Congresso reflete preferências do eleitor com mais precisão do que a Presidência

Charge reproduzida do Arquivo Google

Hélio Schwartsman
Folha

Quem representa melhor o Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o Congresso Nacional, dominado pelo Centrão? Ambos têm a mesma legitimidade, que extraem do fato de terem sido os escolhidos pela população num processo eleitoral livre e limpo. Lula foi ungido para ocupar a chefia do Poder Executivo; deputados e senadores, para legislar.

Em regimes presidencialistas, nutrimos um certo fetiche pelo primeiro mandatário, parcialmente justificado pelo grande poder do cargo e por ser essa a disputa eleitoral mais simbólica e, portanto, a que mais mobiliza as atenções. E

VIVA O PARLAMENTO – Em termos de representatividade, contudo, não há como negar que o Parlamento traduz de forma muito mais precisa e granular as preferências da população. A principal razão para isso é matemática.

O presidente é apenas um, em alguma medida escolhido por voto negativo (rejeição ao adversário em vez de apoio explícito às suas ideias); já os parlamentares são 594, eleitos num sistema em que prepondera o voto proporcional que dá voz às mais diferentes tendências. Gostemos ou não, o Congresso é a cara do Brasil.

“Alto lá”, dirão progressistas. Faltam mulheres e negros no Parlamento, que diverge muito da estrutura demográfica do país.

O VOTO É LIVRE – É verdade, porém devemos observar que o eleitor não é chamado às urnas para gerar clones de si mesmo, mas para escolher alguém que, no seu entender e utilizando qualquer critério que deseje, o representará bem. Se ele quiser votar por linhas raciais, de gênero, religiosas ou estéticas, ótimo. Se não quiser, ótimo também, dado que o voto é livre.

A democracia não funciona porque produz líderes competentes que tomam decisões sábias, mas porque faz com que a troca do poder se dê por meios pacíficos e porque vem com um sistema de freios e contrapesos que não deixa que nenhum ator acumule poderes desproporcionais.

Isso o Centrão faz, mesmo que sua ganância seja moralmente incômoda.

7 thoughts on “Congresso reflete preferências do eleitor com mais precisão do que a Presidência

  1. Deus do céu, quanta bobagem, sem noção, defasada, desplugada da realidade fática e prática, encheção de linguiça continuísta da mesmice. É por causa desse tipo de escritos, e dessa mentalidade retrógrada, cínica, típica de conservadores da podridão sistêmica, que se comportam como avestruzes, que o país, a política, a democracia e a vida da população não mudam para melhor, não evoluem, não avançam, e nem mudará, a depender dos me$mo$, enquanto a república dos me$mo$ não desabar de podre sobre si mesma, todos e todas, culpados e inocentes, mais sobre os inocentes que, infeliz e desgraçadamente, são os que sempre pagam o pato da corrupção e da roubalheira patrocinada pelo capital velhaco, mal sabe o infeliz que na democracia norte-americana, copiada mal e porcamente pelo Brasil do famigerado centrão, existe pelo menos o instituto das candidaturas avulsas, que representa uma válvula de escape e salvação da aparência da ditadura partidária imposta pelo capital velhaco, que, na prática, mais parece uma plutocracia com jeitão de cleptocracia e ares fétidos de bandidocracia do que a democracia propriamente dita, enquanto poder do povo para o povo, enquanto estado e dono do monopólio eleitoral, monopólio esse que no Brasil é propriedade exclusiva dos donos de partidos aos interesses dos quais o pretendente a candidato tem que se submeter, sob pena de cerco, cancelamento e exclusão. A questão não ser ou não ser progressista, ou seja lá o raio que o parta, mas é isto sim de ter um mínimo de isenção e inteligência para constatar que a farsa do capital velhaco e o negócio dos me$mo$ faliu o país, levou a política à degradação total e a população à loucura, de tanto os jarros dos me$mo$ irem à fonte, ou seja, ao erário, e de lá saírem cheios de dinheiro, com a república dos me$mo$ falida literalmente em todos os sentidos, principalmente no sentido moral. Fala sério, defender o famigerado centrão e as loucuras fisiológicas do dito-cujo, ou é agente dos me$mo$, ou, na seara política, perdeu a noção das coisas, ou, “data venia”, trata-se de um equivocado desplugado da realidade dos fatos, sem noção de que na prática dos me$mo$ a teoria é outra, e que no caso a Democracia Direta, com Meritocracia, é o povo lá, diretamente, para praticar a verdadeira democracia, enquanto poder e governo do povo para o povo, porque basta de fake news.

  2. Bom dia , “o voto é livre” porém os sistemas político, eleitoral e partidário são tortos e TOTALMENTE disfuncionais. Começa nos partidos , escolha dos candidatos e na liberação dos dinheiros públicos que financiam as campanhas. Tudo centralizado nas mãos de alguns poucos. Para finalizar a farsa o sujeito vota em João e elege e Joaquim. Tudo errado.

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