ONU não aprova resoluções: guerra e mortes continuam

ONU veta resoluções dos EUA e da Rússia para a guerra

Pedro do Coutto

O Conselho de Segurança da ONU, reunido na quarta-feira, não aprovou nenhuma resolução destinada a suspender ou, pelo menos, reduzir o clima de guerra, os bombardeiros, as mortes e mutilações que atingem mais de mil pessoas por dia. O projeto do Brasil havia sido rejeitado no início da semana e, ontem, foram vetadas as resoluções propostas pelos Estados Unidos e pela Rússia. Não se verificou, portanto, nenhum avanço.

Também creio que, mesmo que alguma resolução tivesse sido aprovada, ela não seria cumprida na prática. Logo, seu efeito seria nulo e a situação continuaria no ponto de calamidade que já atingiu. Agora, a catástrofe humana se delineia em toda a sua forma, sobretudo porque o primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, tem afirmado que “nos encontramos na véspera da invasão terrestre na Faixa de Gaza”. Portanto, a tragédia encontra-se por horas, talvez dias, mas se prolongará no tempo como o próprio comando militar israelense já admitiu.

CONFLITOS – A ONU, criada em 1947, após a Segunda Guerra Mundial, foi a melhor solução possível, como admitiu Santiago Dantas. Mas nem por isso exequível na prática, tanto que não impediu, por exemplo, as guerras da Coréia e do Vietnã e as de 1967 e 1973 no Oriente Médio, para ficarmos apenas nesses, suficientes para mostrar que uma coisa é a ideia e outra é a prática marcada por fatos concretos.

São contradições eternas. Em inúmeros casos os recursos da ONU evitaram o pior, sem dúvida. Porém, nem por isso pode-se dizer que o seu saldo seja amplamente positivo, principalmente ao que se refere às vidas humanas atingidas pelos conflitos. Entre as guerras não impedidas, acrescento a da Ucrânia, consequência da invasão russa contra o governo Zelenski. No conflito não faltou sequer a contratação de mercenários.

A ONU, é preciso que se esclareça, não possui força militar capaz de impor as suas decisões. Por aí se constata a dificuldade inultrapassável  de fazer valer suas deliberações. Devemos, porém, manter a esperança humanista, o que não é fácil, mas é preciso diante da perspectiva trágica que permanece na véspera de um desfecho.

CEF – Em mais uma decisão política, sob o argumento da necessidade de assegurar maioria no Congresso, o presidente Lula da Silva demitiu a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, cuja administração elogiou, para substituí-la por Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira.

Lira e o Centrão desenvolvem uma atuação profunda em troca de apoio que deixa o presidente Lula e o governo muito mal junto à opinião pública. Não há preocupação com a eficiência e com o projeto que se dirija em benefício da população. Os interesses predominantes são outros. No O Globo, reportagem de Alice Cravo, Sérgio Roxo e Geralda Doca, focaliza muito bem o assunto. No Estado de S. Paulo, a reportagem é de Vera Rosa e Roseann Kennedy.

ARGENTINA –  O apoio de Patricia Bullrich a Javier Milei dividiu a oposição argentina, uma vez que uma corrente volta-se para Sergio Massa. Bullrich criticou Milei ao longo da campanha e chegou a chamar suas ideias de “perigosas e ruins”. Em entrevista nesta quarta, no entanto, ela afirmou que quer impedir o “perigo do kirchnerismo”, em referência a Sérgio Massa, aliado dos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner.

No primeiro turno, Patricia Bullrich alcançou 24% dos votos. Indicando um racha dentro de sua coligação “Juntos por el Cambio”, Bullrich disse ainda que sua decisão de pedir votos para Milei é pessoal, e não de toda a coligação. Aguardemos as pesquisas sobre a disputa eleitoral.

6 thoughts on “ONU não aprova resoluções: guerra e mortes continuam

  1. Ué, mas uma simples resolução da ONU faria a mágica de cessar guerra e morte? Não sabia que era tão fácil asi.m. Então é só a ONU emitir uma resolução que os cerca de 45.000 assassinatos anuais no Brasil cessam ? Não sei por que complicam tanto o problema da segurança pública no Brasil…..kkkkk

  2. A ONU está sendo atacada pelo primeiro ministro de Israel, Binjamim Netaniyau, que antes do ataque terrorista do Hamas, estava sendo acusado de corrupção e queimado com a população israelense, pela tentativa de submeter as decisões do Judiciário, ao aval do Congresso. Na prática, o Legislativo comandaria o Judiciário,brincando refém dos conservadores e religiosos ortodoxos, uma união da corrupção com a bancada da religião.

    O que o Secretário Geral, Antonio Guterres, em discurso anteontem, pediu, foi nada mais, nada menos, que uma pausa nos ataques de ambos os lados, para a ajuda humanitária salvar milhares de crianças. Outras milhares morreram, sem nenhuma chance de escapar das bombas assassinas.
    O embaixador de Israel na ONU deturpou a fala de Guterres. Narrativas falsas e fakenews são o novo normal nesse mundo louco.

    Os palestinos reféns do HAMAS e do governo militar de Bibi, não têm saída. A fronteira do Egito está fechada. A fronteira da Faixa de Gaza com Israel têm os tanques e do lado contrário, tem o Mar Mediterrâneo. Trata-se de uma prisão em céu aberto, com bombas que derrubam prédios com força maior do que um terremoto.

    A ” civilização” não mudou em nada, em relação a matança do Império Romano, pelo contrário, está ainda pior. Sem sentimento diante da morte de pessoas inocentes e sem chance de se defender do HAMAS e dos militares israelenses.

    O que fazer?

  3. O apoio da terceira colocada, no primeiro turno da eleição de domingo na Argentina, Patrícia Bullrich, ao segundo colocado , ogro, maluco, mentiroso, fascista, sob a capa de libertário, uma armadilha para a chegada ao poder, desse Javier Milei, uma caricatura de Donald Trump, se insere num dos capítulos mais tristes e absurdos da Politica da Argentina.

    Na campanha eleitoral, Milei chamou Patrícia de guerrilheira, se remontando a época da juventude da candidata, que participou do grupo armado Montoneiros.

    Patrícia, apoiará Milei, segundo ela, de maneira pessoal, por causa do ódio que ela cultiva ao Peronismo. Sinceramente, ela não mereceu os 24% dos votos dos eleitores argentinos, porque prefere um candidato, que irá destruir a Argentina e por consequência o povo argentino, lançado numa aventura, que poderá redundar, numa guerra civil e desagregação total da sociedade.

    Milei adorou o apoio é claro e já convidou Bullrich para integrar seu ministério. Já está loteando os cargos, antes da abertura das Urnas. É uma demonstração clara de seu oportunismo e ganância pelo Poder, a qualquer custo.

  4. Olha aí, a última do Milei:

    Ontem, numa entrevista, disse que estava ouvindo vozes.
    Milei se disse narcocapitalista, na verdade é um caso para psicanalista.
    É um absurdo atrás do outro. Para piorar, Javier Milei é um entusiasta da violenta Ditadura Militar da Argentina.
    Disse ele, que o seu guru é um cachorro morto.
    Recentemente, protagonizou uma lambança, dizendo uma frase errada atribuída a Dante Alighieri, autor da Divina Comédia. Se não bastasse todas as idiotices, o candidato é inculto. Uma anta louca.

    Milei é daqueles, que confunde o Pequeno Príncipe, com o Príncipe de Maquiavel.

    Não existe coisa mais terrível para a Argentina, do que Milei se tornar presidente. Vira essa boca para lá, não é?
    Pula essa conversa.

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