Por que há mais protestos e greves em governos de esquerda do que de direita?

Por que o MST assusta tanto? por Frei Betto - Vermelho

MST fica mais à vontade quando Lula e PT estão no poder

Bruno Boghossian
Folha

Num evento recente, Lula reconheceu que o governo enfrentava risco de greves e acrescentou: “A gente pode até não gostar, mas elas são um direito democrático dos trabalhadores”. Dias depois, seguiu roteiro parecido. Disse estar empenhado numa reforma agrária “sem muita briga” e fez um reparo: “Isso sem querer pedir para ninguém deixar de brigar”.

A ação de movimentos sociais e entidades de classe pode ser descrita como um produto de dois fatores: necessidade e oportunidade. A incidência de manifestações é maior quando há demandas que pressionam esses grupos e quando há abertura para que as reivindicações sejam feitas e levadas em conta.

GREVES E MST – Essas condições costumam determinar as circunstâncias em que movimentos têm atuação mais ou menos intensa em governos de esquerda ou de direita. Greves nas universidades e ações do MST no governo Lula, após quatro anos de Jair Bolsonaro, oferecem uma ilustração.

De maneira geral, protestos de grupos de esquerda ocorrem com mais frequência durante governos de direita (e vice-versa). Quando a esquerda está na oposição, seu poder de ação nos canais políticos tradicionais é menor. Nessas situações, formas de pressão fora desses meios passam a ter um valor maior.

Mas exceções são praticamente a regra nestes tempos.

HÁ DIFERENÇAS – Durante o governo Bolsonaro, a mobilização de movimentos de esquerda foi mais política e relativamente menos intensa nas reivindicações de classe. Como o ex-presidente desconsiderava esses atores e tornava muito mais baixa sua chance de sucesso, o grau de oportunidade também era menor.

No governo Lula, a ação tende a ser maior porque esses movimentos estão diante de um risco de repressão baixo e maior chance de sucesso, graças à simpatia do presidente por suas demandas.

Protestar também têm mais valor porque, hoje, os grupos de esquerda ainda são minoritários em outros foros, como o Congresso, e o governo tem pouco dinheiro no cofre para implementar políticas que os beneficiam.

8 thoughts on “Por que há mais protestos e greves em governos de esquerda do que de direita?

  1. Mas acontece que Lula esta usando esse terceiro mandato presidencial , para se vingar por ter sido ” exposto , desmascarado ” e preso , pelos agentes multidisciplinares da falecida operação lava jato , ao invés de governar , deixando os problemas do país se agravarem .

  2. As greves são maiores nos desgovernos de esquerda pelo não cumprimento das promessas de campanha. Que servidor não está indignado, há anos com a desatualização da tabela do IR? Que servidor não quer recuperar as perdas do salário para a inflação? Então a coisa funciona assim, prometeu para se eleger, cumpra as promessas de campanha, simples não é mesmo?

  3. Aí, aí…, como diria o “arruinaldoazevedo”. Ou, como diria vovô, imigrante, quase analfabeto em português, sapateiro e pai de doze filhos: “Vá caçar o que fazer, seu Bruno! Porca miséria!”.

  4. Estimado CN, no saudoso Pasquim, nos áureos tempos, digamos, havia primorosa seção “O que há para ler”. Fosse hoje, a não ser por seus artigos e suas admiráveis NRs, acho que o nome seria “O que há para ler”, seguido de extensa lacuna (quase digo branquitude, mas sei lá se ainda pode!). Abração.

  5. Se o ladrão descondenado convocasse o povo para fazer protesto em Copacabana, não ia encher nem uma Kombi. Isso se pagassem R$50 mais um sanduíche de mortadela.

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