Amizade de Moro e Dino traz esperanças de uma política mais limpa e racional

O abraço de Moro e Dino

Flávio Dino recebeu Moro com abraços e afagos na sabatina

Carlos Newton

É preciso sem respeitar a opinião alheia, quando é fruto de boa fé. Como ou sem polarização, não existe alternativa política – o único rumo a tomar é a defesa intransigente da democracia. Mas esse posicionamento não nos obriga a aceitar os exageros do Supremo, que deveria ser exemplar, sempre cumprindo a lei de forma rigorosa. Infelizmente, porém, não é isso que vem ocorrendo desde 2019, quando o STF soltou Lula, num placar apertado, de 6 a 5.

Como diria Leonel Brizola, o Supremo (leia-se: STF e TSE) vem costeando o alambrado da democracia, em busca de brechas inexistentes. Foi assim na decisão que descondenou Lula, assim como no julgamento da suposta parcialidade do então juiz Sérgio Moro e também na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, por ter realizado uma reunião exatamente igual à que fora realizada pelo então presidente do TSE, Edson Fachin, que em 2020 convocara o corpo diplomático para se queixar do presidente.

EM NOME DA LEI – Ao examinar essas decisões do Supremo e do TSE, qualquer estudante de Direito percebe que as leis estão sendo interpretadas e adaptadas à necessidade dos ministros. Foi assim com a “incompetência territorial absoluta” que permitiu a candidatura de Lula, pois trata-se de norma jurídica somente aplicada em questões imobiliárias, nada a ver com os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro que levaram Lula a passar férias numa colônia penal, igual ao Charles Anjo 45 criado por Jorge Benjor.

Esses julgamentos parciais são feitos em nome da lei e da defesa da democracia, embora sejam vexaminosos, como a cassação do deputado Deltan Dallagnol por “presunção de culpa”, um tipo  jurídico inexistente no Direito Universal.

Os ministros do STF se vangloriam desses feitos, dizem que salvaram a democracia, evitaram o golpe militar e tudo mais. Sinceramente, eu teria vergonha de votar assim, mas cada um deve agir de acordo com sua consciência.

TERRORISTAS EM SÉRIE – Também é reprovável a fabricação de terroristas em série, transformando em bárbaros selvagens todos os manifestantes de 8 de Janeiro, quando se sabe que a grande maioria deles não quebrou uma só lâmpada. E jamais poderiam estar sendo julgados pelo Supremo, não é isso que diz a lei. Estão sendo condenados apenas pela presença no local, sem provas de vandalismo, compondo uma barbárie judicial, desculpem a franqueza, às vésperas do famoso Indulto do Natal, que solta tabto criminoso de verdade.

Por tudo isso, achei altamente democrático o encontro festivo entre os ex-juízes Flávio Dino e Sérgio Moro. São amigos há 23 anos, desde a época em que Dino foi eleito presidente da poderosa Associação Nacional dos Juízes Federais.

Por que Dino e Moro teriam de se tornar inimigos devido a divergências ideológicas? Ora, a confraternização deles é altamente democrática – são apenas adversários, não precisam ser inimigos. É uma lição de política que estão dando ao país, mas parece que ninguém quer aprender nada.

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P.S.
Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela, Afonso Arinos e Itamar Franco também agiam assim com os adversários, sem considerá-los inimigos e sempre procurando o diálogo. Mas quem se interessa? (C.N.)

12 thoughts on “Amizade de Moro e Dino traz esperanças de uma política mais limpa e racional

  1. Narrativas, conforme as conveniências. O STF apenas voltou a cumprir a CF.

    Quanto a Moro , bem, poucos, agora, o consideram uma pessoa íntegra e de caráter irreparável..

  2. Verdade! Não aceitam nem lembretes e retrucando pensam impressionar ou assustar, vociferando toda a sujeira retida na alma, corpo e coração! Umas bestas, que a raiva extinguirá!

  3. Belo texto, caro CN, a concepção de liberdade enquanto espaço de pluralidade, traço do pensamento democrático ocidental, pode produzir brigas homéricas no teatro político, mas que não podem ser transformadas em luta armada, pois isto significa a ruptura democrática. Fora do teatro político, isto não pode permanecer, o confronto de ideias é saudável e necessário, mas as vias de fato são sintomas de um mal social a ser tratado.

  4. Toda vez que um ministro do STF disser democracia, entenda establishment.

    Quando o Barroso diz que está salvando a democracia, ele quer dizer que está salvando o esquemão que mantém a elite socialista aristocrata no poder.

  5. Vamos quanto tempo vai durar esta “amizade”.

    De onde vieram os 47 votos que colocaram “a baleia importunada pelo Bolsonaro” no e$$eteefe?

    PSD –> 13 votos
    MDB –> 10 votos
    PT –> 8 votos
    Rede –> 1 voto
    União –> 6
    PSB –> 4 votos
    PDT –> 3 votos
    Podemos –> 1 voto
    PL –> 1 voto

    Partido do Pachekin de Brumadin Frakin Frakin, votou em “peso” na baleia comunista. O Pachekin é uma oposição de araque.

    Senadores que votaram na baleia comunista:

    1. Jorge Cajuru
    2. Sergio Moro
    3. Soraya Thronicke
    4. Romario Faria

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