Roberto Nascimento
As análises políticas sobre o primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump, apontam na direção da vitória do candidato republicano. Tenho visão diferente sobre quem venceu ou quem perdeu. Se Trump venceu, quem perdeu foi o povo americano, que é o ator principal e sofreu uma contundente derrota.
Fala-se que o problema é a idade – Trump completou 78 anos dia 14 de junho, é três anos e meio mais jovem do que o democrata Biden, que completa 82 anos no dia 20 de novembro, 15 dias depois da eleição.
UMA AMEAÇA – Todos sabem que Donald Trump é uma ameaça à democracia nos Estados Unidos e no mundo. Seu currículo é impressionante – um empresário misógino, apresentador de TV, abusador de mulheres, mentiroso, sonegador de impostos, cínico, troglodita e principalmente um tremendo de um golpista.
Na sucessão passada, Trump fez de tudo para fraudar a vontade do eleitor americano, a ponto de incentivar a invasão do Capitólio (Congresso americano). Foi uma tragédia que poderia ter ocasionado um massacre de senadores. No final, morreram quatro policiais na invasão e um outro foi levado ao hospital em vida, mas não resistiu.
Trump tem um espírito autoritário e vingativo. Ele usa as armas de psicologia das massas, atuando nas consciências individualistas e nacionalistas, que abominam a concorrência dos imigrantes.
PROMESSAS VÃS – Como candidato, é de uma falta de caráter impressionante, fazendo promessas vãs, que nunca irá cumprir, como o muro da fronteira com o México, a redução drástica dos impostos, subsídios aos combustíveis, pleno emprego e inflação abaixo de zero. É a América primeiro, na enganação dos marqueteiros republicanos.
Portanto, se essa figura dantesca conseguir voltar ao Poder, quem perderá, além dos americanos, serão os demais habitantes do planeta.
Trata-se de um perigo anunciado. A vitória desse ogro significará um passaporte para militares e golpistas da América Latina, principalmente, que sonham em experimentar novo ciclo de ditaduras militares e civis. Aliás, uma avant-première de quarteladas protagonizadas por generais ocorreu nesta semana na Bolívia.
GOLPES EM SÉRIE – A Bolívia, como toda a América Latina, tem histórico de golpes em série. Mais de tentativas de golpes foram desferidas contra a democracia boliviana nos últimos 30 anos. Lembro do troglodita Hugo Banzer, um dos mais violentos ditadores da Bolívia, do mesmo DNA do general paraguaio Strossner e do chileno Augusto Pinochet, quem em 1973 invadiu o Palácio Lá Moneda e matou o presidente Salvador Allende
Os brasileiros precisam ficar atentos, porque o que acontece nos Estados Unidos costuma se repetir por aqui. Esse é o cenário da tragédia anunciada. Por isso, a vitória de Joe Biden ou de outro candidato democrata, significará a preservação do regime em sua inteireza.
Sou otimista e tenho esperança em dias melhores para a humanidade, que nunca correu tanto perigo de extinção como agora, tanto através de uma guerra nuclear, quanto ao perigo das repetidas tragédias climáticas.