Lula arma ‘coalizão monstro’, que parece conluio e fortalece a aversão aos políticos

Coalizão de Lula está mais à esquerda do que ao centro" – DW – 04/01/2023

Falta coesão à supercoalizão de Lula, que reunirá 16 partidos 

Marcus André Melo
Folha

Chamar a aliança que dá sustentação ao governo atual de “coalizão Frankenstein” capta apenas sua heterogeneidade e falta de coesão. Não se trata de gerigonça brasileira; na portuguesa, os membros ocupavam espaços contíguos no espaço ideológico.

Tampouco é frente ampla ou governo de salvação nacional, que se caracteriza por acordos pré-eleitorais, não pós-eleitorais, e não incluem o núcleo duro de suporte ao regime que se vai.

TERMO ADEQUADO – “Coalizão monstro” é o termo adequado para referir-se a algo inédito nas democracias: uma coalizão assombrosa de 16 partidos (com a possível inclusão do PP e do Republicanos)! O bloco parlamentar que elegeu Arthur Lira era apenas o prenúncio: reunia 20 dos 23 partidos da Câmara (87% do total): eram 496 parlamentares ou 97% dos membros da casa. O bloco reuniu, entre outros partidos, o PT e o PL.

Alianças entre forças políticas rivais de um país não é incomum (exemplos: Áustria, Holanda; Colômbia); embora “soe como ato sexual pervertido”, como afirmou Willy Brandt, ex-premiê alemão.

Referia-se à “Groko” (do alemão, Grosse Koalition, Grande Coalizão), o primeiro acordo entre os social-democratas e democratas cristãos realizado em 1966. Foram quatro Grokos no total: três das quais sob Merkel (2005-2009; 2013-2021).

COMPROMISSOS FORMAIS – As Grokos baseiam-se em acordos escritos detalhando compromissos programáticos e políticos. Em 1969 e sob Merkel, os acordos foram desfeitos por divergências na política econômica. Isso vale também para as negociações com coalizões com os Liberais e Verdes.

A reação à Groko em 1968 foi feroz; houve protestos estudantis e atos terroristas contra um “conluio da burguesia e políticos contra a nação”.

Recentemente, o discurso antissistema adquiriu enorme força, alimentado pelo mesmo sentimento de déficit de legitimidade dos partidos e dos governos, que estariam voltando-se para si mesmos. A onda recente do populismo nutriu-se deste estado de coisas.

PARECE UM CONLUIO – Em nosso país, a formação de coalizões não se assenta em bases programáticas; mas por uma lógica governo-oposição. Como discuti aqui, à medida que o presidencialismo de coalizão se normaliza no país, atenua-se paulatinamente a intensa polarização dos últimos anos, mas aumenta a malaise da aversão política.

Entretanto. a distribuição para antigos adversários viscerais de pastas ministeriais e cargos no primeiro escalão, ainda que haja representação do partido do presidente (em um jogo no qual o poder do Executivo diminuiu e o do Judiciário aumentou), tem consequências.

O congraçamento de rivais figadais aparece na opinião pública como a partilha de um butim. Um conluio sistêmico, independente de quaisquer bases programáticas.

5 thoughts on “Lula arma ‘coalizão monstro’, que parece conluio e fortalece a aversão aos políticos

  1. Se não fosse tudo por dinheiro e pela conservação e manutenção dos privilégios e privilegiados, com a conta cada vez mais salgada a ser espetada no lombo do contribuinte e na penhora do futuro das novas, próximas e futuras gerações, até que seria plausível. MAIS LENHA NA FOGUEIRA DA MALDITA POLARIZAÇÃO POLÍTICA NEFASTA, QUE JOGA IRMÃO CONTRA IRMÃO, QUE INVIABILIZA O SUCESSO DO PAÍS E TANTO INFELICITA A NAÇÃO, PELO AMOR DE DEUS, NÃO, NÃO E NÃO. É por isso que eu digo que, tb no caso das imensas desigualdades generalizadas da nação, a melhor e mais alvissareira saída dessa encalacrada situação é a Revolução Pacífica do Leão, a mega-solução, via evolução, a nova via extraordinária alternativa a tudo isso que aí está há 133 anos, transpirando decadência terminal por todos os poros, como propõe o Outsider e Estadista Nato, José Roberto Loriaga Leão, com nome completo, endereço certo, CPF, RG e, o mais interessante, com o megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, na algibeira, há cerca de 30 anos na estrada da vida, propondo o novo caminho para o novo Brasil de verdade, confederativo, de fato sem medo de ser feliz, com democracia direta e meritocracia, a nova política de verdade, com Deus na Causa, porque a libertação de uma nação não é utopia, porque evoluir é preciso e, sobretudo, porque, em sã consciência, ninguém aguenta mais o continuísmo da mesmice dos me$mo$ e pior ainda do sistema apodrecido dos me$mo$, forjado, protagonizado e desfrutado pelos me$mo$, digo, pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, há 133 anos, que só pensam nele$, na próxima eleição dele$, no próximo golpe, ou na próxima ditadura, por isso mantenedores perpétuos da guerra tribal vitalícia, primitiva, permanente e insana dos me$mo$, por poder, dinheiro, vantagens e privilégios, sem limite$, à moda todos os bônus para ele$ e o resto que se dane com os ônus, capazes de tudo e qualquer coisa para lograrem os seus intento$, portanto, urge dizer-lhe$ que não há mais espaço e nem tempo para se falar em rachar ainda mais o país, por votos, golpes e ditaduras, além do que já se encontra rachado, em todos os sentidos, sob a égide da república dos me$mo$ que o mantém capturado há 133 anos, sendo o caso, pois, de apenas reorganizarmos a política e o estado brasileiro da maneira mais mais inteligente, mais evoluída, mais econômica e mais eficaz possível, de modo a nos tornarmos uma Nação moderna, competitiva e pronta para darmos o necessário Pulo de Leão adiante dos EUA, dos Tigres Asiáticos e inclusive da própria Europa-mãe, assumindo por méritos próprios a condição de nova vanguarda democrática do mundo civilizado, alicerçada na sustentabilidade, na paz, no amor, no perdão, na conciliação, na união e na mobilização pela mega-solução, via evolução, focada no sucesso pleno do bem comum do conjunto da população. Pronto, falei. https://noticias.uol.com.br/colunas/jose-roberto-de-toledo/2023/08/08/para-se-eleger-presidente-zema-quer-rachar-o-brasil.htm?utm_source=facebook&fbclid=IwAR2pMktx_PzD8G9YpyCok3fSimYFhjZ2uOXHnjuMMrevPT8fxW8FZXGqUV8

  2. O que queria que Lula fizesse em 7 meses para poder governar, se foi eleito nesse sistema e o cenário do legislativo é o mesmo do governo anterior?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *