.

IGUAL A LULA – É o mesmo que aconteceu com as acusações contra Lula durante seus dois primeiros governos. O PT até hoje tenta dizer que mensalão e petrolão não aconteceram, foi tudo invenção e injustiça. Não se trata de ideologia, e sim de comportamento, de ética e de entender a liturgia do cargo que ocupa.

É inacreditável que se possa continuar apoiando um político quando fica provado que esteve envolvido em vários trambiques, sejam de milhões ou de milhares de reais, dólares, euros.

No caso atual, trata-se de salvar a honra das Forças Armadas.