Lula não tem entusiasmo para liderar base aliada e os problemas se agravam

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde acompanha julgamento de recurso contra condenação no caso triplex do Guarujá (Reuters/Leonardo Benassatto/Direitos

Lula anda discursando demais e articulando de menos

Roberto Nascimento

A desoneração da Folha de Pagamento não se coaduna com os ditames do regime capitalista. Na verdade, o empresário que pleiteia tal benesse na realidade deseja aumentar a margem de lucro, ao invés de investir e abrir empregos, como era o objetivo da Medida Provisória.

Os prefeitos, quase todos endividados, querem usar essa economia advinda da desoneração, para contratar mais pessoas em seus municípios, através de OS e alavancar suas reeleições em outubro deste ano. Se endividam ainda mais e depois correm com o pires na mão, para pedir ajuda ao governo federal, visando rolar a dívida, sinônimo de calote.

JUROS EXAGERADOS – Alguns governos estaduais não fogem à regra, usam e abusam desse direito de se endividar. Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul estão com dívidas bilionárias e têm problemas para pagar. Cláudio Castro, do Rio, acaba de entrar com ação no Supremo para reduzir os juros cobrados pelo governo federal, que são muito altos e dificultam o pagamento.

Em relação aos empresários de 17 setores, que ganharam do governo Dilma Rousseff o presente da desoneração da folha de pagamentos, o que significou reduzir as contribuições para o INSS. Estão furiosos, com a possibilidade do fim da farra tributária e ameaçam demitir empregados em tom de ameaça.

Esses maus brasileiros não, querem saber da pátria e nem ligam para o déficit do INSS, a cada ano crescendo, pois a oferta de emprego não avança e o brasileiro está envelhecendo muito rápido, logo requerendo suas aposentadorias, o que lhes é de direito, porque contribuíram ao longo da vida.

PRESSÃO TOTAL – A conta não fecha e empresários e prefeitos pressionam o Congresso para manter as desonerações indevidas na folha de pagamento. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sabe disso, mas, seus interesses políticos falam mais alto do que o Brasil.

Pacheco quer eleger o senador Davi Alcolumbre como seu sucessor na presidência do Senado em fevereiro do ano que vem e depois alavancar com a ajuda dos prefeitos de Minas Gerais, sua candidatura ao governo de Minas em 2026.

Há alguém bobo no Senado e na Câmara? Se não fossem muito espertos, nenhum deles tinha chegado lá. Por causa dessa gente malandra, de tempos em tempos é necessário fazer mais uma reforma da Previdência, destinada a suprimir direitos adquiridos dos pensionistas e aumentar o tempo de idade e de serviço, dificultando suas aposentadorias.

BASE ALIADA –  E o governo Lula não soube manter uma base aliada confiável, vive tendo problemas no Congresso. O adiamento da votação dos vetos do presidente Lula, para o dia 9 de maio, articulado pelo governo, não será capaz de evitar a derrota.

Não vai adiantar nada trocar o articulador político do governo, ministro Alexandre Padilha e repassar a missão para o vice presidente, Geraldo Alkimin. O vice não tem vocação para operador político. Esse papel, no momento, só pode ser exercido com eficácia, pelo presidente Lula. Mas, Lula não está com aquele entusiasmo de outrora, para receber deputados, senadores e líderes das bancadas no Congresso.

Então, as crises vão continuar do mesmo jeito que está agora,: O Legislativo pressiona, o governo libera emendas. Dão um tempo e voltam a emparedar o governo. Será assim até a eleição de 2026. Quem pode duvidar desse roteiro dos horrores?

6 thoughts on “Lula não tem entusiasmo para liderar base aliada e os problemas se agravam

  1. Esse País tinha que pedir falência e começar do zero. Sem auxílio de qualquer espécie para quem não precisa. Empresários, artistas e qualquer outra atividade, vão no banco. Auxilio somente para aqueles que realmente precisam. Para mim e uma vergonha segundo divulgado, que alguns estados têm mais pessoas recebendo bolsa família do que pessoas empregados. É notória a fama que brasileiro gosta de levar vantagem

  2. Não sacaram ainda que o Stalinácio perdeu a vontade até de viver? Desde o ano passado o cara vem governando, ou faz de conta que é isto, como se fosse o último ano do Dilmo 3. E o Dilmo 3 não estão aí nem há ano e meio. O que esperar do Stalinácio, mais desculpas ?

  3. Charlie, não é fácil para qualquer presidente, a governança sem maioria no Congresso. Para piorar, a oposição Bolsonarista não está dando trégua ao governo.
    Ao mesmo tempo, tem um lado bom nisso daí: Governos com maioria no Parlamento, perdem a humildade e se tornam mais autoritários. Em minoria, são obrigados a negociar e ampliar a interlocução com os representantes do povo.

    Essa lição, aprendi com Leonel Brizola: Quando ele voltava de férias, vindo do Uruguai, conversei com ele no aeroporto do Galeão:

    Roberto – governador, na sua campanha, o senhor prometeu lavar com água e sabão, o Palácio Guanabara. Mas, eleito nomeou representantes do MDB para seu secretariado.
    Leonel Brizola – Meu filho, o povo me elegeu, mas, não me deu maioria na Assembleia Legislativa a famosa ALERJ. Para cumprir as promessas de melhoria na vida do povo, que mais precisa, é primordial o apoio dos deputados estaduais.
    Tá explicado didaticamente, uma marca do melhor governador do Rio de Janeiro. Só o fato da construção de 500 CIEPS, em quatro anos de mandato, o credencia no panteão dos melhores políticos da nossa história. Nenhum governador fez mais do que ele,.

  4. Desde o início do governo, o Lula já sabia que iria ter dificuldades com este congresso e também o senado pois o governo não tem a maioria e então o jeito é tentar negociar da melhor maneira possível, o nosso povo não entende que não adianta eleger o presidente sem eleger uma base razoável de aliados .

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