Notícias péssimas: o PT difama jornalista e o TCU reduz o valor de aposentadorias

Gleisi instiga a militância do PT contra Estadão e editora do jornal |  Brasil | Pleno.News

Gleisi instiga a militância contra jornalista do Estadão

Vicente Limongi Netto

Protesto, com veemência, contra a covardia e canalhice da escória de graduados petistas e capachos do partido, que atacaram a honra da editora-executiva de política e chefe da sucursal do Estadão em Brasília, jornalista Andreza Matais. Democratas de meia pataca do PT adoram elogios. Contudo, não têm grandeza de atitudes para admitir críticas nem publicações de matérias contra o PT.

Entram, em campo, então, com o jogo sujo e rasteiro da intimidação e da ameaça.  Nessa linha, deveriam, por educação, bom senso e respeito a liberdade de expressão, seguir a sábia lição do saudoso jornalista Carlos Chagas, ex-colunista político e ex-diretor do Estado de São Paulo e da Manchete, em Brasília: “Quem for punido com notícias ruins, deve evitar que elas aconteçam”,  dizia Carlos Chagas.

TORPEZA DO TCU – Ultraje, molecagem, desrespeito e insensibilidade caracterizam a torpe decisão do Tribunal de Contas da União, que decidiu reduzir ilegalmente parte dos vencimentos dos servidores aposentados do Poder Legislativo.

No ano passado, o governo federal tinha anunciado dificuldades para pagar aposentadorias e recorreu ao TCU, consultando o TCU sobre a possibilidade de usar crédito extraordinário, fora do teto de gastos, para bancar uma parcela das despesas com aposentadorias do INSS.

Um ano depois, o TCU atende as necessidades do governo e corta substancial parte das aposentadorias do pessoal da União. Já sabemos que o Legislativo foi atingido, resta saber se a guilhotina ilegal atingiu os servidores dos outros poderes. A ilegalidade é clara, por haver desrespeito a direitos adquiridos. O Sindilegis já está recorrendo, com apoio de outros sindicatos. Quanto aos penduricalhos do Judiciário, fiquem tranquilos, porque são imexíveis.

Ficar famoso hoje independe de gerar algum conteúdo, basta repetir bobagens

Charge 07/03/2013

Charge do Duke (O Tempo)

Luiz Felipe Pondé
Folha

O sucesso, com sua busca sistemática, é uma força motora em aceleração a transformar as pessoas em idiotas no século 21 —digamos que não seja um esforço tão difícil assim. Mas, antes, examinemos de forma breve o estado da questão, como se diz na academia.

Reza uma lenda urbana antiga que durante o Império Romano, quando um general entrava em Roma vitorioso, ao seu lado seguia um homem a lhe dizer “lembras que tu és pó”. A Bíblia está plena de referências que somos pó e cinzas, mesmo o grande Abraão diz isso quando vai falar com o Eterno – com maiúscula mesmo, pois é o termo em uso para Deus no judaísmo.

SUCESSO EFÊMERO – Essa lenda tem suas credenciais filosóficas. Já o estoicismo chamava a atenção dos seus contemporâneos para o risco de se enganar com a busca do sucesso no mundo. Nada mais efêmero. Por outro lado, máximas do tipo “o que adianta ganhar o mundo e perder a alma?” já foram repetidas tanto no seu sentido original quanto de forma cínica —”o sucesso dura algum tempo, e a alma talvez nem exista”.

A espiritualidade em diversas religiões já chamou a atenção para o engodo que seria a busca do sucesso mundando: “E tudo passa, tudo passará, e nada fica, nada ficará”, como dizia o famoso cantor Nelson Ned. A peça “Macbeth”, de Shakespeare, é inteiramente dedicada à loucura pelo sucesso — ele decide que tinha direito de ser o rei da Escócia, o resto você sabe, não?

Aliás, arriscaria dizer que a síndrome da idiotia causada pela busca obsessiva pelo sucesso no século 21 passa pela síndrome de Macbeth: “Tenho o direito de ser rei”. Ser famoso logo fará parte das pautas dos direitos humanos.

VIDAS DEVASSADAS – Uma das sinas do século 21 é muitas pessoas exporem suas vidas privadas nas mídias — brigas entre marido e mulher, orientações sexuais, baixarias entre pais e filhos, depressões em público como confissão de profundidade psíquica, inventários miseráveis —, tudo para garantir engajamento e monetização da sua banal existência.

A fúria pelo sucesso atinge mesmo alguns profissionais liberais que até no TikTok buscam fidelizar clientes e gerar demanda. Dirá a pitonisa que isso é efeito do capitalismo no estágio senil em que vivemos.

Não há dúvida que o argumento da pitonisa de Delfos, se cá estivesse, teria uma certa validade —ela era bem melhor do que esses picaretas que preveem nas redes que um vírus terrível matará muita gente no Carnaval, mas não viram o coronavírus chegar nem de perto.

TORNAR-SE VISÍVEL – No mundo em que vivemos, quem não aparecer, se tornar visível, não terá futuro. A consequência necessária de quando você precisa se tornar visível para se tornar relevante no mercado é tornar-se um idiota para consumo.

A questão hoje é que tornar-se famoso independe de gerar algum conteúdo de fato, basta repetir bobagens e mímicas que agradam à horda.

O cúmulo da obsessão pelo sucesso no século 21 é o conceito de “marca pessoal”. A infeliz disciplina do marketing aqui atinge um dos seus cumes: sim, todos nós podemos desenvolver um branding pessoal. Nem os coaches tinham pensado em algo tão criativo. A ideia de que você pode virar uma Apple de si mesmo é um projeto em que você gastará dinheiro para acabar ficando com cara de idiota sorridente.

HORDA DE BOBOS – O branding é uma escravidão —aliás, as redes sociais o são em escala infinita. As empresas fazem ginásticas para agradar à horda de bobos que tomaram conta do mundo. Com a moda do anticolonialismo que grassa hoje em dia, vejo, logo, algum palestrante de diversidade propor ao seu cliente que funde o Instituto Cultural Hamas.

Uma coisa que se aprende com a sábia pitonisa de Delfos é que, para acertar o que acontecerá num futuro próximo, basta apostar no pior. Pegue esse pior, dê um nome em inglês, crie uma pós síncrona sobre esse pior, contrate pessoas descoladas e progressistas para vendê-lo em suas redes, enfim, e nunca esqueça, odeie as pessoas certas.

Imagino nossos ancestrais, que morreram para que existíssemos, pensando que talvez tenham cometido um grave erro. Somos uma vergonha histórica. Uma horda de bobos. Mesmo o Satanás está a morrer de vergonha.

Estadão sofre ataques do PT e aliados de Lula por denunciar a “Dama do Tráfico”

Andreza Matais: Fux mandou apreender celular e vasculhar carros de Blairo  Maggi | TV Política Online | Notícias da TV Estadão

Petistas tentam atacar honorabilidade de Andreza Matais

Deu no Estadão

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifestou “repúdio e preocupação” com os ataques sofridos pelo Estadão e seus profissionais, desde de que o jornal passou a publicar reportagens que revelam o acesso da mulher do chefe do Comando Vermelho no Amazonas a gabinetes do Ministério da Justiça.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, 20, a entidade se junta a profissionais de diferentes áreas, que também criticaram as tentativas de intimidação insufladas por líderes partidários, membros e apoiadores do governo e influenciadores.

INTIMIDAÇÃO – “O uso de métodos de intimidação contra veículos e jornalistas não se coaduna com valores democráticos e demonstra um flagrante desrespeito à liberdade de imprensa. Também evidencia uma prática característica de regimes autocráticos de, com o apoio de dirigentes políticos, sites e influenciadores governistas, tentar desviar o foco de reportagens incômodas por meio de ataques contra quem as apura e divulga”, diz a nota da Associação.

Os ataques foram amplificados no domingo, a partir de postagens no X (ex-Twitter) da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do ministro da Justiça, Flávio Dino. Ambos citavam um site que apoia Lula, com informações falsas sobre o processo de produção das reportagens pelo Estadão.

Pouco depois, o youtuber Felipe Neto direcionou os ataques a Andreza Matais, chefe da sucursal do Estadão em Brasília. Em menos de duas horas, Neto apagou o post em que expunha a imagem da jornalista. Publicou outro, que tinha apenas o jornal como alvo. Nesta segunda-feira, pediu desculpas por “expor sua foto ou incentivar qualquer tipo de perseguição contra ela”. Contudo, reiterou críticas à conduta da profissional e ao jornal.

DESTRUIR REPUTAÇÕES – “Esperava-se que a prática de destruir reputações em vez de debater os argumentos tivesse sido interrompida depois da última eleição. Infelizmente, isso não ocorreu. A melhor maneira de lidar com as divergências é com mais liberdade de imprensa, não menos. Preocupa a perseguição de pessoas em vez do debate sobre as ideias e os fatos”, disse o economista Marcos Lisboa, ex-presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica do primeiro governo Lula.

“Minha solidariedade à jornalista Andreza Matais, alvo de ataques nefastos que devem ser condenados por todos que defendem a liberdade de imprensa e a democracia”, escreveu o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP).

“Os ataques do governo do PT e de seus aliados ao Estadão e aos seus jornalistas, pelas matérias sobre a ‘Dama do Tráfico’, apenas confirmam o viés autoritário do partido. Convive mal com o contraditório”, postou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O pior é saber que a responsável por pedir as duas reuniões foi a advogada Janira Rocha, ex-deputada pelo PSOL do Rio de Janeiro, que recebeu três depósitos bancários do “contador” do Comando Vermelho do Amazonas, em transferências que ocorreram dias antes da primeira reunião. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe(C.N.)

Em 2021, ministros pediram que Bolsonaro se vacinasse contra a Covid e ele recusou-se

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Roberto Campos Neto se tornou o “muso da imunização”

Fábio Zanini
Folha

Em 15 de junho de 2021, o Brasil atingiu a marca de 488 mil mortes pela Covid-19. A vacinação, iniciada em janeiro, começava a engrenar, mas ainda estava distante da universalização. Naquele dia, 34,6% da população estava imunizada com a primeira dose e apenas 14,8% também com a segunda.

Na véspera, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, havia se deixado fotografar, com peito aberto e mamilo exposto, sendo vacinado pelo então ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

RENDEU BRINCADEIRAS – “Muso da imunização”, resumiu a Primeira Página da Folha impressa. A cena era parte de uma tentativa do governo de atenuar a imagem negacionista que emanava do chefe, Jair Bolsonaro. A imagem de Campos Neto rendeu brincadeiras e comentários irônicos de membros do governo que chegavam para uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, marcada para as 8h daquele dia.

Agendado havia alguns dias, era um encontro rotineiro da equipe para discutir temas como economia e, inevitavelmente, a resposta do governo à pandemia, muito criticada pela postura do chefe de Estado e pelas falhas logísticas na distribuição das vacinas.

Participavam 22 ministros, mais os presidentes dos bancos públicos (inclusive o próprio Campos Neto) e o dos Correios. Como já de praxe, o vice-presidente, Hamilton Mourão, estremecido com Bolsonaro, não foi convidado.

QUESTIONAMENTO – Naquela manhã, o que começou como uma conversa descontraída acabou se tornando um questionamento explícito da equipe ministerial sobre a recusa de Bolsonaro em se vacinar.

Segundo participantes da reunião que conversaram com a Folha em caráter reservado, a pressão dos subordinados fez com que pela primeira vez o presidente tivesse dado sinais de que poderia se imunizar publicamente – embora isso, no fim, jamais tenha ocorrido.

Um dos primeiros a puxar o tema foi Ricardo Salles, do Meio Ambiente, que deixaria o cargo dali a um mês, em meio a suspeitas de participação em um esquema de exportação ilegal de madeira da Amazônia.

DISSE SALLES – “Presidente, antes de começar a reunião, queria fazer uma proposta”, disse. “Fala aí, Salles”, respondeu Bolsonaro. “O senhor poderia aproveitar essa onda gerada pelo Campos Neto e, já que tem físico de atleta, também ser vacinado sem camisa pelo Queiroga”, afirmou.

A referência era a uma polêmica declaração do então presidente no início da pandemia, quando chamou a Covid de gripezinha e disse que não teria problemas se pegasse a doença por ter “histórico de atleta”.

Ouviram-se risadas discretas na sala, inclusive de Bolsonaro, que nada falou. Salles arrematou: “Isso vai ajudar a virar a narrativa contra o governo na pandemia. O senho não precisa falar nada, só se deixar fotografar”.

FARIA ENFÁTICO – Com o presidente calado, outros pediram a palavra. Fábio Faria, das Comunicações, foi enfático ao ligar o tema da pandemia à campanha eleitoral da reeleição. Disse que o cenário econômico era muito bom e que o Brasil começava a reagir com as medidas tomadas pelo governo, como o auxílio emergencial de R$ 600 para pessoas que haviam ficado sem renda.

Mas um dos temas centrais da eleição, argumentou, seria a pandemia, e não adiantaria listar notícias positivas se o próprio presidente parecia não acreditar na eficácia dos imunizantes. “Eu acho que, se o senhor não se vacinar, a gente corre o risco de perder”, decretou, numa fala que se revelaria profética.

Também se manifestaram Tereza Cristina (Agricultura), Augusto Heleno (GSI), João Roma (Cidadania) e Paulo Guedes (Economia) — este, o único que usava máscara o tempo todo. Mas Bolsonaro não quis ouvi-lo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A curiosa matéria confirma a tese de Elio Gaspari. Não foi Lula quem venceu a eleição; Bolsonaro é que perdeu. (C.N.)

TRIBUNA AINDA SOB ATAQUE, COM VÁRIOS PROBLEMAS

Venezuela comemora o Dia contra a Censura na Internet com bloqueios maciços  de sites de notícias - Municípios em Revista

Charge de Rice (Arquivo Google)

Carlos Newton

Desculpem as nossas falhas e problemas com matérias e comentários. A Tribuna da Internet continua sob ataque, pela enésima vez, com muita dificuldade para manter normal a edição de matérias, a correção dos texto e a moderação dos comentários.

Estamos aguardando a finalização do apoio técnico do servidor UOL.

 Abraços a todos.

Jornalista da GloboNews diz que STF já condenou Bolsonaro “por antecipação”

Jornalista da GloboNews destrói Bolsonaro com argumento polêmico em jornal  ao vivoDeltan Dallagnol
Gazeta do Povo

O fato quase passou batido para muita gente, mas, nesta semana, postei um vídeo nas minhas redes sociais que causou uma rara unanimidade de opiniões entre promotores, procuradores e advogados criminalistas. Trata-se de um vídeo curto, de 29 segundos, de jornalistas da GloboNews comentando a notícia de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) achava a delação do tenente-coronel Mauro Cid “fraca” e desprovida de “provas de corroboração”, isto é, de provas que a confirmassem, o que é essencial para que uma delação premiada possa se tornar uma acusação e uma condenação.

RECADOS DO SUPREMO – O vídeo começa com a jornalista Andréia Sadi falando com seu colega, o comentarista Octavio Guedes: “Agora, Octavio, de fato, se não houver denúncia…” Sadi levanta a bola para seu colega matar no peito: “Impossível não haver denúncia”, responde Guedes, de forma categórica.

 “O Ministério Público Federal já recebeu recados do Supremo de que existe o crime de prevaricação [o qual envolve deixar de fazer algo que deve ser feito]. E que no caso do Cid, se eles insistirem nessa briga, eles podem tomar um processo de prevaricação no meio da cara”, revela, sem hesitação e em tom triunfante.

“Eles também?” pergunta o jornalista Marcelo Lins para Octavio. “Eles também, o Ministério Público, o MP”, confirma Guedes.

Tive que assistir ao vídeo mais de uma vez para acreditar no que eu estava vendo e, no momento em que escrevo este artigo, posso dizer que a reação dos meus seguidores foi a mesma: o vídeo foi visto originalmente 501 mil vezes, mas foi repetido 456.524 vezes, num total de quase 1 milhão de visualizações. Milhares de brasileiros, ao assistirem aquilo, também tiveram que repetir o vídeo para ter certeza do que estavam vendo.

STF AMEAÇA O MPF – O que o jornalista fez, ao vivo, foi dizer que o Supremo ameaçou os membros da Procuradoria-Geral da República com um processo criminal por prevaricação caso eles não façam o que o STF quer, isto é, apresentar uma acusação formal contra Bolsonaro, a chamada denúncia criminal.

O fato chama atenção porque a função do jornalista, além de informar o público, é de fiscalizar e cobrar os poderes constituídos, e não de endossar e apoiar o abuso de poder de quem quer que seja. O brilhante Millôr Fernandes resumia bem a função do jornalista: “Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.”

Muitos desses jornalistas da GloboNewstornaram-se extremamente críticos da Lava Jato, apontando abusos que simplesmente não existiram. Agora, diante da grande oportunidade de mostrarem isenção e seriedade, não fizeram a mesma crítica quando se trata de ministros do STF. Por quê? É por que eles são poderosos? Ou simplesmente para não perderem as fontes?

EXEMPLO DA LAVA JATO – Um exemplo disso são as diversas críticas que a Lava Jato recebeu, com  base em supostas conversas obtidas por meio criminoso pelo hacker de Araraquara. Diziam os críticos que tais mensagens revelavam um conluio entre o Ministério Público e o juiz da Lava Jato para processar e condenar réus selecionados, o que jamais existiu e nem ficou provado em lugar algum.

Mas quem criticava a Lava Jato agora ficou em silêncio diante do relato de Octavio Guedes. Fica a pergunta: quer dizer então que o juiz não pode combinar com o promotor denunciar alguém (o que nunca aconteceu), mas tudo bem o STF obrigar a PGR a denunciar Bolsonaro (o que parece estar acontecendo)?

O duplo padrão, visto em menos de 30 segundos, prova que o problema não eram os supostos abusos da Lava Jato. O problema mesmo eram os alvos. O problema é que a própria Lava Jato prendeu e condenou muita gente importante, inclusive quem hoje senta na cadeira de presidente da República.

É TUDO VERDADE? – Vamos partir do pressuposto de que o jornalista está falando a verdade, até porque não houve nenhuma reação do STF desmentindo o absurdo. Ou seja: há uma conta de chegada, um resultado predeterminado por esses ministros, que é a condenação de Bolsonaro. Não há direito à ampla defesa e ao contraditório, nem qualquer outra possibilidade que não seja a condenação.

E o prejulgamento está acontecendo antes do desenvolvimento e da conclusão das investigações. Neste caso a hipótese correta já está pré-determinada, como no suposto caso de agressão ao ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. Não se trata de investigar e buscar a verdade. Condenar é apenas questão de tempo.

A pergunta de ouro em toda essa história é: quem vai denunciar os procuradores por prevaricação caso Bolsonaro não seja processado e o STF decida levar sua ameaça às últimas consequências? Isso porque o titular da ação penal é o Ministério Público. Então se o próprio Ministério Público chegar à conclusão de que não há provas para incriminar Bolsonaro, quem vai denunciar o Ministério Público por prevaricação?

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Enviado por Mário Assis Causanilhas, o artigo mostra a que ponto de surrealismo chegamos. É claro que ninguém vai processar procuradores. Esse tipo de distorção só ocorreu no caso da Lava Jato, que foi atacada por todos os lados, para aliviar o combate à corrupção. Agora, não há mais clima para repetir a dose. (C.N.)

Lula vai enfrentar resistências e pagar caro pela aposta perdida contra Milei

Charge 20/10/2023

Charge do Marco Jacobsen (Arquivo Google)

José Casado
Veja

Lula perdeu na rodada final na eleição presidencial argentina. Apostou tudo no peronista Sergio Massa, ministro da Economia, derrotado neste domingo (19/11) pelo deputado de extrema direita Javier Milei. É uma proeza para um economista e deputado de primeiro mandato, com 53 anos de vida e apenas um triênio de experiência política.

A vitória de Milei, conhecido como “El Loco”, foi acachapante e com apoio da maioria pobre. Ele obteve três milhões de votos de vantagem, correspondentes a 11,4% dos 27 milhões contados como válidos, numa eleição com participação significativa (76%) dos argentinos.

FRAGILIDADES – O êxito eleitoral de Milei possui fragilidades intrínsecas. Elegeu-se com promessa de riqueza a um eleitorado encolerizado nas urnas com a disseminação da pobreza entre quatro de cada dez argentinos, queda do salário real pela metade e inflação de alimentos próxima de 300% ao ano.

Suas ideias sobre economia, porém, sugerem um governo convertido numa espécie de talibã do liberalismo — “não há lugar para gradualismos”, avisou em discurso logo depois de eleito.

Como não possui maioria parlamentar e enfrentará forte oposição peronista no Congresso, será obrigado a modular retórica e atitudes recorrentes com pitadas de psicopatia.

MUITA NEGOCIAÇÃO – Para governar com mínima estabilidade, precisará negociar cada passo na condução da economia. Isso, naturalmente, depois de responder à pergunta-chave na política econômica: quem vai pagar a conta do ajuste das contas públicas, fonte da superinflação que empobreceu o país? Ao isentar um segmento do eleitorado, incendiará ânimos de outros.

O mapa eleitoral dá a dimensão do desastre de Massa nas urnas: em Córdoba, maior centro industrial, o ministro da Economia foi vencido por Milei com mais de 74% dos votos. E em Mendoza, região de agroindústria, a derrota foi além dos 71%.

Massa teve desempenho débil até em Buenos Aires, que abriga 40% dos eleitores e onde o peronismo prevalece há 78 anos: venceu Milei com vantagem mínima (1,5 %). Surpreendente, porque, um mês atrás, a metrópole portenha garantiu-lhe a liderança no primeiro turno.

REJEIÇÃO A MASSA – Esse resultado indica grande deserção eleitoral e uma evidente rejeição a Massa na liderança da renovação do partido peronista, ao menos nesta etapa da crise.

Lula ficou no prejuízo com Massa. Jogou o peso do seu prestígio, mobilizou o governo, o Partido dos Trabalhadores e assessores no apoio ao candidato do governo de Alberto Fernández e de Cristina Kirchner. Promoveu uma interferência política sem precedentes, indevida e explícita, nas relações com o principal sócio do Brasil no Mercosul, destino de dois terços das exportações das indústrias brasileiras. Deu errado.

Lula escolheu hostilizar Milei, e acabou hostilizado por ele em comícios. Atacou, também, o ex-presidente Mauricio Macri, líder da centro-direita, com suspeitas de corrupção — sem provas — numa operação de megaempréstimo (40 bilhões de dólares) do Fundo Monetário Internacional à Argentina.

MACRI PRESTIGIADO – Arquiteto e fiador da aliança de Milei com partidos de centro-direita, no segundo turno, Macri deverá ter influência no novo governo a partir do domingo 10 de dezembro.

Lula, agora, vai enfrentar as consequências políticas de uma intervenção externa que, certamente, não aceitaria em eleições brasileiras.

Uma delas é o realinhamento da Argentina com os Estados Unidos em contraponto a interesses específicos do Brasil na política externa para a América do Sul.

Outra é o preço alto que o Brasil pode vir a pagar numa ação diplomática para evitar a implosão do Mercosul, como já ensaia o futuro governo argentino em negociações discretas com o Paraguai e o Uruguai.

Advogado avisou que o preso do 8 de janeiro poderia morrer na Papuda…

Morte de réu do 8/1: Moraes determina que presídio envie informações

Moraes desprezou a informação sobre a doença do preso

Daniel Gullino e Paolla Serra

Um réu que estava preso preventivamente devido aos atos golpistas do dia 8 de janeiro morreu nesta segunda-feira no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Cleriston Pereira da Cunha tinha 46 anos, segundo informações da penitenciária. De acordo com ofício da Vara de Execuções Penais (VEP), Cunha teve “um mal súbito durante o banho de sol” na manhã desta segunda-feira.

O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram ao local, mas não conseguiram reanimá-lo. Ele estava detido no Centro de Detenção Provisória (CDP II), uma das unidades da Papuda.

SEM JULGAMENTO – Cunha foi detido dentro do Senado no dia 8 e desde então estava preso. Em abril, ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes e tornou-se réu. Ainda não havia previsão de quando ele seria julgado em definitivo.

Em setembro, a PGR concordou com um pedido de liberdade apresentado pela defesa. O órgão considerou que o fim da fase de instrução, com as audiências das testemunhas e do próprio réu, possibilitava que ele fosse solto.

O advogado dele, Bruno Azevedo de Sousa, havia solicitado a conversão da prisão preventiva em domiciliar, alegando que Cunha tinha “sua saúde debilitada em razão da COVID 19, que lhe deixou sequelas gravíssimas, especificamente quanto ao sistema cardíaco”. Na ocasião, anexou um laudo médico que dizia que havia “risco de morte pela imunossupressão e infecções”.

MORAES NEM LEU – O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, nem chegou a analisar o pedido de soltura. Nesta segunda, após a divulgação da morte, ele determinou que a direção do CDP II deve enviar “informações detalhadas sobre o fato”, incluindo relatório médico dos atendimentos recebidos.

De acordo com registros da penitenciária, Cunha sofria de diabetes e hipertensão e utilizava medicação controlada. Ele também teve seis atendimentos médicos entre janeiro e maio, além de ter sido encaminhado para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em maio.

Ele foi denunciado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Nas alegações finais do processo, a defesa afirmou que Cunha foi à manifestação do dia 8 de janeiro “por acreditar que seria pacífica” e que somente entrou no Senado “para se abrigar”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Como dizia Garcia Marquez, foi uma tragédia anunciada, que poderia até ser considerada uma “sentença de morte”, pois Moraes nem chegou a analisar o pedido de prisão domiciliar. Como o réu morreu antes do julgamento, ninguém vai saber se era um terrorista perigoso como os militantes do Hamas ou apenas um bolsonarista otário como os outros. (C.N.)

TRIBUNA SOB ATAQUE DESDE DOMINGO ÀS 15 HORAS

Não é censura. Regular a internet significa democratizar a rede. Entenda -  Lula

Você realmente acredita nessa publicidade do governo???

Carlos Newton

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Bolsonaro demonstra que pode negar apoio a Tarcísio de Freitas na eleição de 2026

Bolsonaro critica Tarcísio: ''Politicamente dá suas escorregadas'' |  Política: Diario de PernambucoThomas Traumann
Veja

Muito se tem escrito sobre os eventuais efeitos da eleição de Javier Milei a presidente da Argentina para o governo Lula. Provavelmente nada. O que a vitória de Milei traz de mudança é para o bolsonarismo.

Para o entorno bolsonarista, — que inclui os filhos Flávio, Carlos e Eduardo — a vitória de Milei mostra que o espaço para um candidato antissistema segue no imaginário popular. Com a inelegibilidade do ex-presidente, eles acreditam que qualquer um que ele aponte ser pode ser seu herdeiro. Por essa lógica, a suposta fila de preferência entre os governadores Tarcísio de Freitas e Romeu Zema não significa nada.

AS OPÇÕES – Um plano do grupo é a candidatura do deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não apenas à Prefeitura de São Paulo, mas até à Presidência em 2026. Se não for Salles, pode ser até um dos filhos, contanto que não tente uma postura independente de Bolsonaro.

A relação do ex-presidente Jair Bolsonaro com o principal candidato a seu sucessor na direita populista, Tarcísio de Freitas, piora a cada semana. O entorno de Bolsonaro fala mal de Tarcísio dia sim e noutro também, superdimensionando as intrigas e diferenças entre os dois políticos.

À revista VEJA, Tarcísio declarou na semana passada que o ministro petista Fernando Haddad “está fazendo a coisa certa dentro do governo e tem bons quadros na equipe econômica”. Essa é a forma de Tarcísio manter o difícil equilíbrio entre ser o herdeiro de Bolsonaro, mas também colher os votos da centro-direita que preferia um candidato menos antissistema.

POLÍTICO MODERADO – Apoiador de primeira hora do presidente, Tarcísio já deu gestos à moderação quando reconheceu de pronto a vitória de Lula, condenou os ataques de 8 de janeiro, trabalhou com Lula nas enchentes no Litoral paulista e fechou um acordo benéfico a São Paulo na reforma tributária patrocinada por Haddad.

O elogio à uma figura tão icônica do lulismo foi a gota d’água para o ex-presidente. “Não, não está tudo certo. Eu não mando no Tarcísio. É um baita de um gestor. Politicamente, dá suas escorregadas”, reconheceu o ex-presidente em entrevista à Rádio Gaúcha respondendo sobre sua relação com o governador. “Jamais faria certas coisas que ele faz com a esquerda.”

No entorno de Bolsonaro, o zigue-zague de Tarcísio recorda os de outros bolsonaristas que tentaram ser mais independentes e acabaram rompendo para seguir uma carreira solo, como João Doria, Sergio Moro e Hamilton Brandão. Todos foram encaixados no grupo de “traidores” e vítimas da guerrilha digital bolsonarista. Com sua política moderada, Tarcísio pode ser a próxima vítima.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como Brizola dizia, Tarcísio está costeando o alambrado. E faz bem ao fazê-lo, porque o eleitorado já demonstrou que não aceita os exageros de Bolsonaro, que ele vem perdendo pontos com a venda de joias e outras denúncias. Ao contrário da Argentina, no Brasil o eleitorado está querendo é justamente um político moderado. (C.N.)

Milei vence disparado e o seu desafio está nos seus próprios projetos

Em Brasília, Limongi completa 79 anos e recebe de presente um inesquecível poema

Vicente recebe os parabéns de Manuela, uma das netas

Carlos Newton

Hoje é um dia muito especial em Brasília, que está comemorando mais um aniversário de Vicente Limongi Netto, um dos mais famosos jornalistas da capital. Para marcar o evento, ao qual não poderei comparecer, nosso amigo Silvestre Gorgulho, outro grande jornalista e poeta, nos revelou o presente que está oferecendo a Limongi, em forma de poema.

PERTINHO DOS OITENTA
Silvestre Gorgulho

Em 21 de novembro, tem um festão prá valer.
Confirmo e digo presente, pois sempre é grande prazer
parabenizar o Vicente, já pertinho dos oitenta,
um garoto que aguenta jogar até prorrogação.

Limongi saiu lá no Norte cruzou rios e a floresta,
pegou chuva e dia quente, enfrentou até a morte
para chegar em Brasília, onde plantou poesia,
trabalhou e teve sorte, colhendo amigos e família.

Todos sabem da verdade, que nunca é esquecida,
Vicente é duro na queda e sabe honrar sua lida. 
Ninguém segura o valente quando assunto é amizade.
Poderão gostar ou não, ele é muito coerente,
não peca por omissão e sabe viver contente,
se desmancha todinho quando é o vovô Vicente
que traçou o seu caminho num forte e firme tripé
– Está prontinho pra luta, briga deitado e em pé,
se nesse campo de jogo tem Amigo, Família e a Fé.

Nascimento oficial da nação palestina pode ser mais uma virada da História

Retirada de brasileiros da Faixa de Gaza é uma operação "complexa e de alto  risco", diz embaixador - Folha PE

Em algum dia terá de ser criada uma nação palestina

Dorrit Harazim
O Globo

A cada nova semana de avanço das tropas israelenses sobre Gaza, visando a aniquilar a estrutura do Hamas e, quem sabe, resgatar os cerca de 240 reféns em mãos terroristas, mais clara fica a necessidade de um compromisso. Não se trata aqui de imaginar que o fluxo da humanidade vá, de repente, se dar as mãos e formar uma base capaz de dissolver a lógica da guerra. Afinal, não são os cidadãos que desencadeiam e fazem guerras, são as lideranças políticas.

O ataque-surpresa de 7 de outubro último, com requintes de crueldade no assassinato de mais de 1.200 civis israelenses pelas Brigadas Al-Qassam do Hamas, tem contexto histórico, mas nunca terá justificativa. Representa um dos momentos mais perversos de desumanização da espécie.

ERRO DE NETANYAHU – A feroz resposta escolhida pelo governo israelense de Benjamin Netanyahu, por sua vez, tem sido de terra arrasada contra Gaza — como se a população civil do enclave fosse mero estorvo a descartar. Erro grave de um líder vulpino e astucioso como Bibi, de quem se podia esperar o pior, mas que tem se saído ainda pior que o esperado.

Contrário a qualquer sugestão de cessar-fogo, mesmo temporário visando a fornecer, água, comida e luz à massa de palestinos encurralados por bombas, Netanyahu começa a perder alianças cruciais para tempos de guerra.

Palavras contam, e o ligeiro recuo semântico dos Estados Unidos em relação à estratégia de Netanyahu sugere que o histórico apoio incondicional movido a uma ajuda militar anual de US$ 4 bilhões pode ter nuances.

REAÇÃO NO PARLAMENTO – Nesta semana, Becca Balint tornou-se a primeira congressista judia americana a somar seu nome a 32 outros deputados democratas que exigem um respiro, uma pausa humanitária. E, no futuro, quem sabe, uma conferência de paz para a criação de uma Palestina laica e não terrorista, que englobaria Cisjordânia e Gaza.

É da própria sociedade israelense, ainda atordoada e dividida, que precisará vir a pressão por uma solução de conciliação com seus vizinhos palestinos. Por ora, a exigência nacional se concentra no retorno dos reféns de mais de 40 nacionalidades aprisionados no inferno de Gaza. Destes, 31 têm mais de 70 anos, dois são crianças de 4 e 8 meses sem mãe nem pai por perto e 23 são adolescentes de menos de 18 anos. Até a sexta-feira a tropa israelense anunciou ter encontrado os restos mortais de duas reféns. Entre escombros.

TERRORISMO EM BAIXA – Segundo o veterano jornalista investigativo Seymour Hersh, que, apesar de derrapadas recentes, tem no currículo revelações históricas como o massacre de My Lai e a tortura na prisão iraquiana de Abu Ghraib, os jihadistas responsáveis pelo 7 de outubro estão com o protagonismo em baixa.

A liderança política do Hamas (que prefere nem pôr os pés em Gaza) fez saber a Israel que aceita intermediar a libertação dos reféns em troca de ser deixada em paz como grupo político.

Seu líder e negociador mais astuto, Yahya Sinwar, cumpriu 22 anos de prisão em Israel por homicídio, fala hebraico fluentemente e tem pretensões de se tornar um interlocutor indispensável.

NAÇÃO PALESTINA – Falta muito, falta quase tudo, e de qualquer ângulo que se olhe, para imaginar o nascimento oficial de uma nação palestina. Mas a História está coalhada de viradas. No auge da matança da Guerra do Vietnã, alguém imaginaria que um dia um presidente dos Estados Unidos (Barack Obama) almoçaria num botequim de Hanói a convite do saudoso Anthony Bourdain?

Por enquanto, uma das preocupações mais imediatas é com o insidioso movimento de supremacistas brancos mundo afora, que pretendem defender a causa palestina apenas para reforçar seu antissemitismo. A eles se juntarão, no extremo oposto, os colonos (cada vez mais armados) assentados em terras palestinas pelo governo de Israel.

São dois grupos humanos movidos pelo medo. E o medo, como sabemos, não nos impede de morrer — apenas impede de viver.

Lula e PT são como Hamas e somente conseguem viver provocando guerras

O diagnóstico de Lula sobre o saldo do 8 de janeiro para Bolsonaro | VEJA

Lula é belicoso e provoca os adversários o tempo todo

J.R. Guzzo
Estadão

Desde que iniciou seu terceiro mandato na presidência da República, Lula vem fazendo tudo o que pode para sabotar qualquer tentativa mais séria de se criar uma atmosfera de paz política e social no Brasil. É como se a paz fosse um problema. O nível de tensão baixou? Então é preciso fazer com que ele suba de novo – este parece ser o único ambiente em que o presidente consegue funcionar, pelo menos nas suas declarações ao público em geral.

O fato é que, em seus quase onze meses de governo, raramente perdeu uma oportunidade de fabricar tensão, agredir alguém e tentar jogar os brasileiros uns contra os outros. Até hoje não estendeu a mão para ninguém – ao contrário, insulta o tempo todo os adversários. Para ele, são sempre “fascistas”.

TODOS SÃO FASCISTAS – Durante meses seguidos, acusou o presidente do Banco Central de ser uma espécie de criminoso econômico, responsável por todos os problemas que o seu governo não sabe resolver. Acusou de “fascista” uma “parte” (não disse qual) do agronegócio, o único setor da econômica brasileira que funciona.

Atiça o Norte contra o Sul, os trabalhadores contra as empresas, o “povo” contra o “mercado”. Quer briga, até mesmo, com o seu próprio governo. Diante da possiblidade de um pouco de sossego na economia, com as promessas de respeito ao teto de gastos públicos, anunciou que não vai respeitar os limites pretendidos pelo ministro da Fazenda.

Tomou o lado dos terroristas do Hamas contra Israel, a quem seus ministros acusam de “genocídio”. Agora, enfim, resolveu declarar guerra à imprensa.

CULPA DA GLEISI – O ataque à mídia foi feito pela deputada Gleisi Hoffmann, presidente do seu partido. Como sempre, segundo o procedimento-padrão de Lula, se algo der errado a culpa vai ser dela.

Depois de acusar os jornais Estadão e O Globo de “arrogância” e antes de chamar seus proprietários de “mesquinhos”, a dirigente do PT disse que ambos querem “censurar o presidente Lula”.

Como assim? Jornal não censura ninguém; ao contrário, é censurado. Quem censura é a polícia, com a qual a esquerda radical brasileira vive hoje um caso de amor. Só fala, a propósito, de inquérito, denúncia, delação, prisão, processo, condenação.

A FAVOR, SEMPRE – É uma falsificação maciça da realidade, ao mesmo tempo, chamar de “arrogância” a pura e simples manifestação de um ponto de vista por parte dos dois jornais. O que ela quer – editoriais que repitam a sua opinião? Se não for assim não pode?

A decisão de agredir a imprensa é uma evidência a mais de que o único compromisso para valer de Lula e do PT (além de passar o resto da vida às custas do Tesouro Nacional) é ficar, sempre, contra a liberdade.

Como o Hamas, Lula e o PT não conseguem sobreviver quando há paz.

Ataques ao Judiciário tornaram-se comuns em muitas democracias da América Latina

A culpa é do STF | Espaço Vital

Charge do Duke ( O Tempo)

Marcus André Melo
Folha

Na América Latina observa-se protagonismo crescente mas desigual do Judiciário, o que suscitou ataques em muitos países. O ataque mais feroz foi perpetrado pelo grupo guerrilheiro M19 na Colômbia. Em 1985, 32 guerrilheiros invadiram a Suprema Corte, sequestraram os juízes, e exigiram que o presidente da República, Belisario Betancour, fosse julgado no tribunal. O confronto com as forças armadas causou 98 mortes, inclusive as de 11 dos 21 juízes.

Trinta anos mais tarde, a Colômbia assistiu a um novo ataque do outro lado do espectro ideológico: Álvaro Uribe buscou reeleger-se por uma terceira vez, embora a constituição vedasse explicitamente a reeleição. O Tribunal Constitucional, criado pela constituição de 1991, vetou o abuso.

EROSÃO DEMOCRÁTICA – O episódio representa o caso pioneiro na região de um tribunal contendo um processo de erosão democrática. A atuação do STF se inscreve nesta trajetória.

Na Bolívia, Evo Morales logrou impor sua eleição pela quarta vez, malgrado a posição contrária da Corte Interamericana de Direitos Humanos, e da derrota em referendum. Foi destituído por ampla mobilização, não pela corte, que fora capturada politicamente. A experiência da Venezuela é sobejamente conhecida.

No Equador, Lucio Gutierrez, destituiu 27 dos 31 ministros da corte. Carlos Menem na Argentina logrou destituir três.

IMPÉRIO DA LEI – Cristopher Claasen, em estudo com 135 países durante três décadas analisou como a opinião pública se comporta em relação aos temas democracia e império da lei (rule of law); identificou uma relação que chamou de termostática: quando o apoio e satisfação com a democracia está alto, a avaliação do império da lei e instituições contra majoritárias está baixa, e vice versa: quando o apoio à democracia está baixo, o apoio a regra da lei está alto.

O Judiciário e as instituições contra majoritárias têm sido objetos crescentes de ataques quando a opinião pública enxerga um déficit democrático: a vontade da maioria estaria sendo supostamente violada. Um majoritarismo virulento, iliberal, tem vicejado.

ROTATIVIDADE – Perez Linan e Castagnola examinaram dados para o período 1904 a 2006 sobre a rotatividade (não motivada por óbitos etc) de ministro da Suprema Corte na América Latina. Mostra que o Brasil é o país com a menor rotatividade. Apenas Getúlio e Costa e Silva intervieram no STF.

Os autores demonstram através de testes estatísticos que o melhor preditor para ataques ao Judiciário é a combinação de ataques no passado e o tamanho do partido do presidente no Congresso. O Brasil sai bem na fita. Isto não significa, no entanto, que o Supremo não apresente patologias institucionais severas, que minam sua legitimidade. Como demonstrei aqui.

Meritocracia é um mito, mas certas seleções devem ser feitas pelo critério da excelência

Porquê não acredito em meritocracia. | Mensagens inteligentes, Citações  inteligentes, Frases em portuguesHelio Schwartsman
Folha

Encerrei uma coluna anterior afirmando que a meritocracia é um mito. Ato contínuo, leitores me escreveram contestando a asserção ou, ao menos, cobrando esclarecimentos. Vamos a eles. A meritocracia em sua acepção forte sustenta que os recursos e as oportunidades que a sociedade oferece devem ser distribuídos segundo as competências de cada indivíduo e que utilizar tal critério significa fazer justiça, já que recompensa os méritos e deméritos de cada um.

Esse raciocínio está errado. Características socialmente valorizadas como inteligência, beleza e habilidades específicas não refletem nenhum tipo de virtude pessoal. Elas se devem a combinações variadas da loteria genética com a roda das oportunidades.

EXEMPLOS REAIS – A Gisele Bündchen não fez nada para nascer bonita, assim como Messi não fez nada para possuir um talento futebolístico extraordinário. Mas eles se dedicaram às suas carreiras e treinamentos, exibindo disciplina, força de vontade e disposição para o trabalho, dirá o meritocratista empedernido. Verdade.

Ocorre que disciplina, força de vontade e disposição para o trabalho são, como todas as outras características humanas, resultado de forças que não controlamos. Quem nasce com os genes errados e ainda sofre abusos na primeira infância não terá muita chance.

Isso significa que devemos ignorar a competência e transformar o mundo num imenso sistema de cotas? É claro que não.

BUSCAR A EXCELÊNCIA – Há muitas situações em que devemos buscar a excelência, mas por uma questão de eficiência, não de justiça.

Uma universidade que deseje desenvolver um programa científico competitivo em nível global deve recrutar os melhores, sejam eles brancos, pretos ou azuis. E vale notar que nem precisam ser pessoas boas.

Os EUA levaram o homem a Lua entre outras razões porque trouxeram para seu programa espacial Wernher von Braun, o responsável pelos ataques nazistas com foguetes V-2 contra Londres.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEssa opinião do sempre brilhante Helio Schwartsman pode provocar uma discussão inacabável. É óbvio que um pedreiro que assenta 50 tijolos/dia não é igual a quem assenta 100 tijolos/dia. Os salários deveriam ser iguais? (C.N.)

Clima e guerras mostram que não estamos seguros, mas temos de ir em frente.

Faixa de Gaza recebe água por 3 horas, mas ONU diz ser insuficiente | Agência Brasil

Morte e destruição por todos os cantos na Faixa de Gaza

Vicente Limongi Netto

Longe de desanimar, mas triste e desapontada com as barbaridades das guerras e tragédias climáticas que destroem famílias e tiram o sossego da humanidade, a jornalista Ana Dubeux (Correio Braziliense – “Não estamos mais seguros”- 19/11) exorta sentimentos de fé e grandeza de atitudes, para tentar aliviar dores e sofrimentos que apequenam nosso cotidiano.

Nessa linha, Dubeux repudia “a ganância por lucro a qualquer custo e preço, que ainda vai tirar muito de nós”.  A seu ver, é intolerável e injustificável uma jovem, cheia de vida, morrer por causa do calor, durante show da pop star Taylor Switf.

Dubeux acentua, lamentando: “Não estamos mais seguros. Quando mais de mil pessoas desmaiam e uma multidão experimenta uma sensação térmica de 60 graus em um show, fica mais evidente uma situação que já se anuncia há muito tempo, mas que recebe pouca atenção de quem deveria, inclusive de nós todos”.  Perfeito.

ELIMINATÓRIAS – Levo fé no Brasil contra a Argentina. Afoitos torcem para que Messi e companhia saúdam o presidente eleito. Extravagância desnecessária. Diniz não é mágico. Nossas peças de reposições são precárias. Militão e Paquetá retornam breve.  Neymar permanece nosso principal jogador.  André se firmando. Será titular na Copa. Joga com incrível facilidade e precisão.

O experiente Thiago Silva merece voltar ao grupo. Tem liderança e futebol. A caminhada é árdua. Não se conquista vitórias sem ultrapassar batalhas. Se vencermos, voltaremos ao topo da tabela. Torcedores do contra andam indóceis. Cada um dá o que tem. Paciência.

Após a vitória de Milei, nossa missão é “salvar o Mercosul”, diz Celso Amorim

Teoria e Debate | "Sanções matam, sobretudo, as populações mais pobres" -  Teoria e Debate

Celso Amorim destaca que é precisa manter “boas relações”

Mariana Andrade

Depois da vitória de Javier Milei nas eleições à presidência da Argentina, o assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que uma das preocupações do governo é “salvar o Mercosul”. O político ultraliberal é conhecido por “ameaçar” cortar laços com o Brasil e países que ele considera “comunistas”.

O ex-chanceler também reforçou que o Brasil pretende manter uma relação de dois Estados com a Argentina, mesmo com as falas incisivas de Javier Milei sobre o atual governo brasileiro. Em uma das ocasiões, o futuro chefe da Casa Rosada descreveu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “corrupto e comunista” e disse que não se encontraria com ele.

DISSE O ASSESSOR – “Temos que respeitar o resultado da eleição, por um lado, manter as relações como dois Estados e, se possível, salvar o Mercosul. A relação entre Brasil e Argentina é a base do Mercosul e tem reflexo em toda a América do Sul”, declarou o assessor especial ao jornal O Globo.

Amorim destacou que o discurso anti-Mercosul de Javier Milei pode mudar no momento em que o futuro presidente da Argentina perceber a importância do bloco econômico.

Para ele, assim que o ultraliberal entender a realidade do comércio com o Brasil e China, países os quais Milei considera “comunistas”, será dado o valor a esses parceiros cruciais para a economia do país, que bateu, nessa semana, uma taxa de inflação de 142,7%, a maior em 32 anos.

A guerra Israel-Hamas aumenta ou reduz as chances da solução de “dois Estados”?

Destruição provocada por bombardeio de Israel em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza

Faixa de Gaza tornou-se exemplo de uma terra arrasada

Álvaro Machado Dias
Folha

Eis o raciocínio, começando pelo que lhe ressalva: os ataques de 7 de outubro reforçam a percepção de que é insustentável manter o controle coercitivo que incide sobre os cerca de 5,5 milhões de palestinos que moram em Gaza e na Cisjordânia, dado o estímulo ao surgimento e à ação de células terroristas. Mesmo que o Hamas seja completamente eliminado, o que de forma alguma está garantido, a emergência de um substituto é tida como provável.

Há um rápido aumento do poder destrutivo das armas utilizadas pelos grupos insurgentes, colocando em xeque a eficácia do Domo de Ferro israelense.

ESTADO PALESTINO – Projeções apontam que o Hezbollah possua mais de 100 mil foguetes com capacidade de atingir Israel e que esse potencial esteja crescendo rapidamente. A pacificação por meio da criação de um Estado Palestino é a única solução promissora existente, ainda que se considere que as animosidades continuem e até que os países possam entrar em guerra no futuro.

O apoio internacional à Israel está declinando em função da guerra em Gaza, enquanto crescem as mobilizações para que a União Europeia atue coordenadamente pela criação do Estado Palestino no pós-guerra, o que igualmente é visto como oportunidade geopolítica por chineses e outros.

Pesquisa da Ipsos americana, publicada em 15/11, mostra que a perspectiva de que os Estados Unidos devem apoiar Israel teve sua popularidade reduzida para 32%, enquanto a visão de que melhor seria o país atuar como mediador neutro no conflito atingiu 39% de apoio na população. Há um mês, a tendência era inversa.

DOIS ESTADOS – Chris Jackson, vice-presidente da Ipsos EUA, gentilmente me passou os resultados de uma pesquisa conduzida antes dos atentados terroristas que mostrava que a manutenção do status quo palestino só era endossada por 33% dos americanos, taxa que deve ter caído de maneira relevante, em consonância com os outros índices.

Biden, cada vez mais pressionado, vem enfatizando que a solução de dois Estados é o ponto-final dessa guerra, em linha com o que o representante prototípico do seu país quer ouvir.

Esses fatores são importantes, mas, na prática, acabam sendo sobrepujados por outros. Existe um consenso entre os principais analistas internacionais de que o posicionamento da comunicação adotado pelo governo americano e seus pares europeus não se traduz em intenção firme de impor agendas. A lógica é que isso tenderia a expor Israel a graves ameaças.

Lula bate recorde de liberação de emenda parlamentar do novo ‘orçamento secreto’

Daniel Weterman
Estadão

Lula da Silva se tornou o presidente que mais liberou emendas parlamentares em um único mês na história. O recorde foi batido em julho, quando o governo destinou R$ 11,8 bilhões para Estados e municípios por indicação de deputados e senadores. Em nenhum período anterior houve uma liberação nesse montante em 30 dias, conforme levantamento da Associação Contas Abertas com dados do Siga Brasil, sistema do Senado Federal, ao qual o Estadão teve acesso.

O governo é obrigado a destinar os recursos obedecendo a escolha do parlamentar, mas o momento da liberação fica sob controle do Executivo.

CORTES VITAIS – No mesmo mês em que bateu o recorde de emendas, o Executivo bloqueou recursos da educação básica, da alfabetização de crianças, do Auxílio Gás e da Farmácia Popular, como revelou o Estadão. Ou seja, blindou o dinheiro de maior interesse dos parlamentares e cortou em outras áreas.

O que explica o valor recorde? As emendas crescem ano a ano. Por trás da liberação bilionária, está uma fatura da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, aprovada em dezembro, antes de Lula tomar posse, mas negociada pela equipe do petista na transição.

Com a extinção do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), parte do dinheiro turbinou as emendas individuais, aquelas indicadas por cada deputado e senador.

SEM TRANSPARÊNCIA – A manobra provocou o aumento de outro tipo de recurso, ainda mais nebuloso, as emendas Pix, também reveladas pelo Estadão. De toda a liberação que ocorreu em julho, R$ 6,4 bilhões dizem respeito a esse tipo de transferência, destinados durante a votação da reforma tributária na Câmara.

O dinheiro da emenda Pix não fica carimbado para nenhuma despesa específica e não há fiscalização nem prestação de contas. Na prática, a sociedade brasileira não sabe onde vai ser gasta a maior parte das emendas liberadas pelo Poder Executivo no último mês e o dinheiro é aplicado sem justificativa técnica.

O prefeito, por exemplo, pode usar o dinheiro para construir uma praça sendo que a cidade precisa de escola. Além disso, vários parlamentares privilegiam prefeitos do mesmo partido e parentes.

GASTOS INÚTEIS – Em Carapicuíba, na Região Metropolitana de São Paulo, cidade que mais recebeu emenda Pix nos últimos três anos, a prefeitura pagou mais caro por asfalto, reforma de praça e até na compra de carrossel de brinquedo, enquanto deixou cinco escolas com obras paradas, conforme revelou o Estadão.

Durante a campanha, Lula atacou frequentemente o orçamento secreto criado pelo governo Bolsonaro e a falta de transparência no encaminhamento do dinheiro a parlamentares. Mesmo depois de eleito, Lula chegou a afirmar que emendas não deveriam ser “secretas”. “

Todo mundo sabe o que eu penso de emenda parlamentar. Eu fui deputado constituinte e eu sempre achei a emenda do deputado é importante, o que não precisa é ser secreta”, afirmou em dezembro, durante coletiva em que anunciou os primeiros ministros que ocupariam cargos em seu governo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, ainda vale o velho ditado. O que certas pessoas dizem não se deve escrever. É o caso de Lula, que criticava o orçamento secreto na campanha e depois de eleito ajudou a criar o ultrassecreto. (C.N.)