Depoimento do coronel Naime mostra que militares são blindados e PMs injustiçados

Naime diz que havia “máfia do Pix” e tráfico no acampamento em frente ao QG  | Metrópoles

Coronel Naime liderou a prisão de mais de 400 vândalos

Roberto Nascimento

Impactante o depoimento do coronel Jorge Eduardo Naime, principalmente quando abordou o triste papel desempenhado pelo general Dutra de Menezes, que era comandante militar do Planalto. As Forças Armadas ficaram muito mal no episódio, pois o depoimento do então comandante de Operações da PM do Distrito Federal aponta para as condutas equivocadas do Exército.

O fato concreto é que o Exército se posicionou em defesa dos vândalos que já haviam se revoltado em 12 de dezembro, quando Lula foi diplomado presidente eleito da República.

EXÉRCITO PROTEGEU – Já está mais do que comprovado que os vândalos estavam circulando livremente no acampamento em frente ao Quartel General, conhecido como Forte Apache, onde receberam proteção do efetivo militar do Exército, exposta na foto emblemática dos tanques de guerra direcionados para os soldados da PM, fato que foi abordado no importantíssimo depoimento do coronel Naime, que liderou a prisão de mais de 400 vândalos no dia 8 de janeiro.

Diante dessa realidade inquestionável, advogo a tese de soltura imediata dos policiais militares presos, por questão de justiça e isonomia, porque nenhum integrante das Forças Armadas foi preso, embora se saiba abertamente suas condutas em pró dos vândalos Bolsonaristas.

Por essa razão, a despolitização dos militares, que está sendo conduzida pelo ministro da Defesa, José Múcio, é medida urgente, para a defesa do regime democrático de Direito.

E OS HOTÉIS – Importante destacar, ainda, que a informação do coronel Naime, de que os líderes do movimento golpista fugiram para hotéis, enquanto os manifestantes que os acompanharam no vandalismo do dia 12 de dezembro se refugiavam novamente no acampamento em frente ao QG do Exército.

Assim, os investigadores da Polícia Federal agora têm uma ferramenta para identificar as lideranças pagas para executar a desordem visando um golpe de estado. Precisam requerer aos donos dos hotéis a ficha completa dos hóspedes e as imagens de suas câmeras de vigilância.

Se ainda não tomaram essa providência, estão esperando o quê? Não podemos acreditar que na própria Polícia Federal haja boicote às investigações na

MINISTRO DA MINUTA – O delegado federal Anderson Torres, na condição de ministro da Justiça recebeu a minuta do golpe, conforme foi flagrado pela Polícia Federal, teve assim indicada uma suposta participação nos atos golpistas.

Como se sabe, tudo começou em 12 de dezembro, primeiro com badernas, ataque a posto de gasolina, queima de ônibus e carros em Brasília. Depois, na tentativa de explosão de uma bomba no aeroporto de Brasília visando provocar o caos e uma intervenção militar. E por último, a depredação dos prédios do Congresso, do Supremo e do Planalto.

A participação do ex-ministro da Justiça está sendo investigada pela Polícia Federal. Até agora, o homem da minuta golpista vem matando no peito e não deixou a bola cair no colo daqueles que elaboraram a minuta, dos que a receberam e também de quem mandou produzir o documento golpista.

ARRISCAR A CARREIRA – Será que o delegado Anderson Torres  vai arriscar sua carreira na Polícia Federal e insistir em proteger os golpistas da República?

O depoimento prestado pelo ex-ministro sobre os fatos não exibiu nenhuma relação de causa e efeito. São declarações tão absurdas e sem nexo causal que contribuem para o julgador seguir o caminho da culpabilidade.

Vamos ver se Anderson Torres permanecerá nessa toada ou falará a verdade. Afinal, não está descartada uma delação premiada, que lhe preserve o emprego público e garanta sua aposentadoria, pois ainda não completou tempo de serviço.

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