Pedro do Coutto
A sensacional vitória do Fluminense sobre o Boca Juniors no sábado transformou-se num dos maiores acontecimentos esportivos a alcançar repercussão mundial. Pouco antes do início da partida, uma reportagem da Sportv focalizou bares, ruas e praças de Nova York, de Paris, de Londres e de Lisboa, onde surpreendentemente concentravam-se os tricolores para torcer pelo seu time nos momentos que antecediam nervosamente a grande decisão. Nas capitais brasileiras também verificou-se o mesmo fenômeno em série.
A convergência estava marcada pela emoção. Em jogo, não só o duelo de duas equipes consagradas, mas também o confronto entre o futebol brasileiro vestindo a camisa do Fluminense e o argentino sob as cores tradicionais do Boca Juniors.
O Maracanã foi pequeno para receber o público interessado em ver a partida, que espalhou-se também pelas telas colocadas nas ruas e praças do Rio, como aconteceu na Cinelândia, e pelos bares de Copacabana e Ipanema. O futebol, uma paixão, projetou-se nas grandes aglomerações que se concentraram em uma série de cidades.
APRESENTAÇÃO – A festa foi belíssima, incluindo a apresentação de danças características do Brasil e da Argentina, refletidas nas cores dos clubes das Laranjeiras e da Bombonera de Buenos Aires. O Fluminense jogou uma partida brilhante. O técnico Fernando Diniz colocou o coração e a alma do time no gramado e não faltaram momentos de suspense dos dois lados. Empatada a partida, veio a prorrogação e nela o chute espetacular de John Kennedy assegurou a vitória e levou multidões às lágrimas na conquista inédita para o Fluminense.
O Boca Juniors lutou pela sua sétima vitória na competição, mas ao longo das disputas realizadas, creio que nenhuma alcançou o delírio e a repercussão que a conquista de 2023 levou para a eternidade do Fluminense e para o êxito emocionado de grande parte da população brasileira. Foi uma vitória heroica refletida no final do confronto pela alegria que assinalou uma conquista que ficará para sempre na história do futebol brasileiro.
O presidente da Fifa assistiu à partida no Maracanã, como também os presidentes da CBF e da Associação de Futebol da Argentina. Creio que o ministro dos Esportes, André Fufuca, não tenha comparecido a um evento de tal importância. O presidente Lula, até o momento em que escrevo esse artigo, não havia se dirigido aos vencedores representados pelo Fluminense e também pelo Brasil.
FALHA – No artigo publicado neste domingo no O Globo e na Folha de S. Paulo, Elio Gaspari focaliza os erros que ocorreram na organização do Enem no que se refere aos locais das provas que criaram até uma impossibilidade para milhares de estudantes, obrigando o próprio ministro Camilo Santana a remarcar as datas das provas para os que foram vítimas do erro da organização.
Ela ficou a cargo do Inep que, por sua vez, terceirizou a tarefa, entregando-a ao Centro brasileiro de pesquisa em avaliação em seleção e de promoção de eventos.
O nome dá margem a uma variedade de atividades. Mas a associação se apresenta como sem fins lucrativos. Gaspari observa que foram 50 mil os alunos os prejudicados.
ORÇAMENTO – Miriam Leitão, O Globo deste domingo, assinala que ao contestar o projeto de déficit zero para 2024, como traçado pelo ministro Fernando Haddad, o presidente Lula esqueceu que para a realização das obras públicas e seus efeitos no desenvolvimento social é indispensável que haja arrecadação capaz de assegurar os recursos sem os quais os investimentos não podem ser concretizados.
A matéria destaca ainda que o ruído da mudança da meta pode afetar os juros futuros, os que realmente são pagos pela economia. Isso fará com que o efeito de estímulo ao crescimento do aumento do gasto seja anulado pela contração monetária que ocorrerá na prática.