Supremo vai “legislar” sozinho para estabelecer censura às redes sociais

dedemontalvao: Supremo Tribunal Federal, da crítica à autocrítica feita pelo ministro Barroso

Charge do Nani (nanihumor.com)

André Marsiglia
Poder 360

Em 27 de novembro, o STF vai julgar ações que, na prática, legislarão sobre as redes sociais. Antecipo ao leitor o que acontecerá: o PL 2.630 de 2020, de Orlando Silva, chamado PL das fake news ou da censura, embora rejeitado pelo Congresso, foi adotado pelo TSE nas últimas eleições municipais, sob o nome de “Resolução 23.732 de 2024”.

Como TSE e STF são um casal moderno que se frequenta, embora more em casas separadas, é mais que óbvio que o PL das fake news adotado pela Corte eleitoral será o guia da regulação promovida pelo STF. 

PODER DE POLÍCIA – Se é isso que vai acontecer, pergunta o leitor, qual o risco? É total. No PL das fake news, por exemplo, o que era chamado “dever de cuidado”, passou a ser chamado na resolução de “poder de polícia”.

Ou seja, o recorta e cola da Corte é mais agressivo e, portanto, mais censório que o PL capitaneado por Orlando Silva.

Um dos artigos mais nocivos do PL 2.630 de 2020, replicado no artigo 9-E da resolução, obriga as plataformas a retirar sem ordem judicial conteúdos desinformativos.

E O MARCO? – O artigo simplesmente ignora o Marco Civil da Internet, que determina a exclusão de conteúdos só com ordem judicial.  Vale dizer que foram justamente pedidos de exclusão sem ordem formal que azedaram a relação de Musk com Moraes, resultando na suspensão do X, conforme noticiado nas reportagens da Folha de S.Paulo sobre mensagens vazadas do gabinete do ministro.  

Como se não bastasse, o conceito de desinformação não está legislado. Portanto, a plataforma obrigada a excluir desinformação, receando ser multada, preferirá excluir qualquer conteúdo: voilà, censura à vista!

Na verdade, será a terceirização da censura para plataformas amedrontadas por multas e suspensões. 

CASO DO X – Não deixa de ser curioso que o X foi suspenso sob o argumento de preservarmos nossa soberania, mas as Cortes entregarão a essas mesmas plataformas estrangeiras a função de fazer o trabalho de legislador e juiz a respeito da desinformação.   

Mas nada disso importa. O STF é um trator afobado que só enxerga inteligência na cabeça de seus próprios ministros. A regulação censória está feita.

Restará torcer para que ocorra sem pedidos de vista ou votos arrastados.  Assim, os legisladores poderão, em seguida, começar a trabalhar a sério em uma regulação que conserte erros, abusos e censuras, que certamente serão a tônica do julgamento de um Supremo que já demonstrou diversas vezes odiar a liberdade de expressão nas redes sociais. 

Brasil evita que Venezuela e Nicarágua se tornem países parceiros dos Brics

Em imagem de arquivo, Nicolás Maduro e Vladimir Putin se reúnem em Moscou, na Rússia, em 25 de setembro de 2019.  — Foto: Sputnik/Alexei Druzhinin/Kremlin/Reuters

Fora do Brics, Maduro consegue manter sua parceira com a Rússia

Deu no g1

A Venezuela e a Nicarágua ficaram de fora da lista de possíveis países parceiros do Brics. A decisão coincide com o desejo do Brasil, que não queria os dois países no bloco

Segundo apurou a TV Globo, o governo brasileiro fez pressão política para que os dois países não entrassem na lista. Não houve veto formal, mas segundo fontes ouvidas, “os russos sabem da irritação de Lula com o Maduro [presidente da Venezuela, reeleito em eleição contestada]”.

TIJOLOS – Os Brics são um grupo de países de economias emergentes originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul entrou em seguida (as iniciais em inglês dão nome ao grupo, que significa tijolos, também em inglês, numa concepção surgida no meio acadêmico no início do século de que esses países construiriam o futuro do mundo).

No início do ano, outros países aderiram aos Brics: Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. A Arábia Saudita também integra a lista, mas não concluiu os trâmites para uma adesão formal. Uma reunião de cúpula está sendo realizada em Kazan, na Rússia, nesta semana.

Os membros que compõem o Brics fecharam nesta terça-feira (22), durante reunião, a relação de países que podem aderir ao grupo de parceiros do bloco.

MAIS 13 PAÍSES – Estão na lista Argélia, Belarus, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Os líderes dos países-membros do Brics, que estão na Rússia, discutirão em jantar a adesão de cada um dos listados.

Ainda não está definido se todos eles passarão, de fato, a fazer parte do grupo de parceiros do Brics.

Segundo o blog da Daniela Lima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ao seu time de articulação internacional que o Brasil deveria se posicionar contra o ingresso da Venezuela no Brics. O mesmo recado foi dado pelo assessor especial da Presidência da República e ex-chanceler, Celso Amorim, que disse ser contra a adesão.

PROBLEMAS – Em agosto, as relações entre o Brasil e a Nicarágua foram afetadas, após o governo nicaraguense decidir expulsar o embaixador brasileiro, Breno Souza da Costa.

Aplicando o princípio da reciprocidade na diplomacia, o governo brasileiro mandou embora a embaixadora da Nicarágua em Brasília, Fulvia Matu. Já a Venezuela enfrenta forte repressão do ditador Nicolás Maduro e cenário ruidoso com o governo brasileiro e diversos outros atores globais.

O chanceler Mauro Vieira, que chefia a delegação do Brasil em Kazan, deve conversar com o presidente Lula logo mais, para tratar da lista final de países.

CONSELHO DA ONU – Também foi incluída nas negociações um reforço sobre a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, pleito da diplomacia brasileira que vem sendo defendido pelo presidente Lula.

 Lula era esperado na cúpula dos Brics, mas não viajou por recomendação médica, após cair no banheiro de casa e bater a cabeça. Apesar do incidente, o presidente passa bem de saúde.

O chanceler Mauro Vieira, que chefia a delegação do Brasil em Kazan, deve conversar com o presidente Lula logo mais, para tratar da lista final de países. Também foi incluída nas negociações um reforço sobre a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, pleito da diplomacia brasileira que vem sendo defendido pelo presidente Lula.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Foi uma vitória diplomática de Lula e do Brasil. Segundo o g1, nem a Rússia, de Vladmir Putin, maior entusiasta do ingresso da Venezuela no grupo de países parceiros, se levantou para defender o pleito de Nicolás Maduro diante das restrições apresentadas pelo Brasil nas reuniões que antecederam a divulgação da lista de nações que devem passar a apoiar o bloco. A tendência é de rompimento de relações com Maduro e Ortega. (C.N.)

Mesmo inelegível, Bolsonaro diz que será o candidato da direita em 2026

O governador Tarcísio de Freitas e o ex-presidente Jair Bolsonaro

Tarcísio finge se surpreender com esta afirmação de Bolsonaro

Victória Cócolo
Folha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (22) que será o candidato da direita à Presidência da República, em 2026. A declaração foi feita em entrevista após almoço com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que vem sendo apontado como presidenciável.

Ao responder sobre o pleito nacional de 2026, ele reforçou que vê sua inelegibilidade como perseguição. Questionado se quem disputaria seria ele ou Tarcísio, respondeu, em referência ao seu próprio nome do meio: “O nome é Messias”.

CERTO DA VITÓRIA – Bolsonaro afirmou ainda que, caso consiga reverter sua inelegibilidade, ganharia de Lula em 2026. “Eu tenho certeza de que eu ganho.”

“Quem é o substituto de Lula na política? Não tem. De Bolsonaro? Tem um montão por aí. Eu colaborei a formar lideranças, estou muito feliz com isso”, disse o ex-presidente, ao lado do governador, que reforçou: “O candidato a presidente é Bolsonaro”.

O governador também foi questionado sobre em qual data iria sair do Republicanos para se filiar ao PL, mas apenas sorriu e disse que só responderia sobre a eleição de São Paulo.

CRÍTICAS A CAIADO – Ao falar da disputa em Goiânia, Bolsonaro criticou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), com quem trava uma batalha na cidade. Caiado, que é cotado como um presidenciável em 2026, apoia Sandro Mabel (União Brasil), enquanto Bolsonaro quer que Fred Rodrigues (PL) vença.

Bolsonaro disse que estará em Goiânia “no domingo, votando com o Fred”.

“O que nos surpreendeu agora, segundo eu vi na imprensa, o Caiado aceitou o apoio do PT pelo Sandro Mabel. Quem diria, o cara da UDR (União Democrática Ruralista), que fala grosso, gosta de ranger os dentes, e está aí, agora aceitou o apoio do PT. O PT não apoia de graça, não tem amor lá não. Alguma coisa foi acertada”, completou.

NOTA DEZ – Antes de deixar a churrascaria na qual ocorreu a conversa com a imprensa e o evento de campanha de Nunes, Bolsonaro foi perguntado sobre qual a sua avaliação do evento. O ex-presidente respondeu “nota 10” e disse que está confiante com a campanha de Nunes.

Tarcísio também avaliou como positiva a participação de Bolsonaro no almoço.

“A militância está muito animada, e eu estou sentindo isso na rua, eu acho que ajudou sim”, afirmou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral no ano passado, Bolsonaro não pode votar nem ser votado pelo menos até 2030. Para ser candidato ele necessita de aprovação da Lei da Anistia com a inclusão de seu nome. Por enquanto, é apenas um sonho. E Tarcísio, com habilidade, se equilibra nessa corda bamba. (C.N.)

Descompasso de Lula e do PT prejudica a aprovação desse terceiro mandato

Gleisi Hoffmann critica Haddad por antecipar debate sobre eleições de 2026  | Jovem Pan

Haddad, Lula e o PT não conseguem falar a mesma língua

Eliane Cantanhêde
Estadão

Não foi à toa, convenhamos, que o presidente Lula decidiu antecipar a troca de comando do PT. Não faz sentido o partido do presidente da República, vira e mexe, bombardear o ministro da Fazenda e a política econômica, uma das raras áreas que vêm surpreendendo positivamente e dando boas notícias para, e sobre, o governo, apesar das dúvidas quanto à inflação e ao controle de gastos.

Faz menos sentido ainda que o PT classifique como “feito histórico” mais uma reeleição de Vladimir Putin, que invadiu a Ucrânia, envie sua presidente Gleisi Hoffmann e 30 petistas para badalar o regime chinês e trate a tragédia da Venezuela como normal, reconhecendo a vitória do ditador Nicolás Maduro no primeiro instante de uma eleição fraudada e depois ratificando o aval do Foro de São Paulo a essa “vitória”.

TUDO ERRADO – Se Lula estivesse abafando, o governo fosse excelente, o PT desse um banho nas eleições municipais e a direita terminasse como grande derrotada, vá lá, haveria um muxoxo daqui ou dali e pronto.

Mas, como não é isso que ocorre, os erros do PT pioram a percepção geral sobre o terceiro mandato e irritam setores do próprio partido.

Sem candidato no Rio e em São Paulo, comendo poeira em Belo Horizonte e baixando a guarda em quatro das nove capitais do Nordeste, o PT ficou em nono lugar no número de prefeituras no primeiro turno, atrás do PSB e até do moribundo PSDB. Pode estar no fim a velha arquitetura da esquerda, com o PT no eixo e seus aliados, seus satélites.

DECADÊNCIA – O PT paulista é comandado pelos irmãos Tatto, que não deram bola para Guilherme Boulos (PSOL), candidato de Lula, e o do Rio está nas mãos dos polêmicos André Siciliano, Renato Machado e Quaquá. Em BH, o problema é outro: inanição.

Enquanto isso, Pernambuco lidera a renovação na esquerda, com o prefeito de Recife, João Campos (PSB), e a governadora Raquel Lyra (ainda PSDB), na centro-esquerda. De quebra, Tabata Amaral (PSB-SP), namorada de João, é outra boa novidade nacional.

Afinal, o PT atrapalha o governo, ou o governo atrapalha o PT? Típico caso em que todo mundo briga e todos têm razão.

FORA DO PRUMO – Lula é maior do que o PT, dá todas as ordens e submete o partido à necessidade de apoio no Congresso, enquanto tropeça, ou some, em política externa, meio ambiente, educação, cultura…

Com a derrota petista em cidades paulistas importantes, Lula quer na presidência do PT o prefeito Edinho Silva, que não elegeu sua candidata em Araraquara, mas Gleisi investe no líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE).

Edinho Silva é mais forte, mas não há santo que faça milagre com governo e partido fora do prumo.

“Está difícil defender o Supremo”, mas o Estadão até consegue fazê-lo

Imprensa livre do Cariri

Charge do Bier (Arquivo Google

Gabriel Wilhelms
Instituto Liberal

Lendo o mais recente editorial do Estadão, o primeiro pensamento que veio à minha mente foi a possibilidade de que os responsáveis pelo texto estivessem sob a influência de alguma substância alucinógena. Descartando-se a toxicidade ou a esquizofrenia, resta a “cara de pau” de quem concorreu para viabilizar o regime de autoritarismo judicial sob o qual vivemos e agora não quer dar o braço a torcer.

Pois não é que, cerca de uma semana após produzir um editorial em que tratava a modesta resposta do Congresso aos arroubos do STF como uma vingança, que falava que era falso o pretexto e necessidade de se reequilibrarem os poderes, bem como desafiava o óbvio ululante de que há ativismo judicial na corte, eles produzem uma outra peça risível cujo título estampa a ironia: “Está difícil defender o Supremo”.

“AMIGO FIEL” – Para complementar, uma semana após sugerir golpismo na resposta democrática do parlamento, falam da necessidade de “autocontenção” dos ministros.

Logo no início, para não se furtar ao papel servil, o jornal ressalva que está criticando, mas que é um amigo (ou talvez cão) fiel:

“O Estadão, recorde-se, esteve na vanguarda do apoio ao Supremo quando a Corte, de modo destemido, ajudou a desbaratar o golpismo que foi urdido pelos inconformados com a democracia durante o tenebroso mandato de Jair Bolsonaro na Presidência. Mas hoje já não há mais ameaça que justifique a excepcionalidade hermenêutica e moral que alguns dos ministros parecem reivindicar, pairando, como os deuses olímpicos, acima do bem e do mal”.

SINCERIDADE – Bom, ao menos são sinceros em admitir que são apoiadores do arbítrio desde a primeira hora.

Quanto à última sentença, vou poupar o eleitor de menoscabar sua inteligência, como faz a “elite” jornalística, sempre disposta a tratar o cidadão como uma besta quadrada, explicando o que nesse momento acredito que já é óbvio: que não havia ameaça alguma a justificar “excepcionalidades”.

Além disso, se ainda houvesse ameaça, a lei já era muito clara sobre como isso deveria ser enfrentado, isto é, com o império da lei e não com a suspensão das garantias legais.

DUAS SAÍDAS – Vejo-me obrigado a reproduzir os dois últimos parágrafos do editorial na íntegra:

“Basicamente, só há duas saídas para essa crise de confiança por que passa o Supremo há mais tempo do que seria suportável pela democracia brasileira. A primeira está em andamento no Congresso e tem o objetivo de conter a atuação do STF por meio de Propostas de Emenda à Constituição e projetos de lei. Não é a saída ideal, haja vista que implica uma politização que pode levar a resultados muito distintos – e mais perigosos – do que os esperados”.

“A outra saída é a tão ansiada autocontenção. Mas, para que se autocontenham, é óbvio, primeiro os ministros do STF precisariam admitir que erram. E, por ora, não há sinal de que Suas Excelências deixaram de confundir a toga que vestem com a Égide de Atena”.

DISPARIDADES – Vejam só, a solução por meio do Congresso, isto é, por aqueles eleitos pelo voto popular, no âmbito de duas casas legislativas que, entre deputados e senadores, somam 594 legisladores, com todo o trâmite de comissões, debates, com as dificuldades acrescidas no caso das propostas que são emendas constitucionais, que carecem de aprovação por três quintos dos membros, em dois turnos, em cada uma das casas do Congresso, tudo feito, como não poderia deixar de ser, às claras, com ampla cobertura da imprensa, essa solução não seria “ideal”.

E, pasmem, seria a ação do Congresso que geraria “politização”, como se o STF não fosse hoje uma corte que, confessadamente, atua como um poder político.

O mesmo jornal que apresenta essa bobagem é o que diz com orgulho que apoiou o estado de exceção inaugurado pelo STF para salvar a “democracia”. Ora, que democracia é essa que trata o debate pelo parlamento como não “ideal”?

AUTOCONTENÇÃO – Conclui, por fim, este veículo, que volta e meia se pretende “liberal”, que o caminho ideal é a “autocontenção” dos ministros. Imaginem a vítima de violência doméstica que se furta a buscar uma solução legal para seu infortúnio, na esperança de que amanhã, seu abusador contumaz irá se autoconter?

 O país que apanhe quieto, pois não convém que o povo se manifeste nem por meio dos mandatários por ele eleitos.

O argumento de que devemos aguardar que aqueles que hipertrofiaram seus próprios poderes voluntariamente retrocedam da posição de superioridade a que se alvoraram depõe não só contra a lógica, mas contra a inteligência.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enviado por Mário Assis Causanilhas, o artigo de Gabriel Wilhelms estranha o retrocesso do Estadão, que há meses bate no Supremo em editoriais pesados, junto com a Folha, mas agora resolveu baixar a bola. O Globo, que é conhecido por ser o jornal do “sim, senhor!”, bate com muito menos intensidade, quando o Supremo está a merecer maior rigor. (C.N.)

Entenda a extrema importância de criar o mercado comum de carbono

A CHINA DECLARA GUERRA Á POLUIÇÃO – Portal Ambiente Legal

Indústrias ocidentais mais poluidoras encontraram abrigo na China

Candido Bracher
Folha

O ano de 2024 ficará conhecido entre nós como aquele em que se deu a aceleração dos efeitos do aquecimento global em nosso território; o momento em que as advertências se tornaram realidade. Ou, parafraseando o personagem falido de Hemingway, o ano em que deixamos o território do “gradualmente” para adentrar a esfera do “subitamente”.

Que outro entendimento seria possível diante das evidências das enchentes no Sul, dos incêndios que quase dobraram em relação ao ano anterior e da maior seca dos últimos 70 anos? Ainda que 2024 venha a se mostrar um ponto fora da curva, o quadro vivido evidencia que estamos entre os países mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento.

RETROCESSO – Estudo recente da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina) estima que a região possa perder mais de 12% do seu PIB anual até 2050 em razão dos eventos climáticos.

Antes que as primeiras chuvas lavem a memória do fogo, precisamos fortalecer nossa determinação de enfrentar o problema. Para tanto, serão necessários o desenho de estratégias claras e a alocação de recursos, tanto para a adaptação ao novo cenário quanto para a mitigação do aquecimento global através da redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).

A adaptação visa a reduzir a vulnerabilidade de pessoas, ecossistemas e infraestruturas aos eventos climáticos extremos. Consiste, por exemplo, na relocalização de populações em áreas vulneráveis e investimentos para detecção e combate ao fogo.

NÃO RESOLVE –  É indispensável e enfrenta menor resistência dos políticos por gerar resultados imediatos e visíveis, mas não ataca as causas do aquecimento; apenas suas consequências.

Apresenta, porém, a vantagem de poder ser executada autonomamente pelo país, sendo necessário, quando muito, alinhar-se com países vizinhos em casos pontuais.

Já a mitigação pressupõe um entendimento global, uma vez que não há fronteiras na atmosfera e os gases emitidos por qualquer país geram efeitos para toda a Terra. É dessa questão que tratarei.

TERMOS GERAIS – O desafio da mitigação apresenta-se nos seguintes termos gerais:

1) as emissões de GEE do mundo crescem desde a Revolução Industrial, com aceleração notável após a Segunda Guerra e novamente após o ano 2000. Hoje encontram-se em nível recorde em torno de 55 bilhões de toneladas-ano;

2) a ciência indica que, para limitar o aquecimento global a 1,5ºC ou 2ºC, será necessário reduzir a zero as emissões até 2050;

3) na conferência do clima (COP) de 2015 foi firmado o Acordo de Paris, no qual nações representando 98% das emissões globais comprometem-se a zerar suas emissões, com poucos países estendendo o compromisso além de 2050;

4) as evidências indicam que a implementação do acordo não vai bem. Os planos apresentados pelos países até agora apontam para uma elevação de 2,7ºC, muito superior ao tolerável e aproximadamente o dobro de elevação já incorrida. Mais grave ainda, o crescimento contínuo das emissões indica que nem mesmo esses planos estão sendo cumpridos.

PAPEL DO BRASIL – Nesse cenário, acredito caber ao Brasil um papel relevante na superação do desafio. Podemos sonhar grande e buscar construir na COP30 o “Acordo de Belém”, um ponto de inflexão no caminho ao “net zero”.

O acordo consistiria basicamente no estabelecimento das precondições para a adoção de um preço global para o carbono.

Por que isso é importante? O aquecimento global decorre de uma grande falha da economia de mercado. A não existência de um preço para as emissões de gases do efeito estufa levou a um uso abusivo desse recurso, culminando na situação em que qualquer emissão adicional provoca aquecimento.

PREÇO GLOBAL – Há pelo menos 30 anos sabe-se disso, e os economistas são unânimes em apontar a necessidade de um preço global para o carbono, como forma de desestimular as emissões e tornar competitivas mais rapidamente as “tecnologias verdes”, acelerando sua adoção.

Tudo parece muito lógico e razoável, a não ser pelo fato de que os maiores emissores atuais —China, EUA e Rússia— recusam-se a analisar seriamente a proposta. Essa situação me leva a pensar no aquecimento global como resultado de um “furto continuado”; nações mais ricas se apropriam de um recurso que pertence a todos (a capacidade da atmosfera de comportar GEE) e acham natural não pagar nada por isso.

O mesmo raciocínio aplica-se se substituirmos “nações mais ricas” por “pessoas mais ricas”; todos os que estamos entre os 50% mais ricos do globo nos beneficiamos também desse “furto”, na medida em que nosso consumo implica emissões acima da média mundial.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Candido Bracher domina o assunto e deveria ser chamado para assessorar o governo. Ele toca no ponto certo – criar o preço do carbono. O problema é que os grandes poluidores – China, EUA e Rússia – não estão nem aí. (C.N.)

Se Lula for candidato à reeleição em 2026, terá de ser na base do sacrifício

Brasil, Bolsonaro ou Janja? Descubra qual palavra o presidente Lula mais  falou em 6 meses de governo - Estadão

Envelhecido, Lula esyá sendo vencido pelo passar do tempo

Merval Pereira
O Globo

Enquanto os médicos, e o próprio presidente, não se esquivam de avaliar como “grave” o acidente doméstico no banheiro que ocasionou um sangramento na cabeça de Lula, muitos petistas tentam tapar o sol com a peneira, garantindo que tudo está bem. Se dependesse desses, Lula teria viajado para a reunião na Rússia, o que seria uma extravagância perigosa.

Já houve época em que políticos não gostavam de revelar as doenças, com medo de prejudicar suas carreiras. O exemplo mais notável historicamente foi o então ministro da Justiça, Petrônio Portella, no governo Figueiredo.

MORREU EM CASA – Grande articulador, fundamental na negociação para a abertura e a anistia aos presos políticos na ditadura, Portella poderia ter sido a saída civil da ditadura militar na abertura do regime, mas se recusou a ir para o hospital quando teve um infarto e morreu em casa.

Felizmente, já vivemos tempo em que a transparência é exigida dos homens públicos, e quem não a adota tem prejuízos, cedo ou tarde.

Fora os desajustados socialmente, que revelam sua estupidez nas redes sociais ironizando o acidente sofrido pelo presidente ou desejando-lhe mal, os cidadãos, mesmo oposicionistas, sabem que não se devem politizar certas situações, como as que envolvem a saúde pessoal de um líder, mesmo adversário. O mesmo aconteceu com a facada do presidente Bolsonaro.

É UM RISCO – O caso de Lula tem aspectos específicos, pois, além de estar atualmente no governo, sua influência na política brasileira é tão ampla que uma eventual saída da disputa política mexe com todo o tabuleiro.

Durante muito tempo, o PT se recusou a fazer alianças fora de seu grupo de esquerda e agora sente falta delas. Em São Paulo, se aliou ao PSOL, que, embora tenha nascido em protesto à crise de corrupção que afetou o partido de Lula em 2005, com o mensalão, acabou virando um partido da área de influência do PT.

Mesmo assim, Boulos tem poucas chances de ganhar a Prefeitura de São Paulo.

CABEÇA DE CHAPA – Foi um avanço na negociação partidária, pois o PT não costumava abrir mão da cabeça de chapa, mesmo sem condições de ganhar. Nas outras capitais em que levou candidatos ao segundo turno, só em Cuiabá tem alguma possibilidade de vitória. Em Fortaleza, Natal e Porto Alegre, está com derrota prevista pelas pesquisas. Mas o problema do PT é maior que esse.

O partido depende de Lula, que, especificamente nesse embate, preferiu ficar fora porque tem aliança grande no Congresso, abrangendo a direita e o Centrão.

Ao contrário dos governos anteriores, quando as alianças do PT com os partidos de direita eram extrativistas — tiravam dos aliados o apoio necessário no Congresso em troca de fisiologia, não de programas —, hoje o PT depende desses partidos e aceita as derrotas que sofre, por impossibilidade de revidar na maioria das vezes.

FORA DE FORMA – Com o acidente doméstico que sofreu no fim de semana, Lula ficará impedido de se empenhar nas campanhas nesta última semana, como pretendia. O futuro do PT pode estar se desenhando sem Lula.

Se for candidato à reeleição em 2026, será quase na base do sacrifício, porque não terá idade para enfrentar uma campanha eleitoral disputada. Mas ele é a única chance de a esquerda ser competitiva.

Se o PT fosse um partido que não tivesse dono, já estaria programando sua reestruturação e seu projeto para 2026. Mas, como lá não se faz nada sem Lula, e porque ele é o grande líder popular do país na esquerda, ficará uma situação difícil. O próprio Lula está mais uma vez à frente dos seus, já defendendo que é necessária uma reforma partidária interna para colocar a esquerda em condições de buscar novamente os votos que lhe vêm sendo tirados pelos partidos de direita.

Deputados vão contra-atacar a MP de Lula que tributa as multinacionais

🎗Nélia Lula on X: "Nessa eleição dos EUA deu pra ver, claramente, que o complexo de vira lata voltou com tudo e está em altíssimo grau na terra brasilis. 🤮 https://t.co/nYdKF6gI4w" /

Charge do Duke (O Tempo)

Gustavo Zucchi
Metrópoles

Lideranças da Frente Parlamentar do Empreendedorismo articulam um contra-ataque contra uma das medidas provisórias do Palácio do Planalto que visa aumentar a arrecadação do governo nos próximos meses.

O presidente da frente, deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), já marcou de conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para tentar modificar a MP que cria tributação mínima de 15% sobre lucro de multinacionais.

MAU MOMENTO – Passarinho deve se reunir com Lira logo após o segundo turno das eleições. Justamente em um momento em que o presidente da Câmara deve pressionar Lula a declarar apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu sucessor na Casa.

A ideia de Passarinho é usar justamente um dos argumentos do governo para promover alterações. No caso, a medida é parte das Regras Globais Contra a Erosão da Base Tributária (Regras GloBE), desenvolvidas pela OCDE.

O deputado do PL quer que Lira designe um relator que coloque na proposta outras exigências da OCDE sobre o tema e que não foram incorporadas pelo governo na MP. Algo que poderia diminuir a arrecadação prevista.

ARRECADAÇÃO – Pelos cálculos do Ministério da Fazenda, cerca de 290 grupos multinacionais que atuam no Brasil teriam a nova tributação mínima.

O impacto previsto seria de R$ 3,4 bilhões em 2026 e 7,3 bilhões em 2027.

Membros da frente já protocolaram nove emendas à medida provisória pedindo modificações. Parte delas são baseadas em outras recomendações da OCDE para a tributação de multinacionais.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É desanimador. O país precisa aumentar a arrecadação, e essa tributação mínima das multinacionais é realmente um projeto que merece apoio. Mas logo aparecem esses parlamentares vira-latas que se curvam diante do estrangeiro com um prazer realmente libidinoso, mostrando que as multinacionais nem precisam suborná-los. Basta afagá-los, que eles balançam os rabinhos, digamos assim. (C.N.)

Boulos está muito atrasado na análise sobre o eleitorado de esquerda

Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) durante debate da Band

Boulos parou no tempo e acabou sendo engolido por Ricardo Nunes

Bernardo Mello Franco
O Globo

Na quinta-feira, Ricardo Nunes deu uma desculpa esfarrapada para faltar a mais um debate em São Paulo. Na ausência do prefeito, Guilherme Boulos concedeu uma entrevista. A conversa revisitou temas como o apagão e as pesquisas eleitorais. Na passagem mais reveladora, o candidato ensaiou uma autocrítica sobre as dificuldades da esquerda nas urnas.

Boulos disse que a votação de Pablo Marçal “acendeu um alerta” no campo progressista.

“MEA CULPA” – “Tivemos a compreensão e a humildade de fazer um mea-culpa e uma autocrítica. Nós não dialogamos com um setor importante dos trabalhadores”, afirmou ao consórcio Folha/UOL/RedeTV!.

O candidato admitiu que a esquerda “deixou de falar” com eleitores que desistiram do emprego formal para “buscar sua prosperidade de outra forma, por conta própria”. “Na ausência de diálogo com este segmento, a extrema direita ocupou o espaço”, constatou.

O diagnóstico de Boulos está correto, mas parece atrasado.

EXEMPLO DE DORIA – O fenômeno que ele descreve já atropela seu grupo político há pelo menos três eleições paulistanas.

O empreendorismo despontou em 2016, quando o empresário João Doria, dono da revista “Caviar Lifestyle”, apresentou-se como “João Trabalhador”. Ele venceu no primeiro turno, triunfando em redutos tradicionais do PT.

No ano seguinte, a Fundação Perseu Abramo apresentou a pesquisa “Percepções e valores políticos nas periferias de São Paulo”. O documento alertou os petistas para uma transformação em sua base social.

IDEOLOGIA DO MÉRITO – Os trabalhadores haviam comprado a “ideologia do mérito” e a teologia da prosperidade, propagada por pastores evangélicos. Passavam a ver o Estado como inimigo e o esforço individual como único caminho para melhorar de vida.

 “No imaginário da população não há luta de classes”, anotaram os pesquisadores. “Para os entrevistados, o principal confronto existente na sociedade não é entre ricos e pobres, capital e trabalho. O grande confronto se dá entre Estado e cidadãos”, escreveram.

O estudo mostrou que a pregação liberal havia seduzido trabalhadores autônomos ou precários, que passavam a se identificar como empreendedores:

INDIVIDUALISMO – “Muitos assumem o discurso propagado pela elite e pelas classes médias apontando a burocracia e os altos impostos como empecilhos ao empreendedorismo”.

Movidos pelo sonho de enriquecer, moradores da periferia passavam a se guiar por uma lógica individualista, que liga a ascensão social à disciplina e à força de vontade.

“A noção de público é menos associada àquilo que pertence a todos e mais com o que é gratuito e de má qualidade”, afirmou o estudo da Perseu Abramo.

SUGESTÃO VÁLIDA – O texto terminou com uma sugestão que parece não ter sido levada a sério: sem abrir mão de seus valores, a esquerda precisava “produzir narrativas mais consistentes e menos maniqueístas ou pejorativas” sobre temas como família, religião e segurança.

A pesquisa de 2017 ajuda a entender a eleição de 2024, quando um aventureiro que demoniza o Estado e vende cursos sobre a “arte de prosperar” faturou 28% dos votos.

É improvável que Boulos consiga se aproximar dos eleitores do coach com promessas de última hora, como a isenção de rodízio para motoristas de aplicativo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEste importantíssimo estudo por encomendado pela Fundação Perseu Abramo na gestão de Nilmário Miranda, historiador, ex-deputado, ex-ministro, que é um dos mais preparados petistas do grupo raiz. É pena que Lula não costume ouvir o que têm a dizer alguns correligionários de alto gabarito, como Nilmário Miranda. (C.N.)

Decisão de Toffoli que “inocentou” Alckmin constrange juíza e procuradores

Toffoli gasta R$ 100 mil com diária de segurança na Europa - 17/05/2024 -  Poder - Folha

Toffoli representa hoje a imagem da impunidade reinante

Rayssa Motta e Fausto Macedo

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou arquivar uma ação de improbidade administrativa contra o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O processo tramita na 13.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.

Alckmin responde por suposto caixa dois de R$ 8,3 milhões da Odebrecht na campanha ao Governo de São Paulo, em 2014, quando foi reeleito. Ele nega irregularidades.

JUÍZA PROTESTA – Coube à juíza de primeira instância, que conduz o processo, analisar se a ação se mantinha de pé mesmo sem as provas do acordo, ou seja, se o processo poderia seguir após a exclusão das informações declaradas inválidas pelo STF.

A juíza Luíza Barros Rozas Verotti, 13.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, considerou que havia provas “imunes de contaminação” e manteve a tramitação do caso.

“Vale ressaltar que os elementos probatórios constantes do inquérito civil são imunes de contaminação, uma vez que não têm nenhuma relação, seja direta, seja por derivação, com o acordo de delação premiada. Assim, entendo que não estão presentes, desde logo, circunstâncias que permitam afastar a suposta prática de atos de improbidade administrativa, devendo-se dar prosseguimento ao processo, sob pena de se negar acesso à Justiça”, escreveu a magistrada.

DELAÇÃO PREMIADA – O processo foi aberto a partir de depoimentos de delatores da Odebrecht, registros de pagamentos, e-mails e planilhas do departamento de propinas da construtora, extraídas dos dos sistemas Drousys e My Web Day B.

Com a anulação das provas do acordo de leniência da Odebrecht, em setembro de 2023, Toffoli mandou remover da ação de improbidade “quaisquer elementos probatórios” obtidos a partir da confissão dos executivos da empreiteira.

Em novo despacho, na sexta-feira, dia 18, Tofffoli desconheceu a decisão da juíza e mandou trancar a ação, alegando que as informações obtidas a partir do acordo da Odebrecht foram “fonte primária” do processo.

DIZ TOFFOLI – “Analisadas as premissas do caso concreto, anoto que não vislumbro a existência de elementos probatórios mínimos que justifiquem o prosseguimento da ação de improbidade em face do ora reclamante, estando efetivamente contaminadas as provas referidas pela autoridade reclamada como suficientes para a persecutio”, escreveu o ministro.

O Ministério Público também é contra a posição de Toffoli e afirma que Alckmin recebeu recursos não declarados da Odebrecht por meio do tesoureiro de sua campanha, Marcos Monteiro, que também é réu no processo.

O tesoureiro era chamado pelo codinome “M&M” no sistema Drousys.

DINHEIRO VIVO – As supostas entregas de dinheiro vivo em hotéis de São Paulo teriam sido organizadas pelo doleiro Álvaro Novis, usado pela empreiteira para o pagamento de propinas, por meio de transportadoras de valores.

Em nota, o advogado Fábio de Oliveira Machado, que representa Geraldo Alckmin, afirmou que a decisão “só confirma o que sempre foi defendido pela defesa: a inexistência dos fatos empregados nessa ação judicial”.

“Essa importante decisão proferida pela Suprema Corte põe fim a uma injustiça que representou uma grave ofensa à honra do vice-presidente, cuja trajetória pessoal e política sempre foi pautada pelos mais elevados padrões éticos e morais”, diz a defesa.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Toffoli é um juiz totalmente despreparado. Suas decisões mostram que suas reprovações em concurso público foram justíssimas. Como magistrado, ele é uma permanente Piada do Ano. Neste caso, ele inocentou Alckmin apesar de existirem provas válidas que jamais foram anuladas por nenhum ministro do Supremo. O pior é que não acontece nada a Toffoli, rigorosamente nada, e ele segue posando de jurista. (C.N.)

Paulada tripla do STF em Bolsonaro é um prenúncio do que está por vir

Moraes nega todos os pedidos da defesa de Jair Bolsonaro

Josias de Souza
do UOL

Em decisões unânimes, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal desferiu três pauladas em Bolsonaro numa única sessão. Na primeira, negou pedido do capitão para se comunicar com outros investigados no inquérito sobre o golpe. Na segunda, indeferiu solicitação para reaver o passaporte apreendido. Na terceira, negou acesso ao conteúdo da delação do ex-faz tudo Mauro Cid.

Relator das petições, Alexandre de Moraes foi seguido pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.

XANDÃO NEGA – No voto em que negou a requisição de Bolsonaro para retomar os contatos com personagens como dono do PL, Valdemar Costa Neto, Xandão foi categórico.

Anotou que são “robustas” as provas de que “os investigados concorreram para o processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades”.

No voto sobre o pedido de devolução do passaporte, Xandão escreveu que a PF “já demonstrou” que é real a possibilidade de fuga dos investigados. Um risco que “pode ser reforçado a partir da ciência do aprofundamento das investigações que vêm sendo realizadas”.

SIGILO MANTIDO – Sobre o desejo de Bolsonaro de apalpar a delação do ex-ajudante de ordens, argumentou que o sigilo é “necessário” para assegurar a eficácia das “investigações em andamento.”

Juntas, as decisões constituem um prenúncio do que está por vir. Potencializou-se a sensação de que, no caso da tentativa de golpe, Bolsonaro tem encontro marcado com uma sentença criminal.

Prevalecendo a lógica, o capitão logo será transferido dos palanques municipais para o banco dos réus.

Lula e Bolsonaro saem das eleições com fraquezas diferentes e perigosas

Com Bolsonaro, Lula, Pacheco, Lira e quatro ministros do STF no exterior, o  dia em que a política brasileira se moveu à distância - Jornal O Globo

Há pedras diferentes nos caminhos de Lula e Bolsonaro

Ricardo Corrêa
Estadão

A pergunta sobre quem sai mais forte das eleições, se Lula, virtual candidato à reeleição em 2026, ou Bolsonaro, inelegível mas até então considerado condutor único da direita no Brasil, faz muito menos sentido quando se chega a outra constatação: a de que ambos deixam a corrida atual mais fracos do que começaram. Por motivos diferentes, mas igualmente perigosos.

O de Lula é mais fácil de identificar. Ficou bastante claro que a esquerda sofre cada vez mais para falar com setores da sociedade com quem o petista sempre dialogou. Isso pode até fazer menos diferença para as eleições de 2026, se considerarmos que Lula venceu apesar disso em 2022 e que, com a máquina na mão, teria mais ferramentas para sustentar isso. Mas faz muita diferença na relação com o Congresso e na preparação de candidatos ao Legislativo em 2026.

PASSO À DIREITA – Lula depende hoje mais do Centrão do que antes da abertura das urnas no primeiro turno. Com a percepção de que a população está menos disposta a ouvir as pautas da esquerda, a tendência é que o Parlamento imponha ainda mais dificuldades ao presidente.

Deputados e senadores de centro têm todos os motivos para dar um passinho mais à direita se olharem para o resultado da disputa municipal, sobretudo considerando que, em dois anos, serão escrutinados por esses mesmos eleitores que não querem saber dos dogmas da esquerda. E aí custará bem mais caro ao governo fazer valer suas vontades no Congresso.

O caso de Bolsonaro é mais complexo. Em uma eleição em que seu principal oponente foi derrotado e que a direita floresceu em muitos lugares, poderia ter saído com a percepção de que foi vitorioso. Mas a flagrante divisão em seu campo promovida em várias partes do Brasil e, em especial, o surgimento do fenômeno representado por Pablo Marçal, trazem uma dor de cabeça gigante.

MARÇAL RESISTE – O incômodo vai além da questão eleitoral que, por si só, já seria problemática. O ex-coach já aparece à frente de Tarcísio de Freitas nas intenções de voto para 2026, segundo levantamento da Quaest. Desautorizar o voto dos bolsonaristas nele não é tarefa fácil nem agradável, como se viu em SP. Não apenas uma parte do eleitor do ex-presidente fincou o pé na candidatura do ex-coach até o final como ficou profundamente irritado com Bolsonaro e seu entorno quando houve críticas públicas a Marçal.

O problema maior, porém, é de ordem jurídica. A divisão na direita e o surgimento de outra liderança, com mais vitalidade e imagem mais moderna, esvaziou um pouco Bolsonaro justamente no momento em que uma avalanche de más notícias é esperada na Justiça.

É dado como certo que, após o fim do período eleitoral, o ex-presidente será denunciado ainda neste ano pela participação em desvio e venda de joias do acervo presidencial.

INDICIAMENTOS – Bolsonaro já foi indiciado pela Polícia Federal junto com 11 pessoas por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Ele também já foi indicado em outro caso, a fraude do cartão de vacinas, apuração em que o procurador-geral da República Paulo Gonet pediu novas diligências já concluídas pela PF. Isso sem falar nas apurações que ainda não chegaram à PGR, como as investigações sobre a Abin Paralela, milícias digitais e, principalmente, a de uma tentativa de golpe de Estado. Tudo represado para não interferir no processo eleitoral, mas que deve ganhar novo impulso após o fim deste período.

Dado o cenário tenebroso do ponto de vista jurídico, Bolsonaro e seus aliados tinham como principal aposta para que ele não fosse preso a força política que poderia garantir uma mobilização popular contra o encarceramento. A avaliação é de que o STF talvez não tivesse coragem para fazê-lo após eventuais denúncias da PGR.

Esperava-se que, se ele não fosse absolvido, ao menos o caso não fosse avante tão rápido, permitindo que uma mudança de conjuntura futura, com a eleição de Congresso e Executivo mais à direita, impedisse uma condenação final.

NOVA REALIDADE – Com novos players à direita, certamente haverá hoje menos mobilização para salvar o futuro de Bolsonaro do que antes da eleição. Parte dos eleitores e de aliados já migraram para Pablo Marçal, e grupos deste campo começam a desafiar a autoridade do ex-presidente. Tarcísio de Freitas também é mais bem avaliado que o ex-presidente e cada vez mais ganha interlocução, inclusive fora da bolha da direita mais extrema.

Há entre aliados de Bolsonaro quem diga que ele só pensa em si próprio e em seus filhos e que, para defender-se das acusações e manter seu legado, ele está sacrificando apoiadores. Esse grupo só continuou com Bolsonaro por entender que não haveria espaço na direita para outro caminho, e por entender que ele seria o indutor único na direita. Essas forças políticas continuariam no palanque de Bolsonaro desafiando o Judiciário até o fim por acreditar que seriam massacrados por seu próprio eleitorado por ordem do presidente se não fossem submissos até o fim, pois ninguém jamais sobreviveu na direita desafiando sua força. Isso foi colocado em xeque nessa eleição.

Também a demonstração de vitalidade do Centrão e mesmo de políticos à direita desautorizados por Bolsonaro mostra que montar a superbancada no Senado em 2026 para tentar derrubar ministros do STF pode não ser tão fácil assim. A polarização deu sinais de desgaste, o que é péssimo para essa estratégia de radicalizar o Senado. Só há uma coisa pior do que perder uma eleição e o controle de um governo: é perder o papel de liderança de seu próprio campo político, o que Bolsonaro parece começar a experimentar.

Celso Furtado e o papel das instituições no desenvolvimento econômico

Brasil de Fato - Criador da Sudene e do Plano Trienal de Desenvolvimento, Celso  Furtado é um dos maiores economistas brasileiros e dedicou sua vida a  entender o Brasil e a produzirMarcus André Melo
Folha

O Nobel de economia de 2024 foi concedido a pesquisas sobre o papel das instituições no desenvolvimento econômico. Em “Political Obstacles to economic growth in Brazil” (1965), Celso Furtado foi precursor, um neoinstitucionalista “avant la lettre”. Seu objetivo era explicar por que tivemos industrialização sem política de desenvolvimento.

Isso se devia à falta de “uma classe industrial armada de ideologia própria e com forte atuação”, e às instituições que obstaculizavam os interesses do mundo urbano industrial.

DIZIA O MESTRE – O sistema federativo “ao atribuir grande força ao Senado, no qual os pequenos estados agrícolas e as regiões mais atrasadas têm influência decisiva, coloca o Poder Legislativo praticamente em mãos de uma minoria da população do país.”

Instituições eleitorais excludentes cumpriam o mesmo papel: “Na Câmara, o número de deputados é proporcional à população de cada estado. Desta forma, quanto mais analfabetos um estado tem, mais valor tem o voto da minoria votante”, dizia Furtado, acrescentando:

“Assim, o voto de um cidadão que habita um estado com 80% de analfabetismo, vale cinco vezes mais do que o daquele outro que habite um estado 100% alfabetizado. Como é nas regiões com mais analfabetos que a oligarquia tem mais força, o sistema eleitoral contribui para manter o predomínio desta”.

OUTRA VISÃO – Mas nas eleições majoritárias a hegemonia se romperia: “Estas exceções assumem importância, nos estados mais desenvolvidos, para o cargo de governador e, no plano nacional, para o cargo de presidente da República”. Isto gerava as condições para que “o Poder Executivo represente as forças que desafiam o status quo, representado pela velha oligarquia que domina o Congresso”.

As relações Executivo-Legislativo seriam marcadas por um conflito irresolúvel entre o presidente —eleito por um eleitorado modernizante urbano— e um Congresso conservador, comprometido com o status quo.

O presidente sequer tinha poder de iniciativa quanto a reforma constitucional, que a constituição de 1946 reservava ao Legislativo.

CLASSE DOMINANTE – “Conservando em suas mãos o Poder Legislativo, ao qual cabe com exclusividade a iniciativa de mudar a Constituição, a classe dominante tradicional ocupa uma posição privilegiada na luta pelo controle das instituições políticas”.

O resultado era ingovernabilidade: “Para legitimar-se o governo tem que operar dentro dos princípios constitucionais. Por outro lado, para corresponder às expectativas da grande maioria que o elegeu —principalmente da população urbana consciente politicamente—, o presidente da República teria que alcançar objetivos que são incompatíveis com as limitações que lhe cria o Congresso dentro das regras do jogo constitucional”.

ESCOLHA TRÁGICA – O duplo imperativo levaria a uma escolha trágica: “A subordinação ao marco constitucional e a obediência ao mandato substantivo que vem diretamente da vontade popular entram em conflito, criando para o presidente a disjuntiva de trair o seu programa ou forçar uma saída não convencional, que pode ser inclusive a renúncia”.

Presidente “urbano” vs Congresso “dos grotões” é imagem recorrente no debate público no momento. Mas fato é que ocorreu radical metamorfose; agora o presidente e os governadores do PT concentram votos nas regiões menos desenvolvidas, ao contrário do diagnóstico de Furtado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A contradição apontada pelo professor Marcus André Melo não significa que Celso Furtado tivesse errado na análise, feita muito antes da criação do PT. Além disso, é preciso entender que agora o PT está em franca decadência e ele próprio se tornou um partido-grotão. (C.N.)

Sem sofrimento e agonia, ninguém pode alcançar o autoconhecimento

O Instituto de Carl Jung em Zurique na Suíça - Blog da Mari CalegariLuiz Felipe Pondé
Folha

Uma das tradições mais ricas no cristianismo antigo é aquela conhecida como os padres do deserto. Homens e mulheres que se exilavam no deserto em regiões como o Egito, Israel, Síria, Turquia (Capadócia), a fim de buscar Deus. Aquilo que conhecemos como a prática monástica é descendente direta desses padres e mães do deserto.

Nesse processo de desconstrução interior, de entrar em contato com seus demônios na solidão e no silêncio, sob a fúria dos elementos naturais, como se falava então, como frio, calor, fome, sede, escuridão, essas testemunhas de Deus —”monachói”, raiz grega da palavra “monge”— fundarão a linhagem da busca enlouquecida de Deus atravessando suas defesas psicológicas e máscaras sociais.

NO SUBSOLO – Dostoiévski (1821-1881), segundo a fortuna crítica, se inspira nesse tipo de atravessamento de si mesmo, sem misericórdia, para escrever seu monumental “Memórias do Subsolo”, um dos maiores livros já escritos na Europa.

Logo na abertura, nosso homem do subsolo se refere a possível causa médica de ele ser um homem tão amargo: ele sofreria do fígado.

Mas, tomado pela busca desenfreada de não mentir sobre si mesmo, nosso homem do subsolo fala um pouco mais abaixo algo mais ou menos assim: o problema não é o meu fígado, eu sou mesmo um homem mau.

SOLIDÃO DO ETERNO – Até hoje existem homens e mulheres que buscam essa solidão acompanhada pelo Eterno, inclusive no Brasil —não vou citar exemplos de locais assim para não destruir a solidão, a paz e o silêncio dessas pessoas. Em nosso tempo, devemos cuidar para a multidão não destruir tudo.

Seria possível pensar num processo como esse fora da instituição religiosa? E, evidentemente, fora da nebulosa de picaretagem que assola o mundo da espiritualidade desde a segunda metade do século passado?

Essa ideia aparece, por exemplo, na gigantesca nebulosa de picaretagem citada acima, sob a rubrica falsamente facilitada da busca de autoconhecimento.

FORA DA RELIGIÃO – Mas, existem formas consistentes de se atravessar um
 processo assim fora do contexto propriamente religioso institucional. Vejamos um exemplo.

O grande psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) descobriu por si mesmo esse caminho fora de qualquer instituição religiosa.

Com essa referência, não quero passar a ideia de que seria “melhor” ou “pior” atravessar esse processo fora ou dentro de uma instituição religiosa porque não sofro de qualquer anticlericalismo démodé.

SURTO DE JUNG – Num sonho em 1927, relatado na sua autobiografia “Sonhos, Memórias e Reflexões”, atravessando um período de intenso sofrimento psíquico que muitos se referem como “seu surto”, Jung “descobriu” questões essenciais que serão tratadas ao longo
da sua vida profissional e sustentarão a teoria que ficará conhecida como psicologia analítica.

Nesse período ele entrará em contato com o inconsciente coletivo e seus arquétipos —assim ele denominará este conceito— caracterizado por ser algo universal, ancestral e definitivo na história pessoal de cada um, assim como da espécie, como um todo.

Como diz o próprio na obra acima citada, foram necessários 45 anos para ele dar conta das experiências que ele viveu até então.

EM MEIO À POLUIÇÃO – No sonho de 1927 —resumidamente— ele se encontra em Liverpool, suja e escurecida pela fuligem, a conhecida poluição causada pela revolução industrial então ainda recente. Ele se encontra em meio a outras pessoas, cercadas pela sujeira, chuva e escuridão.

Mas, no centro de um lago à frente, numa ilhota —que ele dirá ser percebida só por ele— uma luz do sol resplandecia numa árvore. Em meio a agonia da vida e do mundo, uma esperança de que se possa viver com algum sentido —a luz— não destruído pela “escuridão”.

Para Jung, este sonho indicará seu destino, destino este que ele se referirá como “seu mito”.

SI MESMO – Mas, o conceito que nasce daí será o de “si mesmo”, ou “self” cuja trajetória na vida, quando minimamente bem realizada, será o encontro consigo mesmo e o entendimento que a vida só tem sentido quando banhada nessa “corrente de lava e a paixão nascida do seu fogo”, como ele mesmo descreve.

A metáfora da corrente de lava e a paixão que nasce do seu fogo não deve ser de modo nenhum menosprezada neste contexto porque ela indica, justamente, a agonia que um processo como esse implica. Agonia esta que poderá se materializar numa paixão por viver sendo fiel ao fogo que queima e aquece ao mesmo tempo, mas que é luz.

Nesse período, Jung desiste de sua promissora carreira de professor na faculdade de medicina de Zurique para se dedicar a sua obra. Sem agonia e sofrimento — a travessia do deserto — não há autoconhecimento.

Demorou, mas Lula está ameaçando fazer a ansiada reforma ministerial

Reforma ministerial pode ter 'dança das cadeiras' | ASMETRO-SI

                    Charge do Gomez (Correio Braziliense)

Vicente Limongi Netto

Acredite-se ou não, dizem que a reforma ministerial vem com tudo. Para tirar o azedume e o marasmo da política. O Brasil precisa de união. Juntar suas forças, independente de partidos ou crenças. 

Lula tem consciência que é preciso mudar para o Brasil voltar a crescer. Para deixar o povo esperançoso de que nem tudo está perdido.

GRANDES NOMES – Os brasileiros podem esperar uma reforma moderna. Lula vai tirar da cartola e do fundo do coração alguns nomes encantadores e carismáticos.

Figuras públicas que podem sair em paz, sem medo de serem apedrejadas nas ruas. Personagens singelos que irão sossegados na padaria, na farmácia, arriscar na loteria ou ir praia, pegar bom bronzeado. Afinal, ninguém é de ferro. O Brasil é de todos.

 Dona Janja convenceu Lula de que o Brasil não é apenas do PT ou do eventual ocupante da chefia da nação. Com a reforma, Lula deseja levar alegrias e fartura nas mesas dos mais pobres. Natal próspero e feliz. Com nozes, castanha, pernil, espumantes, picanha e aquela branquinha famosa que anuncia boa ideia.

NOMES NOTÁVEIS – Na bolsa dos ministeriáveis, além do sempre lembrado Rodrigo Pacheco, que no Senado é conhecido como Boneco de Olinda, outros nomes qualificados e notáveis, como Davi Alcolumbre, Juca Kfoury, Casagrande, Gleisi Hoffmann, Magno Malta, Eduardo Girão e Jorge Kajuru.

Também são citados outras figuras consensuais, como  Eduardo Leite, Ciro e Cid Gomes, Carlos Bolsonaro, Damares Alves, Vanderlei Luxemburgo, Galvão Bueno, Pablo Marçal, Gabigol, Pablo Bittar, Antonio Garotinho, Sergio Cabral, Boninho e Valdemar Costa Neto.

Até o capitão Jair Bolsonaro já teria sido sondado como possível neopetista. Não respondeu, porque nada faz sem ouvir antes o grande ídolo dele, Silas Malafaia.  

MUITO AMADA – Nesta segunda-feira, dia 21, Deus levou para perto dele a minha sogra amada. Com 97 anos, d. Maria Consuelo Pimentel Pinheiro, partiu em voo direto para céu, sem fazer escala.

Educou 9 filhos com o ardor e o amor de mãe carinhosa e dedicada. Partiu serena, digna e altiva, do mesmo jeito que soube viver. 

Minorias mal comportadas diminuem as bases sociais do Partido Democrata

Donald Trump é racista?

Aumenta o apoio de eleitores negros a Donald Trump

Demétrio Magnoli
Folha

“Eles varrem os restos da mesa como se fossemos um cão treinado e dizem ‘isto é para você’. E aplaudimos como focas amestradas.” Assim, referindo-se ao Partido Democrata, LaPage Drake, um negro do Texas de 63 anos, justificou sua intenção de voto. O eleitor faz parte dos 20% de homens negros que, segundo uma pesquisa recente, preferem Trump a Kamala Harris.

No total, 15% do eleitorado negro americano pende para o candidato republicano, o que pode decidir a contenda. E a larga vantagem histórica dos democratas entre hispânicos e negros experimenta gradual erosão.

EM QUEDA – Entre hispânicos, o apoio aos democratas reduziu-se de 73% em 2012 a 63% nesta pesquisa. A queda acentuou-se no intervalo 2016-2020. Os negros seguem, com atraso, a mesma tendência. Há 12 anos, cerca de 90% deles sufragaram Obama; hoje, apenas 78% declaram voto em Harris. A queda acentuou-se nos últimos quatro anos.

É um fenômeno aparentemente paradoxal pois, enquanto o Partido Democrata torna-se cada vez mais identitário, as duas minorias clássicas da política identitária afastam-se dos democratas. Pesquisas qualitativas esclarecem o mistério: os hispânicos e negros “dissidentes” explicam sua intenção de voto da mesma forma que os brancos da baixa classe média. Dizem-se frustrados com a economia, isto é, com as perdas de renda derivadas do surto inflacionário recente.

De acordo com a bíblia sagrada identitária, hispânicos e, principalmente, negros, não têm o direito de compartilhar as frustrações dos brancos. Seguindo o dogma, e rompendo com seu hábito de ouvir o que as pessoas dizem, Obama encarregou-se de passar um pito nos homens negros. Atribuiu as resistências a sufragar Harris ao pecado do machismo, classificando como “pretextos” e “desculpas” a insatisfação sobre o estado da economia.

COR DA PELE – O ex-presidente, um líder culto e refinado que se definia como mestiço, costuma escapar à armadilha de avaliar os indivíduos pela cor de sua pele ou, na triste tradição americana, pelo conteúdo de seu “sangue”. Mas, no caso, imerso na lagoa identitária de seu partido, descartou a hipótese de que (apesar de Magritte) um cachimbo pode ser, eventualmente, só um cachimbo.

A repreensão aos homens negros, um gesto de paternal arrogância, reflete uma crise política de largas dimensões, que estende-se muito além dos EUA: os “progressistas” alienam-se da realidade, substituindo-a por suas próprias ideologias.

É mais que a economia. Cerca de 47% dos eleitores negros, homens e mulheres, ecoam a narrativa de que a criminalidade nas grandes cidades está fora de controle, numa previsível reação à bandeira tresloucada de “desfinanciar a polícia” erguida pelo Black Lives Matter.

MIGRANTES ILEGAIS – Pior: 41% apoiam a ideia extremista de deportação em massa de imigrantes ilegais. Em grau menor, os negros reproduzem a adesão dos brancos pobres às narrativas da campanha de Trump.

Há 90 anos, na era do New Deal, o Partido Democrata tornou-se o partido da classe trabalhadora. Há 60 anos, com a Lei dos Direitos Civis, passou a monopolizar o voto negro. A obsessão identitária vai destruindo suas extensas bases sociais.

 Os democratas converteram-se no partido da classe média com diploma universitário das grandes cidades. Trump e seu cortejo sombrio são os beneficiários da ruptura histórica.

Lula demonstra não entender o que significa a expressão “acidente sério”

Lula divulga foto de reunião com ministros no Alvorada para mostrar que está bem após acidente doméstico

Ao invés de repousar, Lula tira uma onda de que já está bem

Caio Spechoto
(Broadcast)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma foto em seu perfil no X, antigo Twitter, que o mostra sorridente e fisicamente bem dias depois do acidente doméstico que o tirou da reunião da cúpula dos BRICS na Rússia.

Na imagem, ele conversa com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com o chefe da Assessoria Especial da Presidência da República, Celso Amorim.

DISSE LULA – “Reunião de trabalho no Alvorada com o assessor especial Celso Amorim e o ministro Alexandre Padilha . Conversamos sobre a agenda política nacional e internacional para os próximos dias”, disse o presidente na publicação.

No sábado, 19, Lula sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu a cabeça. Os médicos o orientaram a não fazer viagens aéreas de longa distância, por isso a ida à Rússia foi cancelada. A participação do presidente no encontro dos BRICS será por videoconferência.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que Lula está ativo e “super bem”. Ele disse que o petista terá reuniões no Palácio da Alvorada e que não há prazo para voltar a despachar no Planalto.

NOVO EXAME – Segundo Padilha, Lula deve fazer um novo exame de ressonância nesta terça-feira, 22. O ministro das Relações Institucionais disse que não há data o presidente voltar a despachar do Palácio do Planalto. “Não tem, porque é a equipe médica que vai dar essa autorização”, declarou o ministro.

Segundo ele Lula está liberado para ter reuniões e deve receber mais auxiliares no Alvorada durante a tarde. Os médicos estariam acompanhando o caso do presidente à distância.

Padilha afirmou que também depende de liberação da equipe médica eventuais viagens do presidente nos próximos dias. Ele é aguardado, por exemplo, para um ato de campanha do candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) na véspera do segundo turno.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– A vaidade fala mais alto e faz o presidente bancar o super-homem. Para que isso? Para nada, basicamente. O primeiro exame de Lula indicou que havia “pontinhos de sangramento, mas risco de complicação é pequeno”, disse o Dr. Roberto Kalil Filho, acrescentando: “Foi um acidente bobo, corriqueiro. Mas sério”, diz o médico de Lula, mas o presidente parece não entender o significado da palavra “sério”. (C.N.)

Piada do Ano! PT quer impedir Lula de dar mais espaço ao PSD de Kassab

Kassab diz que Tarcísio precisa observar “equívocos” de Serra e Doria | Metrópoles

Kassab apoia, ao mesmo tempo, Lula, Bolsonaro e Tarcísio

Vera Rosa
Estadão

O impacto do crescimento do Centrão nas urnas sobre a reforma ministerial planejada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a segunda metade de seu mandato preocupa a cúpula do PT. Há apreensão nas fileiras petistas com o ganho de peso do PSD de Gilberto Kassab, secretário de Governo na gestão de Tarcísio de Freitas em São Paulo. As críticas avançaram depois que o PSD saiu do primeiro turno das eleições com o maior número de prefeitos no País, conquistando 882 municípios.

Filiado ao PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), é cotado para entrar no primeiro escalão do governo federal, em 2025. Embora Lula ainda avalie qual ministério Pacheco poderá ocupar, o tamanho do partido na equipe já provoca queixas por parte de dirigentes, deputados, senadores e até ministros do PT, que não veem motivo para a sigla de Kassab obter mais espaço.

APOIO FRÁGIL – O PSD comanda, atualmente, três ministérios: Minas e Energia, com Alexandre Silveira; Agricultura, com Carlos Fávaro; e Pesca, com André de Paula. Nos bastidores, porém, auxiliares de Lula observam que a taxa de alinhamento do PSD ao governo, em votações de interesse do Palácio do Planalto no Congresso, caiu do ano passado para cá, apesar dos cargos e dos recursos liberados para emendas parlamentares.

Kassab rebate, sob o argumento de que “o governo conseguiu aprovar tudo o que quis” na Câmara e no Senado. O fato de Kassab ser secretário de Governo na gestão de Tarcísio – um possível adversário de Lula na disputa pelo Planalto, em 2026, – também é apontado como mais um fator para o presidente não ceder outros “anéis” ao PSD.

Além disso, o ministro Alexandre Silveira, expoente do partido, tem recebido muitas críticas de petistas. As queixas se avolumaram após Silveira conseguir derrubar, em maio, o então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT), e aumentar sua influência sobre o setor de petróleo, fazendo indicações para várias agências reguladoras.

MAIS ATRITOS – A articulação para a queda de Prates envolveu o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Nos últimos tempos, porém, Silveira se desentendeu com Costa. Em conversas reservadas, seus desafetos dizem agora que ele está de olho na cadeira da Casa Civil.

O titular de Minas e Energia também teve atritos com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e com o próprio Pacheco.

As eleições que vão renovar a cúpula do Congresso estão marcadas para fevereiro de 2025 e Alcolumbre é favorito para novamente dar as cartas no Senado. Lula vai esperar não apenas o segundo turno dos confrontos municipais neste domingo, 27, mas também o resultado das disputas no Legislativo para só depois fazer trocas no Ministério.

TAMANHO DA BASE – É a partir desse mapa que o presidente terá a dimensão da nova correlação de forças e do tamanho de sua base aliada. De qualquer forma, já se sabe que partidos do Centrão avançaram muitas casas no jogo ao ganhar musculatura nas urnas e Lula terá de renegociar o apoio com todos do grupo.

A ida de Pacheco para um ministério passa, ainda, por um acerto com Kassab. Motivo: Lula tem planos de lançar o presidente do Senado ao governo de Minas, em 2026, numa aliança com o PT, caso ele tenha viabilidade política. Em troca, quer apoio do PSD para sua candidatura à reeleição.

Ex-ministro, Kassab nunca garantiu a adesão a esse projeto, nem mesmo se seu nome entrasse no páreo como vice da chapa. “Deixa eu quietinho em São Paulo”, afirmou o secretário ao Estadão. Kassab garantiu que, se o PSD tiver candidato próprio ao Planalto, será o governador do Paraná, Ratinho Júnior.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Cada vez se confirma mais a importância de Gilberto Kassab na política brasileira. Criou um partido para chamar de seu quando era prefeito de São Paulo e desde então faz parte da base aliada federal, não importa quem esteja na Presidência, e recebe os maiores benefícios, sem participar de nenhum sacrifício. É hoje o rei dos bastidores da política brasileira, imune aos efeitos da polarização. O PT pode espernear à vontade, que não adianta nada. Kassab é inatingível. (C.N.)

Se não ajustar as contas, Lula vai deixar uma herança maldita para os petistas

Salário mínimo: veja as fórmulas de reajuste que estão sobre a mesa de Lula

Lula não vê saída e fica deprimido com o déficit em alta

Merval Pereira
O Globo

A disputa interna no governo sobre cortes para equilibrar as contas públicas envolve questões semânticas, como contrapor gastos a investimentos, mas principalmente divergências de visão de mundo, fazendo com que a renovação partidária necessária se veja constrangida por pensamentos anacrônicos que podem levar o PT, a médio e longo prazos, a um fim semelhante ao do PSDB, que vem encolhendo a cada eleição, como já aconteceu a PDT ou PTB e a outros ainda menos votados.

A boa vontade da agência de rating Moody’s, que recentemente melhorou a nota do Brasil, tem mais a ver com a perspectiva de sucesso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que com os números atuais — eles são bons, mas não estáveis a médio prazo.

ARCABOUÇO – O próprio presidente Lula fez lobby ativo, indo pessoalmente conversar com os técnicos da agência em Nova York, convencendo-os de que existe a “possibilidade” de cumprimento do arcabouço fiscal.

Pois agora chegou o momento certo para, com medidas concretas, confirmar essa possibilidade, a que parte do PT e o próprio Lula se contrapõem.

Há muitos anos o presidente tem a louvável fixação de que gastos em saúde e educação são investimentos. Claro que sim, e o ministro da Fazenda não é louco de achar o contrário, mas é preciso calibrar esses investimentos, balancear a distribuição de verbas e ter controle das necessidades. O gasto obrigatório, constitucional, tem de mudar, não pode ser automático.

A simples discussão dessa possibilidade coloca em alerta a parte petista que a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, representa: — Isso é um perigo — disse ela.

EXEMPLO DA DILMA – Mesmo que seu mandato na presidência esteja no fim, Gleisi espelha um grupo que não se convenceu de que é preciso cortar gastos para ter perspectiva de crescimento a longo prazo. Não se lembram do que aconteceu à ex-presidente Dilma, eleita devido ao crescimento artificial da economia no ano eleitoral. Depois ela não conseguiu mais controlar a situação.

Os ministros Haddad e Simone Tebet, do Planejamento, têm batido nessa tecla nos últimos dias, muito mais para conter esse grupo muito atuante do PT, que combina em bom tamanho com Lula e diz que não se pode cortar investimento social. Não é disso que se trata, e ninguém deveria querer cortar tais gastos, mas podemos e devemos fazer algo mais racional. Ninguém quer manter equilíbrio fiscal à custa dos pobres, mas existe uma margem de manobra que precisa ser aumentada para que a gestão funcione.

O presidente pode estar certo na semântica, mas nas contas o dinheiro é igual: sai do Tesouro, da arrecadação de impostos. Veremos se Haddad consegue alguma manobra que ajude o Brasil, para justificar e melhorar ainda mais a nota de crédito e o país ganhar o grau de investimento.

SENSIBILIDADE– O presidente, no entanto, parece ter mais sensibilidade política que seus comandados e luta consigo mesmo para fazer convergir seu lado social com as necessidades econômicas de longo prazo.

No primeiro mandato, Lula conseguiu essa proeza, quando parecia até mais difícil. Fez um governo equilibrado economicamente e teve sucesso, mas tinha o apoio do então ministro da Fazenda Antonio Palocci. Este, além da confiança de Lula, que Haddad também tem, tinha um poder de decisão dentro da estrutura partidária que Haddad ainda não tem. Nesse embate está a disputa pelo futuro do partido pós-Lula, no aggiornamento do PT.

A possibilidade de Lula não disputar a reeleição, por não poder ou não querer, não entra na suposição da máquina partidária, que conta com um novo mandato. Não entendem que, se não for feito algo imediatamente, enquanto a economia está em bom momento, a hipótese de reeleição de Lula enfraquece. Ou então virá como herança maldita deixada para si próprio, para seu partido. E para o país.

Após provocar pânico no mercado de bitcoin, Musk prevê “falência” dos EUA

Elon Musk prevê que inteligência artificial tornará todos os empregos  obsoletos | CNN Brasil

Musk diz que o governo dos EUA está se endividando demais

Fabio Lucas Carvalho

Site CPG

Nas últimas semanas, o bilionário e CEO da Tesla, Elon Musk, voltou aos holofotes não apenas por suas polêmicas, mas por gerar um alerta sobre a economia dos Estados Unidos. Em meio a uma série de acontecimentos recentes envolvendo o mercado de bitcoin, Elon Musk lançou uma advertência direta: o EUA estaria caminhando para a falência devido a gastos excessivos do governo.

Mas por que essas declarações de Musk chamaram tanto a atenção? E qual a conexão entre isso e a recente movimentação do bitcoin pela Tesla? Vamos explorar os detalhes dessa situação e explicar de forma clara e objetiva o impacto dessas questões.

OUTROS ATIVOS – A Tesla, que em 2021 comprou uma grande quantidade de bitcoin, voltou a agitar o mercado ao mover 750 milhões de dólares em criptomoedas para novos endereços, gerando especulações sobre uma possível venda dos ativos.

Essa movimentação causou pânico entre os investidores e contribuiu para a recente queda no preço do bitcoin, que anteriormente estava próximo de seus picos históricos, na casa dos 70 mil dólares.

Além disso, Elon Musk usou sua rede social X (antigo Twitter) para reiterar seus alertas sobre a economia americana.

FORA DE CONTROLE – Ele destacou que os gastos desenfreados do governo podem levar o país à falência. Musk enfatizou que 500 bilhões foram adicionados à dívida nacional apenas nas últimas três semanas, criticando o que ele chama de “gastos governamentais fora de controle”.

O impacto dessas declarações vai além das fronteiras das redes sociais. Stanley Druckenmiller, um renomado investidor bilionário, também emitiu um aviso sobre as consequências das políticas monetárias do Federal Reserve.

Com os Estados Unidos enfrentando uma inflação crescente e uma dívida nacional que ultrapassa os 34 trilhões, a economia do país encontra-se em uma posição delicada. E segundo Elon Musk, a falência governamental pode ser uma realidade se nada for feito.

RITMO ALARMANTE – Analistas do Bank of America alertaram que a dívida dos Estados Unidos (quantia de dinheiro que o governo federal toma emprestado para cobrir despesas operacionais) está crescendo a um ritmo alarmante, com projeções de aumento de US$ 1 trilhão a cada 100 dias.

Segundo Michael Hartnett, estrategista-chefe da instituição, essa escalada pode elevar a dívida nacional para US$ 36 trilhões até o final de 2024.

Em nota aos clientes, Hartnett destacou que esse cenário tem impulsionado o debate sobre “desvalorização da dívida“, refletido em máximas históricas nos preços do ouro e do bitcoin, que podem alcançar US$ 2.077 por onça e US$ 67.734, respectivamente.

SINAL DE ALERTA – O crescente endividamento dos EUA acende um alerta para os mercados financeiros, com investidores buscando ativos considerados seguros, como o ouro.

A crise também afeta diretamente o mercado de criptomoedas. O bitcoin, que há alguns meses parecia prestes a atingir novos patamares devido ao apoio de gigantes como BlackRock e o interesse crescente da China, perdeu fôlego.

Essa volatilidade, no entanto, pode ser vista como uma oportunidade para alguns investidores, especialmente aqueles que acreditam que o bitcoin pode se beneficiar da desvalorização do dólar e dos temores sobre a economia tradicional.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Musk tem razão. A situação é verdadeiramente preocupante, porque o dólar antes era  garantido em ouro, agora não tem mais garantia alguma, a não ser a conversa fiada de governantes irresponsáveis. O certo é que vivemos num mundo muito louco. (C.N.)