Impunidade do crime organizado favorece apoio popular à extrema violência policial

Violência policial, liberalismo e políticas públicas • LIVRES

Criminalidade não justifica excessos na repressão policial

Bruno Boghossian
Folha

Lotar cadeias e derrubar taxas de homicídios de El Salvador fizeram de Nayib Bukele o governante mais popular da América Latina. Nove de cada dez eleitores aprovam o trabalho do presidente, sem se importar com denúncias de tortura, execuções e prisões arbitrárias. Muitos certamente preferem que seja assim.

Quase dois terços dos salvadorenhos (63%) acham que um governo autoritário pode ficar no poder se resolver os problemas do país, segundo números do Latinobarómetro. O combate às gangues e a redução dos índices de violência foram ferramentas ideais para o presidente testar os limites desse consentimento.

ABUSOS DO ESTADO – O exemplo de Bukele reproduz um padrão que intoxica o debate sobre a segurança pública no mundo. Há décadas, políticos aproveitam rancores históricos, exploram medos imediatos e vendem a ideia de que é impossível ser severo com criminosos sem violar direitos. A aprovação popular é exibida como salvo-conduto para os abusos do Estado.

A violência crônica, o enraizamento de quadrilhas e a fadiga com o crime fazem com que a lógica seja candente no Brasil. Segundo o Datafolha, 83% dos eleitores concordam com a afirmação de que o país “tem muita mordomia para bandido”. A adesão à tese é alta entre eleitores de Bolsonaro (93%) e de Lula (73%).

São muitos os governantes de direita que agitam essa flâmula para colher popularidade e disfarçar o fato de que não têm uma política de segurança com início, meio e fim.

BARBÁRIE DO GUARUJÁ – O mais recente foi Tarcísio de Freitas, que se recusou a fazer uma inflexão civilizada para reagir à barbárie de Guarujá, que começou com o assassinato de um policial e terminou com uma matança.

A tolerância com a letalidade policial reduz o espaço da esquerda, que custa a encontrar lugar nas discussões sobre segurança.

A pauta continuará dominada pelo populismo selvagem enquanto não surgirem plataformas alternativas que sejam tão rigorosas no controle de armas e na defesa dos direitos humanos como no combate ao crime organizado.

10 thoughts on “Impunidade do crime organizado favorece apoio popular à extrema violência policial

  1. Texto covarde, falou, falou e não teve coragem de tocar na origem do problema, a absoluta ineficiência do sistema judicial.

    A origem da violência policial está basicamente ligada a absoluta ineficiência do sistema judicial, burocrático ao extremo, corporativista, redundante, negligente e caro.

    A polícia parece condenada a enxugar gelo, prendendo várias vezes seguidas os mesmos criminosos, enquanto é cobrada pela sociedade que faça algo. A polícia prende, uma, duas, três vezes o mesmo criminoso, na quarta vez, pressionada pela população que exige uma ação definitiva, mata o sujeito.

  2. Um bandido FARDADO não é menos bandido que um PAISANO bandido.

    Aliás, é bem pior, posto que bem mais covarde por usar como escudo o aparato do Estado, um discurso hipócrita de moralidade, de religiosidade e de falso patriotismo – atributos de CANALHAS.

  3. Nessa matança do Guarujá, será que o assassino do policial estava entre as vítimas?

    Se, fazer incursões policiais nas comunidades pobres acabasse com narcotráfico, há muitas décadas não haveria mais tráfico de drogas e armas. Aconteceu o contrário, os traficantes ficaram cada vez mais fortes.
    Combate-se o tráfico com inteligência.

    As portarias do Exército em 2020 que tratavam do rastreamento, identificação, marcação de armas, munições e demais produtos controlados foram revogados por Bolsonaro, seria uma maneira de diminuir armas nas mãos de marginais, mas a seguir Bolsonaro liberou geral armas para o CACs.

    Em 2021, o nº de armas roubadas, extraviadas ou perdidas pertencem ao CACs teve um aumento de 39%.
    Mais de 6000 armas de uso restrito estão em localização indefinida. O tráfico e a milicia agradecem.

    Sem combate aos usuários de drogas, que alimentam o tráfico, será impossível acabar com narcotráfico.
    O principio fundamental das partidas dobradas, diz: não há débito sem crédito e vice versa. Isso é valido para o tráfico. não há vendedor sem comprador e vice versa.

    Quanto a milícia, talvez seja mais difícil de combater, pois conta com apoio político.

  4. Um policial fuzilado e morto numa emboscada, não representa nada a uma sociedade doente?
    O policial é o único funcionário público que vende a sua força de trabalho ao governo, e empresta a sua vida para a causa.
    É um acinte que alguém venha defender bandidos, que covardemente atacam de tocaia os policiais.
    Vejam as pesquisas que já circulam por ai, que medem o apoio da população a reação da policia paulista.
    É vergonhoso que por ideologias políticas, alguns defendam os ataquem de bandidos aos agentes do estado.
    Atirar num policial em serviço, pelo simples fato deste ser agente do estado, é se insurgir também contra o estado democrático de direito.
    Quem é contra a lei vigente, esta se posicionando contra o estado politicamente organizado, e se ao ser interpelado pelas forças oficiais reagir, principalmente com uso de violência, tem que ser coagido pela lei, também com violência.
    A população não aguenta mais ser assaltada e violentada, e como não pode ter armas para se defender, apoia a polícia quando esta reage a violência marginal com a devida força necessária.

  5. AS CARNIFICINAS INCONSTITUCIONAIS NAS FAVELAS E OS NOVE CÍRCULOS DO INFERNO! A bandidagem – que o Judiciário brasileiro criminoso, sanguinário, solta a três por quatro, ‘’abrindo as porteiras’’ para o extermínio de cidadãos inocentes – vinha executando abundantemente também policiais aposentados por todo o Brasil e, ocasionalmente, assassinando ou tentando contra a vida de policiais da ativa, no combate do dia a dia dos mesmos. Todavia, a morte de um jovem policial da Rota gerou um novo ciclo de carnificinas vingativas por parte da polícia. O STF se mantém calado, covardemente, nem mesmo Fachin se meteu a besta, enfiou a viola no saco, se acovardou. Acontece que o ‘’Supremo’’ sabe muito bem que as polícias são buchas de canhão do garantismo judicial, sacos de pancada dos advogados do diabo, bonecos Judas de um sistema judicial enferrujado, operacionalmente falido, mas muito rico, proativo, triunfante em salários, penduricalhos, gratificações, prêmios, e mordomias milionárias. Esse Poder Judiciário criminoso, inconstitucional, genocida de bandidos, de policiais e de cidadãos do bem, sabe que as forças policiais brasileiras estão à beira de um ataque de fúria. Há pouco tempo, já teve policial surrando advogado do diabo da OAB. Por outro lado, o STF está provocando um ataque de nervos no vagabundo, incompetente, inútil, omisso, criminoso e genocida Congresso Nacional, na questão da ‘’dosimetria’’ da maconha. Enquanto isso, o apocalipse criminal brasileiro cresce em progressões geométricas há 40 anos, no momento ocultado pela Reforma Tributária e pela maravilhosa volta ao mundo de Lula Lá-Lá e da Primeira Dama. Estou há vários anos aconselhando as Forças Armadas Brasileiras a profissionalizar suas tropas; os recrutas não darão conta da iminente primeira fase dos nove círculos infernais resultante da corrupção política, da criminalidade e da impunidade promovida pela República das Diretas-Já. LUÍS CARLOS BALREIRA. PRESIDENTE MUNDIAL DA LEGIÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA.

  6. “inflexão civilizada”, animais bárbaros só entendem um idioma:a força! Imprensa passando pano para traficante, a bandidolatria de sempre.

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