Pesquisas eleitorais não são propagandas antecipadas

Charge do AFTM (blogdoafmt.com.br)

Pedro do Coutto

Setores políticos e até da Justiça Eleitoral debatem a possibilidade de que as pesquisas eleitorais podem ser consideradas propagandas antecipadas de candidatos às eleições deste ano. Não creio que seja procedente o argumento. As pesquisas eleitorais apenas identificam o potencial de candidatos aos cargos majoritários e não induz ninguém a votar em função de seus resultados.

Os resultados, aliás, se generalizam  em relação ao potencial que cada postulante possui. Essa revelação não é uma propaganda eleitoral em si, mas apenas um instrumento de orientação da opinião pública.

ORIENTAÇÃO – Inclusive há casos em que candidatos pontuam muito bem nas pesquisas e nas urnas não têm o mesmo resultado. Logo, a pesquisa eleitoral é algo que interessa não só aos partidos, mas ao eleitorado de forma geral, além de servir de orientação sobre a administração de gestores frente aos desafios que lhes são colocados.

O potencial de cada candidato é realmente do interesse público dos eleitores e das legendas que assim escolhem em seus quadros os melhores situados. Trata-se apenas de um levantamento que busca revelar a força de cada candidato postulante ao cargo em questão.

As pesquisas existem no país há décadas e nunca ninguém levantou a tese de que se trata de propaganda eleitoral, tanto que os veículos de comunicação as utilizam como desejam.  Aliás, as próprias pesquisas mudam seus resultados ao longo da campanha, não indicando preferências, mas um panorama geral e as tendências dos próprios eleitores, sob critérios de igualdade.

REAÇÃO – Enquanto isso, vemos uma reação do Congresso contra o senador Randolfe Rodrigues. Parlamentares criticam a atuação do líder do governo no Congresso por dificuldades em firmar acordos para a análise de vetos presidenciais. Diante desse impasse, o Parlamento não realizou nenhuma sessão conjunta neste ano. As queixas não são restritas a membros da oposição. Nos bastidores, parlamentares da própria base do governo Lula  se mostram insatisfeitos com o que classificam de falta de traquejo político do senador.

Aliados do senador no Congresso afirmam que ele entrou na artilharia do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e que boa parte da desaprovação se dá pelo apetite insaciável dos parlamentares por emendas. É um grande equívoco tudo isso. A queda ou manutenção de vetos não pode estar em jogo em decorrência de quem lidera o governo ou a oposição. Os vetos são matérias concretas, e ficam a cargo dos deputados e senadores defini-los.,

Não é Randolfe Rodrigues o responsável pela falta de articulação do governo. Ele é apenas um líder, mas que não pode, necessariamente, impor a sua vontade sobre os outros parlamentares.

6 thoughts on “Pesquisas eleitorais não são propagandas antecipadas

  1. Fica a dúvida: Lula e o PT væo concorrer com candidatos mal falados e próprios ou emprestados?
    OI resultado, está mais do que na cara!

  2. Pedro do Coutto é um dos maiores especialistas do país, na análise das pesquisas eleitorais.
    Tudo que ele escreveu, está absolutamente certo.
    Pedro foi um dos responsáveis, no descobrimento do escândalo da Proconsult.
    Vivíamos o tempo medieval da Ditadura Militar, em seus estertores, governo do general João Figueiredo.
    A Ditadura tinha o seu candidato, por óbvio: Moreira Franco.
    Mas, as pesquisas eleitorais indicavam a vitória de Leonel Brizola.
    Então, foi executado o Plano B. A empresa responsável pela apuração dos votos no TRE do Rio de Janeiro, infiltrou um técnico para desviar os votos nulos e brancos para Moreira Franco, o famoso Delta X.

    Foi o maior escândalo eleitoral da Ditadura Mitar. Tiveram que engolir, a vitória de Leonel Brizola.

    Parabéns Pedro do Couto, pelo inestimável serviço, prestado a população do Rio de Janeiro.

    As pesquisas eleitorais refletem o momento e por isso, dito muito bem por Pedro do Couto, podem mudar. Não se trata, em nenhuma hipótese em antecipação das campanhas eleitorais

  3. Todos os ministros e líderes do Congresso, que contrariam os interesses políticos e empresariais, do deputado Arthur Lira, viram inimigos dele e sofrem severa perseguição de forma grotesca, sem educação, típica de um coronel do interior. Todos conhecem Lira e seus métodos autoritários, mas, ele desconhece, que seu tempo de Poder está acabando, como acabou para Severino Cavalcante, Rodrigo Maia e tantos outros. A vida cobra o seu preço de cada ação e a reação dela decorrente.
    Em fevereiro do ano que vem, Lira voltará para o Baixo Clero e será solenemente ignorado a ponto de ser obrigado a pedir abrigo nas asas largas de Jair Bolsonaro.

    Vamos ver para crer e rir muito dele, que perdeu uma grande oportunidade de exercer a humildade, um dos maiores atributos de um verdadeiro líder.

    O senador Randolf Rodrigues não merece os ataques de Arthur Lira.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *