Hoje é um dia muito especial, porque o jornalista Pedro do Coutto faz aniversário

Ao vivo na Radio Fluminense com o jornalista Pedro Couto. | Flickr

Pedro do Coutto, entrevistado pela Rádio Fluminense

Carlos Newton

Hoje é um dia muito especial, pois faz aniversário um dos mais conhecidos e respeitados jornalistas brasileiros, Pedro do Coutto, que está completando 89 anos.

Autor dos livros “O voto e o povo” e “Cristo, o maior dissidente da História”, professor universitário de Economia Política e considerado um dos maiores especialistas em pesquisas eleitorais, foi Pedro do Coutto quem denunciou no Jornal do Brasil em 1982 a fraude para evitar a eleição de Leonel Brizola .

RÁDIO E TV – Tornou-se conhecido popularmente por sua participação em programas de rádio, especialmente o que era  apresentado por Haroldo de Andrade na Rádio Globo. Também marcava presença em diversos programas de televisão.

Por mais de 50 anos, foi colunista na Tribuna da Imprensa, de Helio Fernandes, e depois passou a escrever aqui no blog da Tribuna da Internet. É hoje o decano dos jornalistas brasileiros que publicam artigos diários.

Grande torcedor do Fluminense, Pedro do Coutto era amigo íntimo de Nelson Rodrigues e frequentava com ele a Tribuna de Honra do Maracanã. Tenho orgulho enorme de ser seu amigo, desde quando trabalhamos juntos em O Globo, na década de 70. E como ele sempre diz, é preciso ir em frente, sempre de bom humor.

Lucros absurdos dos bancos são um tema importante, que precisa de amplo debate

Quatro maiores bancos lucraram R$ 43 bi no 1º semestre de 2019 | Sindicato  dos Bancários

Charge do Mariano (Charge Online)

Carlos Newton

Ao publicar aqui na Tribuna da Internet uma série de artigos sobre os depósitos voluntários remunerados nas chamadas “operações compromissadas”, que tanto beneficiam os bancos comerciais, demonstrando a existência no Brasil de um capitalismo totalmente sem risco, nosso propósito é demonstrar a imperiosa necessidade de os grandes problemas nacionais serem discutidos sem conotações político-partidárias ou ideológicas.

É claro que pouquíssimas pessoas se interessam por esse tipo de assunto. A imensa maioria dos brasileiros está lutando para superar as próprias dificuldades e pagar suas dívidas, pois no Brasil apenas os banqueiros podem dormir tranquilos, por saberem que ao final do ano terão obtido expressivos lucros, não importa se ocorrer alguma grave crise econômica, porque isso nada tem a ver com eles e nem se preocupam com a possibilidade de serem atingidos, porque estão blindados.

BELAS MENSAGENS – Nestes dias, recebemos muitas mensagens de apoio e incentivo. Selecionamos uma delas, enviada por e-mail pelo Dr. Luiz Carvalho, um dos maiores advogados de São Paulo, nos seguintes termos:

“Nesta oportunidade, sinceros cumprimentos pelos elucidativos artigos sobre a submissão do Banco Central ao contaminado e impune sistema financeiro dominador e desumano. Não obstante a penetração do blog, sugiro que você junte os artigos em uma brochura, enviando cópias para o Lula, Pimenta, Gleisi, presidentes do BNDES, Caixa Federal e Banco do Brasil, entre outros. Aliás, o conteúdo da obra produzida pode até servir de documento para a proposição de ação popular contra os ex e atuais dirigentes do BC”.

Bem, são mensagens como esta que nos animam a seguir em frente com este blog, na certeza de que cada um de nós precisa se dedicar a construir um Brasil melhor.

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BALANÇO DE FEVEREIRO 
– Aproveitamos a oportunidade para publicar o balanço das contribuições feitas no mês de fevereiro para manter na internet este espaço independente, que funciona sob o signo da liberdade, em defesa dos interesses nacionais.

De início, agradecemos o apoio recebido através da Caixa Econômica Federal:

DIA  REGISTRO   OPERAÇÃO        VALOR
02    021046        DP DIN LOT……..230,00
10    101535        DP DIN LOT……….60,00
23    231035        DP DIN LOT……..100,00

Agora, vamos aos depósitos no Banco Itaú/Unibanco:

01   PIX TRANSF JOSE FR……………100,00
01   PIX TRANSF PAULO R………….100,00
03   PIX TRANSF ANTONIO…………100,00
06  TED.001.3097HENRIQUEAC…150,00
15  TED.001.4416MARIOACRO….250,00
28  TED.033.3591.ROBERTOSN….200,00

Por fim, agradecemos novamente aos amigos e amigas que contribuem para que possamos nos dedicar a esse blog, que é editado 365 dias ao ano, atuando sempre na defesa dos interesses nacionais. E vamos em frente, sempre juntos.

Já decepcionado com Lula, só resta ao eleitor esperar 2026 para se livrar da polarização

Ilustração reproduzida do Arquivo Google

Vicente Limongi Netto

Tudo indica que a constatação é verdadeira. A Presidência da República é máquina de moer gente. Revigora, enche de poder o político, mas também maltrata e machuca. Bolsonaro foi eleito com a tarefa de mandar o PT para as cucuias.  Na chefia da nação, porém, esmerou-se em trapalhadas, insultos e omissões.

O eleitor então trouxe Lula da Silva de volta das catacumbas. Ungido como salvador da pátria, é saudado no exterior, por chefes de Estado, enquanto aqui nos arredores palacianos, é massacrado pela tropa bolsonarista.

MUITOS ATROPELOS – Mal iniciou o governo, começaram os atropelos. O ex-finado MST, de triste memória, botou as manguinhas de fora, invadiu propriedades, sem nenhum pio de Lula, enquanto um dos ministros, acusado de corrupção dos pés à cabeça, é mantido no cargo. Com direito à banca de Santo do pau oco.

Por sua vez, o presidente da Câmara, Arthur Lira, foi claro e taxativo no recado a Lula: por ora, no Congresso, são imensos os prenúncios de tempestade para o governo. Trocando em miúdos, Lula tornou-se refém dos gulosos do Centrão.

Por seu turno, Bolsonaro gabava-se com migalhas do noticiário, cutucando Lula em edificantes palestras nos EUA. Agora o mito de barro e a ex-primeira-dama estão enrolados até o pescoço com diamantes e outras joias valiosas.

AGUARDANDO 2026 – Aos brasileiros só resta aguardar por 2026, para ver se prosseguirá a inacreditável, surrada e cansativa toada da ciranda política, do troca-troca e do bate e volta pelo poder. Ninguém merece.

Enquanto isso, o experiente senador Renan Calheiros não berra, não vocifera. Trabalha com eficiência. É do ramo. Sempre dialogando a construindo pontes.

Com visão para eleições de 2024, o senador Calheiros já conseguiu a filiação para o MDB de 68 prefeitos, dos 102 municípios alagoanos. Realmente, é uma façanha política dificilmente alcançada por lideranças em outros Estados.

O que Lula precisa fazer para conseguir baixar os juros cobrados pelos bancos

TRIBUNA DA INTERNET | Grande imprensa tenta “apagar” as ofensas de Lula aos empresários e aos banqueiros

Charge do Néo Correia (bocadura.com)

Carlos Newton

Conforme já comentamos aqui na Tribuna da Internet, o mais recente Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas, divulgado pelo Serasa, registrou nos últimos meses crescente endividamento, alcançando o número de 68,4 milhões de pessoas que estão inadimplentes. Este dado é estarrecedor, porque a população economicamente ativa do Brasil é de apenas 79 milhões de pessoas (cerca de 46,7% do total de habitantes).

Ou seja, a grande maioria da população economicamente ativa está em situação de  inadimplência. Chega a parecer inacreditável, mas os números do Serasa indicam exatamente isso. E os endividados são os que mais sofrem com os juros altos que Lula da Silva tanto tem denunciado.

CABE AO PRESIDENTE – Bem, Lula pode dar os chiliques e faniquitos, criticar à vontade o presidente do Banco Central, mas isso não adianta nada. É sua função proteger os brasileiros do capitalismo sem risco que vem sendo praticado aqui, mas será que o presidente tem coragem de enfrentar os banqueiros, que são os maiores beneficiados pelos juros altos?

Presumindo-se que Lula queira limpar o passado e se projetar num futuro mais limpo, vamos raciocinar sobre o que poderia fazer. A primeira providência seria enquadrar o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que acaba de apresentar projeto limitando a 150% os juros anuais dos bancos no cartões de crédito. É um projeto idiota, que “legaliza” juros altíssimos, num patamar que nenhum país civilizado aceita.

Ao mesmo tempo, Lula deve apresentar uma medida provisória revogando a Lei 14.185, de 2021, que garante aos bancos vultosos lucros sem risco, sempre que a taxa Selic estiver acima da inflação, já que hoje os bancos podem aplicar recursos sem limite e pelo prazo que bem entenderem, na rubrica “Depósitos Voluntários”, em operações compromissadas, um privilégio verdadeiramente espantoso e imoral, que é vedado aos empresários e demais investidores.

PROJETO CRIMINOSO – Apresentado em 2020 pelo desconhecido senador petista Rogério Carvalho, um médico sergipano que conhece tanto a política monetária quanto Lula entende de Física Quântica, este projeto de lei que beneficia os banqueiros tramitou em espantosa velocidade, teve apoio do trêfego Paulo Guedes e foi sancionado por Jair Bolsonaro, que entende do assunto tanto quanto Lula.

Assim, se realmente quiser defender os interesses nacionais e os pobres endividados, Lula tem obrigação de cancelar esta lei, por medida provisória ou denunciando sua inconstitucionalidade ao Supremo, segundo os Princípios da Legalidade e da Moralidade.

Por fim, como não é possível tabelar os juros bancários, hoje em cerca de 55% ao ano para empréstimos pessoais e 350% ao ano em juros do cartão de crédito, Lula precisa arranjar urgentemente uma maneira de reduzi-los.

A MELHOR SOLUÇÃO – A única política que Lula poderia adotar é simples e eficaz. Basta determinar que Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste, passem a praticar juros pouco superiores à Selic nos juros dos cartões de crédito, do crédito pessoal, do desconto de duplicatas e de outras operações comerciais.

Meus amigos, o presidente Lula precisa comprar essa briga em defesa dos brasileiros, colocando os bancos estatais para prestar serviços aos brasileiros, ao invés de explorá-los impiedosamente, como está ocorrendo há décadas, pois os bancos estatais se comportam como os bancos comerciais. Se Lula o fizesse, este país passaria a praticar um capitalismo moderno e se transformaria numa China democrática. Mas quem se interessa?

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P.S. 1
 – Esta mesma sugestão eu dei na Constituinte, quando assessorei a Frente Parlamentar Nacionalista, que Miguel Arraes recriara. Na época, quem mediava a questão dos juros era o deputado Fernando Gasparian (MDB-SP), amigo de Ulysses Guimarães e Severo Gomes. Mas os constituintes preferiram conter os juros em 12%. Eu avisei que não ia funcionar, porque não se pode tabelar juros, por causa da inflação. Agora, volto a dar a mesma sugestão, na certeza de que não será aceita. Como dizia Nelson Rodrigues, “o mundo é dominado por idiotas, que não conseguem enxergar o óbvio ululante”. Mesmo assim, jamais devemos desistir. É preciso seguir em frente.

P.S. 2 –  No artigo de ontem, sugeri os nomes de Reinaldo Gonçalves e Paulo Nogueira Batista Jr. para presidir o BC. Os comentaristas Nélio Jacob, Luiz Fernando de Souza e Gilberto Clementino lembraram que Ciro Gomes também seria uma excelente indicação. E eu concordo plenamente.  (C.N.)

Acredite se quiser! Lula continua processando a União para ficar com as joias que usurpou

TRIBUNA DA INTERNET | Lula recorre ao TRF para ficar com objetos valiosos que usurpou ao deixar o governo

Zanin diz na Justiça que o camelo de ouro é de Lula

Carlos Newton

Parece inacreditável, mas o presidente Lula da Silva, por intermédio de seu advogado Cristiano Zanin, cotado para ocupar uma vaga no Supremo, Tribunal Federal, no lugar do ministro Lewandowski, que se aposenta em maio, continua processando a União, na Justiça Federal de São Paulo, na esperança de retomar as joias e obras de arte que usurpou ao deixar o governo em 2011, naquela caravana dos onze caminhões da Granero, um deles com ar refrigerado, para transportar a adega do Alvorada.

E o então presidente Jair Bolsonaro imitou Lula, tentou contrabandear as joias, relógio e um estatueta recebidos da Arábia Saudita

CAUSA ESTRANHEZA – O processo 5001104-15.2017.4.03.6114 causa estranheza, porque Lula, na condição de atual presidente da República, continua litigando contra o Estado brasileiro, que ele próprio representa.

Em primeira instância, o juiz federal de São Bernardo do Campo julgou o pedido de Lula em 2019, considerando-o totalmente improcedente, com amparo em acórdão do Tribunal de Contas da União e no convencimento de que “a todos os órgãos da administração pública, em especial, ao Presidente da República, cabe observar os princípios constitucionais de moralidade e impessoalidade”.

Na forma da lei, os presentes recebidos pela pessoa do chefe de Estado e de Governo brasileiro são destinados ao país, ressalvados aqueles de caráter personalíssimo ou consumíveis.

A RECÍPROCA – “Se assim não fosse, ou seja, se pertencesse ao chefe do governo todo e qualquer presente recebido em cerimônias, por certo também caberia ao presidente adquirir, com seus próprios recursos, os presentes oferecidos aos mandatários estrangeiros, do que nem se cogita”, assinalou o juiz.

Além da improcedência do pedido, Lula também foi condenado a pagar honorários advocatícios sucumbenciais em 10% do valor da causa, atualizado.

E como nem se sabe para onde foram deslocados os 11 caminhões de mudança, que deixaram o Palácio da Alvorada, carregando supostos pertences da família Lula, é bom o PT e os lulistas não ficarem comemorando, além do suportável, o novo deslize da administração Bolsonaro, porque a lei deve ser igual para todos. Ou, ao menos, assim deveria ser.

PF encontra cofre com presentes ganhados por Lula na Presidência - Jornal O Globo

Esta espada – de ouro branco e safiras – também foi usurpada

RECURSO DE LULA – Por conveniência ou inconveniência — quem irá saber? —, o fato é que, contrariando a tradição do Tribunal Regional Federal da 3ª. Região, que julga recursos com rapidez, a apelação de Lula está parada desde 3 de janeiro de 2020, não recebeu nenhum despacho do relator e ex-presidente desse Tribunal, desembargador Mairan Maia. São mais de 1.100 dias.

A União Federal não foi intimada a apresentar contrarrazões nem a Procuradoria Regional do Ministério Público Federal se manifestou no recurso, assim como o defensor de Lula até hoje não externou seu inconformismo com essa acintosa lentidão na entrega da prestação jurisdicional buscada.

Se em processo do interesse pessoal da autoridade máxima do país ocorre tamanha “lerdeza”, o que não esperar dos milhões de outros processos de humildes cidadãos que batem nas portas do Judiciário?

DIZ A CONSTITUIÇÃO – Fiquemos com o que dispõe o inciso LXXVIII, do artigo 5º. da Constituição Federal: “A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.

Assim, em nome do cidadão Lula da Silva, nosso atual presidente da República, tal morosidade precisa ser comunicada ao CNJ – Conselho Nacional de Justiça. A propósito, no Supremo Tribunal Federal, as dezenas de recursos ajuizados pelo zeloso advogado Cristiano Zanin, sejam habeas corpus, embargos e agravos, sempre tiveram e têm respostas em até 24 horas.

Assim, por que nessa ação de direito pessoal do presidente da República não está havendo tramitação alguma no TRF-3, passados três anos? Nessa foto — ou melhor, nesse feito —ninguém está ficando bem, sobretudo depois que o ex-algoz de

Lula, William Bonner sentenciou que “o Sr.não deve nada à Justiça”, às vésperas do pleito presidencial.  “Lula nada mais devia à Justiça”. Ou seja, a Globo locuta est, causa finita (a Globo falou, a causa está encerrada).

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P.S. 1 –
 Se alguém souber de alguma ação ajuizada por Lula contra a Organização Globo por injúria, calúnia e difamação e outras por danos morais e materiais, como prometido, favor encaminhar, com urgência, o número do processo e da vara em que está tramitando, porque tal iniciativa provará que “quem não cala não consente”. Mas o fato concreto é que hoje a TV Globo e Lula tem tudo a ver, e o Jornal Nacional parece com a antiga Agência Nacional do regime militar. E ainda chamam isso de jornalismo.

P.S. 2 – Se Zanin fosse o grande advogado que dizem ser, jamais moveria esse processo contra a União, porque significa uma desmoralização para Lula e para o próprio advogado. (C.N.)

É preciso nomear um economista independente para presidir o Banco Central do Brasil

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Charge do Kaiser (Arquivo Google)

Carlos Newton

Diz o ditado que coincidências que se repetem não podem ser coincidências. E o Brasil tornou-se um país que há décadas vive em crises econômicas, é um nunca-acabar. Mesmo assim, ano após ano, os principais bancos comerciais brasileiros estão entre os mais lucrativos do mundo. Seria uma coincidência que se repete?

Segundo o Instituto Serasa, cujos computadores registram os débitos e a inadimplência dos consumidores, em 2022 o endividamento atingiu 68,4 brasileiros, total que inclui a grande maioria da população economicamente ativa, representada por 79 milhões de brasileiros, segundo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), importante órgão do próprio governo federal.

SERIA COINCIDÊNCIA? – O fato concreto, do conhecimento de todos, é que o espantoso lucro dos bancos brasileiros nunca foi prejudicado pelas sucessivas crises econômicas e, pelo visto, jamais será.

Na verdade, é como se a economia e a atividade bancária estivessem em compartimentos estanques. Nos países desenvolvidos, porém, ocorre justamente o contrário — as crises econômicas atingem diretamente os bancos, que muitas vezes têm de ser socorridos pelos governos, como aconteceu nos Estados Unidos, em passado recente, na onda de falências do setor de hipotecas, a famosa Crise do Subprime.

Mesmo assim, se há quem ainda pense (?) que a eterna lucratividade dos bancos brasileiros deve ser apenas coincidência, é bom lembrar-lhes o célebre lema dos irmãos Ringling, que dominavam o circo nos EUA: “A cada trinta segundos nasce um otário”.

PRESIDÊNCIA DO BC – Outro fato concreto é que a presidência do BC desde sempre vem sendo ocupada por representantes diretos dos banqueiros ou por economistas do mercado, também ligados a eles, como Pedro Malan, Henrique Meirelles, Armínio Fraga, Francisco Lopes e, agora, Roberto Campos Neto. Mas deve ser apenas mais uma coincidência.

Aliás, seria muita ingenuidade pensar (?) que algum economista de mercado iria trabalhar pelos interesses do país e deixar de privilegiar os banqueiros.

Recentemente, Lula teve um faniquito e começou a atacar Campos Neto, que eu até defendi, por ter conseguido praticar juros reais negativos, um fato raríssimo na economia brasileira. No entanto, ao escrever essa série de artigos sobre as suspeitíssimas “operações compromissadas”, cheguei à conclusão de que Lula pode estar certo.

ACERTOU SEM QUERER – Na verdade, Lula mirou um alvo e acertou em outro. O fato concreto é que Roberto Campos Neto, por ser notoriamente ligado aos banqueiros, não é confiável para presidir o Banco Central. Portanto, é preciso encontrar um economista de alto nível, que seja independente e acima de qualquer suspeita.

Lembrei dois nomes que poderiam acabar com a escravidão exercida pelos banqueiros — Reinaldo Gonçalves, professor titular de economia internacional da UFRJ e economista da Divisão de Questões Monetárias e Financeiras Internacionais da ONU; e Paulo Nogueira Batista Jr., que foi diretor do Fundo Monetário Internacional e vice-presidente do Banco do Brics (Novo Banco de Desenvolvimento) em Xangai.

Tanto Gonçalves quanto Batista Jr. estão plenamente capacitados para presidir o Banco Central sem estarem curvados aos banqueiros. Pensem nisso.

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P.S. 1
 – Bem, este é o sétimo artigo que escrevemos sobre as nebulosas “operações compromissadas”, que garantem a lucratividade dos bancos brasileiros, os únicos do mundo que são imunes à crises. Não parece estranho que até agora não tenha havido um só desmentido às nossas afirmações? Serão mesmo verdadeiras? 

P.S. 2 – Nada de novo, amigos e amigas. É assim que o chamado Sistema funciona. Toda a grande imprensa está sob controle dos banqueiros. E poucos jornalistas conhecem esse esquema das “operações compromissadas”, que é uma nova versão do velho “overnight” (juros diários). Como dizia Machado de Assis, tudo mudou, inclusive o Natal, mas a ganância dos banqueiros continua a mesma. E isso tem de acabar. (C.N.)

Regras do BC brasileiro que beneficiam os bancos não são praticadas nos EUA

Banco Central tem lucro de R$ 85,9 bi em 2021 e vai repassar R$ 71,7 bi ao Tesouro | ASMETRO-SI

Charge do Pelicano (Arquivo Google)

Carlos Newton

A melhor maneira de saber se está correta ou errada alguma prática adotada pelo Brasil – seja administrativa, política, econômica ou jurídica – é simplesmente pesquisar como tudo funciona nos Estados Unidos. Para facilitar as coisas e fazê-las fluir mais adequadamente, a filial Brazil deveria ser criada à imagem e semelhança da matriz U.S.A., mas não é assim que tem funcionado.

Costuma-se dizer que, em relação aos Estados Unidos, o Brasil estaria uns 50 anos atrasado, porque trata-se de um fato real, causado pela relutância que as elites brasileiras demonstram ao se recusarem a seguir nesta filial as diretrizes que deram certo em nossa matriz.

IMPUNIDADE – Para combater a criminalidade em geral e as trapaças do pessoal do colarinho branco, nos Estados Unidos o réu denunciado pela Promotoria pode ser preso de imediato em primeira instância, mesmo não tendo sido apanhado em flagrante. Tudo depende das provas.

Aqui no Brasil é ao contrário. As provas não interessam. Para garantir a impunidade dos  criminosos do colarinho encardido, os políticos e empresários brasileiros somente são presos após a quarta instância, que nem existe nos Estados e na maioria dos países ditos civilizados.

Isso significa que no Brasil os criminosos de elite não ficam presos, nem mesmo se estiverem condenados a mais de 300 anos de cadeia, como Sérgio Cabral, porque os crimes prescrevem antes de transitar em julgado. E qual é o sistema mais certo – o da matriz U.S.A ou o da filial Brazil?

ALTA PICARETAGEM – Na economia é a mesma coisa. Para encobrir picaretagens e privilégios de toda sorte, o Brasil não segue os ritos dos Estados Unidos e resolve inventar modelos próprios, que sempre demonstram favorecer as manobras das elites, em detrimento do interesse público. É o que ocorre, por exemplo, com as “operações compromissadas” que o Banco Central brasileiro autoriza para beneficiar os bancos comerciais.

Como já informamos, o inexpressivo senador petista Rogério Carvalho, que é médico e nada tem a ver com o sistema financeiro, apresentou em 2020 um projeto criando mais uma alta picaretagem para os bancos comerciais – os “depósitos remunerados voluntários”.

Existiam dois outros projetos semelhantes em tramitação há anos, mas a proposta petista passou na frente, numa velocidade espantosa e foi aprovada no Senado em apenas quatro meses e depois a Câmara ratificou em três meses e meio. Jamais um projeto andou tão rápido no Congresso, numa negociata cujo fedor pode ser sentido a quilômetros de distância.

MODERNIZAÇÃO DO BC? – Esta tremenda jogada dos banqueiros foi divulgada como “uma modernização do BC”, vejam a que ponto chega a desfaçatez.

“O instrumento é adotado em outros países e está em linha com as melhores práticas internacionais”, foi o argumento usado aqui na filial Brazil, como se isso existisse na matriz U.S.A.

Nos EUA realmente há possibilidade de se praticar operações compromissadas, mas o FED (BC americano) já as descartou por completo. Simplesmente, não são mais feitas, em nenhuma modalidade. É como se nem existissem, enquanto no Brasil essas operações são diárias.

BANCOS PRIVILEGIADOS  – Na verdade, os “depósitos remunerados voluntários” são apenas uma forma criativa de possibilitar que os bancos lucrem também em cima de suas reservas , e assim o capitalismo brasileiro sem risco está atingindo a perfeição.

Outra desculpa é que essa nova modalidade não impacta a dívida pública, porque o Tesouro não vende títulos, e nesses depósitos quem paga os lucros dos bancos e segura a descarga é o próprio BC. Ora, deve ser por isso que agora, no primeiro ano de funcionamento desses “depósitos remunerados voluntários”, o Banco Central acaba de ter um prejuízo monumental de R$ 298,5 bilhões. depois de registrar lucro recorde de R$ 85,9 bilhões em 2021.

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P.S. 1
 – O fato concreto é que o Banco Central acaba de divulgar seu balanço e nele não constam os resultados dos depósitos remunerados voluntários. Isso significaria que não teria havido nenhuma operação deste tipo em 2022? Quer dizer que os bancos comerciais não se interessaram em auferir lucros com suas reservas, e preferem deixá-las paradas, sem aplicação? É possível acreditar nisso?

P.S. 2 – Na minha opinião, Lula atirou no que viu e pode ter acertado no que não viu. Todos sabem que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, é um elemento do esquema dos grandes bancos, como praticamente todos os seus antecessores. Era diretor do Santander. É certo que Campos Neto  tenha praticado juros reais negativos por seis meses, a partir de agosto de 2020, quando o projeto do senador petista estava tramitando, mas tudo pode ter sido uma cortina de fumaça, para deixar passar a boiada bancária por trás do alambrado, como dizia Leonel Brizola. (C.N.)

É preciso endurecer as leis para punir feminicídio, que se tornou uma praga no Brasil

Brasil abre um inquérito de feminicídio a cada três horas

Vicente Limongi Netto

A nação vive apreensiva e indignada com a escória de canalhas e covardes ameaçando, agredindo e matando mulheres. Ninguém aceita nem suporta mais tanta impunidade. O Brasil deveria seguir exemplos de outros países, punindo severamente, com leis mais duras, os assassinos que destroem famílias porque não aceitam o fim do relacionamento.

No exterior o assunto é tratado com o rigor que merece. Prisão perpétua ou pena de morte. Joguem no lixo falsos escrúpulos e hipocrisias.

DIZ ANA DUBEUX – Nesse sentido, na edição do Correio Braziliense de 19/02, a jornalista Ana Dubeux cobrava: “É preciso avançar na legislação do problema. Entender que a violência contra a mulher é responsabilidade de todos- homens e mulheres, escolas, governo”.

O editorial do jornal (04/03) exige: “Fim do feminicídio é uma luta de todos”. O texto reitera uma triste constatação, a lei Maria da Penha, criada para punir ordinários e assassinos, não intimida os agressores. Pelo contrário, virou piada.

Acordem, políticos em geral e governos, comecem a trabalhar pela aprovação de leis que de uma vez por todas enjaulem esses monstros. Assim, vale a pena participar dos debates que o Correio promoverá, dia 7, véspera do Dia Internacional da Mulher, com o tema “Combate ao feminicídio: uma responsabilidade de todos”.

HOSPÍCIO LEGISLATIVO – A instalação, no Senado, do Grupo Parlamentar Brasil-Israel serviu de melancólico palanque para capachos bolsonaristas fazerem proselitismo da trágica passagem de Bolsonaro pela Presidência da República.

Difícil saber qual deles era o mais enfurecido e destrambelhado. Só faltaram babar no microfone, na gravata ou no vestido.

Ouvindo os patéticos e medonhos depoimentos, o embaixador de Israel, Daniel Zohar Zonshine, ficou na dúvida se estava no plenário de uma comissão técnica da Câmara Alta ou dentro de um hospício bem instalado

Brasil se livrou do golpe, mas seus articuladores ainda precisam ser responsabilizados

Nomes de 276 presos pelo vandalismo na praça dos três poderes -

Todos os que participaram do quebra-quebra serão julgados

Roberto Nascimento

É da maior importância a gravação de um pronunciamento do general Tomás Paiva aos oficiais do Comando Militar do Leste, poucos dias antes de assumir a função de comandante do Exército. Naquele ato, Paiva falou claramente que a tentativa de Bolsonaro cooptar as Forças Armadas, para intervirem no resultado do segundo turno das eleições, estava baseada numa fraude eleitoral inexistente, conforme foi constatado pela equipe de especialistas militares.

Esse processo de intervenção de chefes de Estado para se perpetuarem no poder é uma tendência mundial, conforme tese do cientista político Moisés Naim, editor-chefe da revista “Foreign Policy”, esboçada no seu mais recente livro, “The Revenge of Power” (A Vingança do Poder)”.

CRIMES NA RECEITA – A notícia mais recente revela que a Receita Federal quebrou ilegalmente os sigilos fiscais do empresário Paulo Marinho e do advogado Gustavo Bebiano, apoiadores de Bolsonaro na campanha de 2018 e no início do governo, e que depois se tornaram inimigos do clã.

Trata-se de uso criminoso das instituições do Estado, a serviço de um projeto de perpetuação no exercício do poder, que signifiva um projeto político sempre ameaçador, conforme descreve Naim em seu livro.

O uso desses artifícios pelos chefes de governo contra seus adversários, manobrando com truques rasteiros através de medidas autoritárias, destruindo órgãos de controle e nomeando capachos para servir aos interesses autocratas, é uma prática que se tornou o novo normal em diversos países, com governantes que utilizam esses estratagemas: Vladimir Putin, na Rússia, Recep Erdogan, na Turquia, Nicolas Maduro, na Venezuela, e Victor Urban, na Hungria.

BOLSONARO E TRUMP – Nos Estados Unidos e no Brasil, Donald Trump e Jair Bolsonaro não tiveram sucesso em suas estratégias visando a um golpe. Ambos foram rechaçados pelas forças legalistas.

Segundo o cientista político Moisés Naim, nascido na Venezuela, esses líderes autocratas e populistas de direita vendem esperança, fim da corrupção e um mar de rosas na forma de lucros e pleno emprego.

Mas, no fundo, trata-se apenas de tentativas de atingir a democracia, e o resultado é sempre o mesmo, com o predomínio de regimes ditatoriais, enfraquecimento dos poderes Legislativo e Judiciário.

APAGAR TUDO – Aqui no Brasil, querem passar a borracha no passado recente. Sob argumento de que os golpistas que vandalizaram a Praça dos Três Poderes são chefes de família e pessoas de bem, que estavam apenas manifestando o direito de discordar do Supremo, do Congresso e do Planalto, os bolsonaristas acham que todos deveriam ser libertados.

Da mesma forma, querem convencer a opinião pública de que os garimpeiros poluidores das áreas indígenas, fortemente armados e que estupravam as jovens yanomâmise, na verdade seriam apenas trabalhadores humildes que precisam de assistência do Estado.

Em síntese, este é o novo mote dos discursos que Bolsonaro vêm pronunciando em seu retiro nos EUA, defendendo a inocência dos vândalos da Praça dos Três Poderes, inclusive daquele personagem que tentou explodir uma bomba no aeroporto de Brasília, para gerar o caos e motivar o golpe. Mas isso não vai colar. Todos os que não participaram ativamente do quebra-quebra estão sendo libertados por Alexandre de Moras. Os outros todos têm de ser responsabilizados por seus atos.

Entenda por que o Brasil pratica as maiores taxas de juros reais do mundo

Política do Banco Central é a continuidade do 8 de janeiro via terrorismo econômico – jeferson miola

Charge do Cícero (Arquivo Google)

Carlos Newton

Mostramos no artigo anterior que juros reais de 8% ao ano, bem acima da inflação, representam agiotagem pura, porque desmoralizam o capitalismo, um regime político-econômico que inclui o risco em todas as atividades.

Nas últimas décadas, porém, o Brasil vem se caracterizando como a meca do capitalismo sem risco, uma política que beneficia investimentos estéreis que não produzem bens, não geram empregos nem distribuem renda, é apenas o lucro pelo lucro, beneficiando exclusivamente os “rentistas” e os banqueiros.

ISSO “NON ECZISTE” – Em diversos ramos dos negócios, é um belo desempenho conseguir 8% de lucros líquidos por ano, limpos e livres de impostos. No Brasil esse capitalismo via taxas de juros é a coisa mais comum. De tal forma que muitas grandes empresas ganham mais com os investimentos financeiros do que com a produção, e isso é um crime para o capitalismo, porque se trata de aplicações de mercado que não geram empregos, não propiciam desenvolvimento social nem distribuem renda.

Diante de tamanha perversão do capitalismo, o gigantesco pensador Adam Smith ficaria revoltado e se abraçaria a Karl Marx e Friedrich Engels. E logo seria socorrido pelo Padre Quevedo, que lhe diria: “Esse capitalismo non ecziste“.

Realmente, não tem sustentação, é uma política meramente financeira, sem os riscos de qualquer empreendimento capitalista. Mesmo assim, sucessivos governos têm mantido o Brasil nesse regime desumano e perverso.

POR QUE JUROS ALTOS? – Esta é a pergunta que não quer calar, e apenas a auditora Maria Lúcia Fattorelli buscar responder, em termos técnicos, no site Auditoria Cidadã. Aqui na Tribuna da Internet fazemos nossa parte, porém pretendemos ser mais claros, como se faz no jornalismo investigativo.

Então, vamos raciocinar. A quem interessam os juros reais altos, acima da inflação? Ora, aos aplicadores (rentistas) e aos banqueiros. Assim, ao contrário do resto do mundo, no Brasil a atividade bancária se tornou um ramo que pode ser considerado de baixíssimo risco. Não importa a gravidade das crises econômicas que o país enfrenta, os grandes bancos brasileiros seguem entre os mais lucrativos do mundo, é impressionante, não há pandemia que os afete.

Então, é preciso raciocinar sobre esse fenômeno específico, indagando por que isso acontece. Como funciona esse capitalismo à brasileira, sem riscos… para os banqueiros?

OPERAÇÕES COMPROMISSADAS – É um assunto tabu, apenas o site Auditoria Cidadã toca nele. O fato é que, para entender a política de juros altos, é preciso conhecer as chamadas operações compromissadas. Fora do mercado, poucos sabem o que isso significa.

Bem, o Banco Central controla o mercado financeiro da seguinte maneira. Ao final de cada dia, os bancos têm de repassar ao BC o total que ficou em caixa, representado por: 1) depósitos à vista (dinheiro que permaneceu na conta bancária dos clientes, sem aplicação); 2) depósitos em poupança; e 3) depósitos a prazo (aplicações financeiras dos clientes). Estas são as operações compromissadas.

Os depósitos à vista (dinheiro das contas) e as aplicações na poupança ficam com o BC, sem remuneração aos bancos, para evitar que sejam por eles reaplicados. Mas os depósitos a prazo (todas as aplicações dos clientes, de qualquer tipo) são transferidos ao BC, que os remunera aos bancos com base na Selic. Ou seja, quanto mais elevada a Selic, maior a lucratividade dos bancos.

É MUITO DINHEIRO – Imaginem o tamanho da montanha do dinheiro investido pelos clientes dos bancos nas mais diferentes aplicações. Pois saiba que esses recursos, que não pertencem aos bancos, hoje estão lhes rendendo cerca de 8% anuais acima da inflação, sem que façam nada, absolutamente nada.

Bem, praticamente toda aplicação do cliente tem riscos. No mês seguinte pode ter rendido menos do que a inflação e ele perde dinheiro. Mas o banqueiro não corre o menor risco. E sabe que, quando o cliente retirar a aplicação, o banco garantiu a taxa de administração e já faturou muito, como se ele (o banco) tivesse comprado títulos do governo, mas quem na verdade os comprou foi você, que agora vai conferir o que sobrou da operação que autorizou, e muitas vezes pode ter perdido dinheiro.

Repetindo: o dinheiro que você aplica nos fundos, não importa o desempenho, ficou rendendo taxa Selic no BC para o banco comercial, não para você.

PROJETO DO PT – Para demonstrar que os banqueiros realmente mandam no Brasil, é preciso destacar que, no início de 2020, o senador  Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou um escandaloso projeto criando “depósitos voluntários” a serem feitos no BC pelos bancos.

A criminosa proposta do PT teve tramitação numa velocidade jamais vista. Em menos de quatro meses, já estava aprovada no Senado, e em 21 de julho desceu para a Câmara. Em 10 de novembro foi novamente aprovada, mas Bolsonaro só sancionou a lei seis meses depois, em 24 de junho de 2021. Um fato estranho, porque a lei só lhe dá 15 dias para sancionar… Mas no Brasil tudo é estranho. ainda mais quando envolve banqueiro.

Isso quer dizer que, com juros reais elevados, como acontece agora, os bancos estão aplicando em seu favor as próprias reservas, obtendo lucro líquido de 8% sobre a inflação. O pior é essas novas aplicações dos bancos são secretas, não constam no balanço do BC, divulgado agora em fevereiro. E ninguém chama a Polícia, ninguém vai preso, não acontece nada, rigorosamente nada.

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P.S. 1 –
 Bem, estas informações que estamos fornecendo são absolutamente exclusivas, jamais foram publicadas com tamanha clareza, nem mesmo no site Auditoria Cidadã. Assim, esperamos que todos estejam entendendo por que os juros reais altos favorecem aos banqueiros, muito mais do que aos rentistas. Esperamos que também entendam que Campos Neto merece críticas muito mais severas do que as que Lula faz. Embora tenha praticado juros reais negativos por seis meses, Campos Neto precisa explicar porque os lucros dos banqueiros nos “Depósitos Voluntários” não constam do balanço do Banco Central de fevereiro. E tudo isso Lula não sabe, porque é um ignorante, não consegue entender nada, é um presidente fantoche. (C.N.)

Ao criticar juros altos, Lula está apenas agindo politicamente, para se preservar

Gilmar : Charge Juros altos

Charge do Gilmar Fraga (Gaúcha Zero)

Carlos Newton

No artigo anterior, comentamos aqui na Tribuna da Internet que Lula da Silva não tem noção do que está fazendo, ao investir contra a política monetária de Roberto Campos Netto, presidente do Banco Central. O governo e a elite da opinião pública sabe que somente os banqueiros e os  “rentistas” (expressão criada por Marx e Engels) conseguem se beneficiar com a inflação por aplicarem em títulos públicos e fundos baseados na taxa básica, a famosa Selic, que há décadas costuma liderar o ranking mundial dos juros positivos (acima da inflação).

É raríssimo ver a Selic sendo superada pelos juros reais de outros  países também complicados economicamente, mas logo arruma-se uma maneira de o Brasil reconquistar o pódio sinistro.

LULA ESTARIA CERTO? – Bem, sabemos que qualquer brasileiro que pretenda combater juros reais elevados, como o presidente Lula vem fazendo, está agindo corretamente, porque trata-se de política monetária a ser utilizada apenas de forma eventual na economia, para não piorar o estado do paciente.

O que temos perguntado aqui na Tribuna da Internet, insistentemente, é o motivo da manutenção dos juros reais de forma permanente, como ocorre no Brasil. E isso quase ninguém explica, porque na verdade não há justificativa. Não existe argumento concreto no Google; não há nada na Wikipédia nem nos compêndios acadêmicos, e nenhum Nobel da Economia até agora se atreveu a dissecar a anatomia desse fenômeno financeiro que submete o Brasil.

O pior é a falta de discussão de um assunto-tabu. A questão dos juros reais sempre acima da inflação somente vem sendo tratada aqui no Brasil pela brilhante auditora Maria Lúcia Fattorelli, no site Auditoria Cidadã, mas seus artigos, muitos deles publicados aqui na Tribuna, são em linguajar técnico, de difícil entendimento.

DIZEM OS ECONOMISTAS – Usa-se a estratégia de juros reais a pretexto de conter a inflação, controlar a dívida pública e manter a estabilidade da moeda. Mas no Brasil não é bem assim, porque a moeda não tem estabilidade, devido à incúria de sucessivos governantes, que aumentam o déficit público irresponsavelmente.

Além disso, não há inflação de demanda. Como  mostramos no artigo anterior, ocorre justamente o  contrário, pois em 2022 a demanda caiu 1,9%, em termos reais, descontada a inflação.

Aliás, o Banco Central vinha trabalhando em função da inexistência da inflação de demanda. A partir de agosto de 2020, auge da pandemia, a Selic passou seis meses estacionada em 2%, com taxas sempre inferiores à inflação, e só começou a subir novamente em março de 2021. Pela primeira vez em décadas, o BC operou juros reais negativos, mas Lula ou nenhum outro político aplaudiu Roberto Campos Neto por essa iniciativa, que favorecia o interesse público e prejudicava os interesses dos banqueiros e rentistas.

DUROU POUCO… – Mas o então ministro da Economia, Paulo Guedes, permitiu que o governo começasse a estourar o Orçamento, com fins eleitorais, para garantir a reeleição, e o Banco Central teve de voltar à política com juros reais positivos, para garantir a colocação de títulos públicos com base na Selic e financiar a dívida pública.

Ao mesmo tempo, a inflação ganhou força com a política suicida de preços da Petrobras, e o Banco Central foi levado a aumentar ainda mais a taxa de juros – que engatou uma forte trajetória de alta, chegando aos 13,75% em agosto de 2022, patamar em que se mantém até hoje, com juros reais de 7,98%, ainda na liderança mundial.

CAPITALISMO SEM RISCO – Bem, juros reais muito acima da inflação representam agiotagem pura, porque desmoralizam o capitalismo, um regime político-econômico que inclui o risco em todas as atividades empresariais e nas operações financeiras.

Há riscos até mesmo na aplicação em  ouro, por exemplo, pois sua cotação é flutuante, tanto sobe quanto desce.

No Brasil, porém, com juros reais de 8% ao ano, na verdade consegue-se praticar um capitalismo sem risco. E assim o país se torna um paraíso para banqueiros e rentistas, que podem se precaver da inflação e ainda ganhar cada vez mais dinheiro.

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P.S.
 – Como toda ciência, a Macroeconomia é chatíssima, mas tem máxima importância sociopolítica. O leigo geralmente a considera insuportável, enquanto os que a estudam acabam se apaixonando por seus mistérios. No caso das taxas reais de juros, o presidente Lula está certo ao investir contra o Banco Central. Mas atirou no que viu, sem conseguir atingir o que não viu. Está agindo apenas politicamente, para agradar ao eleitorado e mostrar serviço logo no início, arrumando um culpado para a situação econômica atual, que é preocupante. E não faz o que deveria fazer como chefe do governo. (C.N.)

Ricardo Lewandowski, um juiz educado e sempre petista, deixa o Supremo em maio

Após voto de Lewandowski, placar fica em 4 a 3 pela prisão de condenados em  2ª instância - Flávio Chaves

Charge do Nani (nanihumor.com)

Carlos Newton

Escolhido pelo presidente Lula para ocupar uma vaga no Supremo em 2006, por seu notório saber jurídico e reputação ilibada, como disposto na Constituição Federal, Enrique Ricardo Lewandowski, carioca do Rio de Janeiro e que fez carreira em São Paulo, aposenta-se em maio por completar 75 anos.

Deixará saudades e fará muita falta, por ser considerado pelos advogados petistas do Grupo Prerrogativas como um “juiz garantista”, que ao lado dos ministros Gilmar Mendes e Toffoli, transformou a Segunda Turma do STF numa verdadeira trincheira em defesa dos interesses de Lula e do PT, surpreendendo algumas vezes com decisões contraditórias e outras inovadoras e amparadas por sólida jurisprudência. Aos inconformados, cabem os recursos e o “jus sperneandi”.

VELHOS AMIGOS – É fato notório que entre Lewandowski e o presidente Lula há uma amizade sólida e desinteressada e não é verdade que o ministro deva o seu sucesso profissional à intervenção do então sindicalista Lula e muito menos ao PT.

Formado em faculdades particulares, Lewandowski, ocupou o cargo de secretário de governo e de assuntos jurídicos na Prefeitura de São Bernardo do Campo entre 1984 e 1988, na gestão de Aron Galante (PMDB).

Em 1988 e até 90, foi diretor-presidente da Emplasa, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano, nomeado pelo então governador Orestes Quércia, também do PMDB, o qual, em seguida, o escolheu para ocupar uma vaga no Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, em 1990, por meio do quinto constitucional da classe dos advogados. Tinha apenas 43 anos.

GRAÇAS AO PMDB – Em 1997, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, ficando assim bem claro que  sua trajetória profissional bem sucedida foi alavancada graças ao MDB e não ao PT.

Nesse contexto, Lula presidente viu em Lewandowski, membro de uma família próxima à primeira-dama Marisa Letícia, um advogado e jurista à altura para ocupar a vaga de ministro do STF deixada com a aposentadoria do mais do que conceituado jurista e professor Eros Grau.

De todos os petistas, juristas e puxa-sacos que não deixam Lula em paz, em busca de cargos e compensações, o único que mereceria louvores e recompensas, sem dúvida, é Lewandowski. Em todos os julgamentos, seja do mensalão, petrolão, impeachment de Dilma, prisão e libertação de Lula, em síntese, em todas as suas manifestações e votos, Lewandowski foi coerente, enfrentando vaias, humilhações e achincalhes por não enxergar Lula como um transgressor de leis e de deveres constitucionais, o que foi realçado pelo editor-apresentador do Jornal Nacional, William Bonner: “O senhor nada mais deve à Justiça”.

NOVA REALIDADE – E quem disse que Lula devia à Justiça? Ora, o próprio Jornal Nacional e a Organização Globo, por centenas de horas entre 2015 e 2021, sem ter que por tudo isso estar respondendo a qualquer processo indenizatório.

A propósito da trajetória de Enrique Ricardo Lewandowski, que está cotado para ganhar um ministério no governo Lula, é preciso lembrar o ensinamento do genial pensador ucraniano/polonês Stanislaw Jerzy Lec (1909/1966), conterrâneo do pai do festejado ministro Ricardo Lewandowski: “Todos somos iguais perante lei, mas não perante os encarregados de fazê-la cumprir”.

Por fim, no currículo do ministro Ricardo Lewandowski, estranhamente, não há nenhuma linha informando que, ao mesmo tempo que exercia o importante cargo bem remunerado de presidente da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano, também desempenhou a função de principal assessor do grupo Pró-Constituinte da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, encarregado de elaborar o anteprojeto da Constituição Estadual.

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P.S. 1
 – Como as Constituições de 67 e 88 proíbem a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários e nas hipóteses expressamente previstas no próprio texto, a Assembleia paulista deveria informar os horários em que essas reuniões sucessivas foram realizadas e o valor das remunerações disponibilizadas ao então assessor jurídico Lewandowski.

P.S. 2 – Em havendo concomitância de horários e dupla remuneração, qualquer valor recebido pelo ínclito ministro Lewandowski deverá ser devolvido ao erário estadual, com juros e correção monetária. Certamente foi para evitar esse ressarcimento que o honrado, competente e admirado ministro Lewandowski se esqueceu de incluir no seu currículo o exercício de tão elevada assessoria jurídica. (C.N.)

Grande erro de Bolsonaro foi julgar que uma ditadura poderia ser considerada “liberal”

João Doria on Twitter: "Jornal The New York Times publica charge chamando Bolsonaro de “ditador” e ridicularizando sua micareta de tanques de guerra. Bolsonaro já era uma vergonha nacional. Agora se torna

Charge do Duke (O Tempo)

Roberto Nascimento

Ao contrário do que se apregoa, os valores liberais não são defendidos pela direita extremada que Jair Bolsonaro representa. O liberalismo moderno, ao se opor ao socialismo, nunca se posicionou contra a ciência ou contra a preservação do meio ambiente,  muito menos a favor do culto à personalidade.

O liberalismo sempre é e sempre foi a favor da independência dos Três Poderes. Seus ideais jamais incluíram a tomada do poder pela força das armas, mas sim pelo voto, porque liberalismo não pode ser sinônimo de ditadura oriunda de intervenção militar, como Jair Bolsonaro e os generais do Planalto pensaram implantar no país.

REGIME DE FORÇA – Não existe ditadura de direita ou de esquerda, conservadora ou progressista. Não importa a tendência político-ideológica de seus líderes, no final acaba sendo apenas um regime militar, ou seja, uma ditadura.

Com seu desatinado delírio ideológico, Jair Bolsonaro conseguiu a proeza de reconduzir o PT ao poder. Os eleitores se assustaram com sua incompetência como governante e com seu radicalismo ao desdenhar a gravidade da pandemia, um gravíssimo erro que agora ele até reconhece ter cometido. E assim jogou para perder e conseguiu se tornar ser o primeiro presidente a não ser reeleito, depois a era FHC.

ALTERNÂNCIA NO PODER – As divergências políticas são saudáveis e garantem que ocorra a alternância no poder, uma característica da democracia. Olhem as flores do campo, nenhuma é igual a outra.

O objetivo comum da maioria dos eleitores não foi simplesmente um apoio a Lula e à volta do PT. O que se pretendia era evitar um segundo mandato de Bolsonaro, porque seria um desastre. E a guerra civil estaria no radar dessa turma extremada.

O fato positivo foi saber que a cúpula das Forças Armadas é hoje formada por oficiais legalistas, que não aceitaram descumprir a Constituição e repeliram a “intervenção militar federal”, como foi apelidado o golpe que fracassou. Porém, se dependesse dos generais que cercavam Bolsonaro, estaríamos hoje em novo regime de força. E quem concordaria com isso?

Algumas notícias do dia demonstram que este país está meio fora eixo

Brasil | Charge | Notícias do dia

Charge do Frank (Arquivo Google)

Vicente Limongi Netto

Notícias correm rápidas, como voos de pássaros. É preciso retê-las e apreciá-las antes que se evaporem. Nessa linha, figuram quatro assuntos publicados no Correio Braziliense de hoje, dia 24.

O editorial saúda a decisão da CBF de incluir três punições severas no regulamento geral de competições da entidade, para casos de racismo dentro de campo. “Antes tarde do que nunca”, salienta o texto, confiante de que o presidente da CBF, o baiano e negro, Ednaldo Rodrigues, não fraquejará diante de pressões de dirigentes atrasados, demagogos, hipócritas, oportunistas e mal intencionados.

OUTROS ASSUNTOS – A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), aquela que correu pelas ruas de São Paulo, de arma em punho, atrás de um desafeto, é patética, além de ridícula, confusa e destrambelhada.

A deputada afirma que Bolsonaro errou, no discurso de 30 de dezembro. Em seguida acredita que o ex-presidente não fugiu para Orlando, mas que já deveria ter voltado. Depois, observa que Bolsonaro pode vir a ser preso.

Em meio aos comentários mais estapafúrdios, Bolsonaro diz que não leu nem lerá a tal entrevista,  Mas o pior é a salada de raciocínios desconexos que passam longe do bom senso.

FALTA DE ASSUNTO – A meu ver, é uma colossal falta de assunto, o fim da picada, o fato de três deputados brasilienses estarem fazendo das tripas coração, enchendo os peitos de orgulho, na disputa para ver quem é o verdadeiro autor ou autora, da proposta na Câmara Legislativa que trocando o nome da ponte Costa e Silva para Honestino Guimarães.

Por fim, ganhou liberdade a técnica de enfermagem Elize Matsunaga, que matou e esquartejou o marido, tentando fugir e sumir com o corpo em duas malas. Nos Estados Unidos, o crime seria punido com pena de morte ou prisão perpétua. Sem direito às inacreditáveis saidinhas.

Agora, Elize tornou-se motorista de aplicativo em Franca, São Paulo. “Cuidadosa e atenciosa”, opinaram, aliviados, os clientes. Faço votos para que nenhum deles se apaixone ardentemente por ela.

Quem está certo? O presidente Lula ou Campos Neto, do BC, com altas taxas de juros?

Ainda mais difícil explicar nossas altíssimas taxas de juros – blog da kikacastro

Charge do Glauco (Folha)

Carlos Newton

A economia não é uma ciência exata, está sujeita aos mais diferentes fatores, por isso os especialistas erram tanto. No caso do Brasil é ainda pior, pela esculhambação reinante e pelo elevadíssimo grau de corrupção, conforme ficou comprovado no tocante às empreiteiras brasileiras, que se tornaram tristemente famosas mundo afora, a ponto de serem prestigiadas com uma superprodução de Hollywood (“A Lavanderia”), com Meryl Streep, Antonio Banderas, Gary Oldman e Sharon Stone, vejam só que elenco, em homenagem direta à Odebrecht, citada no filme.

O maior problema é a inflação. Neste país continental, movido a diesel, o principal fator são os preços dos combustíveis, apesar da autossuficiência em petróleo. Estranhamente, a Petrobras não dá conta de refinar o diesel, que então tem de ser importado, evidenciando mais um escândalo bilionário que um dia virá a furo, mas ainda tentam esconder.

VIAGRA INFLACIONÁRIO – Quando os combustíveis aumentam, todo o resto sobe, é uma espécie de Viagra inflacionário. No entanto, quando os preços dos combustíveis caem de forma expressiva, como ocorreu recentemente, não há deflação.

A consequência é que a inflação passa a aumentar mais lentamente, e os preços dos produtos e serviços não sofrem qualquer redução, porque não existe queda de preços via combustíveis, é uma estrada de mão única, digamos assim. Aqui no Brasil, redução de preços só ocorre com produtos agrícolas em época de safra.

Ou seja, depois que sobem, os preços dos produtos industriais e dos serviços jamais caem, continuam lá em cima, apenas passam a subir mais devagar, porque no Brasil a deflação “non ecziste”, diria Padre Quevedo. Aliás, os serviços do religioso peruano seriam  indispensáveis para desmitificar falsas crenças econômicas quem tentam impingir no Brasil de hoje, como se fossem dogmas religiosos.

CAUSAS DA INFLAÇÃO – Nos compêndios acadêmicos, desde o mestre francês Henri Guítton, ensina-se que a inflação pode ser influenciada por diferentes causas, e as principais seriam: 1) aumento dos gastos públicos; 2) elevação dos custos de produção, incluindo transporte/frete; 3) expectativa de inflação; 4) crescimento da demanda.

Como é um país surreal, aqui no Brasil podem ocorrer, simultaneamente, os quatro fatores. Primeiro, porque o governo e as autoridades dos três Poderes dedicam-se, o tempo todo, a aumentar os gastos públicos e os próprios vencimentos. Como há autossuficiência no petróleo, mas o governo não comanda o preço dos combustíveis, eles estão sempre subindo, aumentando os custos de produção e, consequentemente, a expectativa inflacionária.

Portanto, fica faltando apenas o quarto fator – crescimento da demanda.  Mas isso também “non ecziste”. Como a demanda pode crescer se 68,4 milhões de brasileiros estão endividados? É o que mostra o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas, divulgado pelo Serasa.

NÃO HÁ DEMANDA – Bem, eliminando-se a camada inferior, que vive do Bolsa Família e não tem acesso ao crédito, excluindo-se também as crianças e os adolescentes, assim como o grande número de mulheres do lar, que se dedicam às famílias, e cortando também os índios e os outros grupos que não frequentam bancos, como os sem teto, sem terra e sem destino, podemos concluir que 68,4% milhões de endividados significam a esmagadora maioria da população economicamente ativa do país, que é composta por apenas 79 milhões de trabalhadores.

Caramba, amigos! Como pode ocorrer aumento de demanda se há esse endividamento crônico do povo brasileiro, que desde sempre vem sendo açoitado e explorado por uma elite perversa e desumana, que assiste passivamente ao progressivo apodrecimento dos três Poderes?

Em 2022, mesmo movido por generosos auxílios emergenciais e pelo controle da pandemia, o consumo familiar cresceu apenas 3,89%, bem abaixo da inflação de 5,79%. Ou seja, diminuiu.

E OS SUPERMERCADOS – Até os grandes varejistas enfrentam problemas. Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida do grupo Carrefour/BIG chegou a R$ 12,740 bilhões, um crescimento de 184% na comparação com a mesma etapa de 2021. O Pão de Açúcar/GPA teve prejuízo de R$ 288 milhões no terceiro trimestre de 2022, alta de 221,7% no ano. E vamos ficar por aqui.

Portanto, em tradução simultânea, está comprovado que o consumo das famílias não cresceu – pelo contrário, caiu 1,9%, em termos reais, descontada a inflação. É pouco? Sim, mas isso significa que a qualidade de vida está diminuindo, assim como a renda média do trabalhador, devido ao desemprego e ao aumento da população.

Portanto, podemos afirmar que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não aumentou os juros para combater uma inflação de demanda. Com certeza, existem outras motivações, que analisaremos a seguir.

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P.S.
 – Há quem diga que Lula estaria certo ao investir contra o presidente do BC. Bem, Lula não tem a menor noção sobre economia. Está agindo apenas politicamente, para agradar ao eleitorado e mostrar serviço logo no início, arrumando um culpado para a situação econômica atual, que é preocupante. O fato concreto é que Lula não faz o que deveria fazer como chefe do governo, o que veremos mais adiante. (C.N.)

Em prol da coletividade, Lula e Tarcísio de Freitas superam quaisquer divergências políticas

Desastres e 8 de Janeiro reduzem distância entre PT e Tarcísio

Garantir o socorro aos desabrigados é obrigação de todos

Vicente Limongi Netto

O quadro trágico de dezenas de mortos e milhares de desabrigados no litoral paulista uniu os corações e os deveres de dois homens públicos importantes, o presidente Lula e o governador Tarcisio de Freitas.

Lula acentuou, com desprendimento e grandeza de espírito exemplares:  “O bem comum do povo é muito mais importante do que qualquer divergência que a gente possa ter”.

POLÍTICA VERDADEIRA – Por sua vez, Tarcisio agradeceu o carinho e a presença de Lula, determinando urgentes providências para sanar o cenário triste e desolador.

A política verdadeira serve a coletividade. Valoriza o cidadão. Dignifica aqueles que sabem exercê-la com correção e eficiência.

São bem-vindas as boas causas que melhorem a qualidade de vida dos mais necessitados. Partidos existem para atender os anseios coletivos.  Quando desvirtuada por grupelhos sedentos por interesses subalternos, a boa política cai no descrédito. Perde o respeito do eleitor.

ACABAM DESPREZADOS – A democracia permanece inabalável, mas os maus políticos acabam desprezados. A maior tarefa de todo bom e isento chefe da nação é trabalhar pelo bem-estar da população. Lula e Tarcisio de Freitas são bons personagens do presente e do futuro.  Sabem de suas imensas responsabilidades.

Tarcisio não desdenha o passado político. Foi eleito, no primeiro turno, com as bênçãos de Bolsonaro. Foi atuante ministro da Infraestrutura do ex-presidente. Com imenso talento político, o governador paulista, todavia. não tem vocação para caranguejo.  Bolsonaro tornou-se um “quadro amarelado na parede”, diria Drummond.

MERECEDORES – A banda boa da política, intelectuais, juristas, amigos e empresários, preparam-se para homenagear,  próximo dia 27 de março,  a chegada altiva,  triunfal, digna e respeitada, dos 91 anos de idade de Bernardo Cabral, símbolo da resistência democrática.

Por fim, vamos registrar o bom retorno de Marlênio José Ferreira Oliveira, que está de volta ao  cargo de coordenador-geral de representação institucional da Suframa (Superintendência  da Zona  Franca de Manaus) no Distrito Federal. Homem certo no lugar certo.

Pacheco agrada aos senadores com aumento de 18% como ajuda de custo…

Presidência do Senado: Rodrigo Pacheco é reeleito com 49 votos - Jornal  Contábil - Contabilidade, MEI , crédito, INSS, Receita Federal e Auxílios

Pacheco ficou com pena dos senadores e permitiu o aumento

Vicente Limongi Netto

O presidente do Senado é caridoso. Alma boa. Deu reajuste de 18% aos senadores como ajuda de custo. Rodrigo Pacheco não suportou ver senadores tristes, acabrunhados, chorando pelos corredores. Lisos e duros. Com ternos, sapatos e gravatas velhas. Da legislatura passada.

O carnaval será animado. Alguns senadores mais magoados e tristes estavam amuados com Pacheco. Ameaçando romper relações. A mesa diretora estava entupida de lamúrias de senadores. Senadores pobres e desesperançosos estavam tirando as medidas nas costureiras para brincar o carnaval com a singela fantasia “pão e água”. Pacheco tem enorme coração. Quer ver todos alegres e felizes dentro do senado.

REFORMA TRIBUTÁRIA – O presidente da Confederação Nacional do Comércio, Bens e Serviços (CNC), Roberto Tadros, considera a reforma tributária extremamente importante e necessária para o crescimento do país.

Porém, a seu ver, “não é justo o aumento da carga tributária sobre o setor de serviços, que responde por 37% da força de trabalho no Brasil e gerou 55% dos empregos formais no país, na retomada da economia depois da pandemia”.

EDNALDO VAI BEM – Sereno, afável, fala mansa, a gestão do baiano Ednaldo Rodrigues é marcada com atitudes firmes e marcantes. Como a decisão de punir com rigor atos de racismo, no regulamento geral de competições. A entidade estabeleceu penas gradativas como multa de 500 mil reais, perda do mando de campo e perdas de pontos.

Nessa linha, com tranquilidade, sem açodamentos e estranhas pressões de ex-jogadores por técnico estrangeiro para o lugar de Tite, o cartola Ednaldo definiu como técnico interino da seleção o treinador Ramon, que foi excelente meia do Vasco da Gama e acaba de se consagrar como campeão Sul-Americano sub-20. Bola pra frente.

Não vai aparecer ninguém para explicar por que há juros reais tão acima da inflação?

Charge reproduzida do Arquivo Google

Carlos Newton

Esta semana, fizemos uma provocação aqui na Tribuna da Internet, ao sugerir um debate sobre a inquietante questão dos juros reais altos (acima da inflação), para que enfim fiquem conhecidos os motivos desse fenômeno tipicamente nacional, pois há décadas o país lidera o ranking mundial desse curioso fenômeno econômico, que tem fortes conotações políticas.

De vez em quando, um país qualquer, como México ou Argentina, nos ultrapassa, mas logo depois nos cede novamente a liderança.

Afinal, o patamar elevado da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano, com juros reais por volta de 7,8%, virou alvo preferencial das maiores reclamações do presidente Lula da Silva. A principal crítica é que a alta taxa dificulta o acesso ao crédito tanto para as famílias quanto para as empresas.

CONVERSA FIADA – Mas isso é “menas verdade”, como o próprio Lula diria, porque os juros dos bancos não têm nada a ver com isso. Seus empréstimos a clientes ou empresas não utilizam a Selic como parâmetro, pois a taxa básica tem outras finalidades;

Aliás, Lula não pode ser levado a sério em discussões econômicas. O presidente atirou no que viu e não acertou nem mesmo no que não viu. Mas marcou pontos politicamente, porque os juros altos são defendidos apenas pelos suspeitos de sempre, igual ao filme Casablanca – no caso, os bancos, as financeiras e os agiotas.

Portanto, o debate proposto pela Tribuna da Internet seria muito interessante e curioso, até porque o atual presidente do Banco Central nem está exagerando nos juros reais, que eram muito maiores no início do governo Lula, em 2003, quando o especialista internacional Henrique Meirelles comandava o BC, sem que houvesse a menor polêmica pelos altíssimos juros reais então praticados, que foram para 10,65%, bem acima dos 7,8% atuais.

UM ASSUNTO-TABU – A discussão seria mesmo oportuna, porque Lula da Silva e sua entourage vêm criticando acidamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por estar agindo exatamente igual a todos os seus antecessores no cargo, desde o governo de Juscelino Kubitschek, pelo menos, quando a inflação passou a ser assunto do dia-a-dia nacional.

No entanto, talvez essa discussão dificilmente pode ser travada, porque o motivo de o Brasil praticar os maiores juros reais não é encontrado no Google nem nos demais sites de busca ou na Wikipédia, que costumam alimentar qualquer debate – da física quântica ao sexo dos anjos.

Da mesma forma, esses persistentes juros reais altos não constam nos compêndios de Economia Política nem nas teses acadêmicas, estão de tal forma enraizados no cotidiano do Brasil que ninguém mais se interessava pelo assunto, até Lula começar a dar chiliques e faniquitos.

SEM DISCUSSÃO – Para nós, é constrangedor fazer tal constatação. Nem mesmo o respeitado site Auditoria Cidadã, de Maria Lúcia Fattorelli, tem se dedicado a estudar o assunto, pois seus artigos costumam abordar a dívida pública como um todo.

Nos debates aqui na Tribuna, José Vidal destacou que o Banco Central deveria esclarecer por que o Brasil pratica os maiores juros reais do mundo. “Qualquer cidadão deveria ter o direito de saber. Como ter um BC independente, se não é para trabalhar em conjunto com o governo na busca do bem-estar da sociedade possível? Ou essa política (que já vem há muito tempo) faz mais bem aos bancos?”, indagou Vidal, acrescentando:

“Essa política de juros é eficaz pra diminuir a inflação, tal como ela se apresenta agora? Sem demanda e sem excesso de consumo e empregos? Beneficia à produção?”

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P.S. 1 –
 É claro que Vidal está no caminho certo. Mas será que não vai aparecer ninguém para explicar os motivos de haver juros reais tão acima da inflação? Como diria o grande compositor e jornalista Antonio Maria: “Eu grito e o eco responde: Ninguém!”. Bem, vamos aguardar mais um pouco. Se ninguém realmente aparecer, serei obrigado a expor minha teoria, e não vai ser fácil, porque logo vão me chamar de comunista, algo que me envaidece muito.

P.S. 2 – Aliás, tenho especial admiração por Friedrich Engels, que considero mais importante do que o amigo e parceiro Karl Marx. Era um rico industrial, filho de um dos pioneiros em empreendimentos multinacionais, mas nunca aceitou a exploração que sofriam os trabalhadores naquela época. Sem a colaboração e o apoio intelectual de Engels, Marx não teria conseguido tamanho destaque. Morreu antes de Engels, que publicou várias obras póstumas de Marx, sem jamais mencionar a colaboração que deu aos textos. A modéstia era diretamente proporcional ao talento e à sabedoria de Engels. Espero que um dia o mundo reconheça a importância desse personagem verdadeiramente único. (C.N.)

Roberto Campos Neto deveria ter se afastado lá atrás, no escândalo do Pandora Papers

Dados de 15 mil offshores do Pandora Papers são publicados | Metrópoles

Guedes e Campos não gostam de pagar impostos no Brasil

Roberto Nascimento

Em relação à polêmica sobre os juros, entendo que o presidente do Banco Central está equivocado. Não se justifica elevar a taxa de juros ou mesmo mantê-la nesse patamar alto, quando a inflação está pouco acima da meta. Há evidências de que o economista Roberto Campos Neto (sim, ele mesmo, que prefere investir nos paraísos fiscais do que em sua pátria) perdeu as condições de credibilidade para permanecer como comandante da política monetária.

Campos Neto deveria pedir para sair, quando Bolsonaro perdeu as eleições. Mas se aferra ao cargo, está se lixando para os preceitos éticos e morais, já que fez campanha para Bolsonaro, saindo fora da curva da isenção para continuar no novo governo.

AUTONOMIA ACERTADA – Não está em questão a Independência do Banco Central, votada pelos representantes do povo, no Senado e na Câmara, e que, a meu juízo, foi uma decisão acertada.

Deixo aqui, uma sugestão para que seja estipulado um mandato de quatro anos, a partir da eleição do novo presidente a quatro anos. Se o presidente errar na escolha, o problema é dele.

Na verdade, no esquema atual o sistema financeiro manda nos presidentes do Banco Central. Esse Campos Neto só faz obedecer a ciranda financeira, provocada pelos juros altos, que interferem em toda a cadeia produtiva.

SEM DEMANDA – Nada justifica os juros elevados sem que haja o processo de alta demanda no comércio e na indústria. Se poucos brasileiros estão comprando, evidente que a inflação não é o problema.

O então ministro da Economia, Paulo Guedes, e o próprio Campos Neto fizeram campanha para Bolsonaro. Portanto, se fosse um cidadão ético, o presidente do Banco Central deveria pedir demissão do cargo, por incompatibilidade ideológica com o novo governo.

Mas, ele não irá pedir demissão. Deveria ter saído lá atrás, pois fez algo ainda pior e continuou no governo Bolsonaro, e me refiro ao escândalo Pandora Papers, com a descoberta de investimentos de Campos Neto e de Paulo Guedes nas Ilhas Virgens Britânicas, para não pagar impostos no Brasil. A desculpa deles era de que investir lá fora não é crime. Pode até ser legal, mas, seria ético para um servidor público de tamanho destaque e influência na política econômica? Só no Brasil, mesmo…

Lula, Meirelles e Lara Rezende deviam ter vergonha de criticar os “altos juros” atuais

Jeferson Miola: Juros altos do BC custarão ao Tesouro R$ 203 bilhões a mais que o recorde alcançado em 2022 - Viomundo

Ilustração de Jota Camelo (Facebook)

Carlos Newton

Mudar o foco da discussão é uma arma que debatedores sempre usam, quando os fatos lhes são desfavoráveis. No caso da celeuma criada por Lula da Silva em relação à autonomia do Banco Central, ninguém deve ousar fazer a defesa da política adotada pelo Conselho de Política Monetária, que tem oito integrantes e manteve os juros de 13,75% na última reunião.

Quem tenta ver competência numa política monetária que possibilitou o Brasil crescer mais que a China em 2023, com inflação inferior aos Estados Unidos e à Alemanha, logo passa a ser destratado como “defensor” dos juros altos.

MÁS COMPARAÇÕES – O mais inquietante é que os adoradores de Lula levantam os mais patéticos argumentos, como classificar de “bolsonarista” o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao invés de discutir apenas o que interessa — a política monetária.

Outro argumento ardiloso é alegar que o Brasil está praticando os mais elevados juros reais do mundo, como se isso fosse alguma novidade e não tivesse ocorrido nos governos de FHC, Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro etc.

Então, que tal debater por que os juros reais brasileiros são os maiores do mundo? Conheço uma tese muito interessante, que poderia enriquecer a discussão. Mas quem se importa?

SEM OPÇÃO – O mais importante para os petistas é enaltecer Lula e esculhambar Campos Neto. Não cabe outra opção. Até o veterano André Lara Rezende entre na nova onda, como se a gente tivesse esquecido o que ele fez no verão passado.

Aqui na Tribuna da Internet, conversa fiada não nos engana. O sempre atento comentarista Victor Feres chamou atenção para os juros reais quando Lara Rezende presidia no BC em 1995. A Selic estava em 38,71%, com inflação de 22,41%. Ou seja, os juros reais de Lara Rezende eram se 16,3%, praticamente o dobro dos juros reais hoje praticados por Campos Neto, de 7,88%.

E o próprio Lula nem poderia piar sobre o assunto, pois o passado lhe condena. Quando assumiu o governo em janeiro de 2003, a Selic estava em 25%; em fevereiro, o BC de Henrique Meirelles subiu a taxa para 26,5%, com inflação de 14,47%. Logo, juros reais de 12,03%, e Lula concordou prazerosamente…

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P.S. 1 – Bem, Lula deveria parar de faniquitos e chiliques, para acalmar seus seguidores. E que tal começarmos a discutir por que o Brasil pratica os juros reais do mundo? É um assunto tabu, mas eu adoraria discutir. Querem saber minha tese? Depois eu conto, como dizia nosso amigo Maneco Müller, o genial cronista Jacinto de Thormes.

P.S. 2 – Esses destemperos de Lula e seus adoradores estão dando uma tremenda visibilidade a Roberto Campos Neto, que pode e deve entrar na política em 2026.

P.S. 3 – Por fim, conheci muito o avô dele, quando era senador por Mato Grosso. Roberto Campos era um personagem interessantíssimo. Vivia sendo acusado de americanófilo e entreguista, mas trabalhei junto com ele num projeto altamente nacionalista, que foi vitorioso no Congresso e criou a reserva de mercado para informática nacional. Mas isso já é outro departamento. (C.N.)